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𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗔𝘂𝗴𝘂𝘀𝘁𝗼
Andei pelos corredores, olhando para todos os lados a procura dela. As pessoas me olhavam, já que eu parecia estar desesperado -sim, eu estou-.
Até que meus olhos a encontraram, ela sorriu para mim e me olhou de cima a baixo. Me aproximei da loira e agarrei seu braço, puxando-à pro depósito que tinha ali.
——— O que foi? ——— Lana perguntou e estreitou seus olhos verdes.
——— O que aconteceu aquele dia no bar?
——— Quais dos dias? Foram tantos...——— ela mordeu os lábios.
——— O único dia que falamos um com o outro! ——— respondi sem paciência.
——— Não se lembra? ——— ela ergueu uma sobrancelha e me lançou um sorriso de lado.
——— Fala logo. Não fizemos nada né? Não rolou absolutamente nada...
——— Como assim não fizemos nada? Nós nos beijamos. Bom...até você me empurrar e dizer que não podia fazer aquilo, além de me chamar de puta e os caralhos a quatro.
Bati meu punho em um armário que tinha ali e passei as mãos pelo cabelo.
——— Porra! Não...não pode ser. Você está mentindo.
——— Não estou, Victor. Por que eu mentiria algo onde fui humilhada por você? Não faz sentido. Estou falando a verdade e entendo o motivo de você estar assim. É por causa dela. ——— Lana toca meu ombro e acaricia de leve. ——— Relaxa, minha boca é um túmulo, não vou contar nada pra ninguém, muito menos pra Bárbara.
——— Faz a porra que você quiser. Eu vou contar pra ela!
Abro a porta do depósito e saio de lá, Lana sai logo atrás de mim. Dou de cara com Tainá, que olha para mim e para a garota ao meu lado.
——— Jura? Não esperou nem a poeira abaixar? ——— Tainá olhou novamente para Lana e a garota sorriu pra ela antes de girar os tornozelos e sair andando pra longe.
——— Eu não estava fazendo nada, só conversando com ela. ——— me expliquei.
——— Hum. Ela é a garota da tal foto?
——— É sim...——— abaixei a cabeça e passei a língua pelos lábios. ——— Eu fiz merda, Tainá.
——— Sim, uma das grandes. ——— ela me repreendeu. ——— Aonde você estava com a cabeça? A deixe-me adivinhar, no meio das pernas daquela loirinha?!
——— Não transei com ela. Lana me explicou, começamos a nos beijar mas empurrei ela pra longe.
——— Não muda o fato de você ser um filho da puta, nada saudável para Bárbara.
——— Não sou.
——— Jura? Você é tóxico, fez ela afastar de todos. Bárbara era tão alegre, estudiosa e tinha um brilho no olhar que foi apagado desde que vocês começaram com essa merda de relacionamento.
——— Eu não apaguei nada, o nosso relacionamento é tranquilo.
——— Tranquilo? ——— ela riu debochadamente. ——— Um relacionamento que você esteja envolvido, nunca será tranquilo. Você é estourado, não vai demorar muito pra você começar a bater nela ou algo do tipo.
Desviei o olhar e senti a mão da Tainá segurar meu maxilar, me forçando a olhar pra ela.
——— Ficou desconfortável por que? Não me diga que você bateu nela. ——— fiquei em silêncio. ——— Bateu nela, Victor?
——— Estávamos discutindo, ela me deu um tapa e eu fiz o mesmo, mas não medi minha força e a machuquei. ——— confessei.
——— Babaca de merda. Você só quer acabar com ela aos poucos!
——— Não. Eu amo ela, Tainá. Amo de uma forma que nunca amei ninguém. Eu me culpo todos os dias por ser um idiota de merda e eu sei que não mereço nem um pouco ela.
——— Ama ela? ——— confirmei com a cabeça. ——— Tá legal. Se você realmente a ama, vai deixar ela ir. Vai terminar com ela e deixar ela viver, longe dessa maluquice que é o namoro de vocês.
——— Não posso...está louca?
——— Você acabou com ela. Se você ama ela, vai fazer isso que te falei. ——— ela soltou meu maxilar. ——— Pense nisso.
