015


☁︎︎4 anos atrás.
——Cassie Herr.

- Qual é, tá com medo é?— Hannah falou.

Estávamos em uma roda onde meus "amigos" todos estavam reunidos.

Pra falar bem a verdade, eles não eram boa gente, bebiam e fumavam, mas e daí? Eles pelo menos gostavam de mim.

Era oque eu achava.

- eu não quero.— falei.

- só uma tragada, você nem vai sentir!— ela falou.

- já disse que não!— eu falei.

- qual é, nós estamos no memento de curtir nossa vida Cassie, e outra, você nem vai sentir nada, confia em mim.— ela falou.

- é, só uma Cass!— Dylan falou.

Eu gostava dele, bom, tinha interesse nele, não sei se posso chamar de gostar oque eu sentia.

Suspirei e peguei logo dando uma tragada.

Entreguei para eles novamente e fiquei no meu canto.

- vou pegar uma bebida, quer refrigerante?— Dylan falou.

Assenti e ele saiu.

Depois de um tempo ele voltou, me entregou o copo e eu bebi tudo.

Minha visão começou a ficar turva, minhas mãos suavam e minha cabeça latejava.

Senti uma mão na minha perna, olhei para Dylan assustada e vi o mesmo sorrindo para mim.

Esfreguei meu rosto tentando ficar acordada.

Levantei do meu lugar indo para um lugar mais calmo, liguei meu celular procurando o contato do meu irmão.

"Mano💕"

Liguei uma vez mas ninguém atendeu, liguei outra mas novamente só chamava.

Ouvi passos se aproximando de mim, olhei e vi Dylan, ele se aproximou com um sorriso de canto.

Dei dois passos para trás mas parei quando minhas costas bateram na parede.

Ele se aproximou colocando sua mão em meu rosto, tentei desviar mas ele segurou mais forte.

- sai!— pedi mas ele não saiu.

De repente alguém esbarrou em Dylan fazendo com que uma bebida caísse em sua roupa, ele começou a brigar com o garoto que eu não vi o rosto, mas tinha cabelo cacheado.

Sai dali o mais rápido que pude, como estávamos em uma festa, eu sai dela e fui para o lado de fora.

Caminhei até uma parte onde tinha um gramado, e tentei ligar para Harry.

Depois de umas tentativas ele atendeu.

-Alô?— falou.

- Harry, vem me buscar aqui, por favor!— falei com a voz embargada e com os olhos cheios de lágrimas.

- Cassie? Oque aconteceu?— Harry falou preocupado.

- nada, só, vem logo, por favor.— falei mordendo meu lábio inferior tentando conter as lágrimas.

Não tinha acontecido nada de mais, porém, se aquele garoto não tivesse esbarrado em Dylan, eu seria beijada a força, e sabe-se lá oque iria acontecer.

Porém a sensação de se sentir invadida e desrespeitada e agoniante, te deixa fraca.

Me sentei no gramado olhando para o chão, amanhã seria meu aniversário, no caso hoje já que já tinha passado das 12H.

Não era mais como antes, esse aniversário vai ser triste, meu segundo aniversário sem minha avó.

Lembro de todo aniversário ela fazer um presente surpresa para mim, as vezes era uma roupa, outras vezes era uma caixinha.

Mas era sempre com amor.

É estranho a sensação de crescer, oque é exatamente crescer, no meu ponto de vista quando criança, crescer era ser independente, maturo, e poder se cuidar sem ninguém mandar em você.

Mas não é, para mim adolescente, crescer foi difícil, na verdade desde que minha avó morreu foi difícil.

Eu não sou mais criança, de repente tudo mudou. Não tem nada no meu coração e há raios em minha mente.

Saudades do bolo de aniversário que minha avó fazia, agora, se eu tiver um bolo já é muito, e não é porque eu passo necessidades ou algo do tipo, na verdade é porque não tem com quem comemorar.

A única pessoa que comemora comigo é meu irmão.

Deus me livre de perdê-lo também.

Ouvi um barulho de carro e olhei, Harry apareceu do meu lado e me abraçou, nos levantamos do chão e entramos no carro.

Quando chegamos em casa eu apenas fui dormir depôs de ter tomado um banho.

Acordei no outro dia, a casa estava vazia, mas o carro dos meus pais estavam lá então eles não estavam viajando.

Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem da minha mãe.

"ANGELINE💩"

— se arrume, convidei um pessoal do trabalho para ir no seu aniversário, tenta ficar bonita!

Fala sério!

Não queria mas fui me arrumar, quando terminei ouvi uns barulhos no lado de fora da minha casa.

Sai do quarto e vi uns amigos dos meus pais chegando.

Eles me cumprimentaram e me deram feliz aniversário.

Tempos depois, a festa já estava rolando a um tempo, mas para mim não rolou muita coisa já que só tinham adultos e crianças, nenhum da minha idade.

- vamos cantar os parabéns!— Harry falou alto.

Ele me puxou até lá.

Cantamos os parabéns mas eu percebi que meus pais não estavam lá, olhei para trás e vi os dois discutindo, assoprei as velas e olhei para Harry, ele sorriu para mim e eu fiz o mesmo sorrindo forçado.

Quando ficou de noite nossos pais avisaram que iriam viajar, nos despedimos, se é que se pode chamar aquilo de despedida, e eles se foram.

Depois de dias, não haviam voltado, era para eles terem voltado em 3 dias mas tinha se passado 1 semana e nada.

Ligamos para o trabalho e eles avisaram que nossos mais nem tinham ido para a viagem.

Então começaram a investigar, as buscas duraram 2 semanas até um dia.

O telefone tocou e eu levantei correndo.

- alô?— falei.

- tô falando com um dos irmãos Herr?— uma voz masculina perguntou.

- sim!

- achamos o carro dos seus pais, podem vir aqui para confirmarem se realmente era deles?— ele falou e meu coração gelou.

- tá, nos já vamos, podem falar o local...

Depois de um tempo, chegamos no lugar, era um rio, estavam subindo o carro.

eu e Harry saímos do carro e corremos até lá.

Quando vi, era realmente o carro dos meus pais, Harry colocou as mãos na cabeça e eu comecei a chorar.

Ele me abraçou tentando me confortar.

3 dias depois.

Estava sentada no chão, estávamos fazendo um velório mesmo sem corpo.

Alguns familiares não tão próximos estavam ali.

- isso só pode ser algum tipo de feitiço, ou o azar deles dois e tão grande que todos que tem um vínculo com os dois, morre!— ouvi uma das minhas tias falarem.

1 SEMANA DEPOIS.

Cheguei da escola, vi a casa toda vazia, chamei pelo meu irmão mas ele não respondeu.

Subi as escadas e bati na porta do seu quarto, ninguém respondeu, mas o carro dele estava na garagem.

Abri a porta e entrei me deparando com Harry deitado ali no chão, estava desmaiado e algumas cartelas de remédios em volta.

Comecei a chorar e corri até ele soltando minha mochila no chão, gritei por ele mas era inútil, liguei para a ambulância e depois de uns minutos eles já estavam lá.

Fomos para o hospital e por sorte Harry sobreviveu.

Ele acordou depois de um tempo, nos conversamos e ele prometeu que não faria novamente.

Ficamos uns dias ainda no hospital até ele se recuperar pelo fato dele ter tomado muitos.

Mas o pior de toda essa história e que, não foi a primeira vez e nem a última que tentaram fazer algo que eu não quisesse.

Eu fiz Harry prometer algo sem que ele quisesse.

E sofri muito mais.

O apocalipse só foi o ponto final para minha saúde mental, já que restava pouco dela..

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