𝘾𝘼𝙋𝙄́𝙏𝙐𝙇𝙊 𝘿𝙤𝙞𝙨!

𝘙𝘢𝘪́𝘻𝘦𝘴 𝘥𝘰 𝘗𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰

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❛❛So tell me that it's time for me to go
'Cause you know I can't do it on my own
The only thing that's harder than sleeping alone❜❜

▬▬ ⋆ ❛❛ As pessoas se mudam por uma infinidade de razões. Alguns buscam um novo começo, um lugar melhor para chamar de lar. Outros procuram solidão, um santuário tranquilo para encontrar a paz interior.

E ainda há aqueles, como eu e minha tia Grace, que buscam um recomeço, um lugar para curar as feridas do luto e seguir em frente.

Através do vidro, as árvores passavam em um borrão verde, formando o cenário da nova cidade que será meu lar. O clima não era muito diferente de Londres, o que de alguma forma me traz conforto.

Eu costumava vir aqui, a Forks, nos verões para visitar a vovó. Eu amava suas histórias sobre sua juventude. O tempo, então, não era tão ensolarado, mas também não tão chuvoso quanto agora, talvez porque fosse verão. 

Estávamos chegando a uma rua com várias casas. Tia Grace dirigiu até a última casa da rua. Ela se destacava, maior que as outras, com sua cor branca e grandes colunas de estilo grego.

Assim que tia Grace estaciona o carro, saímos em direção à entrada. Ao entrar, uma enxurrada de memórias me atinge.

― Nada mudou desde a última vez que estive aqui, aos doze anos ― disse, observando a decoração familiar.

― Sua avó e seu avô sempre preservaram muito bem a decoração. Também não mudou muito desde quando eu era criança ― respondeu minha tia Grace, com um pequeno sorriso.

Subimos as escadas até o que era meu antigo quarto. Dei um sorriso ao ver as paredes rosas e a prateleira com alguns ursos de pelúcia.

― Desculpe por não ter conseguido um decorador a tempo, Arabella ― disse minha tia.

―— Não tem problema, tia Grace. Foi bom relembrar as velhas memórias ― respondi, me dirigindo à minha antiga penteadeira onde havia um retrato com meus pais, a vovó e a tia Grace.

― Ah, eu me lembro desse dia. Você não queria tirar a foto e sua avó propôs um acordo: se você tirasse a foto, ela faria uma torta de morango. Claro que você aceitou o acordo rapidamente ― disse tia Grace e nós rimos juntas.

― A vovó sabia negociar ― afirmei.

― Quer ajuda para colocar as roupas no closet? ― perguntou minha tia, apontando para as grandes malas.

― Não, eu me viro bem ― respondi.

― Tudo bem, então vou olhar o restante da casa ― disse tia Grace, saindo do quarto.

Comecei a organizar minhas roupas no closet. Depois de um tempo, peguei uma coleção de discos e organizei em uma das prateleiras livres. Eram os que meus pais mais gostavam.

Apesar de não trazer muita coisa deles, eu não podia deixar para trás. Fizeram parte das minhas lembranças mais felizes com eles. Limpei rapidamente uma lágrima que desceu dos meus olhos.

Decidi tomar um banho. Essa viagem tinha sido longa. Assim que tomei um banho quente, senti um alívio. Assim que terminei de me vestir, saí do meu quarto e fui até a cozinha, onde encontrei tia Grace.

― Chocolate quente? ― ofereceu, enquanto o aroma delicioso do chocolate se espalhava pela cozinha.

― Com certeza ― respondi, pegando a caneca que ela me entregou.

O sabor é divino, afinal, é chocolate. Como não seria? É chocolate, não tinha como ser ruim. Balancei a cabeça concordando com meus próprios pensamentos.

― Ah sim, o hospital acabou de me ligar e eu começo pela manhã na segunda ― informou tia Grace.

― Que ótimo ― respondi animada.

― E eu vou aproveitar para te matricular na escola.

Certo, eu não sei se estou preparada para enfrentar a escola de Forks. Só de pensar na multidão de alunos, e ter que fazer um novo círculo de amizade me deixava ansiosa e levemente em pânico. Concordei com um simples “ok” a tia Grace.

Droga, eu realmente precisava continuar a terapia ou não vou aguentar todas essas mudanças de uma vez.

― Vai dar tudo certo, Bella. Eu posso ver as engrenagens girando nessa sua cabecinha ― disse tia Grace.

― Assim eu espero ― disse em um sussurro.

Conversamos por mais um tempo até eu subir. Resolvi dormir um pouco pois estava cansada da longa viagem. Assim que me deitei, não demorou muito para eu pegar no sono.

Fui acordada um tempo depois por tia Grace, que tinha feito o jantar que era espaguete ao molho branco. Estava muito bom e comemos em um silêncio confortável.

Após o jantar, fui até a sala com tia Grace.

