17

Interajam. 50 comentários ( sem flodar) e o próximo sai.

                         𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀

Tainá havia me ligado inúmeras vezes, eu não atendi porque nem ao menos mexi no celular. Apenas agora fui ver o tanto de notificação que eu tinha.

Liguei primeiro para os meus pais e conversei um tempinho com eles, depois disquei o número da Tainá e ela demorou cerca de três toques para me atender.

——— Babi, graças a Deus. Você sumiu, mulher! ——— minha amiga fala do outro lado da linha e eu abro um sorriso.

——— Estou bem.

——— Cadê você? Por acaso viajou para sua cidade e não me avisou nada?

——— Ah, estou em uma cabana...

——— Que? Sozinha?

——— Na verdade...estou com Victor. ——— abro o jogo de um vez e Tainá fica em silêncio por um tempinho.

——— Não acredito, Bárbara. O que você está fazendo aí? Vocês por acaso estão juntos?

——— Não. ——— olho ao redor pra ver se Victor estava por perto. ——— A gente não tem nada. Eu não sei se você ficou sabendo mas o pai dele morreu e Victor está precisando de apoio.

——— Fiquei sabendo sim, mas não entendo o que isso tem a ver com você.

——— Tainá...——— penso em algo para responder, mas não vem nada na cabeça. Nem eu sei o que isso tem a ver comigo.

——— Você está sendo tão burra! Eu não acredito que você está caindo nessa ladainha dele.

——— Não estou não!

——— Se toca, você é só mais uma pra ele, assim que Victor não se satisfazer mais com você, ele mete o pé na sua bunda. Tenha um ótimo fim de semana sendo usada como bonequinha sexual. ——— e então ela desliga o telefone.

Abaixei o celular e coloquei ele em cima do balcão. Na mesma hora Victor entrou na cozinha.

——— O que foi? Você tá com uma cara péssima.

——— Não é nada. ——— forço um sorriso e entrego a xícara pra ele. ——— Segui a receita direitinho, vê se ficou gostoso.

Victor experimenta o chocolate quente e passa a língua pelos lábios.

——— Está uma delícia. ——— ele bebe mais um gole. ——— Estou te ensinando tudo direitinho.

Revirei os olhos, sorrindo e me sentei na mesa, onde o café da tarde estava.

Eu estava com fome, mas depois da minha ligação com Tainá, nem quero mais comer.

Victor começa a comer e eu apoio minha bochecha na minha mão, pensando em tudo que minha amiga tinha me dito. Fiquei mau, de verdade!

Achei desnecessário, porque estou aqui pelo que aconteceu a Victor, não para fazer inúmeros filmes pornôs ou algo do tipo. Ela nem esperou eu responder alguma coisa e já desligou na minha cara.

——— Bee. ——— Victor me chamou e eu subi meu olhar para ele. ——— Certeza que você está bem?

——— Sim. Eu estou bem.

——— Por que não está comendo? Você estava reclamando de fome.

——— Minha fome passou. ——— falo e Victor franze o cenho, depois parte um pedaço de bolo e coloca no pratinho a minha frente. ——— Victor...

——— Pelo menos um pedaço de bolo e um pouco do chocolate quente. ——— ele pega a garrafa onde estava o chocolate quente e começa a servir na minha caneca. ——— Você fez e não vai tomar um pouco? Ficou uma delícia.

——— Tá bom. ——— pego o garfo e pego um pedaço de bolo, levando até a boca.

——— Que filme a gente pode começar assistindo hoje? ——— Victor me pergunta e dou de ombros.

——— Não sei.

Hoje já era sábado, ontem passamos o dia todo deitados, assistindo filmes. Cada um escolhia um para não dar briga - o que aconteceu uma vez-. Foi muito divertido, Victor não tentou transar comigo uma vez se quer, por incrível que pareça.

——— Você não está bem, Bárbara. Você fica animada para escolher um filme. Me fala o que está acontecendo.

——— Não é nada, é só que...sou apenas um passa tempo pra você. E o problema é que estou me envolvendo mais do que deveria.

——— Passa tempo? ——— confirmei com a cabeça. ——— Por que essas merdas vem na sua cabeça do nada? Eu estar tentando te tratar com mais atenção não significa nada para você? ——— ele ergue a sobrancelha.

——— Victor, não é isso...——— nego com a cabeça. ——— Apenas é algo esquisito. Você é bipolar, está me tratando bem agora mas daqui dois dias ou dois minutos pode começar a me tratar como uma vadia qualquer.

