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𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗖𝗮𝗺𝗶𝗹𝗼
Hoje era véspera de natal e eu estava em New York com a minha família, claro que fui obrigado pelos meus irmãos. Eles disseram que minha mãe estava precisando da gente no momento e seria "feio" não passar com eles mais um ano.
Gilson e eu estamos sentados no sofá de estar, com os braços cruzados e com os olhos fixos na lareira branca.
Barulhos de saltos na porcelana invadiram o local. Eu fechei os olhos para não revira-los. Mamãe chegou!
——— Meus filhos! ——— ela disse, de uma forma fina. Abri meus olhos e ela ja estava próxima de nós dois. ——— Se levantem, venham cumprimentar a mãe de vocês.
Gilson foi o primeiro a levantar, abraçando nossa mãe e deixando um beijo em sua testa.
Quando ele se afastou, os olhos da minha mãe encontraram os meus e ela abriu um sorriso.
——— Augusto, tesoro mio. ——— falou e me puxou para um abraço.
——— Olá, mamãe. ——— deixei um beijo em seu rosto. ——— Sabe que não gosto quando me chama de Augusto.
——— Está tão bonito. ——— ela ignorou totalmente o que eu havia falado e separou o abraço, colocando a mão em minha bochecha e acariciando. ——— Adivinha quem vem jantar conosco hoje?
Franzi o cenho. ——— Como assim terá convidados? Achei que seria apenas nós quatro!
——— Sua tia Mindy virá. ——— disse e se afastou, indo até a mesa de bebidas e se servindo com uma dose de whisky.
——— Ah, Deus! ——— joguei a cabeça para trás e bufei. Escutei a risadinha de Gilson e o repreendi com o olhar. ——— Eu já disse que suas amigas não são minhas tias, mamãe!
——— Mas Mindy é. Ela te conhece desde garotinho. ——— mamãe sorri. ——— Cher vira também, ela esta magnífica!
——— Não começa, mãe. ——— passei a mão pelo rosto.
Cher e eu nos conhecemos desde de pequenos, porém, no ensino médio, transamos umas duas vezes e só. Minha mãe e Mindy ficam tentando juntar nós dois.
Cher é uma puta e fica se jogando pra cima de mim. Faz dois anos que não a vejo e duvido que ela não seja mais assim. Quem é vagabunda nunca muda.
——— Vocês dois ainda vão casar, terão filhos lindos e uma fortuna milionária. ——— ela sorri e seus olhos viajam, como se ela estivesse imaginando nosso futuro.
——— Isso não vai acontecer. ——— nego com a cabeça. ——— Estou com uma pessoa, mamãe.
Isso chama a atenção dela. Ela bebe um gole do seu whisky e me olha interessada.
——— Hum. E por que não trouxe ela para jantar com a gente. ——— perguntou e cruzou os braços.
——— Ela foi passar o natal com a família, e sinceramente ela não merece passar essa data com um bando de malucos.
Gilson riu novamente. ——— Malucos. ——— repetiu a palavra e riu ainda mais.
——— Malucos?! Filho, não fale isso da nossa família. ——— minha mãe me repreendeu.
——— Que seja...
——— Mas enfim...Sei que você não vai durar com a...——— ela tentou pensar em um nome.
——— Bárbara. ——— falei.
——— Com a Bárbara. Invista na Cher, ela é tão fina!
——— De novo com essa história de Cher, mamãe. ——— escutei a voz da minha irmã atrás de mim.
——— Oras, mas qual o problema de falar da Cher? Vocês duas sempre foram tão amigas, filha.
——— Sim, claro, até ela transar com o meu namorado! ——— Milena disse e eu ri.
——— Tão fina! ——— debochei.
Escutamos a campainha tocar e mamãe se apressou em ir até a porta, abrindo toda sorridente.
——— Eu deveria ter ido pra Summerville com Bárbara! ——— resmunguei.
Mindy e Cher entraram na sala acampadas da minha mãe. Mindy abraçou todos nós e o seu perfume quase me deu ânsia. Cher se aproximou de mim, com seu cabelo loiro exagerado e um sorriso de canto.
——— Victin' quanto tempo...——— ela deixou um beijo em minha bochecha e fez questão de acariciar meu braço por um tempinho.
