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Segura o capacete, que lá vem pedrada...
𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀
Coloquei o celular na orelha e me sentando na cama.
——— Oi, Arthur. Sabem onde ele está? ——— pergunto, mordendo o lábio ansiosa pela pergunta.
——— Oi, Babi. Não, ainda não. Continua procurando ele por aí. Viemos no endereço que você passou, na cabana, mas ele não está aqui.
Solto um suspiro. ——— Okay, obrigada.
A um tempinho atrás Victor teve uma briga com sua mãe, uma briga muito feia. Desde então ele anda meio "revoltado". Está bebendo e usando drogas mais que o normal e fica jogado em bares, ruas e becos.
Ele não da sinal de vida desde ontem à tarde e estou muito preocupada. Não está sendo a primeira vez, Victor não está nada bem.
Parece que junto com a briga, caiu a sua ficha que seu pai havia morrido - já que q briga foi por conta de seu pai-.
A porta do quarto se abre e eu me levanto na esperança de ser Victor, porém não era, era Lara.
——— Não, não sou ele. ——— ela fala e se aproxima de mim. ——— Não tem notícias ainda?
Nego com a cabeça. ——— Estou preocupada, amiga.
——— Ele com certeza está está bem. Babi, isso está acontecendo toda semana, não é bom pra você, olha só como você fica. ——— ela segura meus ombros.
——— Não tem como eu ficar de outro jeito. Tenho medo de ele fazer alguma merda e acabar de uma forma nada legal. ——— me jogo na cama novamente, suspirando frustrada.
——— Vou perguntar a alguns amigos se viram ele. Eu te aviso. ——— Lara se aproxima de mim e beija minha testa. ——— Relaxa!
——— Obrigada. ——— sorrio de lado.
Ela sai do quarto e eu pego meu celular novamente, voltando a ligar pro Victor. Como eu já esperava, ele não atendeu.
Já estava começando a escurecer, hoje eu mau consegui me concentrar nas aulas, passei o dia todo preocupada e aflita.
Passou mais algumas horinhas e eu tomei um banho e me troquei. O frio já estava indo embora, então coloquei um baby-doll.
Me deitei na cama e na mesma hora meu celular vibrou, indicando que havia chegado uma nova mensagem.
Era Arthur, ele mandou: " Achei ele, estou levando pro seu dormitório."
Suspirei aliviada e me sentei. Demorou mais ou menos uns 20 minutos pra Arthur entrar no dormitório com os braços ao redor do ombro de Victor.
——— Aí, graças a deus. ——— me aproximei deles. ——— Aonde ele estava?
——— Em um bar, na beira de uma rodovia. Estava bebendo muito e cheirinho coca. Vou te ajudar com ele. ——— Arthur falou e em seguida Carol entrou no dormitório.
——— Como ele está? ——— ela perguntou.
——— Olhe você mesmo. ——— Arthur respondeu.
——— Que merda, Victor! ——— Carol o xingou. ——— Isso já está ficando cansativo demais pra todos nós.
——— Cala a boca, eu não te perguntei nada, garota. ——— Victor disse, com a voz embolada.
Mordi os lábios e passei a mão pelo rosto, suspirando.
——— Eu dou banho nele. Victor não está conseguindo nem parar em pé, ele é muito pesado pra você. ——— Arthur fala e começa a guia-lo até o banheiro.
Quando eles entram e fecham a porta. Me sento novamente na cama e Carolina se senta ao meu lado.
——— Como você está? ——— ela passa o braço pelo meu ombro e me puxo para seu peito.
——— Ué, bem. ——— dou de ombros.
——— Jura? Victor está dando dor de cabeça todo fim de semana. Com certeza deve ser muito cansativo pra você...
——— Sim é, mas ele é meu namorado...não posso simplesmente deixar ele de lado e ignorar isso.
——— É, eu sei que você nunca faria isso. Mas deveria conversar com ele, orientar pra parar. Arthur e eu já tentamos, agora falta você.
——— Tentei uma vez, ele não me escutou. Não sei se quero tentar de novo.
——— Você é a única pessoa que pode fazer ele parar, tenta mais uma vez. ——— ela falou.
——— Vou tentar. ——— sorri de lado.
Carol e eu ficamos conversando até que Arthur e Victor saíram do banheiro. Arthur colocou Victor sentado na cama, com uma toalha enrolada na cintura.
——— Precisa de ajuda pra mais alguma coisa? ——— ele perguntou.
——— Não, eu me viro, já estou acostumada. Muita obrigada. ——— sorri.
——— Vou dormir no dormitório dos meninos, vou deixar vocês se resolverem aqui. ——— Carol falou e se aproximou de mim, me abraçando.
