|Capítulo 43|
P.O.V Narradora
Era por volta das três da manhã quando Abby despertou com uma dor leve e incômoda na cabeça. O quarto estava silencioso, exceto pela respiração calma de Embry ao seu lado. Ele dormia profundamente, o braço envolvido de forma protetora ao redor da cintura dela.
Com delicadeza, Abby deslizou o braço dele para o lado e se desvencilhou da coberta. Sentou-se na beirada da cama, esperou um segundo para se equilibrar e então levantou, caminhando em silêncio até a porta.
No corredor, Edward estava encostado na parede ao lado do quarto que dividia com Bella. Seus dedos deslizavam gentilmente pelos cabelos dela enquanto ela dormia tranquilamente. Quando ouviu os passos leves de Abby passando pela porta, ele virou levemente o rosto, atento.
Abby desceu as escadas no escuro, guiada pela pouca luz da lua que entrava pelas janelas. Na cozinha, acendeu a luz e foi direto à geladeira, pegando uma garrafa d’água. Tomou um gole e depois caminhou até o armário à procura de um comprimido para dor de cabeça.
Foi então que sentiu mãos envolvê-la pela cintura.
— Até parece que você ia conseguir escapar de mim assim tão fácil, — murmurou Phill atrás dela, com o hálito quente e repulsivo encostando em seu pescoço.
Abby arregalou os olhos, o corpo congelando de imediato.
— Me solta. — pediu com firmeza, tentando manter a calma.
— Ah, só quero me divertir um pouco. Ninguém vai saber...— disse ele com um sorriso nojento, puxando-a para mais perto.
Edward, no quarto de cima, ouviu claramente cada palavra. O som da voz de Phill, o medo nos batimentos acelerados de Abby e principalmente os pensamentos dela,ele se ergueu em um pulo, cuidando para não acordar Bella, e desapareceu do quarto em um piscar de olhos.
Na cozinha, Phill virou Abby de frente, segurando seu rosto com a mão áspera.
— Você tá tão linda assim... acordadinha de madrugada...— sussurrou, deslizando os dedos pela bochecha dela.
Abby tentou se afastar, o coração batendo tão forte que parecia que ia explodir.
— Se você encostar em mim de novo, eu—ela nem conseguiu terminar. A mão dele tampou sua boca com força.
— Shhh... — disse Phill, com os olhos brilhando com intenções desprezíveis.
Foi nesse instante que a porta da cozinha se escancarou. Edward entrou como uma sombra afiada, puxando Phill com força para longe de Abby e se colocando entre os dois, como um escudo.
— Fique longe dela.— rosnou Edward, os olhos intensos, frios como gelo. — Se você encostar nela de novo... vai se arrepender mais do que imagina.
— Calma, Edward... só estávamos conversando...—Phill ergueu as mãos, rindo nervoso.
— Conversando?— Edward deu um passo ameaçador. —Sei exatamente o que você queria fazer.
Phill recuou, tentando manter a pose, mas o medo era visível. Logo saiu da cozinha, sumindo pelo corredor.
Edward se virou e encontrou Abby encostada no balcão, os olhos arregalados e a respiração descompassada.
— Você precisa contar pra Bella o que está acontecendo.— disse ele com firmeza. — Se você não contar... eu vou contar.
—Eu... eu vou contar... eu prometo...—Abby engoliu em seco, a voz trêmula.
Edward assentiu, dando um passo à frente com cuidado.
— Vamos, vou te levar até o quarto.*— disse gentilmente, estendendo a mão.
Ela aceitou, ainda tremendo, e caminhou ao lado dele, em silêncio, com o coração batendo como se pedisse socorro.
Abby deu boa noite a Edward com a voz baixa, quase sussurrada.
— Obrigada… por tudo — ela murmurou, os olhos ainda marejados.
Edward apenas assentiu com um olhar compreensivo antes de vê-la desaparecer de volta para o quarto.
Ao entrar, o cômodo estava silencioso. A penumbra era cortada apenas pela luz suave da madrugada que entrava pela janela. Embry continuava deitado, respirando de forma lenta e profunda. Abby caminhou até a cama em passos lentos, o coração ainda acelerado pelo que havia vivido.
Deitou-se ao lado dele e, num gesto automático, passou o braço pela cintura de Embry, buscando seu calor, seu abrigo.
Ele se mexeu levemente, despertando um pouco, e a puxou para mais perto, abraçando-a com ternura.
— Você tá aqui...— ele murmurou, ainda entre o sono e a vigília.
Abby não disse nada. Apenas escondeu o rosto na curva do pescoço dele, inspirando seu cheiro, buscando qualquer sinal de segurança e paz. As lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto, mas ela não fez som. Apenas se permitiu ficar ali, protegida.
(...)
Na manhã seguinte, a luz do sol entrou pelas frestas da cortina. Abby estava sentada na cama, as pernas cruzadas e os olhos fixos no nada. Os dedos apertavam nervosamente o tecido da colcha. Seu peito subia e descia em um ritmo acelerado.
Como contar para Bella?
Como fazê-la entender algo que ela guardava desde tão pequena? E Renner… ela nunca acreditaria. Nunca acreditou.
Abby levantou-se e caminhou até a porta, decidida, mesmo com o estômago revirando. Desceu as escadas com passos trêmulos até a sala. Lá estavam Bella, Edward e Embry conversando.
