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Comentem. 60 comentários ( sem flodar) e solto o próximo.

                         𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀

Eu estou triste. Eu gosto do Nate, gosto muito dele e agora ele está simplesmente fingindo que eu não existo. Isso está me magoando muito.

Porém estou brava comigo. Eu transei com Victor mais uma vez, eu não deveria ter ido pro quarto com ele, eu deveria ter ido ver como Nate estava.

Já tinha quase uma semana que aconteceu a briga e tudo mais. Acho que Victor realmente está zangado comigo, ele não falou comigo durante essa semana, apenas ficou me observando de longe. Não me importo, também estou brava com ele.

A minha última aula do dia havia acabado de terminar. Saí da sala e fui me encontrar com Tainá, hoje ela iria trabalhar depois da uma até as 20h da noite.

Fui até a ilha que ela trabalha e minha amiga já estava lá.

——— Oi. ——— cumprimentei e sorri.

——— Oi. ——— ela amarrou seu avental e apoiou os cotovelos no balcão. Ainda não tinha ninguém ali além de mim.

——— Faz o de sempre pra mim, por favor?

——— Claro. ——— ela se vira e começa a preparar o meu café. ——— O Nate ainda está te ignorando?

——— Está sim...——— me sento em um banquinho que tinha ali e apoio meu cotovelo em minha mão. ——— Ele disse que gosta de mim, mas quem gosta não faz isso.

——— Você é minha amiga, eu te amo, mas ele está certo! ——— Tainá fala e coloca meu café em minha frente. ——— Quer alguma coisa pra comer?

——— Um croissant, por favor. ——— bebo um gole do meu café. ——— Eu sei que ele está, mas poxa, pelo menos continuar na amizade.

——— Ele gosta de você, não ia conseguir ficar apenas na amizade com você. ——— ela me entrega meu croissant. ——— Qual é, Babi? O que você está fazendo da sua vida?

——— Do que você está falando, Tainá?

——— Victor! ——— ela da um sorrisinho debochado. ——— Aquele garoto é uma doença e está conseguindo de contaminar direitinho. Não se entregue para ele.

Mordo o lábio. ——— Eu meio que já me entreguei...

——— VOCÊ TRANSOU COM ELE? ——— ela grita e algumas pessoas passam olhando para a gente.

——— Sim, transei. Quer falar baixo? ——— repreendo ela.

——— Babi, meu Deus! ——— ela coloca a mão no rosto. ——— Você está tão ferrada...

——— Não estou. Já prometi a mim mesma que nunca mais vai acontecer!

——— Eu espero, de verdade! ——— clientes começam a chegar e Tainá vai atende-los.

Termino de comer e tomar o meu café, pago e vou para o meu dormitório. Cheguei la e tirei meu tênis, depois me deitei na cama e comecei a mexer no meu celular.

Um tempo depois a porta do quarto se abriu e Carolina entrou, olhando para todos os lados.

——— Oi, o que aconteceu? ——— perguntei e me sentei.

——— Arthur e eu estamos procurando Victor. Você viu ele por aí? Ele veio falar com você? ——— ela pergunta.

——— Não, faz uns dois dias que eu vi ele, mas foi de longe. ——— franzo o cenho. ——— Mas aconteceu alguma coisa com ele?

——— Não ficou sabendo? ——— nego com a cabeça. ——— O pai dele morreu ontem de madrugada. Arthur e eu fomos no enterro junto com nossos pais. Victor estava péssimo, depois daquilo ele simplesmente sumiu, chegamos a perguntar sobre ele até pra um cara que Victor compra drogas e o homem disse que Victor comprou algumas coisas com ele lá pelas oito da noite.

——— Meu Deus...

——— Não faz ideia de onde ele possa estar? A gente tá procurando ele a um tempão.

——— Não...não sei. ——— até que de repente um lugar vem na minha cabeça. ——— Na verdade tem um lugar, mas não sei se ele tá lá. Posso ir lá.

——— Okay, então vai. Arthur e eu vamos continuar procurando ele por aqui. ——— ela diz. ——— Se ele tiver lá ou não, me avisa por mensagem.

——— Tá bom. ——— me coloco de pé e Carolina sai do quarto.

Calço meu chinelo, guardo meu celular no bolso da minha calça jeans e pego a chave do meu carro, saindo do dormitório em seguida.

Fui que o estacionamento e peguei o meu carro. Por mais que estivesse à noite quando Victor me levou lá, eu consegui marcar o caminho até a cabana.

Demorei cerca de 20 minutos para chegar lá,  na porta estava sua moto. Respirei com um certo alívio e entrei na cabana - que estava com a porta destrancada-. O cheiro forte de bebida logo invadiu meu nariz, fui até a sala e encontrei Victor, sentado de costas para mim.