——— Tá bom. Boa noite para vocês.
Eles desejaram o mesmo para mim e logo saíram do dormitório. Olhei Victor por cima do ombro e suspirei.
——— Quando você vai parar com isso, hein? Está acabando com você e comigo também...——— me coloquei de pé e fui até ele.
——— Parar com "isso" o que? Não estou fazendo nada que te atinja. ——— ele falou, os olhos fechados e esparramado na minha cama.
——— Claro que está me atingindo, Victor, te ver assim me deixa muito mau! ——— abri meu guarda roupa e peguei uma cueca dele que estava ali.
——— Para de se sentir mau então. A vida é minha, eu estrago se quiser. ——— Victor abriu os olhos e sorriu de lado.
Revirei os olhos e segurei as mãos dele, puxando até que estivesse em pé.
——— Mas eu estou na sua vida agora, eu te amo e eu não vou deixar você estragar sua vida assim! ——— tirei a toalha de seu corpo e deixei-a de lado.
——— Ei. ——— ele segurou meu rosto e acariciou minha bochecha. ——— Me cuido sozinho a anos, não precisa ficar tão preocupada assim comigo. Vou ficar bem, Bee.
——— Não vai! ——— tirei sua mão do meu rosto. ——— Está ficando bêbado diariamente, sem contar as drogas...vai matar você.
Mordi meus lábios quando senti meus olhos se encherem de lágrimas.
Me abaixei em sua frente e o ajudei a colocar a cueca, depois o empurrei na cama e ele caiu sentado.
Fui até o frigobar e peguei um achocolatado, despejei em uma caneca e coloquei no microondas.
——— Bárbara...——— ele me chamou.
——— Não. Nós vamos conversar amanhã, quando você estiver sóbrio. ——— minha voz falhou.
——— Vem aqui. ——— neguei com a cabeça e senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha. ——— Vem logo. ——— ele segurou minha mão e me puxou para o seu colo. ——— Para de chorar.
——— Não consigo. Você está acabando comigo. Eu nem consigo prestar atenção nas aulas por estar preocupada com você e mesmo depois de eu implorar tantas vezes, você não dá a mínima.
——— Sempre fico bem. Apenas segue sua vida normalmente, você sabe que de um jeito ou de outro eu volto pra você, sempre!
——— Não vou ficar sentada esperando você se foder aos poucos. Não sou assim. Você sabe muito bem disso!
Victor fica em silêncio por alguns minutos, até que o microondas apitou. Me levantei de seu colo e peguei o achocolatado.
——— Bebe isso aqui. ——— entreguei para ele. ——— Cuidado, está quente.
Ele bebeu tudo em silêncio, quando acabou me entregou a caneca e eu coloquei em cima do balcão.
——— Deita pra dormir. ——— falei e ele fez o que pedi. Se deitando na beira da cama. Passei cima dele e me deitei do lado da parede.
——— Desculpa. ——— ele cochichou.
——— Eu vou desculpar, se você parar e prometer que essa foi a última vez que fez essas coisas erradas.
——— Vou tentar...é sério. Não estamos nos vendo muito por causa da correria. Quando você está comigo, nem penso em ir para essas noitadas, facilitaria se ficássemos mais tempo juntos.
——— Ficamos juntos o tempo que da, Victor. Você sabe que sou muito ocupada, tenho que estudar, e tenho trabalhos para fazer.
——— Tá! ——— ele levou a mão até o interruptor e deixou o quarto escuro.
Resolvi ficar em silêncio. Não resolveria nada conversar agora.
Naquela noite não dormimos abraçados, dormimos bem distantes na real.
No outro dia eu acordei com meu celular despertando. Levantei, me arrumei e fui para aula. Victor nem havia se mexido.
Tive minhas primeiras aulas normalmente, como sempre. Na hora do almoço, encontro Tainá e Lara sentadas na nossa mesa de sempre.
Me sento e começo a comer meu almoço enquanto batíamos papo. Nate e Elena se aproximaram. Elena se sentou ao meu lado e Nate permaneceu em pé, me olhando com uma cara estranha.
——— O que foi? ——— perguntei e ergui a sobrancelha.
——— A gente pode conversar, por favor? Sozinhos...——— ele engoliu em seco.
——— Sim, podemos sim. Vou acabar meu almoço e...
——— Agora! ——— ele me interrompe. ——— Por favor.
——— Então tá. ——— guardo minhas coisas e me levanto.
Me despedi das meninas e acompanho Nate até embaixo de uma árvore, onde ele se apoiou nela e colocou as mãos no bolso.
