i will remember you, i promise!

Os raios de sol que refletiam no vidro transparente da janela do quarto evidenciava que um novo dia havia começado, um dia onde Geto se levantava da cama extremamente confuso por não saber onde estava e nem como foi parar naquele lugar. No entanto, essa confusão logo se dissipa quando ele olha para a parede ao seu lado, se transformando em um sentimento nostálgico de reconhecimento.

Esse ciclo vicioso se repetia diariamente, portanto, Suguru teve a brilhante ideia de anotar todas as informações importantes que ele precisava saber em post-its e colar eles bem próximos da cama para serem as primeiras coisas que avistaria assim que acordasse.

Claro, isso funcionava perfeitamente para que ele resgatasse as memórias perdidas, mas não chegava a ser o sucifiente, já que aquilo estava piorando rapidamente e não havia ninguém para quem ele pudesse contar sobre esse fato.

O garoto não queria que se preocupassem com ele quando existia tantas outras ameaças lá fora, esperando para serem eliminadas. Segundo ele mesmo, a sua perda de memória frequente seria apenas mais um grande estorvo para os seus amigos, o que o fazia fingir que estava bem o tempo inteiro.

Geto acreditava que tinha aquela situação sobre controle, afinal, não estava esquecendo de tudo exatamente. Ele ainda se lembrava que era um feiticeiro e de como usar sua técnica especial, se lembrava de que estava em seu último ano de estudos, se lembrava de muitos locais específicos. A única coisa preocupante que não vagava pelas suas memórias eram pessoas e relações, isso por enquanto. Por enquanto, porque não tinha certeza de até quando poderia se recordar das informações cruciais, como sua própria identidade, por exemplo.

Em suas anotações, constavam apenas nomes acompanhados de marcações que indicavam a relação que ele tinha com cada pessoa: família, amigos, colegas. Aos poucos, ele consegue organizar tudo de forma mais clara, mas um elemento em especial chama a sua atenção. Acima de toda aquela bagunça de papéis, destacava-se um registro maior, que anunciava o tão esperado encontro no parque da cidade com a sua namorada.

Encontro, namorada... [Nome]!

Esse foi o nome que veio à cabeça dele ao interligar aquelas palavras, e ele rapidamente confere se estava correto no post-it em sua mão. Sim, você era a namorada dele, como estava marcado, e ele estava atrasado.

Olhando desesperadamente para o relógio de ponteiro na cômoda, ele se apressa para se vestir adequadamente e pega as chaves do carro - este que havia sido emprestado por Gojo-, que estavam guardadas dentro da gaveta. De acordo com um dos post-its, ele tinha que devolver o veículo na parte da noite, não sabia exatamente onde, mas poderia descobrir isso depois durante as tarefas do dia.

Estando preparado, ele finalmente dirige até o parque em questão, infelizmente um pouco tarde demais, tarde o suficiente para ele achar que você havia ido embora. No entanto, para a surpresa do moreno, lá estava você. Sentada em um dos bancos em frente a uma das árvores do local, vestindo um lindo conjunto do jeitinho que ele gostava, com o colar de girassol que ele havia te dado de presente no dia dos namorados valorizando o seu pescoço, colar ao qual você prometeu nunca tirar para que Suguru sempre estivesse com você.

Essa amável declaração o fez rir na época, mas agora ele entendia perfeitamente o que você queria dizer, e não poderia estar mais incomodado com isso, afinal, ele não tinha nada para se lembrar de você também.

Assim que respira profundamente, ele reúne coragem e se aproxima com passos cautelosos, fazendo com que você desvie sua atenção do céu límpido para encarar intensamente aquelas orbes tão negras quanto a noite. Não era possível decifrar o que estava se passando na mente de Geto naquele momento, mas seja o que fosse, era extraordinário, já que suas pupilas pareciam mais brilhantes do que o habitual.

─ Ah, você veio mesmo, eu estava esperando por você ─ você sorri meigamente, e ele podia jurar que foi o sorriso mais lindo que ele já viu na vida.

─ E como eu poderia esquecer disso? Acho que só dormi um pouco demais, me desculpe o atraso... ─ ele diz com certa culpa, acompanhando os seu movimentos ao se levantar ─ Vamos indo?

─ Claro! ─ você concorda com a cabeça, entrelaçando o seu braço no dele.

