CASSIE HERR;

Duas semanas haviam se passado, eu estava aprendendo a dirigir e entrou um psicólogo na comunidade.

Eu estava indo lá a um tempo e hoje ele me falou que eu tinha problemas com raiva, não sei bem oque é mas pelo oque ele disse eu explodo com facilidade e fico fora de mim mesma.

É só oque me faltava mesmo.

Eu nunca mais abri o quarto de Harry, o pessoal está falando com Brooke de boa, eu não estou, na verdade não falo com ninguém direito, depois de tudo oque aconteceu eu estou me sentindo culpada.

Eu acho que sou mesmo o azar deles então decidi me afastar, parei de ter sonhos estranhos com meus familiares ou apenas sonhos aleatórios, agora consigo dormir a noite toda de boa.

Não é como se eu ficasse só em casa o dia todo, sou líder desse lugar, não posso fazer isso por mais que eu queira. E eu quero.

Hoje era o dia de folga de todos, e um dia da semana em que eu deixo todos da comunidade curtir com a família, geralmente nesse dia Maddy, Miguel e Becca ficam juntos. Mason e Brooke ficam
Juntos também e as vezes Mason vem aqui para ficar comigo mas ele vai embora, ele é bem inseguro, ele fica com medo de eu estar desconfortável com a presença dele aqui e vai embora, eu amo quando ele fica aqui, mas porque eu não consigo expressar e muito menos pedir para ele ficar?

Hoje é um desses dias e eu estou sozinha aqui em casa. Sentada na minha cama.

Tá perto do natal e na última busca acharam enfeites de natal, distribuímos para cada pessoa e oque sobrou nós enfeitamos as ruas. Parece o mundo de antes, bem eu acho que parece. Minha família não enfeitava a casa e eu nunca acreditei em papai Noel, muito menos ganhei presentes que ficavam em baixo da árvore, e meus avós nunca foram lá para minha casa fazer uma ceia dos deuses.

Meu natal sempre foi normal, solitário. Mas quer saber? Eu nem ligo para isso mesmo.

Levantei da minha cama e fui até minha varanda, tava escurecendo e as pessoas começaram a ligar as luzes de pisca pisca, pelo oque eu ouvi amanhã seria o natal então certamente hoje seria a famosa ceia de natal.

Eu ajudei nas buscas e dei o meu melhor para conseguir carne para todas as famílias poderem ter uma ceia agradável, conseguimos pegar e agora todos vão ter carne e outros pratos quando der meia noite.

Cruzei meus braços e virei de costas indo para a sala, parei quando estava do lado do quarto que antes era de Harry.

Olhei para a porta e suspirei, peguei a chave de lá e abri o mesmo adentrando. Em cima da cama estava a carta.

Andei pelo quarto, pela janela de Harry dava para ver a casa de Becca, eu olhei e lá estava eles,  Becca estava com um gorro vermelho, era engraçado.

O quarto ainda tinha o cheiro dele, peguei a carta em cima de sua cama e guardei em meu bolso.

Eu iria ficar na sala central da comunidade, lá era um pouco longe das casas então eu não teria que ver todos rindo e amando todo mundo.

Como podem ser tão felizes em pleno apocalipse?

Desci as escadas peguei meu casaco no qual estava pendurado do lado da porta. Abri a mesma e sai de casa indo para a sala.

Quando cheguei entrei e sentei no sofá que tinha ali. Deitei e olhei para o teto enquanto ficava cantando uma música de natal na qual já tinha ouvido meu irmão cantar.

Eu não estava nem aí para o natal, não mudaria em nada na minha vida. Tendo natal ou não eu iria continuar perdendo pessoas, iria continuar tendo que matar zumbis. Realmente natal não iria mudar nada.

Eu não sei o porque mas eu só acordei para a vida quando senti uma lágrima rolar em meu rosto. Porque estou chorando, sou fraca? Não tem o porque eu chorar.

Limpei meu rosto e levantei, percebi que tinham colocado luzes e uma árvore de natal na sala.

- eu odeio tudo isso, odeio o natal, odeio minha vida.— repetia essas palavras enquanto derrubava a árvore no chão e jogava as bolinhas em forma de papai Noel na parede.

- porque todos fingem, porque eu não consigo finger. Porque eu não consigo ser feliz.— falei enquanto sentava no chão segurando meus joelhos e as lágrimas desciam pelo meu rosto.

- eu prefiro morrer do que viver assim.— falei e ouvi alguém bater na porta.

Sequei minhas lágrimas e levantei como se não estivesse chorando a pouco tempo atrás, caminhei até a porta tropeçando em uma bolinha horrenda de papai Noel e quase caindo. Abri e deu de cara com um mulher. Ela era mulher de um dos caras que mais me ajudava na comunidade, ela estava grávida e tinha uma filha adolescente.