Ele estava com uma garrafa de vodka na mão e um baseado na outra. Tinha diversas outras bebidas vazias espalhadas pelo chão da sala, sem contar o pó branco espalhado pela mesinha de vidro.

Fui até Victor e ele estava com os olhos fechados. Não sabia se estava dormindo, tendo um coma alcoólico ou overdose.

Segurei seu rosto e comecei a dar tapinhas em sua bochecha.

——— Victor. ——— chamei e comecei a sacudir o seu ombro, porém ele nem se mexia, me deixando preocupada. ——— Ei, acorda.

Ele não abriu os olhos e eu comecei a sacudi-lo mais rápido. Começando a me desesperar ainda mais.

——— Victor...por favor...——— dei mais tapinhas em seu rosto e então, ele abriu os olhos devagar.

——— Bee...——— ele sorriu cansado.

——— Aí, graças a Deus. ——— trouxe sua cabeça ate meu abdômen, o abraçando.

Peguei meu celular no bolso e mandei uma mensagem pra Carolina, avisando que havia achado ele e depois deixei meu celular em cima do sofá.

——— Você está bem? ——— parei de abraça-lo e me sentei em sua frente.

——— Ótimo! ——— seu sorriso cresceu e ele fechou os olhos, apoiando a cabeça no encosto do sofá.

——— Não, você não está nada bem. ——— passei a mão em sua testa, tirando alguns cabelos que estavam ali. ——— Vem tomar banho.

Me levantei e tirei a bebida e o baseado da sua mão, depois as segurei e puxei com força, até que ele estivesse em pé.

Victor mau conseguia parar em pé, passei um braço pela sua cintura e um dele pelo meu ombro, segurando em sua mão.

Levei ele até o banheiro e chegando lá, encostei ele na parede.

Victor estava sem blusa e sapatos, o que facilitou muito. Desabotoei sua calça e comecei a descê-la junto de sua cueca.

——— Ow, que garota atrevida. ——— ele disse tudo embolado e eu apenas ignorei.

Quando terminei de tirar sua calça, liguei o chuveiro e coloquei na água fria. Segurei nos braços de Victor e conduzi ele até que estivesse embaixo d'água.

É claro que ele reclamou da temperatura da água, mas também ignorei e dei banho nele. Foi bastante difícil, eu tinha que ficar firmando ele toda hora, mas consegui.

Enrolei a toalha em sua cintura e sai do banheiro, colocando ele sentado no sofá cama.

——— Tem roupas aqui? ——— perguntei.

——— Tenho, mas quero ficar pelado e de preferência quero que você fique também.

——— Victor, eu estou falando sério. Onde as roupas estão?

——— Não sei. ——— ele da de ombros e sorri.

Parece uma criança!

——— Então tá, eu mesma procuro. ——— me preparo para sair mas ele segura meu braço.

——— Não vai, fica aqui comigo. ——— ele pede. ——— Eu quero que você me abrace.

——— Não vou embora, só vou pegar uma roupa pra você vestir.

——— Mesmo assim, não quero você longe, vem aqui. ——— ele bate na cama.

Suspirei e tirei meu chinelo. Arrumei os travesseiros e me deitei, abri os braços e Victor se enfiou entre eles, me abraçando fortemente e colocando sua cabeça em meu peito.

Ele estava muito bêbado e também parecia estar muito mal. Comecei a acariciar seus cabelos molhados e suas costas nuas.

Escutei Victor fungar, indicando que ele estava chorando.

——— Ei. ——— chamei ele, que me olhou, levantando q cabeça——— Vai ficar tudo bem, eu estou aqui.

——— Depois de tudo que ele fez para mim, eu não deveria estar tão mau...——— ele disse e desviou o olhar.

——— Ele era seu pai, é normal você está assim. ——— Victor voltou a deitar em meu peito e sua mão começou a acariciar minha cintura por dentro da blusa.

Ficamos em silêncio. Logo o carinho em minha cintura parou e Victor dormiu. Percebi que a toalha não restava mais em seu corpo colado ao meu. Puxei uma coberta e cobri o corpo de nós dois.

Passei a mão procurando meu celular e quando achei mandei uma mensagem para Carolina, falando que estava tudo bem e eu mandaria notícias.

Não sei quanto tempo ficamos deitados ali, mas foi mais de horas, em algum momento eu cochilei e acordei com Victor se mexendo em meus braços.

Abri meus olhos e ele continuou se mexendo, estava escuro, não fazia ideia de que horário da madrugada era. Estiquei meu corpo até um abajur e liguei.

Victor se sentou e passou a mão pelo rosto, depois olho pra mim por cima do ombro e franziu o cenho, confuso.

——— O que você está fazendo aqui? ——— ele perguntou e eu me sentei também.

——— Todo mundo estava te procurando. Supus que você estava aqui e vim te encontrar. Quando cheguei aqui você estava péssimo, mau conseguia parar em pé.

