|Capítulo 28|
P.O.V Narradora
Abby desceu as escadas com Embry ao seu lado, ambos em silêncio. Quando chegaram à sala, ela viu o pai sentado no sofá, seu rosto pálido e os olhos fixos em um ponto distante. Ele estava claramente abalado, e a dor que ele sentia era quase palpável no ar.
Sem pensar duas vezes, Abby se aproximou dele, parando em sua frente. Charlie levantou o olhar lentamente, suas expressões cansadas e pesadas. Quando os olhos deles se encontraram, ele estendeu a mão como se precisasse confirmar que a filha estava realmente ali, mas Abby se adiantou e o puxou para um abraço apertado.Charlie a segurou com força, como se ela fosse a âncora que ele precisava naquele momento.
— Você deveria estar no voo para Nova York — murmurou ele, a voz embargada pela tristeza e pelo alívio ao mesmo tempo.Abby sentiu seu coração apertar ao ouvir aquelas palavras. Ela sabia que Charlie estava preocupado, mas não podia simplesmente deixá-lo, não agora.
— Resolvi ficar, papai — sussurrou de volta, segurando-o ainda mais forte.
Embry, que estava um pouco afastado, observava a cena em silêncio, respeitando o momento entre pai e filha. Ele sabia que Abby tinha tomado a decisão certa em ficar. Havia tantas coisas acontecendo, tantas verdades dolorosas, e Harry Clearwater era uma delas. Embry sabia que Harry não havia morrido de infarto, como todos diziam, mas sim por algo muito mais sinistro. Contudo, essa verdade era algo que Charlie ainda não podia suportar, então Embry permaneceu quieto.Charlie afrouxou o abraço, mas não a soltou completamente, segurando Abby pelos ombros enquanto a olhava nos olhos, como se precisasse ter certeza de que ela estava bem.
— Eu não sei o que faria se você tivesse ido — confessou ele, a voz quebrando.
— Eu estou aqui, papai.—Abby ofereceu um pequeno sorriso, tentando transmitir alguma força para o pai. — Eu não vou a lugar nenhum.
(...)
Depois que Charlie finalmente se acalmou, ele acabou pegando no sono no sofá da sala. O silêncio tomou conta da casa, exceto pelo som suave de respirações tranquilas e pelo leve farfalhar dos lençóis enquanto ele se ajeitava. Na cozinha, Abby e Embry estavam ocupados preparando alguns sanduíches, trabalhando em uma sincronia silenciosa, mas confortável.
Abby concentrava-se em cortar o pão, enquanto Embry organizava os ingredientes ao seu lado. Ele quebrou o silêncio, sua voz baixa para não acordar Charlie.
— O que você vai dizer se o seu pai perguntar sobre a Bella? — perguntou Embry, levantando os olhos para ela enquanto passava maionese no pão.
Abby soltou um suspiro cansado, largando a faca sobre a tábua de corte. Ela sabia que a conversa com Charlie sobre Bella era inevitável, mas isso não a deixava menos complicada.
— Vou ter que inventar uma boa mentira, é claro. — respondeu ela, tentando manter um tom despreocupado, mas a preocupação ainda era evidente em sua expressão.
Embry olhou para ela, percebendo o peso da situação. Ele largou a faca que segurava e se aproximou, passando a mão suavemente na bochecha de Abby, um gesto carinhoso e reconfortante.
— Vai dar tudo certo. — disse ele, seu tom calmo e firme.
Abby olhou para ele, um sorriso pequeno, mas sincero, surgindo em seus lábios. O toque de Embry tinha o poder de acalmá-la, mesmo nas situações mais difíceis.
Mas antes que pudessem dizer mais alguma coisa, ouviram o som de uma tosse discreta. Ambos se viraram rapidamente, e lá estava Charlie, encostado na parede da entrada da cozinha, observando-os com um olhar curioso e talvez um pouco divertido.
— Espero que esses sanduíches sejam pra mim. — disse ele, arqueando uma sobrancelha, o tom de sua voz revelando que ele tinha notado o que estava acontecendo entre Abby e Embry.
Abby sentiu as bochechas corarem ligeiramente, mas tentou disfarçar, esboçando um sorriso para o pai.
— Claro, pai. — respondeu ela, tentando soar despreocupada. — Estávamos só... preparando tudo.
Embry, ainda com a mão na bochecha de Abby, soltou-a rapidamente e se afastou um pouco, também tentando esconder o constrangimento.
— Sim, senhor. Eu estava só ajudando. — disse ele, claramente tentando manter a compostura.
Charlie deu um pequeno sorriso, mas não disse mais nada, apenas se aproximou da mesa e sentou-se, indicando que a conversa seria deixada para outro momento. Abby trocou um olhar rápido com Embry antes de voltar sua atenção para o que estava fazendo
— Onde está a Bella? — Charlie perguntou, sua voz carregando um tom de curiosidade e leve preocupação.
Abby congelou por um instante, sentindo o peso da pergunta. Sua mente correu, tentando encontrar uma resposta rápida que não levantasse suspeitas. Ela engoliu em seco, os olhos evitando o olhar do pai.
