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27 de outubro de 2010
𝙃𝙖𝙣𝙣𝙖𝙝 𝙄𝙨𝙖𝙗𝙚𝙡 𝙂𝙧𝙞𝙢𝙚𝙨
— a tia Hannah ta namorando? – Giulia pergunta enquanto descemos para o lago
São quase cinco, Lori me chamou para descer com ela e Lara para as crianças tomarem banho.
— a tia Hannah está do seu lado — falo, a olhando — de onde tirou essa ideia?
— você estava abraçada com um homem no acampamento — dá de ombros — deduzi
— eu também abraço o seu irmão
— mas não olha pra ele daquele jeito — murmura — e o Glenn também não te olha assim
Lara segurava o riso e Lori prestava atenção na conversa, estava meio perdida, coitada.
— vá brincar, garota — mando, a fazendo rir — você é mesmo uma criança?
Ela balança os ombros e faz um bico convencido
— uma criança esperta.
Ela se junta a Carl e Sophia, que estão mais a frente, deixando eu e as meninas para trás. Lori e Lara me encaram com um sorriso travesso nos lábios, meus olhos rolam automaticamente.
— namorando em — me empurra com seu ombro — é aquele que estava sentado com você e a Cams hoje cedo?
— Daryl é um amigo, eu já falei
— ex namorados não podem ser amigos, a regra é bem clara.
— espera, ele é o caçador? — arqueia as sobrancelhas, afirmo com a cabeça — está pegando seu ex namorado?
— não, mas a Lara tá pegando o irmão dele — ganho um tapa forte no braço — não me disse que era segredo.
Lori se encontra de boca aberta e uma cara de surpresa que me causa uma enorme gargalhada.
— eu nem te contei, garota.
— Daryl e eu juntamos peças — dou de ombros — na verdade eu ainda não tinha certeza, mas você acabou de me confirmar — dou um sorriso maroto
— espera, espera, espera — Lori repete, está raciocinando — Hannah está se reaproximando do ex namorado que namorou por anos, mas nunca apresentou ele pra família e a Lara está dando fugas para trepar com o irmão dele?
— olha o linguajar perto da minha filha, senhora Grimes.
Outra vez, Camilla não está prestando atenção na nossa conversa, ocupada demais em correr atrás dos meninos.
— vocês precisam parar de transar — diz — vocês transando e eu não vai arruinar nossa amizade, tô falando sério em, parem de transar.
— não estou transando — reforço
— sim, ele saiu de dentro do seu carro hoje de manhã, mas vocês não transaram — Lara murmura, encarando o céu
— já ouviu falar em ser legal, Isabela?
— já ouviu falar em recaída, Isabel?
Chegamos ao lago, libero Gigi para mergulhar junto a Carl e Sophia, Carol me pediu para trazê-la com a gente, e como eu gosto dela e ela é amiguinha dos meninos, eu nem pensei duas vezes em concordar.
Observamos as crianças brincando enquanto fofocamos sobre as pessoas no acampamento, ninguém escapa da língua das Grimes fofoqueiras. Conto todos os boatos que Glenn me conta, já que ele é a minha maior fonte de entretenimento deste lugar.
Aproveitamos para tomar nosso banho. Camilla se afoga no raso, fazendo Carl dar risada da cara da prima, mas antes disso, ele tinha puxado ela pelos cabelos para a superfície. A garotinha loira veio chorando para o colo da mãe, que repetia que tinha a avisado.
Subimos após o incidente. Camilla não chorou por muito tempo, logo se juntou as crianças outra vez e estava feliz da vida, como antes.
Assim que chego no acampamento, vou direto para o meu carro. Abro a porta, percebendo que Bart não estava ali. Meu coração acelera, jogo minha necessaire no chão do carro e bato a porta com força.
— Bart — chamo, perambulando o acampamento — Bart, onde se enfiou?
O chamo como os gatos atendem, mas nem sinal do meu gatinho. Percorro todo o acampamento, olho em todos os lugares e nada do Bart, eu já estava entrando em desespero.