——— Você é dramática, eu nunca cheguei a te tratar como uma "vadia qualquer".

——— Não? ——— dei risada. ——— Victor, você me chamou de piranha e puta! E por que? Por que eu estava beijando o garoto que gosto?

——— Garoto que você gosta?! ——— seu semblante muda. Era aquele semblante que uma vez já me deixou com medo dele.

——— Sim. Nate era bom pra mim, me tratava muito bem, com muito carinho e o mais importante, respeito.

——— E que porra eu estou tentando fazer, Bárbara? ——— ele bate na mesa me fazendo assuntar e se levanta.

——— Para com isso...

——— Você pode até gostar dele, mas eu duvido que ele te causa o que eu te causo. A sensação de se sentir excitada apenas por eu estar muito perto de você. De te fazer gozar...

——— Gozar? ——— em levanto também, me aproximando dele. ——— Está vendo? É só nisso que você pensa.

———Não é. ——— ele se encosta no balcão e cruza os braços. ——— Eu não tenho culpa se meu pinto sobe fácil pra você. Não podemos fazer nada se nossa química sexual é do caralho, bebê.

——— Não da pra ter uma conversa normal com você. ——— passo a mão pela testa.

——— Conversa? Você quis dizer briga, não é? Por que sempre estamos de boa e você vem puxar briga.

——— Eu não puxei briga nenhuma com você, garoto. Foi você que começou a se estressar quando eu falei que sou um passa tempo.

——— Claro, olha as coisas que você fala.

——— Eu menti?! ——— franzi o cenho e cruzei os braços também. ——— Eu não sou seu passa tempo, Victor? Se eu não sou, quais são seus planos? Largar todas suas putas e ficar comigo, só comigo? A gente ser um casal tradicional, daqueles que vão a jantares românticos, cinemas e se amam? Por que sinceramente eu não vejo você sendo assim, nem comigo e nem com ninguém!

——— Você bem que gostaria de toda essa melação'. ——— ele revira os olhos.

——— Claro que sim. Você acha o que? Que quero ser de alguém de fica comigo e mais 20? Que não me trata bem e só pensa em sexo, sexo e mais sexo? Óbvio que não.

——— Não é bem assim...

——— Por isso que a pessoa certa para mim é Nate e não você. ——— resmunguei e Victor se desencostou do balcão e segurou meus braços.

——— Nunca mais diga isso! ——— ele apontou o dedo no meu rosto. ——— Eu não quero ouvir essas palavras saindo da sua boca nunca mais.

——— Você nem gosta de mim. ——— tiro suas mãos de mim com um certo arranco.

——— Deduziu isso sozinha? Claro, porque a Santa Bárbara tem todas as respostas e está sempre certa. ——— Victor debochou.

——— Não, é apenas óbvio demais. Se gostasse de mim, iria querer o melhor para mim e o melhor é distância de você.

——— Não gosto de você, sou louco por você, é diferente. E esse negócio de distância não faz sentido nenhum, se eu te quero, por que deixaria você?

——— Você não entende de nada...——— abaixo a cabeça.

——— O que você quer, Bárbara? ——— ele leva o dedo até meu queixo e me faz olhar-lo. ——— Que eu largue as outras? Tudo bem, tendo você pra mim é o suficiente. Que eu te leve em encontros? Acho um tédio, mas se pra você é importante eu levo.

——— Até parece.

——— Não acredita em mim? ——— ele pergunta.

——— Não!

——— Tá, tanto faz então. ——— Victor passa por mim e sai da cozinha.

Apoio minhas mãos na pia e olho através da janela, observando a forte chuva que caia la fora.

O tanto que eu e Victor brigamos é cansativo. O ideal seria eu me afastar dele, mas não consigo. Ele tem um imã que me prende a ele e não consigo mais sair.

Meu coração palpita toda vez que ele está perto de mim. Gosto de quando ele é carinhoso comigo. Ontem ele foi amoroso o dia inteiro. Me fazia carinho, conversava de forma fofa comigo e ficava me dando beijinhos. Mas eu queria que ele fosse sempre assim.

Criei sentimentos por ele, sei disso. Não sou difícil para me apaixonar, nem fria ou algo do tipo, sou totalmente ao contrário.

Coisas mínimas me agradam. Pequenas atitudes, sabe?

Pode ser algo anormal mas amo intensidade que as coisas são com o Victor, mas ao mesmo tempo, eu adorava a forma que tudo era simples com Nate, como se estivemos em um clichê adolescente.

