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𝖰𝖴𝖤𝖱𝖮 𝖣𝖤𝖨𝖷𝖠𝖱 𝖢𝖫𝖠𝖱𝖮 𝖰𝖴𝖤 𝖭𝖠̃𝖮 𝖢𝖮𝖭𝖢𝖮𝖱𝖣𝖮 𝖢𝖮𝖬 𝖢𝖤𝖱𝖳𝖠𝖲 𝖠𝖳𝖨𝖳𝖴𝖣𝖤𝖲 𝖰𝖴𝖤 𝖤𝖲𝖳𝖠𝖱𝖠̃𝖮 𝖯𝖱𝖤𝖲𝖤𝖭𝖳𝖤𝖲 𝖭𝖤𝖲𝖲𝖠 𝖧𝖨𝖲𝖳𝖮́𝖱𝖨𝖠.
𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀
Coloco minha última mala dentro do carro e olho para a minha casa, a qual eu morei a minha vida inteira.
Fui aceita em Yale e hoje, faltando uma semana para as aulas da faculdade começar, estou indo para New Haven. Achei melhor ir uma semana antes para me preparar.
Mesmo que Yale fosse o meu sonho desde...sempre, eu estava um pouco nervosa por ir morar longe dos meus pais, ser totalmente independente.
——— Filha, vamos. ——— meu pai me chama de dentro do carro e eu respiro fundo, abrindo a porta e entrando.
Yale, aí vamos nós!
A viagem até New Haven durou cinco horas. Decidimos vir de carro porque meus pais queriam me trazer e por conta das minhas malas.
Abro um sorriso e entro pelos corredores de Yale, acompanhada de meus pais.
——— Querida, qual o número do seu dormitório? ——— minha mãe pergunta.
——— 202. ——— respondo e ela confirma com a cabeça, procurando pelo meu dormitório.
——— Aqui está. ——— minha mãe diz assim que chegamos na porta escrita "202".
Pego minha chave para abrir a porta porém ela já estava destrancada. Entrei e olhei ao redor, um lado do quarto já estava ocupado, pelo jeito por alguém que já estudava aqui.
A cama estava bagunçada, havia alguns All stars na beirada da cama e algumas latas de cervejas vazias na escrivaninha.
——— Uau...——— murmurei e ergui as sobrancelhas.
——— Vou buscar sua última mala no carro, querida. ——— minha mãe sai do dormitório e eu me sento na cama que seria minha.
Pelo menos o meu lado está arrumado.
Escuto a porta do quarto se abrir e logo duas pessoas entram se agarrando dentro do quarto, me deixando envergonhada por não saber o que fazer.
Finjo uma tosse e ambos param de se agarrar e olham na minha direção, em um silêncio torturante enquanto me olham de cima a baixo.
——— Quem é você? ——— a garota de cabelo loiro com pontas pintadas de rosa me pergunta.
——— Sou Bárbara.
——— E? O que está fazendo aqui? ——— ela pergunta.
——— É que aqui é o meu dormitório...
Vejo a garota revirando os olhos.
——— Ah sim, havia me esquecido que os novos estudantes já começaram a chegar. Bom ——— ela olha para o cara que estava agarrando a segundos atrás. ——— Vamos ter que ir foder no seu dormitório, baby.
Eles saem do dormitório e eu dou risada.
Que merda foi essa?
A primeira impressão da minha colega de quarto foi péssima!
Minha mãe logo volta com a minha última mala e depois saímos do dormitório, indo até o estacionamento para que meus pais fossem embora.
——— Vou sentir sua falta, filha. ——— papai me abraça e beija a minha testa. ——— Amo você.
——— Eu te amo, pai. ——— ele deixa mais um beijo na minha testa e entra dentro do carro.
Minha mãe me abraça e diz que me ama inúmeras vezes. Quando nos afastamos ela me encara e sorri de lado.
——— Aproveite a faculdade, meu amor. Faça amigos, saia, vá a festas, beba, beije e transe...——— arregalo os meus olhos levemente.
——— Mãe, pelo amor de Deus!
——— Mas não se esqueça de estudar, tudo bem? ——— confirmo com a cabeça e ela se prepara pra entrar no carro, mas antes olha para trás. ——— Ah, e não se esqueça de usar camisinha!
——— Mãe...
——— Beijos, a gente te ama, querida.
——— Amo vocês.
Minha mãe entra dentro do carro e meu pai logo da partida. Aceno para eles até o carro sumir das minha vistas.