Depois, finalmente ela foi cumprimentar meus irmãos.
——— O jantar será servido aqui na sala de estar. ——— minha mãe disse. ——— Nossa funcionária já vai trazer.
Me sentei no sofá e comecei a mexer no meu celular.
O jantar foi um saco. Passei a maior parte do tempo mexendo no celular ou conversando com Gilson.
Eu estava entediado demais, então me levantei e fui pro meu quarto. Tirei um baseado do bolso e acendi, indo pra janela e apoiando meu cotovelos lá.
Já tinha se passado da meia noite, já era natal e eu estou foda-se pra isso. Não é uma data importante pra mim.
Fiquei muito tempo ali, só fumando e pensando em coisas aleatórias. Deu certo horário, tirei minha roupa, ficando só de cueca e me joguei na minha cama.
Eu havia mandado uma mensagem pra Bárbara a alguns minutos e ela não tinha me respondido ainda.
Desliguei a luz pelo interruptor que ficava próximo da minha cama e em pouco minutos eu apaguei.
Não sei por quanto eu dormi, mas acordei sentindo mãos passearem pelas minhas costas nuas.
Abri meus olhos um pouco confuso, porém achando que era a Bee. Mas como o óbvio, não era. Era Cher, com um sorrisinho nos lábios.
——— Sempre amei suas costas, são tão sexy's. ——— ela abriu mais seu sorriso e se curvou, deixando um beijo ali.
——— Sai fora, Cher! ——— voltei a deitar a cabeça no travesseiro, com sono.
——— Ah, por que? Eu estava com saudade, sabia? ——— sua voz maliciosa se aproximou do meu ouvido.
——— Sai. ——— eu falei mais uma vez.
——— Larga de ser chato. ——— ela pegou em meu ombro e me fez virar de barriga pra cima.
Estressado, passei a mão pelo rosto e bufei.
——— O que você quer? ——— perguntei.
——— Ué, vim ficar um pouco com você, faz tempo que não nos falamos. ——— ela tirou seus sapatos e cobriu suas pernas.
——— Não sei se reparou, mas eu estava dormindo!
——— Ih daí? ——— a loira deu de ombros. ——— Estou entediada.
——— Quero dormir!
——— Vamos dormir então. ——— ela se preparou pra deitar mas interrompi.
——— Não vai rolar, Cher, de verdade...
——— Meu Deus. Você está um chato? O que aconteceu com você? ——— Cher perguntou.
——— Não estou disponível, tenho uma namorada agora. ——— eu falei e ela começou a gargalhar, mas quando percebeu que eu não estava brindando parou de rir na mesma hora.
——— Não fode...Quem é? Eu conheço?
Neguei com a cabeça. ——— Uma garota da faculdade.
——— Hum...——— Cher tocou minha perna e começou a acariciar. ——— Você não é do tipo fiel. Vemos aproveitar que ela não está aqui...
A garota se colocou de joelhos e passou a mão pro meu peito, subindo para meu pescoço.
Ela colocou uma perna de cada lado do meu colo e se se sentou, empurrando meu peito para trás me fazendo deitar.
——— Aproveita a oportunidade. Considere seu presente de natal. ——— ela moveu seu quadril, roçando em mim.
Juntei forças e empurrei-a de cima de mim, fazendo com que ela caísse da cama de bunda no chão.
——— Que porra, você está maluco? ——— ela quase rosnou de raiva e se levantou um pouco sem graça. ——— Vai se foder com essa sua namoradinha de merda.
Pegou seus sapatos e logo deu o fora do meu quarto. Coloquei as mãos no meu rosto e suspirei.
Peguei meu celular e ainda não havia nada de notificações da Bárbara. Não é de se estranhar, ela dorme cedo então provavelmente está dormindo.
Ela vai ficar na cidade dela pra passar o ano novo. Provavelmente vou ir atrás, não quero ficar esse tempo todo longe dela, sem ter ela por vista.
Ainda mais depois que eu descobri do seu namoradinho Luca. Aquela cidade é minúscula, a chance deles se esbarrarem são enormes.