Meus olhos já estavam marejados e eu estava prestes a entrar mata a dentro quando ouço a voz de Daryl atrás de mim.
— o gato é seu? — pergunta, me viro para ele, vendo Bart em seus braços
Suspiro aliviada e pego o gatinho de seus braços, sorrio para Daryl
— obrigada por trazer ele de volta
— para a sua sorte, ele foi parar na minha barraca. Eu entendo, ficar trancado dentro de um carro não é muito bom, eu também fugiria.
Solto uma risada nasal enquanto caminhávamos em direção o meu carro, que não estava tão longe.
— ele escapou pela janela, deixei aberta demais dessa vez e ele conseguiu sair. — abro a porta, colocando Bart no banco do carro, ele logo se acomoda — obrigada de novo por ter trago ele de volta
— não foi nada — abana o ar — podia ter pedido 'pra mim olhar ele enquanto estivesse lá em baixo
— eu não te pediria para fazer algo por mim ou para mim, seria muito abuso.
Ele estreita os olhos para mim e enfia as mãos no bolso da calça
— e por que seria abuso? — arqueia as sobrancelhas
— acho que me esperar enquanto tomo banho, me impedir de dormir no relento e me esperar cair no sono já é coisas demais.
— eu acho que te esperar tomar banho é um privilégio.
Arqueio as sobrancelhas e esboço um sorriso, o vendo corar. Ele limpa a garganta, meio nervoso.
— quer dizer...
— tudo bem — o interrompo, sorrindo — acho que posso pedir um favor ou outro a você
(...)
27 de outubro de 2010
Acordo com o miado de Bart perto de meu ouvido. Estico o braço, acariciando seu pelo mariscado, o ouvindo ronronar enquanto se alisava em meu antebraço.
O acampamento já estava movimentando, as crianças já estavam juntas, o que significa que eu dormi mais do que deveria, o que eu já esperava, já que fui me deitar muito tarde por jogar conversa fora com o Glenn.
Penteio meu cabelo, o deixando menos desalinhado e escovo os dentes. Assim que chego no centro do acampamento, Amy e Glenn me alcançam.
— bom dia, bela adormecida — a loira fala com um sorriso gentil nos lábios
— bom dia — bocejo — o que tem 'pra comer? Tô cheia de fome
— omelete e suco de maracujá, mas como sei que não come ovo em hipótese alguma — enfia as mãos no bolso, puxando um pacote de biscoito e entrega para mim, como se aquilo fosse algo errado — Amy e eu roubamos do Dale
Solto uma risada nasal, eles realmente roubaram aquilo para mim.
— roubando o velinho? Vocês são horríveis.
Fiquei com os dois por um tempinho, até o Shane convocar uma pequena reunião com o pessoal do acampamento. Eu não quis participar, optei por cuidar das crianças para que eles pudessem abordar qualquer assunto.
Estamos debaixo de algumas árvores, sentados em algumas cadeiras e outros em troncos caídos. Camilla está pintando outra vez, enquanto Carl, Giulia e os filhos do Morales brincam com alguns legos.
— tia Hannah, você não concorda que o Carl deveria se juntar a nós na nossa brincadeira?
— qual é a brincadeira, amor? — a encaro, vendo o sorriso sapeca nascer no rosto das garotas e Carl rolar os olhos
— bonecas — Sophia responde
Solto um riso nasal.
— qual o problema com os legos?
— são chatos.
— bonecas são chatas.
— você é chato.
— crianças, não briguem — ordeno — podem propor outras brincadeiras, até chegarem em um acordo. Usem a imaginação, mas sem briguinhas.
Elas assentem e voltam a brincar com os legos. Volto minha atenção para a garotinha ao meu lado, que pede vez ou outra minha opinião com as cores que deveria usar para o desenho ficar bonito.
Sempre gostei de cuidar dos meus sobrinhos, estar com eles me fazia se sentir maravilhosamente bem. Ouvir a voz doce e fina da Camilla me alegrava, saciar as dúvidas do Carl era divertido, isso quando ele não me perguntava de onde vinha os bebês. Gosto de ser tia, é a minha parte favorita da vida.
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