Volto para dentro da faculdade e vou para o meu dormitório.
Tenho muito o que organizar agora!
Já estava à noite, eu havia passado o dia todo arrumando minhas coisas e finalmente acabei de organizar tudo.
Isso me deixou muito contente. Ver tudo arrumadinho do jeitinho que eu queria é perfeito.
A minha colega de quarto não apareceu ainda depois daquela hora. E talvez eu ache bom. Ela não foi muito agradável comigo e nem ao menos se apresentou hoje de manhã.
Eu tinha acabado de sair do banho, vou até a porta e tranco para poder trocar de roupa. Escolhi uma blusa larga e uma calça de moletom, pois estava um pouquinho frio.
Estendi minha toalha e me deitei na minha cama, me cobrindo, pegando meu notebook e colocando meus airpods.
Fiquei assistindo série por mais ou menos uma hora e meia, quando senti minha barriga roncar de fome, me levantei e fui até o meu armário, pegando um cup noodles e depois colocando no microondas.
Enquanto eu esperava minha comida ficar pronta, a porta do quarto se abriu e a minha colega de quarto loira entrou.
A garota se sentou na cama e começou a tirar seus coturnos pretos. O micro ondas apitou e ela olhou em minha direção.
Tirei minha comida de la e me sentei na minha cama novamente, pronta para colocar meus fones quando a loira decidiu falar.
——— Qual seu nome, hum?
——— Me chamo Bárbara, eu te disse isso mais cedo.
——— Eu não lembrava, foi mau aí. O meu nome é Carolina. Desculpa por mais cedo, aquela pegação toda é normal por aqui.
——— Tudo bem. ——— abro um sorriso de lado e começo a comer.
——— Por ser seu primeiro dia aqui, acredito que tenha dezoito anos, estou certa? ——— ela caminha até seu armário e pega um saco de salgadinhos, depois se joga na cama.
——— Sim. E você, tem quantos anos?
——— Tenho vinte, vai der o meu terceiro ano aqui.
——— Legal. Você faz o que? ——— pergunto.
——— Artes e Design. E você, vai fazer o que?
——— Direito.
——— Ah sim.
O silêncio se instala novamente e ela começa a mexer em seu celular. Coloco os meus fones novamente e dou play na minha série.
Depois de um tempinho, Carolina tomou banho e novamente saiu do dormitório.
Olhei o horário e já estava um pouco tarde. Coloquei meu notebook e meus fones na escrivaninha e desliguei o meu abajur.
Me aconcheguei na cama e em alguns minutos dormi.
Faltava quatro dias para as aulas começarem e eu basicamente ficava no meu quarto ou conhecendo um pouco da faculdade.
Era tarde da noite, mais ou menos uma da manhã e eu estava andando pelos corredores vazios de Yale pois havia pedido comida.
Quase morro do coração quando alguém sai de um dos dormitórios e bate com tudo na parede.
Era um garoto, ele era moreno e alto, também tinha algumas tatuagens pelo braço exposto. Ele ainda não havia reparado em mim ali, parada no meio do corredor.
O garoto tirou uma embalagem de dentro do bolso e colocou sobre um bebedor que tinha ali, era um comprimido no qual ele amassou um um cartão e cheirou.
Quando o moreno percebeu a minha presença, ele arrumou sua postura -ou tentou- e me encarou de cima a baixo.
——— Está olhando o que? Acho que o que estou eu estou fazendo aqui não é da sua conta. ——— ele cruzou o braço e se encostou na mesma parede que se esbofeteou a segundos atrás.
——— Me desculpa...——— praticamente sussurrei e continuei a andar, porém, parei novamente quando ele me chamou.
——— Bee. ——— ele fala e eu o olho por cima do ombro.
——— Bee? ——— ergo as sobrancelhas.
——— É, suas meias são de listras pretas e amarelas, me lembrou uma abelha. ——— ele ri. ——— Nunca te vi aqui antes, é nova?
——— Acho que isso não é da sua conta, hum? ——— respondi no mesmo nível de grosseria que ele tinha usado comigo.
Normalmente eu não responderia assim, mas estou cansada demais e esse garoto está bêbado, drogado e não sei mais o que.
Ele fecha a cara e me olha com desdém.
——— Atrevida você. ——— seu tom foi rude e nervoso.
Apenas ignorei e continuei andando. Aquele garoto não me incomodou mais e eu de verdade, espero não esbarrar com ele por aí.
—
O que acharam do primeiro episódio?
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