— Ela... ela está com Jacob — Abby respondeu, tentando soar natural, mas a hesitação na sua voz era evidente. As palavras saíram um pouco rápidas demais, denunciando sua incerteza.
Charlie levantou uma sobrancelha, notando a maneira como Abby evitava seu olhar direto. Ele cruzou os braços, inclinando-se ligeiramente para frente.
— Com Jacob? — ele repetiu, o tom de voz sugerindo que ele não estava completamente convencido. — Você tem certeza disso?
Abby mordeu o lábio inferior, sentindo seu coração bater mais rápido. Ela sabia que Charlie podia perceber quando ela estava escondendo algo, mas não podia revelar o verdadeiro motivo da ausência de Bella.
— Sim, ela me disse que ia se encontrar com ele. Devem estar... conversando sobre alguma coisa importante ou dando apoio para ele— Abby respondeu, tentando parecer mais confiante.
Charlie continuou a observá-la, os olhos estreitando-se levemente. O silêncio entre eles se alongou por um momento, criando uma tensão desconfortável na conzinha.
— Certo... — Charlie finalmente disse, embora sua voz ainda carregasse um tom de dúvida. — Só espero que ela esteja bem. Se falar com ela, diga para me ligar, está bem?
— Claro, pai — Abby respondeu, forçando um sorriso que não chegou aos olhos. — Eu aviso. Os sanduíches estão prontos.
(...)
Dois dias haviam se passado desde que Bella saiu de casa, e a tensão no ar só aumentava. Charlie estava visivelmente preocupado com o desaparecimento da filha, o que apenas intensificava o clima sombrio causado pelo recente falecimento de Harry Clearwater. Aquele dia foi o enterro, e todos os amigos e familiares de Harry estavam presentes no cemitério, suas expressões sérias refletindo a tristeza coletiva.
Abby ficou ao lado de Embry, com Paul, Quil, Jared e Jacob próximos, formando um pequeno grupo. Jacob, que sempre tinha algo a dizer, acabou soltando sem pensar que Bella não estava com ele nos últimos dias. Abby lançou um olhar mortal na direção dele, desejando poder fazê-lo calar a boca naquele instante. A última coisa que Charlie precisava ouvir naquele momento era mais motivos para se preocupar.
Após o enterro, Abby e Charlie voltaram para casa, ambos ainda imersos na melancolia do dia. Quando entraram pela porta, porém, foram surpreendidos ao encontrar Bella e Edward no meio da sala, como se nada tivesse acontecido. Abby parou, chocada, e Charlie, após um breve segundo de alívio, sentiu sua expressão endurecer em um misto de raiva e preocupação.
— Onde você estava? — Charlie questionou, sua voz carregada de uma mistura de medo e desapontamento.
— Eu fui atrás do Edward.—
Bella, apesar de ver o estado em que o pai se encontrava, respondeu de forma firme
A tensão na sala se tornou palpável. Edward, que havia permanecido em silêncio, se virou para Charlie, tentando manter uma postura educada, mas não pôde evitar que um leve desconforto passasse por seu rosto.
— Senhor Swan — começou Edward, a voz calma e controlada, mas havia uma leve hesitação em suas palavras.
Abby notou imediatamente a mudança na expressão de Charlie. Seu olhar, antes cheio de preocupação paternal, agora estava duro, fixo em Edward. Ela podia ver a luta interna de seu pai, o conflito entre o alívio de ver Bella em casa e a raiva por ela ter sumido sem avisar.
— Edward — disse Charlie, a voz firme e com um tom que deixava claro que ele não estava de humor para desculpas. — Nós precisamos conversar. Mas primeiro, Bella, você não pode simplesmente desaparecer assim. Eu estava... — ele parou por um momento, sua voz quase falhando, mas ele se recompôs. — Eu estava muito preocupado.
— Eu sinto muito, pai.—Bella baixou a cabeça, percebendo a gravidade da situação—Eu só... eu precisava fazer isso.
Abby ficou ao lado, observando o embate entre seu pai e sua irmã, sentindo-se impotente. Ela sabia que não era hora para ela intervir, mas não pôde deixar de sentir a raiva borbulhando dentro dela. Como Bella podia ser tão imprudente, especialmente agora, com tudo que estava acontecendo?
Edward, percebendo o desconforto de Abby e a tensão no ar, deu um passo à frente, ainda mantendo o olhar fixo em Charlie.
— Senhor Swan, eu entendo que está preocupado. Eu prometo que vou garantir que algo assim não aconteça novamente. — ele tentou acalmar a situação, mas a expressão de Charlie permaneceu fechada.
— Garanta que não aconteça de novo? — Charlie repetiu, a voz baixa, mas carregada de significado. — Vocês dois têm muita sorte que tudo acabou bem. Mas essa conversa não acabou aqui. — rle olhou de Edward para Bella, deixando claro que esse era apenas o começo de uma longa discussão.