- oi Cassie, bom já vai dar meia noite, a ceia vai começar, não quer jantar lá em casa? Eu adoraria ter sua companhia.— falou e eu ia negar

Eu realmente queria negar mas eu nunca senti isso, queria saber como era, só dessa vez..

- tá, pode ser.— falei e ela abriu um sorriso.

Sai de lá junto a mesma e fomos.

- você não pode ficar andando nessa névoa grávida, e está com um casaco fino, pode adoecer.— falei enquanto olhava para frente.

- tudo bem, só sai para te chamar.— falou e eu olhei pelo canto do olho para a mesma.

Chegamos na casa dela e todos vieram me cumprimentar, sentamos na mesa, sentei do lado da filha dela, ela era legal, já tinha aprendido a atirar no clube de tiro, eu estava lá ensinando no dia.

Todos começaram a se servir enquanto conversavam. Tinha outra família junto ali, eles se juntaram para a ceia pelo visto.

Me servi e comi em silêncio, eles riam e bebiam vinho, terminei de comer e vi que já eram uma da manhã.

Me despedi de todos e a mulher que se grávida na qual se chama Suzanna me abraçou forte.

Coloquei minhas mãos no bolso do meu casaco voltei para minha casa estranhando quando encontrei Mason ali.

- oi?— ele sorriu e se aproximou.

- Eai, quer dormir lá em casa hoje?— ele perguntou.

- hum, não.— falei

- qual é, não pode me evitar só porque Brooke mora lá.— ele falou e ficou falando mais e mais até que eu cansei.

- tá, eu vou mas para de falar.— falei e ele sorri passando o braço em volta do meu ombro.

Andamos meio tortos por conta de Mason que não sabia andar em linha reta e ficou me empurrando o caminho todo e só parou quando eu meti um tapa nele.

Entramos e Brooke me olhou logo desviando o olhar. Ela estava fazendo cookies, mason tinha feito um colchão na sala, tava imenso por ter dois colchões de casal lá.

Ele deitou e falou que is esperar Brooke terminar de fazer o "lanche dele".

Sentei ao seu lado e ele do nada deu um pulo estranho e levantou como um flash.

- lembrei de uma coisa vou buscar.— falou e subiu as escadas correndo.

Olhei para os lados e vi Brooke ali, ela estava concentrada no que fazia. Me joguei no colchão deitando ali.

Levei um susto quando Mason literalmente pulou em cima de mim, olhei para ele e o mesmo deito do meu lado.

- olha oque eu comprei.— falou.

- comprou?— falei e ele revirou os olhos.

- achei, a c h e i. Achei, olha que lindo.- olhei e era uma caixa.

- hm.— falei e ele me olhou.

- é pra você, toma, feliz natal meu amor.— falou e eu não contive um sorrisinho.

- não achei nada pra você.— falei.

- tudo bem, depois você procura.— achei que ele iria falar que não precisava mas tá bom.

Abri a caixa e era um anel vermelho. Olhei para ela e sorri sem mostrar os dentes.

- obrigada.— falei e dei um selinho nele.

- põe no dedo.— falou e eu coloquei.

Serviu. Ele sorriu e eu deitei no colchão do sei lado enquanto olhava para o teto. Depôs de um tempo percebi que Mason me olhava.

- parece um maluco desse jeito.— falei.

- só estou te admirando, não posso.— falou.

- eu sei que sou linda. Mas seu olhar tá me assustando parece um doido.— ele riu.

Ele me deu um beijo e me abraçou, fiquei ali olhando para o nada quando percebi que Mason tinha dormido sem nem esperar os cookies.

- está pronto mas- Brooke percebeu que ele dormiu.— você quer cookies Cassie?. —

Assenti e levantei indo até a cozinha.

Brooke me chamou para sentar no colchão enquanto comíamos e assim fizemos, ela começou a falar mal do Mason enquanto eu concordava e começamos a conversar de vários assuntos até que chegamos a Harry.

- ele me ajudou muito sempre, vou ser grata até eu morrer, sei que ele te amava Cass, nos fomos obrigados a isso.— falou e eu assenti.

- eu gostava muito de Harry.— falou novamente.

- e ele de você, dava para ver nos olhos dele que ele te amava Brooke.— falei e ela assentiu.

Depois de um tempo ela se emocionou falando dele e eu a abracei, ela pediu desculpas por tudo e eu a desculpei. Quando terminamos de comer deitamos e dormimos.

Afinal, isso era natal?

Oiiii

Uma vibe felicidade né, quase não tem isso aqui.

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