Afasto esses pensamentos e me sento na mesa para terminar de comer meu bolo e tomar meu chocolate quente. Quando terminei fui para a sala e me sentei.

Victor não estava por lá, provavelmente está em alguns dos quartos la de cima. Fiquei assistindo um filme. Terminei de assistir e Victor ainda não havia aparecido.

Lá fora já estava escurecendo. Me levantei e fui procurá-lo. Procurei nos cômodos aqui de baixo e ele não estava, então subi e comecei a entrar quarto por quarto.

Por último entrei no quarto principal e reparei que a porta que dava pra jacuzzi estava aberta, caminhei até lá e encontrei Victor.

Ele estava dentro da jacuzzi, com a cabeça apoiada na almofadinha e os olhos fechados. Me aproximei e tirei meus chinelos, me sentei na borda e coloquei meus pés dentro da água.

——— Você sumiu. ——— falei.

——— Sumi nada, você que só veio me procurar agora. ——— ele disse, ainda com os olhos fechados.

Comecei a balançar meus pés, brincando com a água.

——— Victor...——— chamei e ele abriu os olhos, me olhando. ——— Você estava sendo sincero sobre aquilo?

——— Sim, mas se você não acredita, não posso fazer nada. Se quer continuar nesse leva e trás do mesmo assunto toda vez ou nessas brigas, okay, a gente continua.

——— Você tentaria mesmo? ——— abaixei o olhar.

——— Sim, Bárbara! ——— voltei a olhar para Victor e me coloquei dentro da jacuzzi. Indo até ele.

A água estava quentinha, chegando a sair fumaça. Coloquei uma perna de cada lado do corpo dele e me sentei em seu colo.

——— Ninguém acha certo...——— segurei em sua nuca e suas mãos agarraram meu quadril.

——— Foda-se os outros. ——— ele abriu um sorriso de lado e eu juntei nossos lábios.

Victor subiu a blusa que eu estava usando e acariciou minha bunda nua - eu estava sem calcinha-.

Separei nossos lábios e terminei de tirar a blusa, jogando ela pro lado de fora da jacuzzi. 

Movimentei meu quadril pra frente, tocando no Victor e eu consegui sentir ele ficando rígido embaixo de mim.

As mãos firmes dele agarraram minhas nádegas e eu continuei me movimentando, roçando nele.

Levei minha boca até sua orelha e sussurrei.

——— Vai tirar esse seu short ou vou ter que tirá-lo sozinha? ——— escutei Victor ri e voltei a olhar para ele.

——— Eu criei um monstrinho'.

Escuto a campainha tocar e me levanto, pronta para ir até a porta pegar a pizza, mas Victor coloca a mão na minha cintura, me impedindo.

——— O que é? ——— perguntei e franzi o cenho.

——— Vai lá assim? ——— ele aponta pro meu corpo e eu olho pra baixo, não notando nada de errado. ——— Usando só uma blusa minha e nada por baixo? ——— volto a olhar pra Victor e estreito os olhos.

——— Sério isso? ——— ele confirma com a cabeça. ——— Essa blusa parece um vestido pra mim.

——— Mesmo assim, eu hein. ——— Victor me empurrou de leve, me fazendo sentar novamente.

Ele vai até a porta e em alguns minutos volta com a pizza e o refrigerante nas mãos. Victor coloca a caixa da pizza no sofá cama e me entrega uma latinha.

Abri e tomei um gole. Victor abriu a caixa e nós dois pegamos um pedaço.

Comemos enquanto conversávamos coisas aleatórias. Quando terminamos de comer, levamos pra cozinha e guardamos o que sobrou na geladeira.

Era por volta das dez na noite. Arrumamos nossa cama -que estava uma bagunça- e nos deitamos.

Victor me puxou pro peito dele e eu o abracei.

——— Victor.

——— Hum? ——— ele resmungou.

——— O que foi que causa essa sua cicatriz aqui? ——— levei a mão até a pequena cicatriz que eu tinha visto a uns dias atrás.

——— Eu tinha uns 12 anos. Me meti em uma briga com uns caras mais velhos na escola, eles quebraram uma garrafa e jogaram na minha direção, cortando aí. Dei ponto e tudo mais.

——— Meu Deus. ——— levantei a cabeça para olhá-lo. ——— Você sempre foi encrenqueiro!

——— Sim. ——— disse como se não fosse nada demais.

——— Credo!

——— Fica quietinha e vem aqui. ——— sua mão segurou minha bochecha e ele me puxou para um beijou.

Acham que vai dar bom?

Tainá tá certa?

Hum....

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top