― Arabella, eu tenho uma coisa para você. Está lá no meu quarto, só um instante ― falou tia Grace e concordei. Ela rapidamente saiu da sala e voltou após minutos com uma caixa pequena que parecia uma caixa de jóias. Tia Grace abriu e mostrou um colar que era da mamãe.

Ele era lindo. Papai havia comprado quando eles estavam em lua de mel na Itália. Foi um dos primeiros presentes que ele tinha comprado de casamento. Ela sempre estava com ele, pelo menos até o acidente…

― Uma das enfermeiras me deu assim que estávamos saindo do hospital. Eu sei que era muito especial para ela. Eu não havia te dado antes porque você estava muito mal, e eu sei que ela gostaria que ficasse com ele. ― Assim que tia Grace termina de falar, a abracei.

― Obrigada, tia Grace. Eu achei que ele havia sido perdido no acidente.

― Quer ajuda para colocar? ― ela perguntou e eu concordei com um sim.

― Ele é lindo ― disse, vendo a pedra vermelha.

Depois das emoções do final da noite, eu e tia Grace conversamos até tarde antes de subirmos para dormir. No meu caso, eu não consegui até às quatro da manhã, quando finalmente peguei no sono, só para acordar gritando com um pesadelo do dia do acidente.

―Arabella, o que houve? ― Entrou tia Grace assustada no quarto, provavelmente por conta dos meus gritos. Eu tentei falar, mas nada saiu dos meus lábios, só lágrimas que começaram a cair e inevitavelmente chorei.

Tia Grace prontamente me abraçou, sussurrando que ia ficar tudo bem. Que droga, quando isso iria melhorar?

Assim que parei de chorar, tia Grace perguntou preocupada:

― Pesadelo novamente?

― Sim, eu tenho pesadelos do momento exato em que aconteceu, em que o carro está de cabeça para baixo e eu vejo a mamãe tentar levar a mão até mim antes de morrer.

Tia Grace me abraçou novamente. Ficamos um tempo assim até eu dizer que estava tudo bem e ela sair hesitante do quarto. Me joguei na cama novamente e fiquei um tempo até criar coragem e fazer as minhas higienes matinais.

Desci e tomei o café da manhã com algumas torradas. O restante da manhã passou voando.

Enquanto estava no sofá assistindo uma série que passava na televisão, escutei a campainha tocar e rapidamente atendi. A figura na minha frente era Charlie Swan. Eu não o via desde criança e ele me abraçou.

― Eu sinto muito mesmo. Nem posso imaginar pelo que está passando. Quando a sua tia me disse, eu custei a acreditar que a Joncelyn e o Henry haviam partido ― disse com um olhar triste.

Charlie era um dos melhores amigos da mamãe e da tia Grace. Eles haviam crescido juntos, e se tornou um bom amigo do meu pai.

― E como você está? ― Charlie perguntou em um tom preocupado.

― Eu estou seguindo, Charlie. Está difícil, mas eu sigo de pé por eles.

Assim que termino de falar, tia Grace chegou

― Charlie ― falou tia Grace, já abraçando-o também.

― Vem, entra. Você quer alguma coisa, um café talvez? ― perguntou tia Grace enquanto nos sentamos no sofá.

― Não precisa, obrigado, Grace.

― Se vocês duas precisarem de qualquer coisa, seja o que for, não hesitem em me pedir. Eu venho imediatamente ― disse Charlie.

― Obrigada, Charlie ― agradeceu tia Grace.

― E como estão as coisas? Imagino que a mudança deve ter sido muito difícil ― comentou Charlie.

― Foi sim, mas estamos tentando nos ajustar aqui. Mas com esforço, vamos conseguir ― falou tia Grace e concordei.

Após um tempo conversando, avisei a minha tia que iria até o jardim na parte de trás da casa. Ela concordou e a deixei conversando com Charlie. Assim que cheguei ao jardim, observei as roseiras neles e uma árvore que eu costumava correr em volta dela.

Vi um balanço de quando era criança e fui em direção a ele me sentar, me balancei, me impulsionando com os pés e olhei para o céu que estava nublado. Logo desviei meu olhar para algumas rosas à frente. Fiquei um tempo no balanço relembrando algumas memórias.

― Bella. ― Me virei quando fui chamada por uma voz que não escuto há muito tempo...

🌹🪞⏱️ ) . . Hello Lovers, eu disse que não ia fazer tão triste o próximo capítulo, mas não resisti de colocar um pintadinha de tristeza.

( 🌹🪞⏱️ ) . .  Comentem o que acharem do capítulo, amo ver leitores interagindo!

( 🌹🪞⏱️ ) . . Quero agradecer a Arabella_McGrath do projeto WonderfulDesigns pela betagem do capítulo.

( 🌹🪞⏱️ ) . . Até o próximo capítulo.

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﹙𝖾𝗌𝗍𝖾𝗍𝗂𝖼𝖺/ 𝗅𝖺𝗒𝗈𝗎𝗍 𝗉𝗈𝗋 𝘀𝗽𝗶𝗱𝗲𝗿𝘀𝘄𝗳𝗳﹚