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                        𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗖𝗮𝗺𝗶𝗹𝗼

Era noite e eu estava sozinho na casa da Bárbara. Ela foi jantar com seu pais e até tentou me levar junto, mas achei que eu não deveria ir. Eles iriam conversar sobre a família e não faço parte, é assunto da Bárbara com seus pais.

Como neguei ir, Bárbara me disse que traria comida para mim então não sai à procura de nada para comer.

Estou deitado na cama da Bárbara, já cansado de mexer no celular. Ela já saiu tem um tempinho e estou entediado enquanto espero ela.

Me levanto e começo a andar pelo quarto, parei em um mural de fotos e começou a observar cada imagem. Era Babi com alguns amigos, seus pais, sua cachorrinha e crianças que eu acredito serem seus primos.

Ela também tinha algumas fotos sozinha. Peguei uma que ela tirou em frente a um espelho com uma câmera poraloid. Muito bonita, ela estava com o cabelo mais curto e parecia ter uns 16 anos.

Deixei as fotos de lado e fui até uma cômoda, abri a primeira gaveta e uma caixinha roxa me chamou a atenção. Peguei ela em minhas mãos e fui até a cama, a colocando lá em cima e abrindo.

De cara era um foto da Bárbara com um garoto. Eles estavam no quarto, nesse quarto, Babi estava em cima dele, com a cabeça apoiada no peito e os dois sorriam para o espelho que fica ao lado da cama.

Não gostei!

Coloquei a foto pra fora e continuei vendo as coisas. Havia cartas escritas à mão por ele completamente melosas.

Tinha mais fotos dos dois juntos, colares iguais, pulseiras iguais e no fim da caixa havia um mini urso de pelúcia, com o nome "Bárbara" no coração que ele segurava.

Bufando guardei tudo na caixa novamente e fechei, comecei a olhar em volta dele e embaixo estava escrito "Bárbara e Luca".

Escuto o barulho da porta da entrada se abrindo e encosto minhas costas na cabeceira da cama.

Demorou alguns minutos para Bárbara subir. Ela abriu a porta e sorriu para mim, entrando e a fechando em seguida. Bárbara estava com uma embalagem de restaurante em sua mão.

——— Estou aliviada, não houve traição como eu pensava que houvesse. Eles apenas não estavam mais dando certo e brigando muito...——— ela para de falar e sorrir assim que vê a caixinha em cima da cama.

Bárbara colocou a embalagem em cima  da cômoda e se aproximou, pegando a caixa em suas mãos e passando a língua pelos lábios.

——— Por que estava mexendo nas minhas coisas, Victor?...——— ela perguntou.

——— Eu estava entediado e comecei a observar seu quarto. Achei essa caixa. Quem é Luca? ——— me levantei e fiquei de frente para ela.

——— É um garoto do passado, nada demais. ——— Bárbara caminha até a gaveta que eu peguei a caixa e a guarda lá dentro.

——— Nada demais? Então por que voce tem uma caixa cheia de fotinhas pervertidas com ele? Sem contar as cartas, os colares e pulseiras. ——— cruzo os braços.

——— Sério isso? Victor, eu tinha 16 anos. Pra que isso? ——— ela suspira, parecendo cansada.

——— Achei que eu tivesse sido o primeiro!

——— O primeiro? ——— Bárbara pergunta com as sobrancelhas franzidas, confusa.

——— O primeiro a te foder! ——— respondi.

——— E você foi! ——— ela toca o meu braço e acaricia. ——— Victor...Não é nada demais. Ele foi o primeiro garoto que fui apaixonada, guardo aquela caixa desde que paramos de nos falar, na época eu fiquei muito chateada e quis recordar!

——— Duvido. Naquelas fotos vocês pareciam bem íntimos. Impossível ele não ter comido você! ——— passo a mão no cabelo e bufo.

——— Você não ouviu nada do que eu falei? Foi a anos atrás, tem bastante tempo que não vejo ou falo com ele. Luca se mudou para o México e mesmo se não tivesse mudado nós não íamos pra frente. Foi um caso de verão!

——— Hum. ——— caminho até a cômoda e pego a embalagem. Vou até a cama e me sento, começando a retirar as comidas.

——— Além de todas suas outras loucuras você me chega com essa nova? Ciúme retroativo, sério? ——— Bárbara cruza os braços e me encara, nada contente.

——— Pensei que tivesse mentido para mim sobre ser virgem. ——— dei de ombros.

——— Essa sua desconfiança em mim me deixa muito magoada. Você sempre arruma um jeito de apontar o dedo na minha cara e falar que estou mentindo. ——— ela aponta o dedo na minha direção. ——— Não sou assim, não minto, não engano as pessoas. Eu que deveria duvidar de cada palavra que sai da sua boca.

Me coloco de pé. ——— E você também faz isso. Está fazendo agora inclusive!

——— Claro. Você pode ter parado de ficar com outras e estar mudando seu jeito de ser comigo, mas ainda sim continua errando. Acha que eu não vi hoje de manhã o tanto de mulher que tem no seu WhatsApp e Instagram?

