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𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗔𝘂𝗴𝘂𝘀𝘁𝗼
Já se passava das nove da manhã quando Babi acordou e pelo fato dela se remexer em meus braços, acordei também.
——— Bom dia, Bee. ——— ela me olhou e eu fiz um carinho em sua bochecha.
——— Bom dia. ——— Babi sorriu sem mostrar os dentes e fez carinho em meu maxilar. ——— Como veio parar aqui, garoto?
——— Você simplesmente sumiu, Bee. Fui pro seu dormitório dormir com você, Carol me disse o que tinha acontecido. Tainá me passou seu endereço e eu vim.
——— A Tainá te falou?! ——— ela pergunta surpresa.
——— Pois é, também me surpreendeu.
——— Desculpa por não ter te avisado nada, eu não queria te atrapalhar. ——— ela disse e prensou os lábios um no outro.
——— Atrapalhar? Claro que não me atrapalharia. Aquela vez você me ajudou, ficou do meu lado. Vou te ajudar quando você precisar. ——— falei e ela deixou um selinho demorado em meus lábios.
——— Obrigada. ——— ela suspirou e apoiou a mão na minha coxa. ——— Ontem minha mãe me ligou e disse que ela e o meu pai se divorciaram e o pior foi que eles se divorciaram uma semana depois que fui pra faculdade e eles só me avisaram isso ontem!
——— Puts, foi sacanagem, tinham que ter te avisado quando decidiram se separar. ——— falo e ela confirma com a cabeça.
——— Também acho. Meu pai já saiu de casa, está morando em outra a mais de uma mês. Eles deveriam ter me avisado, eu pensava que estava tudo bem aqui com eles!
——— Talvez tenha algum motivo para eles não terem te contado. ——— falo e ela da de ombros.
——— Não sei. Eu ainda nem conversei com a minha mãe ou meu pai sobre isso. Ontem cheguei aqui era por volta das 22h, fui pro meu quarto e fiquei chorando sem parar.
——— Realmente deve ser muito difícil para você, Bee. ——— coloco uma mecha do seu cabelo para trás da sua orelha. ——— Conversa com ela, depois com seu pai. Certeza que eles vão te explicar.
——— Vou ter que esperar até mais tarde, os dois estão trabalhando agora. ——— ela se senta na cama. ——— Estou sem ânimo pra nada!
——— Quer sair para tomar café? ——— pergunto e ela nega com a cabeça.
——— Não estou com fome, quero ficar aqui deitadinha com você o dia todo. ——— Babi se deita novamente e leva a coberta até seu ombro.
Ela ficou encarando o teto por um tempinho. O quarto ficou silencioso e então comecei a olhar em volta. Tinha estante de livros, quadros de personagem e várias outras decorações. A cara dela!
——— Você viu que começou a nevar nessa madrugada? ——— perguntei na tentativa de distraí-la.
——— Mesmo? ——— ela perguntou sorrindo e eu confirmei. ——— Sempre que começa a nevar, que dizer que meu aniversário está chegando.
——— Quando é o seu aniversário?
——— 10 dezembro.
——— Ata.
Não posso esquecer. Com certeza ela ficaria muito chateada se eu esquecesse o seu aniversário. Já dei rata demais, não posso dar mais uma.
Escuto baralho na porta do quarto de Babi e franzo cenho, olhando para ela um pouco confuso. Babi da risada e se levanta, abrindo a porta.
——— Lembra que eu te disse que tinha uma cachorrinha chamada, Nala? Ela bate a patinha na porta quando quer entrar no meu quarto. ——— a cachorrinha entra no quarto e pula em cima da cama vindo me cheirar.
Fiz carinho na cabecinha da cachorra e ela se deitou perto de mim. Babi se sentou na ponta da cama e ficou olhando pro nada. Preferi não interromper seja lá o que que ela esta pensando e refletindo.
Depois de um tempinho ela se levantou e abriu um pouco a cortina, olhando a neve la fora e sorrindo quando fez isso.
