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                        𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀

Assim que Carolina me passou o número do dormitório do Victor, eu saí do nosso e segui em direção ao dele.

Quando cheguei, nem ao menos bati na porta, eu estava muito irritada com ele. Por sorte a porta estava aberta e assim que eu entrei um garoto que eu não conhecia me olhou sem entender.

——— Cadê o Victor? ——— perguntei e ele apontou pra porta do banheiro.

——— No banheiro, se quiser esperar ele sair do banho... ——— antes que ele termine de falar entro no banheiro e fecho a porta atrás de mim.

Victor estava com uma toalha amarrada na cintura, com gotículas de água escorrendo pelo seu abdômen definido e me olhando com um sorrisinho de lado.

——— Bee, como é bom te ver. ——— ele passou a mão pelo cabelo molhado.

Levei as mãos até seu peitoral e o empurrei na parede.

——— Quem você pensa que é para ficar se metendo na minha vida? ——— perguntei, com o rosto bem próximo do dele.

——— Eu não fiz nada demais. ——— seu sorriso aumentou. ——— Apenas coloquei o babaca no lugar dele e pelo jeito funcionou, um simples soco resolve tudo...

Abro a boca. ——— Você bateu nele? Victor, que tipo de problema mental você tem?

——— O que é, Bárbara?! Já te avisei mais de uma vez, você é minha e eu odeio que encostem no que é meu.

——— Você vive no seu próprio mundinho, né?! ——— ri. ——— Eu já te mandei me deixar em paz.

Ele para de sorrir e revira o olhos.

——— É, mas o problema é que você não manda em nada.

——— Muito menos você.

Sinto suas mãos apertarem a minha cintura e o sorriso volta a reinar em seus lábios. 

——— Por que que ao invés de ficarmos discutindo por causa de uma pessoa inútil, a gente não aproveita e faz outras coisas? ——— uma de suas mãos que estavam na minha cintura, subiu para meu cabelo e puxou para trás.

——— Eu não quero. ——— cochichei. Minha respiração ficou pesada de repente. ——— Estou furiosa com você!

Victor leva a boca até a minha orelha.

——— Seu corpo diz ao contrário. ——— me arrepio e sinto seu beijo em meu pescoço. Fecho meus olhos com força e engulo em seco.

Seu nariz roça no meu e eu permaneço com os olhos fechados. A minha vontade era bater na sua cara mas eu não conseguia me mover, meu corpo queria cada toque dele, mesmo que meu subconsciente o odiasse.

Meu corpo é um traidor!

Sua língua passou pelo meu lábio inferior e sem ao menos perceber abri a boca, deixando sua língua entrar. O aperto em meu cabelo aumentou.

Eu havia amado o beijo de Nate, ele era delicado e muito carinhoso, totalmente ao contrário do beijo do Victor, que é bruto e intenso.

Tiro uma das mãos do seu peitoral e coloco em sua nuca. Nossas línguas brigavam por espaço.

Beijei alguns garotos na minha vida, mas esse beijo com esse garoto em específico é diferente...

Só consigo voltar a raciocinar quando sua mão aperta minha bunda. Separo nosso lábios e quando abro meus olhos Victor está sorrindo de um jeito debochado.

——— "Eu não quero". ——— ele imita minha voz de um jeito ridículo. ——— Bee, não foi isso que pareceu...

Franzo o nariz e tiro sua mão da minha bunda.

——— E eu não queria mesmo, você que me atacou. Eu odiei. ——— aperto seu rosto, fazendo sua boca ficar igual "biquinho de peixe". ——— Não vim até aqui para fazer...impurezas com você. Vim aqui para mandar você me esquecer e ir ficar no pé de outra garota, uma garota que te queira. Eu saio com quem eu quiser e não vai ser você, nem ninguém que vai me controlar. Maluco, possessivo do cacete!

Apertei mais seu rosto, o suficiente para ele fechar os olhos pela dor. Depois saio do banheiro e fecho a porta, deixando ele lá.

O colega de quarto de Victor me olhou novamente, sorrindo.

——— Hum...——— puxo as pontas dos dedos e abaixo a cabeça, um pouco envergonhada. ——— Obrigada pela informação.

Saio do dormitório e passo a mão pelo cabelo.

Preciso ir ver como Nate está, Victor deu um soco nele. Merda...Estou me sentindo tão culpada.

Antes de Nate mandar a mensagem cancelando comigo, ele havia mandado o número do seu dormitório, então fui até lá e bati na porta, demorou um pouquinho mas finalmente abriu.

——— Babi, o que você está fazendo aqui? ——— meus olhos se fixaram em seu lábio inchado e cortado.

——— Aí meu Deus, eu sinto muito Nate, será que eu poderia entrar?