——— E daí? São redes sociais, apenas conversas, nada demais. ——— ela solta uma risada irônica.

——— Se fosse eu com um monte de homens nas minhas redes sociais você está maluco!

——— Óbvio! Não quero ver nenhum homem com qualquer tipo de contato com você.

——— Não é assim que funciona. Estamos juntos, você disse pra minha mãe que é meu namorado. Se você é meu namorado, se comporte como tal, porque eu não aceito essa putaria! ——— ela pega meu celular em cima da cama e vira a tela pra minha cara, desbloqueando ele. ——— Você vai entrar nos eixos.

——— O que você está fazendo? ——— perguntei e tentei tirar o celular da sua mão, porém ela me empurrou para traz.

——— Vou apagar qualquer resquício de mulher do seu celular, ficará apenas eu, Carolina, sua mãe e sua irmã.

Que porra é essa?

——— Depois eu que sou o maluco.

——— Vai retrucar? Você jura? Se vamos agir como loucos, okay...retruca mais uma vez e eu seu jogo no chão. ——— ela balança o celular.

——— Se é assim, quero seu celular também. Anda! ——— estico a mão e ela me entrega na hora.

——— Pode olhar a vontade, não vai achar nada errado. Eu tenho respeito, diferente de certas pessoas.

Ela me entregou o celular desbloqueado então comecei a mexer.

Realmente não achei nada. Absolutamente nada!

Eu já havia terminado de mexer e decidi me sentar para jantar. Terminei de comer e Bárbara permanecia no meu celular.

Encostei na cabeceira e cruzei os braços, esperando ela fazer o "limpa" no meu celular.

Maldita hora que fui me apaixonar por uma garota. Eu estava na minha melhor fase, pegando geral e uma caloura, de um metro e sessenta e nenhum pouco vadia me parou!

Eu, Victor Augusto, com uma garota só. Como pode?...

——— Toma! ——— ela me entrega o celular e entra no banheiro, fechando a porta.

Avaliei todo o meu celular e não restou literalmente nenhuma mulher a não ser Bárbara, Carolina, minha mãe e Milena. Ela chegou a trancar o meu Instagram!

Talvez seja melhor assim, faltava pouco para um deslize meu. Perder Bárbara eu não ia, ela não consegue se afastar de jeito nenhum, eu não deixo! Porém, ela ficaria triste e ver ela triste fode comigo.

Consigo me manter firme, não é possível...

O quarto estava em silencio desde que Bárbara saiu do banheiro, colocou seu pijama e se deitou ao meu lado.

Brigamos de novo. Não é uma novidade, é rotina.

Bárbara está pra baixo, ela é expressiva demais e é fácil saber o que ela está sentindo.

Toco sua mão e ela recua, se virando de costas e puxando a coberta mais para cima.

——— Bee...

——— Acho melhor você voltar pra Yale amanhã...——— ela fala.

——— Não acho.

——— Por favor, não quero brigar mais uma vez.

——— Não tem discussão, só saio daqui com você e ponto final.

——— Tá Victor, as coisas são do seu jeito como sempre. ——— ela diz baixo.

——— Acho que já devíamos ficar de boa, vim aqui pra ajudar e você não me deixa nem te tocar. Você está mau pelo lance dos seus pais e quero conforta-la. ——— falei e ela se virou de frente para mim.

——— Admirei sua atitude de vir até mim, mostrou que você se importa comigo. Mas você conseguiu me deixar mais magoada.

——— Não consigo me controlar...

——— Pois deveria procurar ajudas psicológicas, então.

——— Não é pra tanto. Eu não queria magoar você. Fico cego de raiva e você sabe, faço e falo coisas que não deveria. Mas eu realmente me importo com você, demais!

——— Você me leva do céu pro inferno em questões de segundos. Em um minuto você está todo fofo e romântico, e no outro você está segurando meu rosto e dizendo palavras que machucam!

Suas palavras me atingiram como socos. Eu não sabia o que responder. Não tinha nem como eu me defender porque era verdade tudo o que ela havia dito.

Me odeio pra caralho por fazer isso com ela. Mas é como se existisse dois Victor me controlando como se eu fosse uma marionete.

——— Me desculpa...——— praticamente sussurro. ——— Eu...gosto de você.

——— Apenas "gosta", é?

Não.

——— Sim. ——— engulo em seco e toco sua bochecha. ——— É o que eu consigo entender sobre meus sentimentos no momento.

——— Não é obrigação sua sentir mais do que "gostar" de mim. Afinal, não mandamos nos nossos sentimos.

——— Bee...

——— Estou cansada, vamos dormir? ——— ela sorri de lado e se aconchega em meu peito. ——— Boa noite.

Respirei fundo e abracei a sua cintura. Ficando em silêncio e logo adormecendo.

O próximo eu tento fazer maior. Vocês não tem noção do quanto ando ocupada e esgotada...

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