|Capítulo 48|

P.O.V Narradora

Era uma tarde morna e silenciosa em Forks. O céu nublado parecia refletir o humor de Abby, que permanecia deitada em sua cama como havia feito nos últimos trinta dias. As caixas de chocolate vazias e meio abertas espalhadas ao redor eram os únicos indícios de que ela ainda tinha alguma vontade  e mesmo assim, uma vontade triste, quase automática.

Charlie e Bella já tinham tentado de tudo: filmes, comida, conversas. Nada funcionava. Abby mal respondia, não tocava mais piano, e só saía do quarto quando absolutamente necessário. A dor da perda ainda era viva, pulsante.

Quase todas as noites, Embry aparecia. Subia pela árvore e entrava pela janela como se fosse algo natural. Charlie já os tinha visto juntos, Abby dormindo encolhida nos braços do lobo, e por mais que em outro tempo aquilo o deixasse maluco, agora apenas o aliviava. Embry estava ajudando do único jeito que alguém conseguia.

Naquela tarde, o ritual se repetiu. Embry subiu os galhos e pulou suavemente no batente da janela, empurrando-a com cuidado. Assim que entrou, seus olhos pousaram em Abby. Ela estava sentada na cama, os cabelos bagunçados, o olhar distante, e as caixas de chocolate espalhadas como trincheiras ao redor de seu corpo.

— Amor...— chamou ele com doçura,
Abby ergueu os olhos lentamente e se endireitou. — Já faz um mês... você precisa sair um pouco.— disse Embry, sentando na ponta da cama.

— Eu não quero.— respondeu ela em voz baixa. Seus braços se enrolaram ao redor dos joelhos, e ela apoiou o queixo ali, como se quisesse desaparecer dentro de si. — Ele matou o meu bebê...

As palavras fizeram Embry engolir em seco. Ele se aproximou lentamente, ficando ao lado dela, o calor de seu corpo oferecendo conforto. Abby se encostou nele quase instintivamente, buscando o único lugar onde o mundo parecia um pouco menos cruel.

— Abby? — ele chamou.

— Oi?— murmurou ela, sem mover a cabeça.

— Seu aniversário está chegando, não está? — perguntou ele, tentando manter o tom leve.

Abby o olhou com os olhos pesados de tristeza.

— Não quero festa. — respondeu, antes de deitar-se novamente e virar o rosto para o lado.

Embry esboçou um sorriso discreto. Sabia que não ia conseguir uma resposta diferente naquele momento, mas também sabia que não ia aceitar isso como final. Ele daria um jeito.

(...)

Na casa dos Cullen, Embry estava sentado no sofá ao lado de Edward e Bella, explicando seu plano com um certo receio principalmente porque Rosalie o encarava como se quisesse rasgá-lo ao meio.

— Quero fazer uma festa de aniversário pra Abby. Acho que ela precisa... lembrar que ainda existe coisa boa no mundo.— disse Embry, olhando para Bella.

— Ela precisa mesmo. — concordou Bella. — Ela não sai do quarto...

Alice apareceu do nada, como sempre, com os olhos brilhando de entusiasmo.

— Eu ouvi festa? Eu posso ajudar! — exclamou. — Podemos fazer aqui em casa. Vai ser perfeito!

— Você tem certeza? — perguntou Embry, surpreso.

— Claro! Mas preciso saber o que ela gosta.

Embry respirou fundo e começou:

—Ela ama bolo de chocolate. Adora as cores roxo e azul. Gosta de coisas discretas, mas com brilho. Músicas, e tem uma queda por luzinhas penduradas, tipo de Natal.

Bella arqueou uma sobrancelha.

— Eu só sabia do chocolate... e achava que a cor favorita dela era verde.

— É roxo.— disse Embry, firme. — Ela só diz que é verde quando quer parecer "madura".

— Já tenho várias ideias.—Alice riu—Vai ficar incrível.*

— E vocês não se importam com... alguns lobos por aqui? — perguntou Embry, olhando para Edward.

— Não.— respondeu Edward com um sorriso gentil. — Nem Carlisle se importaria. Ela é da nossa família também.

(...)

Na casa dos Swan, Abby finalmente saiu do quarto. Desceu lentamente as escadas, os pés descalços arrastando no carpete. Na cozinha, encontrou Charlie, sentado à mesa com uma xícara de café. Ele ergueu os olhos ao vê-la.Ela encostou-se na parede, abraçando o próprio corpo.

— Oi, flor.— disse ele, se levantando devagar. — Como você está?

Abby deu de ombros.

— Sei lá...— respondeu com honestidade. Mordeu o lábio inferior, hesitante. — Você me odeia?

— Odiar você?—Charlie franziu a testa, confuso.—Como eu poderia?

— Eu... eu não sou sua filha de verdade.— disse ela, a voz embargada.

Charlie caminhou até ela com firmeza e parou bem diante da garota.

— Você é minha filha, sim. — disse com convicção. — Eu não ligo para o que aquele desgraçada da Renner ou qualquer um diga. Eu te criei. Te vi crescer. Te levei pra escola, fiz panquecas... Te chamei de minha garotinha,mesmo quando você se escondia atrás da Bella. Então sim, Abby. Você é minha filha.

As palavras foram como um abraço antes mesmo de ele tocá-la. Abby não conseguiu conter as lágrimas e se jogou nos braços dele, abraçando-o forte,
Charlie a envolveu com carinho, fazendo um leve carinho nos cabelos ruivos da garota.

— O monstro foi embora, Abby. E o papai tá aqui. Sempre.


Mais um capítulo amores espero que gostem amores ♥️🥰♥️🥰♥️

Meta de curtidas 50
Meta de comentários 20

Até o próximo capítulo amores 🥰♥️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top