Ao vê-la, Edward ergueu o olhar. Abby hesitou por um instante.
— Onde estão Renner e... Phill?— sua voz saiu firme, mas havia um leve tremor.
— Saíram agora há pouco.— respondeu Bella, sem saber o que estava por vir.
—Eu… posso conversar com você? Sozinha?
Edward entendeu na hora. Pousou a mão no ombro de Embry.
— Vamos lá fora— disse.
— Mas o que...— Embry começou, confuso.
— Só vem. — Edward murmurou, lançando um olhar sério, puxando o amigo para fora.
Agora sozinha com a irmã, Abby sentou-se no sofá, sentindo o coração bater contra as costelas como se quisesse fugir. Suas mãos tremiam visivelmente, e ela tentou respirar fundo antes de falar.
— Bella... eu preciso te contar uma coisa… — começou, com a voz hesitante. — Ontem à noite... o Phill tentou de novo...
As palavras saíram como pedras, pesadas, carregadas de dor. Bella empalideceu. Aquilo foi como um soco no estômago.
— Como assim...? — ela sussurrou.
— Ele tentou... me tocar de novo. Igual quando eu era criança…— Abby mal conseguia manter a voz firme. Os olhos estavam marejados, o corpo tremia. — Eu... eu congelei, Bella. Eu travei… e…— ela deixou as lágrimas caírem, a respiração se tornando irregular. —Se o Edward não tivesse aparecido… o Phill teria… teria...*— ela tapou o rosto com as mãos, chorando. — É minha culpa, não é? É culpa minha por não falar antes... ninguém nunca acredita em mim… ninguém nunca acreditou…
Bella se aproximou devagar, sentindo o próprio mundo ruir.
— Não, Abby. Não é sua culpa. Nunca foi.— ela se ajoelhou em frente à irmã. — Me desculpa… me desculpa por não ter percebido antes. Eu devia ter notado... eu devia ter te protegido.
— Você não sabia…— Abby murmurou, encolhida no sofá, escondendo o rosto entre os joelhos.
Bella a abraçou com força, segurando as lágrimas.
— Agora eu sei… e eu vou te proteger. Prometo. — sussurrou, a voz embargada pela culpa de não ter percebido nada antes.
(...)
Do lado de fora, a brisa da manhã passava suave entre as árvores, mas dentro de Embry, uma tempestade estava prestes a explodir.
Ele estava parado ao lado de Edward, os dois escutando tudo o que acontecia dentro da casa. A cada palavra que Abby dizia, a raiva dentro de Embry crescia como fogo alimentado por gasolina. O lobo dentro dele rosnava em fúria, implorando por liberdade.
— Eu vou matar esse desgraçado. — Embry murmurou entre os dentes cerrados, os punhos fechados com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. — Como ele teve coragem…?
Edward manteve a postura firme, mesmo com a tensão entre eles.
— Você acha que foi fácil pra mim? — ele respondeu com calma, mesmo sentindo a mesma revolta. — Ela precisava ser a primeira a contar. Eu tentei... dei sinais, olhares, alertei Bella quando pude, até você eu fiz...mas... Abby tinha que dizer com a própria voz.
— Você devia ter dito pra mim. Eu... eu podia ter feito algo antes!— Embry sussurrou, sentindo o peito queimar.
— E se você tivesse feito algo, teria perdido o controle.—Edward suspirou.
—Teria se exposto. E isso poderia ter machucado ainda mais a Abby.
Embry passou a mão pelos cabelos, respirando fundo, tentando conter o grito que queria soltar.
— Se esse cara encostar nela de novo... — ele começou, a voz falhando de pura raiva.
— ...ele não vai.— Edward respondeu firme.
Mas Embry não se acalmou. Ele se virou de repente, rosnando baixo, e socou uma árvore próxima com tanta força que a madeira rachou com um estalo seco. A árvore tremeu, e alguns galhos caíram.
— Ele não vai porque eu juro que não deixo. Ele não tem coragem… ou talvez tenta. Eu mato ele. — Embry falou entre dentes, e depois riu, mas foi um riso amargo, carregado de dor.
Edward apenas observou. Sabia que Embry precisava daquele momento. Sabia também que por mais que estivesse furioso, no fundo, tudo o que ele queria era proteger Abby de tudo até dele mesmo.
Embry então deu as costas e, sem dizer mais nada, voltou para casa. Seus passos pesados ecoavam no chão da varanda enquanto ele abria a porta e entrava.
Na sala, Bella ainda abraçava Abby, que estava com o rosto molhado de lágrimas, o olhar perdido, as mãos trêmulas. Assim que o viu, os olhos dela o encontraram como se o puxassem.
Abby soltou Bella devagar, e Embry se aproximou em silêncio. Ele se ajoelhou à frente dela, sem dizer nada. Apenas abriu os braços.
Abby não hesitou. Caiu nos braços dele como se estivesse desabando, enterrando o rosto no peito dele.
— Você tá segura agora. — ele murmurou, beijando o topo da cabeça dela. —Eu juro, Abby... ninguém nunca mais vai te machucar.
Ela apenas chorou mais, agarrando-se a ele como se ele fosse a única âncora que a mantinha firme no mundo.
Mais um capítulo amores espero que go
stem amores ♥️🥰♥️🥰♥️
Aliás hoje eu recebo uma nova capa para fanfic amores heheh.
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Meta de comentários 20
Até o próximo capítulo amores 🥰♥️
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