019
MASON THAMES!
DESCI RAPIDAMENTE DO CARRO, em meus braços estava Cassie desacordada e com sangue sujando sua roupa.
Corri o mais rápido que pude com ela em meus braços, abri a porta da enfermaria na maior velocidade fazendo com que a médica acordasse em um pulo.
- oque aconteceu?— ela perguntou assustada.
Coloquei Cassie rápido em uma das macas.
- ela, ela levou um tiro.— falei.
Estava com a voz falhando e minhas mãos tremiam, estava fora de mim e minha cabeça doía, não podia perder Cassie novamente.
Maddy e Becca chegaram correndo com a criança que também estava baleada e desacordada e colocaram ela na outra maca.
- vou precisar de ajuda, podem ficar aqui?— ela perguntou se aproximando com uma luva e uma máscara.
Becca me olhou e depois olhou para Maddy.
- eu posso, Mason é melhor você ir para fora, você tá muito nervoso.— ela falou e eu a olhei.
Miguel chegou depois de uns segundos. Ele estava igual a mim, nervoso, respirava com dificuldade e suas mãos tremiam.
- não, não eu vou ficar aqui!— falei.
- olha, mason você tá nervoso, ficar aqui, só vai atrapalhar!— Maddy falou e eu a olhei.
- vem vamos!— Brooke falou me dando a mão.
Ela puxou Miguel também.
- ela vai ficar bem? Promete que ela vai ficar bem?— perguntei para a médica.
- eu não tenho como confirmar mas vou dar meu melhor!— ela falou pressionando a barriga de Cassie.
Saímos dali e caminhamos até o lago, Brooke voltou para a enfermaria para ajudar as outras.
Eu e Miguel nos sentamos perto do lago em silêncio.
Desde o murro nos não estamos tão próximos, acho que desde que a Cassie "morreu" ninguém foi mais tão próximo.
Eu sinto falta dele, sinto falta da Maddy de antes, da Becca, e da minha irmã.
Estou tão feliz com a volta de Cassie que paralisei, não consigo demostrar qualquer reação.
Eu quero gritar e abraçar ela, mas estamos correndo risco dela morrer.
E para falar a verdade, não sei se aguentaria ver ela morrer novamente.
Tudo oque eu demorei 2 anos para superar e mesmo assim não conseguir realmente esquecer, voltou tudo com um minuto olhando para ela.
Eu combinei de matar todos os moradores daquela comunidade, estava com raiva por eles simplesmente chegarem, atirarem em uma dos nossos e ainda exigirem que nos déssemos comidas e remédios para eles.
Desde o primeiro dia, uma deles me chamou mais atenção, não sei se foi seu jeito, seu olho, que era a única parte do rosto que conseguimos ver pela máscara, ou se apenas ela me chamou atenção.
No dia que fomos buscar remédios juntos, eu puxei assunto com ela, sua voz era familiar, quando ficamos muito tempo sem ouvir a voz de alguém, e provável que esqueçamos essa voz, era familiar mas eu não lembrava de onde.
O jeito que ela conversava com a jade, sempre puxava assunto com a mais nova, toda vez que estávamos perto dela ela sempre ficava nervosa.
Como eu não percebi?
Talvez eu tenha percebido, mas eu tava tão focado em superar ela e seguir em frente, que achei melhor esquecer isso.
Se eu soubesse que era ela, teria feito tudo diferente.
Talvez eu ter invadido a base deles, salvou ela por um lado, mas por outro, acabamos deixando ela na fronteira contra a vida e a morte.
Pelo jeito não só ela como a criança, aquela menina parece ser importante para Cassie, então vamos fazer de tudo para que ela sobreviva.
- ela vai ficar bem!— Miguel falou de repente.
Olhei para ele vendo o reflexo que a água fazia em seu rosto.
Dei um sorriso mais doque forçado.
- eu sei, eu espero!— falei e voltei a olhar para o lago.
- ela não é nem doida de morrer agora!— ele falou e eu sorri.
Olhei para ele e ele olhou para mim, vi seus olhos se encherem de lágrimas.
Foi difícil para Miguel também.
Imagino o misto de emoções que ele sentiu quando viu a garota que ele considera como irmã, viva em sua frente.
Ele ficou paralisado ao ponte de eu ter que ir até ele e ajudá-lo a levantar.
Ele passou tanto tempo procurando por um corpo de uma pessoa que achávamos que estava morta.
Ele olhou novamente para o lago logo limpando a lágrima que tinha caído.
- ela vai ficar bem.— falei para ele e para mim mesmo.
Horas depois e Brooke se aproximou falando que a bala tinha atravessado e que a cirurgia tinha dado certo.
A bala da criança também atravessou e era certeza que ela sobreviveria.
Mas a situação de Cassie era mais delicada e não tínhamos certeza se ela sobreviveria ou não, oque restava era apenas esperar.
Entrei na enfermaria vendo Cass coberta por uma colcha, com seus olhos fechados.
Miguel estava ao seu lado, e tinha ido ver ela e acabou dormindo com a mão na dela.
Me aproximei e parei na ponta da maca, olhei para Cassie.
Confesso que fui bem babaca esse últimos anos, mas tive meus motivos .
Fui muito pressionado por ser o novo líder, a morte de Cassie, a saudade, culpa, eu não me deixei sentir o luto realmente.
Não me deixava chorar por ela e quando me pegava pensando nela, arrumava um jeito de me distrair.
Eu pensei que agindo assim, iria esquecer Cassie e superar, mas não, isso só fez com que eu sofresse mais.
Tanto de saudade quando de solidão, me tornei um babaca que ninguém queria ser amigo.
Todos se afastaram e eu me afastei de todos.
Me arrependo profundamente por isso, mas Cassie esta aqui agora, e eu percebi que não vou precisar superar ela.
Posso viver em paz, ainda a amo, e não vou mais esconder isso..
Abaixei minha cabeça segurando na ponta da maca e peguei uma coberta que tinha ali colocando em cima de Miguel, me aproximei de Cassie e arrumei a coberta que a cobria.
Fui até a maca da criança e cobri ela direito.
Apaguei a luz e fechei a porta.
Fui para minha casa e naquela noite eu chorei, mas não foi de tristeza ou saudade, foi um choro de alegria e alívio.
Mas com uma pitada de medo, já que Cassie poderia morrer a qualquer momento.
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