——— Certeza que não quer sair pra tomar café? ——— pergunto e ela me olha pro cima do ombro.
——— Não quero. ——— Bee gira os tornozelos e volta pra cama, se deitando ao meu lado. ——— Se você quiser ir comer, tudo bem. Também tem café aqui em casa.
——— Bee...Você deve estar com fome. Vamos...
——— Não quero, Victor. Quero ficar aqui no meu quarto, não estou com ânimo para nada.
——— Okay. Vou sair para comprar algo pra você comer então. ——— me levanto e antes que ela possa protestar ao contrário saio do quarto e desço as escadas.
Eu sai de moto pela cidade atrás de uma padaria, não demorei muito para achar, tinha uma a dois quarteirões. Logo voltei para casa da Bárbara.
Subi as escadas e entrei em seu quarto, ela estava deitada, com a tv ligada e toda enrolada na coberta, com Nala deitada em seu pé.
Coloquei as embalagens em cima da cama e me sentei, levando a mão até o abajur e ligando, deixando o quarto iluminado.
——— Se senta, vamos comer! ——— ela olha para mim e depois se senta, colocando um travesseiro sobre as pernas cruzadas.
Babi estava com um semblante triste e os olhos vermelhos indicavam que ela havia chorando enquanto eu estava fora.
Eu não sei o que fazer para reconforta-la ou distraí-la, sou péssimo com isso. Ter isso com alguém é novo pra mim. Nunca me preocupei com alguém que estivesse mau por algo.
Talvez eu deva fazer o mesmo que ela fez por mim no dia que meu pai morreu. Me abraçar. Foi muito bom e aquilo me ajudou demais.
Acho que foram aqueles dias na cabana que me fez começar a gostar dela de verdade.
——— Quer comer o que? Comprei rosca, pão doce e salgado. Comprei bolo de chocolate e panquecas. ——— perguntei. ——— Pra beber eu comprei chocolate quente, sei que você gosta.
——— Quanta coisa. ——— ela repuxou os lábios para o lado. ——— Deve ser tudo uma delícia, vou provar um pedacinho de cada. E eu realmente gosto de chocolate quente, obrigada por lembrar. ——— ela se inclinou na minha direção e deixou dois selinhos em minha boca.
Começamos a comer em silêncio enquanto assistíamos o filme que estava passando na TV.
Depois de terminarmos de comer, guardamos o que sobrou nas embalagens novamente.
Me deitei e puxei Bárbara para deitar em meu peito. Ela abraçou minha cintura e eu comecei a mexer em seu cabelo sedoso.
Peguei meu celular para ver se tinha alguma mensagem, eu não mexia nele desde ontem à noite. As mensagens que tinham eram as de sempre, meus amigos me chamando para festas e algumas garotas.
Respondi e fui ver reels no Instagram.
Fiquei um tempinho mexendo no celular, até Babi terminar de assistir o seu filme. Quando ela acabou, levantou a cabeça pra olhar para mim e ficou olhando todos os detalhes do meu rosto.
——— Você acha que eu deveria ir conversar com o meu pai? Não sei, talvez jantar com ele?
——— Pode ser que seja bom, você converse com ele e ele te explique o que aconteceu. Mas só se você quiser.
Ela fica um pouco pensativa.
——— Acho que vou chamar os dois para um jantar. Eles precisam ter maturidade o suficiente em sentarem em uma mesa juntos para poderem me explicar tudo. Já erraram por não terem me contato desde o início!
——— Faça o que achar melhor.
——— Tudo bem. ——— Babi acaricia meu rosto. ——— Se quiser voltar pra New Haven eu vou entender.
——— Quer que eu vá embora? ——— pergunto com as sobrancelhas franzidas e ela nega com a cabeça.
——— Não é isso. Você está cheio de planos...não pude evitar e vi as mensagens do seu celular. Várias amigos te chamando pra sair e...
——— Vou ficar aqui, Bárbara! ——— falei firme.
Espero que ela não tenha interpretado as mensagens das garotas como algo ruim. Não são nada demais, só umas meninas aí.