Bella assentiu, entendendo que teria que enfrentar as consequências de suas ações. Enquanto isso, Abby continuou a observar, sentindo a inquietação dentro dela crescer. Algo dentro dela dizia que esse era apenas o início de uma série de eventos que mudariam tudo ao seu redor.
(...)
Edward já havia partido, e o silêncio reinava na casa dos Swan. Abby estava em seu quarto, tentando processar todos os acontecimentos recentes, quando a porta se abriu lentamente e Bella entrou. As duas irmãs se encararam por alguns segundos, cada uma perdida em seus próprios pensamentos.
— Achei que estaria em Nova York — começou Bella, quebrando o silêncio.
— E eu achei que você tinha ido arrastar aquele namorado de volta para o Canadá ou sei lá onde ele se enfiou.— Abby, com um sorriso irônico, respondeu sem rodeios,Bella levantou uma sobrancelha, reconhecendo a provocação.
— O que te fez mudar de ideia? — ela perguntou, mas no fundo, ela já suspeitava da resposta.
— Embry foi atrás de mim — admitiu Abby, um sorriso surgindo em seu rosto ao lembrar do que acontecera. — Além do mais, tenho 16 anos, já terminei a escola, e a escola de piano pode esperar um pouco mais. Conversei com nossa tia para trazer minhas coisas depois.—Bella suspirou, absorvendo as palavras da irmã.
— Vai desistir do seu sonho? — ela perguntou, genuinamente preocupada,
Abby balançou a cabeça, seu olhar divertido
— Só vou estender minhas férias por uns dois anos. — ela respondeu de forma direta, seus olhos fixos nos de Bella, a mesma sentiu uma pontada de culpa ao lembrar de como havia tratado Abby nos últimos dias.
— Me desculpe por tudo. Desculpe por ter agido como uma criança de 5 anos, e por ter dito aquelas coisas horríveis — começou Bella, sua voz trêmula com emoção, enquanto se aproximava da irmã,Abby se levantou da cama, olhando para Bella com compreensão.
— Todo mundo erra, Bella. Mesmo que às vezes passemos do limite — disse ela, sua voz calma e cheia de carinho. — Eu te perdoo. Mas se você falar de novo comigo daquele jeito... aí sim vamos ter consequências. — Abby completou, fazendo Bella soltar uma risada aliviada.— Aliás, papai não vai muito com a cara do Edward, né? — ela comentou, mudando de assunto,Bella suspirou, sabendo que isso era verdade.
— Um pouco, mas quero que você o conheça, e também a família dele — disse Bella, esperançosa,Abby lutou para não fazer uma careta e forçou um sorriso, já decidida de que não gostava de Edward, mas sabia que precisava manter a paz com a irmã.
— Claro — ela murmurou, sem entusiasmo, mas disposta a tentar por Bella.As duas ficaram em silêncio por um momento, até que Abby, com um toque de humor na voz, acrescentou— Só não espere que eu vá gostar dele, ok?
— Acho que posso viver com isso.—Bella sorriu, um pouco mais tranquila.
(...)
Abby ouviu um leve ruído vindo da janela e se virou, vendo Embry entrando silenciosamente. Um sorriso surgiu em seu rosto.
—O que você está fazendo aqui a essa hora?— ela sussurrou
—Pensei que você poderia querer ver as estrelas.—Embry se aproximou, um brilho divertido nos olhos.
O sorriso de Abby se alargou enquanto ela se aproximava, beijando delicadamente a bochecha dele. Embry retribuiu o sorriso, e em um gesto carinhoso, a pegou no colo. Com cuidado, eles saíram pela janela e subiram para o telhado da casa.
Embry se sentou, posicionando Abby na sua frente, envolvendo-a com seus braços em um abraço suave. Abby suspirou contente, encostando a cabeça no ombro dele, enquanto ambos olhavam para o céu estrelado, sentindo a tranquilidade do momento.
Abby virou o rosto para encarar Embry, seus olhos encontrando os dele. Com um sussurro carregado de emoção, ela finalmente deixou escapar as palavras que estavam presas em seu coração.
—Eu te amo.
Embry a olhou, surpreso e ao mesmo tempo feliz. Um sorriso suave apareceu em seu rosto, refletindo o sentimento que ele sabia estar lá há muito tempo.
—Também te amo— ele respondeu, sua voz cheia de sinceridade.
Em seguida, ele se inclinou para ela, seus lábios se encontrando em um beijo profundo e carinhoso. Era um momento que parecia parar o tempo, onde nada mais importava além do que sentiam um pelo outro.
No entanto, entre as sombras das árvores, dois pares de olhos vermelhos observavam a cena com atenção. Victoria, com um sorriso maligno, fixou seu olhar em Abby. Para ela, aquele momento doce e inocente entre Abby e Embry não era nada além de uma oportunidade perfeita para seu próximo plano de vingança contra Bella e Edward. Abby agora se tornava um novo alvo em seu jogo cruel.
Esse foi o último capítulo do primeiro Ato, logo posto a continuação,espero que gostem e me desculpem pelo erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
Me 30 curtidas amores.
Até o próximo capítulo amores ❤️ ❤️
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top