Então se afastou e caminhou para longe.
Decidi ir para o meu dormitório pensar um pouco no que Tainá havia me falado. Quando entrei, me surpreendi por ver Bárbara sentada na cama.
——— Oi. O que você está fazendo aqui?
——— Vim conversar com você.
Seus olhos estavam inchados e vermelhos.
——— Okay...vamos conversar. ——— me sentei ao seu lado. ——— Eu beijei aquela garota. Eu não me lembrava, fui atrás dela e ela me confirmou isso. Disse que nos beijamos e eu a empurrei em seguida, falando que não poderia fazer aquilo.
Bárbara passou a língua pelos lábios.
——— Eu já esperava isso. ——— disse. ——— Foi só uma vez? Só com ela?
——— Foi. Nunca fiz mais nada com ninguém, desde que começamos a namorar.
——— Tá bom, eu acredito em você. ——— ela sorriu de lado. ——— Mas você me magoou muito.
——— Ah, eu sei, Bee. Me desculpa por sempre fazer tanta merda com você.
——— Tudo bem. ——— ela se apoiou nas mãos. ——— Por favor, não faça mais isso. Pare de sair para essas noitadas, pare de beber e usar drogas. Por mim...
——— Na verdade, eu quero que saiba que saiba que sempre foi real, tudo que disse e fiz foi real, não foi só uma manipulação para ter você para mim. Eu te amo. Você é a pessoa que eu mais amo na minha vida e é por isso que vou te deixar ir.
——— Que? Como assim...
——— Eu sou um lixo, Bárbara. Nunca vou ser bom o suficiente para você, sempre vou fazer merdas, falar merdas que irão machucar você. Sou um atraso na sua vida e uma pessoa que você não merece ter ao seu lado.
——— Victor...para com isso. ——— sua voz falhou e lágrimas começaram a rolar pela sua bochecha.
——— Você está livre, Bee.
——— Não. ——— ela segurou meu rosto e se aproximou. ——— Eu não quero estar livre. Você não faz mau para mim, me faz ser feliz. Você está tentando. Eu quero ficar com você.
Peguei sua mão que segurava o meu rosto e levei até meus lábios, deixando alguns beijos ali.
——— É a primeira vez que estou fazendo o certo. ——— deixo mais um beijo e me levanto.
——— Não faz isso comigo, Victor...——— ela se levanta e vem até mim, segurando em meus braços. ——— Por favor...eu te imploro. Eu não quero ficar longe de você. Não consigo...
——— Acabou, Bee. ——— puxei ela pro meu peito e abracei. ——— Eu sinto muito. Sinto muito por tudo que te fiz.
——— Não...——— seus braços me abraçaram fortemente e ela começou a chorar mais ainda.
Meus olhos começaram a arder e logo eu também estava chorando.
Tainá está certa. Isso é o correto a fazer.
——— Victor, por favor. O que...o que eu vou fazer sem você? Eu te amo, eu te amo tanto que chega a doer.
——— E eu odeio o fato de te amar tanto mas não conseguir ser o cara certo pra você.
——— A gente pode fazer dar certo. Não precisa acabar, eu não vou aguentar. ——— ela disse com a voz embargada. ——— Por favor.
A porta do quarto se abriu, olhei por cima do ombro e era Arthur e Carol. Eles estavam de mãos dadas e quando perceberam nossa presença, se afastaram.
——— O que foi que aconteceu? ——— Carol perguntou.
——— Leva ela pro dormitório de vocês, Carolina. ——— pedi.
Sem protestar, a loira se aproximou e tirou os braços da Bárbara de mim, abraçando ela e a tirando do quarto.
——— Que merda aconteceu aqui? ——— Arthur perguntou.
——— Acabou tudo.
𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀
Eu normalmente gosto de sábados. Pois sempre tinha algo pra fazer, lugares para visitar, enfim, é um dia animado.
Porém hoje, nesse sábado, está tudo péssimo. Ontem Victor deu um fim em tudo que tínhamos e isso me destruiu por completo.