——— Então tá, só não quero que você ache que é uma obrigação ficar aqui comigo. Eu super entenderia...
——— Bárbara!
——— Okay...
𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀
Minha mãe havia chegado do serviço e estava na sala. Desci até lá para conversar com ela sobre o jantar.
——— Querida, oi. ——— ela sorriu e abriu os braços para que eu fosse abraçá-la.
——— Oi mamãe. ——— abracei ela e senti seus lábios tocarem minha testa.
Quando nos afastamos, sentamos no sofá, uma do lado da outra.
——— Queria conversar com você sobre um jantar com o papai. ——— eu disse e ela desviou o olhar.
——— Tudo bem, pode falar.
——— Queria que fôssemos em um jantar, nós três, para que vocês possam me explicar juntos tudo que rolou.
——— Filha, eu não sei se seria uma boa ideia jantarmos juntos. Ainda não estou muito bem com o divórcio...
——— Vocês passaram 22 anos juntos, podem passar uma hora jantando com a filha de vocês! ——— falo.
Minha mãe solta um suspiro cansado e me olha.
——— Tudo bem, Bárbara. Por mim, pode marcar.
——— Okay, obrigada. ——— sorri.
Me levantei, prestes a voltar pro quarto quando minha mãe me chamou.
——— Ei ei, pera aí mocinha. Se senta aqui que precisamos conversar. ——— ela fala e eu me sento, já sabendo do que se tratava.
——— Tá, mãe...
——— Como assim você começa a namorar e não me conta? ——— ela pergunta com os braços cruzados.
——— Não namoramos...
——— Ah, não? Esquisito, porque quando ele chegou aqui, me disse que era seu namorado.
Franzi o cenho. ——— Victor disse?
——— Sim.
——— Ah, bom...Não namoramos. ——— eu acho. As coisas com Victor são complicadas de entender. ——— Ele...Eu não sei explicar.
——— Hum...——— ela me olhou desconfiada. ——— Pois saiba que a primeira impressão de "bom moço" que ele tentou passar não funcionou. Ele tem uma carinha de quem não vale nada. Não sabia que esse era o seu tipo, querida...
——— Aí mãe...e não é o meu tipo, nunca foi. Só ele mesmo!
——— Não vou me intrometer, só se eu ficar sabendo de algo sério. Fora isso, você sabe o que faz.
——— Ele não é tão péssimo assim, pense bem, ele até veio pra cá no meio da madrugada por mim!
——— É, essa atitute eu achei uma gracinha, mostra que ele gosta de você. ——— ela fala e sorri. ——— Filha, está se prevenindo que nem eu te falei?
——— Mãe! ——— arregalei os olhos. ——— Você nem sabe se eu...já fiz ou não.
——— Fez, não fez? ——— me perguntou com a sobrancelha erguida.
——— Aham...——— respondi com vergonha. Não era um assunto muito legal pra mim.
——— E está se prevenindo?
——— Sim, mãe! ——— me levantei. ——— Vou subir, esse papo já deu.
Sai da sala e subi as escadas. Espero que Victor não tenha escutado!
Quando entrei no quarto Victor estava cochilando, abraçado a um travesseiro. Sorri e deixei um beijo em sua bochecha.
Peguei meu celular em cima da cômoda e fui mandei uma mensagem pro meu pai, perguntando sobre o jantar. Ele aceitou.
Espero que o jantar seja bom e que não tenha nenhuma faísca entre os dois. Eu não sei o que aconteceu, mas deve ter sido algo sério pra chegar ao ponto do divórcio.
Isso me deixou muito abalada. Fui embora de casa e estava tudo bem, em menos de uma semana que fui, eles se divorciaram.
Sou muito sensível e a minha família era o que mais me importava. Agora não tem mais uma família, é eu e minha mãe e eu e meu pai, não existe mais nós três juntos.
Nossos momentos eram tão divertidos. Nossas viagens e passeios...
Éramos felizes. Não consigo entender.
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