——— Tenho que te contar uma coisa. Algo que você merece saber! ——— ele começa e retira seu celular do bolso. ——— A umas duas semanas, eu e a garota que estávamos saindo fomos em um bar da cidade e...——— ele virou o celular na minha direção. ——— Vou deixar que veja, é melhor.
Peguei o celular em minha mãe e tudo, de repente, parou ao meu redor. Era uma foto de Victor e ele não estava sozinho. Havia uma garota ao lado dele, loira e com um vestido super colado realçando suas perfeitas curvas.
As dela estavam no abdômen de Victor e eles sorriam um para o outro. Eu já havia entendido tudo...
Senti meus olhos queimarem e o ar sumiu do meu pulmão.
——— Ele não me viu, estava drogado demais. Tirei a foto e sai de lá, fui pra outro lugar. Estou a duas semanas querendo te contar isso mas não tinha coragem.
Entreguei o celular para ele.
——— Obrigada por contar. ——— dei as costas e me apressei para ir pro meu bloco.
Entrei no meu dormitório e encontrei ele, sentado na cama e com uma cara de quem foi atropelado por um ônibus.
——— Oi, Bee. ——— ele me cumprimentou e se levantou, aproximando de mim e se preparando pra me dar um beijo.
Levei a mão até seu peito e o empurrei para trás.
——— Ah, qual é...Juro que vou me controlar e não afundar e drogas e bebidas.
——— Você me traiu. ——— cochichei e Victor franziu o cenho.
——— Fale alto, meu amor, não consigo te escutar assim.
——— Você me traiu! ——— falei novamente. ——— Falei alto o suficiente agora?
Seu semblante mudou. Ele franziu as sobrancelhas e colocou a mão na nuca.
——— De onde você tirou isso? ——— perguntou.
——— Me mostraram a foto...——— as lágrimas que eu estava segurando começaram a rolar pelo meu rosto.
——— Eu não te trai, Bárbara. É sério.
——— Eu duvido muito, Victor. Você é você...estava bêbado e tinha uma loira do seu lado. Tenho certeza que ficou com ela.
——— Eu não fiquei com ela!
——— Eu não acredito...eu já confiava em você, achei que a altura em que nosso relacionamento estava, você nunca teria coragem de fase isso comigo! ——— eu soluço. ——— Tudo...tudo que você falou foi mentira...todos os momentos que vivemos. Você só fingiu tudo, fingiu tudo para me ter em suas mãos sem que eu relutasse.
——— Para de falar essas merdas, caralho! Está sendo patética. ——— ele cuspiu as palavras.
——— Eu duvido muito que ela tenha sido a única. Meu Deus...——— passo as mãos pelo cabelo. ——— Todos dessa faculdade devem me achar idiota, devo ser motivo de piada!
——— Bárbara...
——— Eu...eu preciso de um tempo. ——— dou as costas e saio do quarto, escutando ele chamar meu nome e ignorando totalmente.
Mandei uma mensagem com as mãos trêmulas para Tainá, avisando que eu estava indo pro seu dormitório e pedindo-a que fosse também.
Em pouco de cinco minutos entrei no dormitório dela. Ela já estava lá, assim que seus olhos bateram em mim, seu sorriso murchou e ela abriu os braços.
Corri para abraçá-la e comecei a chorar mais desesperadamente ainda.
——— Meu Deus. O que foi que aconteceu, Babi? ——— ela perguntou preocupada e afagou meu cabelo.
——— Victor estava com outra. Nate me mostrou a foto.
Ela não disse nada. Me puxou para cama e deitamos abraçadas uma na outra. Ficamos assim até que eu parece de chorar e soluçar desesperadamente. E isso levou tempo.
——— O que você vai fazer agora? ——— ela me entregou um copo d'água.
——— Eu não sei...——— dei de ombros e bebi um gole da água gelada. ——— Acho que vou conversar com ele, entender um pouco melhor. Aí podemos conversar e nos resolvermos...
——— Espera. O que? ——— ela perguntou e cruzou os braços. ——— Se resolverem? Bárbara, ele te traiu.
——— Eu sei...mas ele está se esforçando para tentar, sem contar que esta passando por um momento difícil.
——— Nada disso. Vai terminar com ele!
Passo a língua pelos lábios e abaixo a cabeça. ——— Não consigo.
——— Não consegue?! Por que não consegue?
——— Ele precisa de mim, Tainá. Ele está perdido e precisa de mim. Eu não consigo ficar longe dele, não mais...Não posso.
——— Você está se escutando?
——— Sim, Tainá. Posso perdoar ele mais essa vez...
——— Aí. Meu. Deus. ——— ela disse pausadamente. ——— Babi, você tem dependência emocional no Victor!
—
Acham que traiu ou não traiu?
Só sei, que de nada sei...
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