"A mas Bárbara disse que ele foi pro México" E? Ele pode muito bem ter ido passar o natal na sua cidade.
Não quero que ele chegue perto dela e se chegar as coisas não vão prestar. Então por isso prefiro estar perto.
Desliguei novamente a luz que Cher havia ligado e tentei voltar a dormir, porém as paranóias da minha cabeça com o Luca estava me deixando pirado.
Peguei novamente o meu celular e disquei o número de Bárbara. Liguei para ela cinco vezes e na sexta ela atendeu.
——— Alô? ——— ela falou do outro lado da linha.
——— Oi, Bee. Por que não respondeu minha mensagem? ——— perguntei.
——— Ah, foi mal, eu não tinha visto, está a maior barulheira aqui. ——— Bárbara explicou e eu percebi sua voz um pouco embolada.
——— Como assim "maior barulheira"? Aonde você está? Não ia ficar com a sua família?
——— Estou em casa. Mamãe jantou comigo e depois da 00h saiu com umas amigas. Minha amiga veio aqui pra casa e chamou alguns colegas dela e estamos bebendo.
——— Bebendo? Você quase nunca bebe. Pelo tom de voz você está bêbada!
——— Sei que não costumo beber, mas é natal poxa, e eu estou em casa. Não tem nada demais nisso.
——— Tem sim! Que colegas são esses? Homens?
——— Não começa, Victor...——— ela suspirou.
——— Começo sim. Tem homens aí? ——— perguntei novamente.
——— Sim, tem, mas não é na-..——— desliguei o telefone antes dela terminar de falar e me levantei da cama, acendendo a luz.
Fui até meu guarda roupa e vesti uma roupa qualquer, depois peguei a mochila de roupas que eu havia trago pra cá e sai do meu quarto, indo até a garagem.
Peguei um dos carros e sai de casa, indo direto para Summerville.
Cheguei em Summerville e já estava amanhecendo. Vim mais rápido que o normal. Pisei no acelerador sem medo.
Eu estava em frente a casa de Bárbara, toquei a campainha e fiquei esperando alguns minutos.
Quando a porta abriu, uma garota com a cara da derrota me olhou.
——— Pois não?
——— Bárbara, onde ela está? ——— perguntei.
——— Quarto dela. ——— a garota respondeu confusa.
Passei por ela e entrei na casa, subi as escadas e fui em direção ao quarto da Bárbara, abrindo a porta.
Meu sangue ferveu, ela estava com a cabeça deitada no colo de um garoto, o garoto da foto, Luca. E ele acariciava o seu cabelo.
——— Quem é você? ——— Luca perguntou.
——— Não te interessa. ——— agarrei ele pela gola do casaco e o levantei, fazendo a cabeça de Bárbara tombar na cama, porém ela nem se mexeu.
——— Que isso, cara? ——— ele tentou me empurrar mas não deixei.
——— Estava se aproveitando dela? Seu tarado de merda! ——— acertei um soco em seu rosto e ele cambaleou para trás.
Ele tocou seu nariz sangrento e levantou as mãos depois.
——— Calma, eu estava ajudando ela. Babi passou mal. Eu só estava ajudando. ——— ele disse.
——— Até parece! ——— acertei outro soco e dessa vez ele caiu no chão.
——— Victor...——— escutei a voz baixinha de Bárbara atrás de mim e me virei pra ela, que estava deitada na cama ainda.
Fui até ela e me abaixei para ficar na sua altura.
——— Oi, Bee. Está tudo bem. O que você está sentindo? ——— passei a mão pelo seu rosto mas ela não respondeu. Voltei a olhar para Luca que já estava de pé. ——— Vaza e leva quem estiver aqui!
Ele caminhou até a porta mas antes se virou para mim.
——— Eu juro que só estava ajudando ela, nunca me aproveitaria de Bárbara...
——— Mete o pé. ——— falei entredentes.
O mongoloide saiu do quarto e fechou a porta.
Tirei meus sapatos e me deitei ao lado de Bárbara, apoiando minhas coisas na cabeceira e a puxando para o peito.
——— Você não deveria ter bebido tanto, Bee...——— beijei sua testa.
——— Desculpa. ——— ela cochichou.
—
Desculpem a inatividade.
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