——— Hum...——— ele voltou a se deitar, mas dessa vez no travesseiro. ——— Estou morrendo de dor de cabeça.

——— Imagino. ——— me levanto e acendo a luz, deixando o lugar totalmente iluminado agora.

Caminho até a cozinha e começo a abrir os armários a procura de remédio. Acho uma maletinha de primeiros socorros e remédios, lá dentro achei um Paracetamol.

Encho um copo de água e levo o comprimido para Victor e depois entrego a água.

——— Estavam preocupados com você. Não pode sumir assim e não da sinal de vida, Victor.

——— Perdi a cabeça. ——— ele me entrega o copo e eu termino de beber o resto da água que ele havia deixado no copo.

Pego o meu celular e vejo o horário. Era 2h da manhã e tinha algumas ligações perdidas no meu celular, uma da minha mãe, uma da Tainá e outra da Carol.

Deixo o celular de lado e Victor se coloca de pé, depois pega a sua toalha e enrola na cintura.

——— Vou pegar uma roupa lá em cima.

——— Tá bom. ——— ele sobe as escadas e eu retorno para a cozinha.

Deixo o copo em cima da pia e pego um saco de lixo. Volto pra sala e começo a jogar toda bagunça que tinha fora.

Victor desceu vestido com uma calça de moletom e começou a me ajudar, em completo silêncio.

Deixei ele catando a bagunça e fui limpar a mesa que estava suja de cocaína, joguei tudo dentro de uma sacolinha de lixo e Victor não argumentou sobre.

Ele sabe muito bem minha opinião sobre ele usar drogas como refúgio dos seus problemas.

Em pouco tempo a sala já estava arrumada.

——— Acho que é bom irmos embora, seus amigos estão preocupados com você. ——— falei.

——— Não quero ir embora, Babi. Pode ir.

——— Você já deve ter perdido muitas aulas, amanhã ainda é sexta...

——— De verdade? Não ligo mais. Era meu pai que insistia para que eu fizesse faculdade e agora que ele está morto, não tem motivos para continuar.

——— Não vou te deixar aqui sozinho. Vamos, Victor.

——— Se quiser ficar fica, mas não vou embora, pelo menos hoje não!

——— Por favor...

——— Você está com fome? Porque eu estou com muita. ——— ele pergunta, indo para a cozinha.

Me levanto indo até ele.

——— Sim, vou comer e vou embora.

——— Então tá. ——— me sento e Victor começa a preparar algo.

——— Você está bem? ——— pergunto.

——— Estou. Ele me tratava tão mau...Então estou bem!

——— Sei que não está, Victor. Você chorou no meu peito por causa de seu pai.

Victor abaixa a cabeça e molha os lábios.

——— Acordei com minha mãe me ligando, dizendo que meu pai havia batido de carro e que não resistiu. Na hora eu desabei, comecei a chorar e fiquei desesperado. Fui em seu velório, vi ele no caixão e tudo que ele fazia comigo veio na minha mente, fiquei com raiva, muita raiva. Então depois que ele foi enterrado, comprei minhas bebidas e drogas e vim pra cá. ——— ele olha para mim. ——— Não sei se fico triste ou com raiva. Estou em um mix de emoções, isso é péssimo.

——— Sinto muito, Victor...

——— Valeu. ——— ele agradeceu e se virou de costas, continuando o que estava fazendo.

O silêncio voltou a reinar. Depois de um tempo, ele colocou um prato com um sanduíche na minha frente, depois abriu a geladeira e pegou dois refrigerantes.

Victor se sentou na minha frente e nós começamos a comer.

——— Eu não acho bom você ficar sozinho aqui, ninguém deve passar por isso sozinho. Vou ligar pro Arthur vir ficar com você, com certeza ele vira na hora!

——— Não quero que o Arthur fique aqui comigo. Eu quero você! ——— Victor fala nem ao menos me olhar.

——— Não é uma boa ideia, ainda estou brava com você! ——— falei e ele me olhou.

——— Por causa de que? De sábado? Supera, Bárbara! ——— ele bebe um gole do seu refrigerante.

——— Superar? Victor, você bateu no Nate.

——— Ele me empurrou primeiro, se lembra? Achou mesmo que eu não revidaria?

——— Ele te empurrou para me proteger. Agora ele nem está mais falando comigo!

——— Que bom. Demorou pra ele desconfiar e vazar de perto do que é meu!

Reviro meus olhos. ——— Não sou sua!

——— Sim, é!

——— Você fica falando que sou sua a todo momento enquanto você pega Yale inteira? Não funciona assim, Victor. Você tem que me merecer, me conquistar e ser meu também. É assim que as coisas funcionam.

——— Você vai ficar ou não Bárbara? Estou em luto e você brigando comigo, que péssima garota! ——— ele debochou.

——— Vou, Victor!

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