↻O presídio
Minha mãe nunca vai me perdoar.
Agora que tudo passou eu percebo como nós fomos burros, não tínhamos experiência nenhuma mas mesmo assim fomos roubar uma joalheria. Era óbvio que alguém chamaria a polícia, o barulho dos vidros quebrando dentro de uma joalheria chamaria a atenção das pessoas.
Mas agora não tem muito o que fazer, nós estamos presos.
Fomos para a delegacia em viaturas diferentes, antes de entrar no carro pude ver Scott chorando, ele deve estar se sentindo culpado por ter dado essa idéia a todos nós. Stiles, como sempre estava tentando justificar para os policiais que o que estávamos fazendo era por uma boa causa, eu não fiz nada, assim que eles nos algemaram eu aceitei que esse seria o meu fim.
— Liam Eugene Dunbar, 21 anos, histórico escolar bom, histórico familiar da mesma forma, sem passagens pela polícia… Quer começar a me contar o que te levou a fazer isso, filho? — o delegado em minha frente pergunta
— Foi um erro — murmurei
Nós não pensamos no que faríamos se fôssemos pegos, a semanas atrás o plano era bom demais pra dar errado. Será que eu conto tudo? E se os meninos disserem outra coisa? Porra, o que eu faço?
— Bom, isso é bem óbvio. Tem noção da besteira que você e sua gangue fizeram?
— Gangue? Com certeza não somos uma gangue — digo — nós estamos muito fodidos?
— Pra caralho — o delegado coloca as duas mãos em cima da mesa — sua pena é de cinco anos, mas se você colaborar e decidir contar tudo, eu posso reduzir
— Cinco anos?? Cinco anos por eu ter quebrado os vidros de uma loja? Tecnicamente eu não roubei, porque vocês chegaram antes.
— Tecnicamente vocês foram pegos, e agora tecnicamente vão pra cadeia — ele sorri debochando da minha situação
— Se eu contar tudo, você diminui a pena dos três?
— É claro
— Tudo bem, então eu falo.
O delegado chama um homem que me faz diversas perguntas, um tempo depois ele diz que encerramos, nós três vamos passar essa noite na delegacia e amanhã cedo vamos ser transferidos para a penitenciária.
Consegui convencer o delegado gente boa, de nos colocar na mesma cela por essa noite, quando cheguei na cela não havia ninguém, a cela é escura e tem uma cama com um colchão, o policial tirou a algema e me empurrou pra dentro.
Depois de um longo tempo sentado naquele colchão duro eu finalmente ouvi um barulho no corredor, logo vendo Scott e Stiles juntamente com dois policiais eles destrancam as celas e coloca os dois pra dentro.
— Liam! — me levantei e Scott veio me abraçar — Me desculpa, é tudo culpa minha
— Não se desculpe, nós três fizemos a besteira — digo e ele se afasta
— Mas eu que dei a ideia
— Não adianta a gente querer encontrar um culpado agora, a besteira já tá feita — Stiles disse — o que vocês disseram pro delegado? — ele se senta na cama
— Eu contei tudo pra ele — digo
— Eu tentei fazer ele soltar vocês e me deixar como único culpado, mas não deu muito certo — Scott diz se sentando na cama também
— Então eu fui o único que implorou pra ele nos soltar — Stiles murmura — como será que é o presídio? — Stiles pergunta desanimado
— Deve ser assustador — me sento ao lado deles — será que eles vão avisar nossas famílias?
— Nós não temos direito a um advogado? Ou isso só acontece em filmes? — Scott diz pensando
— Eu não sei a resposta pra nenhuma dessas perguntas, mas eu acho melhor a gente tentar dormir porque não sabemos o que nos aguarda — sugere Stiles
— Ele tem razão, mas como nós três vamos dormir nessa cama que mal cabe uma pessoa? — me levanto
— Vamos dar um jeito — Scott se deita no canto da cama e Stiles se acomoda no outro lado, um espaço minúsculo sobra no meio e é ali que vou ficar — boa noite, eu acho…
[…]
Acordo assustado sentindo alguma coisa bater em meu rosto, abro meus olhos me acostumando com a claridade e vejo que é a mão de Stiles que bateu em meu rosto. Com um pouco de dificuldade me sento na cama, vendo que Scott já estava acordado, ele está sentado no chão encostado na cama encarando a cela.
— Scott — o chamo e ele olha para mim rapidamente — algum policial apareceu?
— Até agora nada — responde
— Você não dormiu?
— Só um pouco, fiquei sem sono no meio da noite — disse. Ele parece muito pensativo
— Ei cara — saio da cama passando por cima do Stiles que resmunga ainda dormindo. Não sei como ele consegue dormir feito uma pedra nesse lugar — não se culpe por isso, a ideia pode ter sido sua mas a escolha foi nossa
— Eu vou dar um jeito de tirar a gente dessa — ele diz
Ouvimos alguns passos pelo corredor e Scott se levanta rapidamente, três policiais aparecem e uma delas destranca a cela.
