𝐌𝐈𝐑𝐑𝐎𝐑𝐁𝐀𝐋𝐋 🌾
🥞Capítulo Seis;
"Eu ainda estou tentando de tudo,
para manter você olhando para mjm"
Betty, depois daquele verão.
Betty sempre teve problemas com o seu tio, o seu descontentamento com ela era algo que ele nunca tentou esconder, bem na verdade ele tentava sim, quando Rebeka estava por perto, era importante para ele ter a aprovação da irmã e por isso tentava ser o mais gentil possível com a garota quando a mãe dela estava lá.
Também não era como se ele a usasse de escrava como a madrasta da Cinderela ou quisesse mandar alguém levá-la para floresta e acabar com ela assim como a da Branca De Neve. Ele apenas a julgava, e muito, o tempo todo sobre suas notas que nunca passavam de um B, ele também sempre lembrava a ela que a garota era magra demais e depois do que aconteceu no verão ele dizia que James era um homem e Betty foi trocada por ser ingênua demais.
E era desse assunto que eles falavam enquanto tomavam café da manhã, assim que Rebeka saiu para resolver alguns problemas em seu escritório, o tio desatou a falar coisas negativas para Betty.
— Ora, você sabe que ele é um homem e um homem tem suas necessidades querida — Ele falava enquanto preparava a própria panqueca, Betty mal conseguia engolir a própria torrada ao ouvir aquilo. — E aquela Augustine não me parece tão infantil quanto você, quero dizer, ela parece bem mais velha para a idade dela.
— Não quero ouvir isso. — Betty falou porque se ficasse mais um minuto ali teria vomitado. — Vou comprar algumas tintas.
— Ah é, aposto que ela quer uma carreira que dê dinheiro de verdade também! — Ele gritou enquanto Betty subia as escadas para trocar de roupa. — Não fica com essa coisa de arte que é uma grande perca de tempo.
Betty subiu as escadas o mais rápido possível e então correu para o fim do corredor antes de fechar a porta de seu quarto, a garota gritou contra o travesseiro com raiva por não poder gritar com o homem que a ofendia lá embaixo. Quando se acalmou, a garota trocou de roupa e então pegou a mochila que estava embaixo da cama, com cuidado para não quebrar o que estava lá dentro ela ajeitou as alças e então foi até a janela.
Havia uma árvore ali, os galhos por pouco não entravam pela janela da garota, Betty agradecia por ter aquela árvore ali mesmo que ela não servisse de nada, não dava frutos ou flores, mas a ajudava sempre que queria fugir. E por não querer encontrar com seu tio mais uma vez, a garota desceu pelos galhos da árvore tomando cuidado para não escorregar em nenhum momento.
Assim que pós os pés no chão a garota viu a Sra. Williams a observando, atravessou a rua para dizer um olá e perguntar se Augustine estava melhor, já fazia uma semana desde o acidente e a garota obviamente não havia ido a aula por conta do pé e braço quebrado.
— Muito obrigada por ter ficado com ela até eu chegar. — A Sra. Williams agradeceu como já tinha feito mais de quinze vezes. Ela disse para a garota que Augustine iria tirar o gesso daqui a dois meses e Betty lamentou por conta da demora.
— Betty? — A garota ouviu Augustine dizer seu nome e então olhou para a porta vendo a garota acenando. Rapidamente a loira correu até ela e a abraçou, naqueles sete dias as garotas teriam ficado bem mais próximas do que algum dia imaginaram que seriam. — Você quer entrar?
Betty não viu motivos para negar o convite, ela entrou e Augustine a levou até seu quarto, elas conversaram lá por algum tempo e Betty atualizou a garota sobre tudo que estava acontecendo na escola.
— Oh e Augustine arrumou outra briga! — Betty comentou depois de se lembrar de mais um último detalhe. — Você sabe como ela é, não deixou barato quando alguém começou boatos sobre ela e sua ex namorada... bem eu não sei exatamente sobre o que eram os boatos.