Chorei nos braços de Carol até pegar no sono e agora que acordei, estou sozinha no quarto e não fiz questão de me levantar. Já se passava das dez da manhã, eu acho.
O quarto está escuro e calado. Um silêncio perturbador.
Não estou bem, estou acabada. De tudo que Victor já fez pra mim, essa foi a coisa que mais me machucou.
Estou sentindo um vazio inexplicável, está doendo muito.
Era pra ele está aqui agora, agarradinho comigo e criando coragem para levantarmos e ir fazer algo divertido.
Quando penso nisso, novamente começo a chorar, encharcando a fronha do meu travesseiro.
Escutei a porta do dormitório abrindo e tampei minha cabeça com a coberta. Senti alguém sentar na minha cama e tocar minha perna.
——— Amiga. ——— era Tainá. ——— Ainda está dormindo?
Sai de baixo da coberta e assim que ela viu meu estado, fechou o sorriso que tinha nos lábios. Me sento e enxugo as lágrimas.
——— O que foi? ——— ela perguntou.
——— Victor terminou comigo. ——— mordo o lábio e olho para baixo.
——— Ele me escutou...——— ela cochichou, mas pra ela do que para mim, porém eu ouvi.
——— O que você disse? Como assim? ——— voltei a olhar pra ela.
——— Eu disse pra ele fazer isso. Ele não estava fazendo bem a você, Babi.
——— Eu não acredito que você fez isso, Tainá. ——— neguei com a cabeça e me levantei. ——— Que merda, por que você foi falar isso pra ele?
——— Porque sou sua amiga e era o certo a fazer.
——— Minha amiga? Se você fosse minha amiga não faria isso comigo. Eu amo aquele garoto e ele ter terminado comigo não vai me fazer ficar bem!
——— Olha o que você está dizendo, Babi. ——— ela se levanta também. ——— Eu fiz isso para o seu bem.
——— Você fez isso porque não gosta dele, não fez isso por mim. Desde o começo você ficava falando um monte de merda sobre ele e não me apoiava. Aí agora você esperou a oportunidade para afastar ele de mim!
——— Claro que não. Aquele homem é um babaca e vocês tinham um relacionamento tóxico e abusivo. Aliás, muito obrigada por ter escondido de mim sobre ele ter te batido!
——— Foi em uma briga, a culpa foi minha, eu bati primeiro.
——— Ele te machucou, ele mesmo me disse. Aí você coloca a culpa dele ter te machucado em você mesma? Você está cega por ele!
——— Não estou. Você não sabe de nada, não sabe o que a gente passava e não tem noção do quanto nos amamos.
——— Você não o ama, você é dependente dele. ——— ela me olhou com um certo "nojo".
——— Sai daqui. ——— apontei pra porta do dormitório. ——— Sai daqui e nunca mais olha na minha cara.
Ela riu.
——— Com prazer. ——— ela caminha até a porta mas antes de sair me olha por cima do ombro. ——— Procure um terapeuta, vai te fazer enxergar que não sou a vilã da história!
Ela saiu e bateu a porta.
Me joguei na cama e coloquei as mãos no rosto, retornando a chorar, mas agora não era apenas por tristeza e sim por raiva!
Ela não deveria ter feito isso. Ela deveria ter deixado eu cuidar da minha própria vida. Era que que deveria saber se queria ou não o fim do meu relacionamento.
É fácil pra Tainá julgar meu relacionamento quando ela não sabe nem um terço de tudo que passamos.
Estou me sentindo traída. Se ela não tivesse colocado isso na cabeça de Victor ele não teria me deixado. Eu sei disso!
Era pra nós dois estarmos bem agora, juntos e amando um ao outro. Agora por conta de opiniões de pessoas que não fazia parte do namoro, tudo acabou.
Eu não vou conseguir ficar sem ele. Já me acostumei a tê-lo por perto.
Ele é sim o cara certo para mim, mas acha que não!
Me sinto viva com ele, faço coisas que um nunca faria. Nós dois íamos ao extremo rápido demais, cada dia era uma aventura e agora tudo acabou...
—
O que acharam? Tainá fez o certo? Victor fez o certo e Babi fez o certo? Deem a opinião de vocês...
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