— Saiam logo — ela diz ríspida
— Stiles, acorda — cutuco ele um pouco receoso
— Pra onde nós vamos? — Scott pergunta tão assustado quanto eu
— Quando chegarem lá vão saber — uma delas entra e coloca os braços de Scott para trás, lhe prendendo uma algema
— Acorda logo, Stiles — balanço o seu braço e ele se assusta acordando num pulo
— Cara, por que fez isso? Eu estava sonhando com vocês dois, nós estávamos num navio e-
— Chega de palhaçada, não temos o dia todo — as duas policiais entram e repetem o mesmo processo que fez com Scott
Nós três saímos da cela enquanto elas nos direciona para a saída.
— Será que vão nos colocar juntos no presídio também? — Stiles pergunta
— Eu espero que sim, não quero nem pensar ter que dividir uma cela com um assassino — digo
— Assassino? Eu tenho medo é de ter que dividir com algum velho tarado — Stiles diz fazendo uma careta — meu Deus, eu prefiro a morte
— Só espero que não seja tão ruim como as pessoas costumam dizer — Scott falou por fim, até que saímos e cada um foi colocado dentro de uma viatura.
[…]
O caminho até o presídio foi bem longo, quanto mais o carro andava, mais eu pensava na besteira que fiz e na minha família. Será que minha mãe já sabe? Meu Deus, eu tô muito fodido.
— Seja rápido — o policial diz e fecha a porta
Já é noite, nós três chegamos mas fomos separados, não vi Scott nem Stiles quando saí do carro. Espero que a gente fique na mesma cela.
Eu fui direcionado até uma salinha, esse lugar tem policiais pra todo canto.
Tirei minha roupa e vesti a roupa que o policial me entregou, é uma camisa branca e um macacão laranja. Eu pensei que só usavam isso em filmes…
— Anda logo — o policial abriu a porta e levei um pequeno susto. Nem perguntou se eu já estava vestido, que grosso.
— O senhor sabe pra onde foram meus amigos? — pergunto vendo ele escrever alguma coisa em alguns papéis
— Segura isso — ele me entrega uma placa e olho para a mesma
"Liam Dunbar - 0643"
Ele me direciona em uma parede e tira uma foto minha. Deve ter saído horrível, eu tô acabado.
— O senhor sabe pra onde levaram meus amigos? — pergunto mais uma vez enquanto ele me algema e me tira da sala
— Devem estar em outro bloco — disse ríspido
— Outro bloco? Mas não vamos ficar juntos? — fudeu
Ele não diz nada. Entramos em um longo corredor e vejo alguns presos ali, uns me olham com curiosidade, outros sorriem para mim de uma forma nojenta ou me olham de cara fechada. Esse lugar é assustador, alguém por favor me tira daqui…
Ele para de andar em frente a uma cela e começa a destrancar.
— Eu vou ficar sozinho? — pergunto enquanto ele tira as algemas de mim
— Seu companheiro de cela deve estar na enfermaria — ele disse me empurrando pra dentro
— Moço, eu não quero mais não, será que tem como o senhor me levar de volta pra delegacia? Lá era bem menos assustador — ele ri negando com a cabeça enquanto tranca a cela
— Boa sorte — disse por fim, antes de desaparecer pelo corredor
Puta que pariu.
Agora seria uma boa hora pra entrar em Pânico? Porque eu acho que estou em Pânico.
Pra onde será que os meninos foram? Será que estão bem? O Stiles não vai sobreviver se seu parceiro de cela for alguém muito cruel, ele é meu melhor amigo e as vezes dá vontade de matar ele, pra quem não o conhece será mais fácil ainda.
Saio dos meus pensamentos quando ouço um barulho no corredor, um policial está acompanhando um cara que parece ser até mais forte que ele. Me surpreendo quando eles param em frente a mesma cela que eu e o policial destranca.
— Vê se fica longe de problemas — o policial disse após empurrar o cara pra dentro
Ele tem o cabelo cobrindo um pouco seus olhos, mas quando ele passa sua mão por ele posso ver seus olhos verdes. Sua barba é rala, ele tem um pequeno corte no lábio e um olho roxo, e ele é um pouco mais alto que eu… só um pouco.
— Oi — forcei um sorriso e ele me encarou
— eu sou Liam… hum… Liam Eugene… Liam Eugene Dunbar — por que eu disse meu nome completo? E por que tô gaguejando?
Ele não diz nada, apenas desvia seu olhar sobre mim e vai até a beliche sem escada, subindo e se deitando na cama de cima.
— Você sabe que horas são? — me sento na cama de baixo — Que pergunta idiota, claro que você não sabe — murmurei pra mim mesmo
— Quase nove — ouço sua voz grave
— Ah, obrigado… hum… qual seu nome?
— Você não precisa saber — ele diz
— Mas eu queria ao menos saber o nome do meu companheiro de cela. Qual é, você já sabe o meu — me deito nessa cama dura
Ouço um suspiro mas ele não responde.
— Por que estava na enfermaria? Você brigou com alguém? — tento a sorte, mas ele nem dá a mínima — você não é de falar muito?
— Ao contrário de você — disse
— Eu só quero me distrair um pouco, foi um dia e tanto…
— Então dorme — disse simples
— Tudo bem, amanhã conversamos então — digo — a propósito, você sabe se as luzes ficam acesas? Por que eu- — fui interrompido quando tudo ficou escuro — deixa pra lá… então… boa noite? — digo mas ele fica em silêncio
O que custa responder pelo menos meu Boa noite?
— Boa noite, Liam Eugene Dunbar — ouço ele dizer depois de um tempo
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Beijinhosss.🥰
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