— Vocês são muito amigas? — Augustine perguntou jogada em cima do tapete como sempre costumava ficar enquanto Betty se mantinha sentada sobre a cama segurando sua mochila. — Você e a Inez?
— Ah, na verdade nós aproximamos mais porque ela se tornou uma grande amiga de James, na verdade todos os meus amigos eram mais amigos dele do que meus. — Betty refletiu. Augustine pode ver o quanto aquilo poderia ser incômodo para a garota, talvez estivesse se sentindo mais sozinha do que nunca. — Menos Dorothea, ela era mais minha amiga, minha melhor amiga.
— Sente falta dela? — Augustine perguntou vendo a loira suspirar. Ela sabia que Dotothea tinha se mudado no último verão, na verdade todos sabiam.
— Sinto falta de tudo — Betty confessou e só então lembrou que além de sua nova amiga, Augustine também era a garota do verão e aquela não era o tipo de conversa que elas deveriam ter, não por enquanto.
Augustine por sua vez sentia a culpa de ter estragado o que parecia ser a vida perfeita de Betty antes daquele que verão, quando lembrava daquelas coisas mal podia olhar para a garota.
— O que tem na bolsa? — Augustine perguntou tentando desviar a conversa para outro assunto.
— Duas garrafas de vodka — Betty respondeu com sinceridade e Augustine a olhou incrédula.
— Onde pretendia ir com duas garrafas de vodka?
— Não sei, talvez ao lago — A garota respondeu dando de ombros e abrindo a mochila provando mesmo que tinha duas garrafas de vodka ali.
Augustine ficou em silêncio, e então quando pareceu concluir que não havia ninguém por perto, ela levantou e trancou a porta, Betty a observou curiosa.
— Nós podemos beber?
₍🌿 𓏲࣪⋆ ꒰
Betty estava agora na ponta dos pés, gargalhando alto provando para Augustine que as aulas de balé que fazia desde que aprendeu a andar tinham alguma utilidade. Enquanto Augustine calçava os sapatos mais altos que Betty já tinha visto, as duas tentavam falar baixo mas parecia impossível, riam muito alto enquanto viam Augustine também na ponta dos pés girando em meus saltos mais altos.
— Tudo bem, vamos continuar com as perguntas — Augustine sentou ao lado da loira no chão e encarou a garota. — Eu nunca mudei tudo sobre mim para só me encaixar em alguma coisa.
— Culpada! — Betty respondeu dando outro gole na garrafa.
— No que é que a princesa Brooks não se encaixou? — Augustine perguntou bebendo também porque aquilo de mudar tudo sobre si era algo que ela fazia com frequência.
— Padrões acadêmicos, sociais e os do maluco do meu tio — Betty respondeu. — Nada do que você me vê fazendo é o que eu realmente quero, tudo que eu tenho feito é tentar aqui.
Augustine sorriu e virou-se para olhar bem a garota, ela não era bem a Betty que Augustine achou conhecer, não é como os normais, mesquinha e entediante.
Betty era tão mais do que todos viam.
— Já sentiu isso, Augustine? — Betty perguntou seu dedo mindinho tocando o dedo mindinho da garota. — Como se tudo que viveu fosse uma farsa e você vivesse apenas o que as pessoas querem que você viva?
Augustine observou cada detalhe dos olhos azuis e misteriosos da loira, que pareciam cada vez mais profundos, assim como ela.
— As vezes eu só vivo no automático, sabe? Para todo mundo ficar contente, para gostarem de mim. — A loira desabafou. — Eu nunca fiz nada de natural, algo que eu realmente goste e queira fazer.
— Por que não? — Augustine questionou.
— Acho que tenho medo que as pessoas parem de gostar de mim. — Betty confessou. — Medo de decepcionar todo mundo.
Augustine se aproximou tirando uma mecha loira do rosto da garota e a prendendo atrás da orelha para poder observar melhor o rosto corado.
— É impossível que alguém não goste de você, Betty Brooks.
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