——— Poxa...Eu não sei se é uma boa ideia, Bárbara.

——— Por favor...——— insisti e ele me deu espaço para entrar.

——— Tudo bem...

Entrei no dormitório e estava vazio, escutei a porta se fechando e logo Nate se sentou em uma cama.

——— Vocês não iam assistir filme aqui? ——— perguntei.

——— Íamos, mas eu preferi ficar sozinho então eles foram assistir no dormitório de um amigo. ——— ele explica e eu me sento ao seu lado.

——— Me desculpa por isso. ——— aponto para o seu machucado. ——— Estou me sentindo muito culpada.

——— Eu não sabia que você tinha um namorado. ——— Nate sorri de lado e depois abaixa a cabeça.

——— Não, eu não tenho. Tem um menino aí que acha que tem poder sobre mim, ele é pirado da cabeça e invocou comigo...Eu estou livre. ——— sorri. ——— Mas entendo se você não quiser mais me ver.

——— Bom, eu gostei muito de você, Babi e se você está livre, gostaria de continuar saindo com você. Mas enquanto a obsessão desse garoto não passar, acho melhor fazermos isso no off, eu não quero problemas, entende? Sou um cara tranquilo.

——— Claro que entendo.

Eu também prefiro que fique no off. Victor é maluco e provou isso hoje. Até ele me esquecer e achar outra garota para encher o saco, prefiro que Nate não se machuque, porque gosto dele.

——— E se a gente assistir o tal filme que tínhamos marcado? ——— ele me pergunta.

——— Seria ótimo. ——— sorri.

                          𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗖𝗮𝗺𝗶𝗹𝗼.

Hoje já era segunda feira, infelizmente.

Como sempre acordei cedo, me arrumei e fui para as aulas. É péssimo fazer algo que você não gosta, parece que o tempo passa mais devagar que o normal!

No almoço não comi nada pois não estava com fome, depois retornei as aulas. Quando finalmente acabou, alguns amigos meus me chamaram pra jogar bola e eu fui.

O campo que jogamos não ficava muito longe de Yale.

Cheguei na faculdade por volta das cinco da tarde e no gramado eu vi a Bee, junto de algumas pessoas, incluindo Nate.

Fiquei feliz ao ver que eles não estavam próximos, porém não gostei nada do fato deles estarem no mesmo grupinho de pessoas.

Eu mandei ele manter distância e isso não é manter distância.

Sentado em um banco estava Arthur, me aproximei dele e me sentei do seu lado, ainda sem tirar os olhos fr Bárbara.

——— Por que não deixa a garota em paz por um minuto? ——— ele perguntou e eu olhei para ele.

——— Isso tem alguma coisa a ver com você? ——— ergo a sobrancelha e Arthur revira os olhos.

——— Vai ser mais uma que você vai brincar até enjoar, depois descartar e deixar ela quebrada, igual você sempre faz.

——— E? ——— cruzo meus braços e encosto minhas costas no banco. ——— Cara chato. Pelo menos eu não tô sofrendo pela ex que está transando com geral.

——— Nem estou mais sofrendo. ——— ele da de ombros. ——— E ela não está transando com geral!

——— Não? ——— sorrio de lado.

——— Dá um tempo, Camilo! ——— Arthur se levanta e sai bufando.

Sinto alguém cutucando meu ombro e olha na direção. Era Bárbara, com os braços cruzados.

——— Já bateu saudade? ——— pergunto e abro um sorriso de lado.

——— Está me vigiando! ——— ela descruzou os braços e colocou as mãos nos bolsos do moletom azul.

——— Não tô nada. ——— me levantei e me aproximei dela. ——— Estou aqui, sentado nesse banco, descansando e tomando um ventinho no rosto.

——— Ah, com certeza. ——— a morena revira os olhos.

——— Assume que veio aqui apenas porque quer me beijar de novo. ——— pego em sua cintura e puxo ela para mais perto de mim.

——— Tadinho de você, tão iludido...

——— Não minta, Bee. ——— deixo um beijo em seu maxilar. ——— Sei que você adorou o nosso momentinho de ontem. Uma pena você ter cortado a minha bochecha por dentro antes da gente terminar...

——— Foi merecido. ——— ela sorriu.

——— Que malvada. ——— segurei em seu rosto e tentei beijar seus lábios, porém ela me empurrou para trás.

——— Vai tomar um banho, está fedendo a suor! ——— Bárbara gira os tornozelos e começa a andar para longe.

——— Por que não vem tomar banho comigo, então? ——— perguntei um pouco alto para ela ouvir.

Bárbara me olhou por cima do ombro e sorriu.

——— Nunca!. ——— ela pisca e volta a olhar para frente, depois caminha até os amigos e se senta.

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