Vocês caminham tranquilamente até o carro, e Suguru gentilmente abre a porta para você, agindo como um verdadeiro cavalheiro. Isso faz você sorrir novamente, apreciando o excesso de educação e cortesia que o garoto sempre exibia com você. Se considerava realmente sortuda por ter um namorado como ele, que se importava tanto e se prontificava para fazer você se sentir confortável. Contudo, parecia que o sentimento era mútuo, pois ele se sentia da mesma forma.

Quando você entra, espera por ele e, por instinto, liga o som do rádio no máximo. Uma música aleatória estava tocando na estação, mas esse detalhe não era importante para nenhum de vocês. O importante mesmo era estar ouvindo ela juntos naquele instante, como um hábito compartilhado entre ambos.

─ Para onde estamos indo? ─ você questiona após colocar o cinto, sentindo o carro começar a se movimentar.

─ Não sei, para onde você quer ir?

─ Deixa de ser bobo, eu estou falando sério. Para onde vamos agora? ─ você ainda insiste, não estando ciente de que a pergunta dele era genuína.

Ele imediatamente sente um frio intenso percorrer a espinha, uma vez que era evidente que você não sabia disso. Afinal, vocês deveriam estar indo para algum lugar, mas para onde exatamente?

De repente, como se fosse uma intervenção divina, o telefone em seu bolso começa a vibrar e ele prontamente o retira para verificar. Havia algumas ligações perdidas no histórico daquele mesmo número, portanto, ele decide atender para responder o chamado.

Hey, onde você está? A gente combinou de se encontrar no boliche às onze em ponto, esqueceu? ─ Gojo quase berrava do outro lado da linha, indignado pelo atraso do amigo.

Sim, ele havia esquecido. Mas em contrapartida, ele também não tinha um álibi para justificar o que faria a seguir. Estar com você era uma espécie de refúgio, um momento de ouro, onde o tempo realmente parecia parar. Ele ansiava permanecer em sua companhia por mais alguns minutos, para que assim eles pudessem se transformar em horas.

─ Estarei aí em breve. Me dê apenas um tempinho a mais, por favor.

O que? Do que você falando? ─ o moreno não responde a isso, e continua em silêncio enquanto se concentra na estrada ─ Ei, ei! Suguru! Está me ouvindo?

Sem conseguir inventar qualquer desculpa decente, Geto rapidamente desliga o telefone e o guarda novamente, deixando escapar um longo suspiro logo em seguida.

─ E então, quem era?

─ Ninguém importante, não se preocupe ─ ele sorri e te tranquiliza com um sussurro, não conseguindo olhar para você.

Ah, ele te amava, amava tanto, e você com certeza era o amor da vida dele, um daqueles que se encontra apenas uma vez. A conexão entre vocês era palpável, transcendendo até mesmo a ligação de almas gêmeas. Sem dúvida alguma, vocês dois já haviam ultrapassado esse limite, estando em um estado completamente novo de perfeita sintonia. Por causa desse ponto, ele não conseguia olhar para você agora sem explodir de satisfação, já que eram muitos sentimentos acumulados para que ele pudesse lidar apropriadamente.

─ Muito suspeito, senhor Suguru... ─ com a atitude do moreno, você estreita os olhos e cutuca levemente a bochecha dele, buscando tirar alguma informação.

─ Mas eu estou falando a verdade! ─ ele franze o cenho, estando com receio de você estar pensando algo errado a respeito da ligação.

Você rapidamente volta para a sua posição e solta uma risada divertida, acreditando que ele não estava mentindo. Se Suguru afirmou que não era importante, então realmente não era. Mas não deixava de ser engraçado vê-lo ter reações tão exageradas por algo tão insignificante.

─ Tudo bem, tudo bem, eu vou confiar em você.

O garoto finalmente chega a um semáforo e é capaz de parar para olhar diretamente para você. O tempo parece congelar naquele exato momento, assim como o esperado. Ele mal conseguia acreditar no que estava vendo: você parecia brilhar. Seus olhos iluminavam como o sol poente, refletindo a intensidade do amor que compartilhavam. Sua pele tinha glittler, como um feixe radiante de luz. A melodia da sua risada ainda preenchia o ar, transformando cada instante em pura felicidade. Era oficialmente a sua hora dourada.

─ Afinal, você nunca esconderia nada de mim, certo? Somos parceiros!

Suguru permanece paralisado diante disso, determinado a guardar aquela cena no mais íntimo recanto de seu coração, onde estaria protegida pelas barreiras que ele lutaria para manter, pois sabia que algum dia te esqueceria para sempre.

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