𝐄𝐗𝐈𝐋𝐄 🌾
🥞 Capítulo Quatro;
"Não sou mais o seu problema, então a quem eu ofendo agora?"
James e Betty, depois daquele verão.
James estava sentado em um dos sofás da casa de um de seus amigos do time, a festa já havia começado a mais de quarenta minutos, o que significava que a fazia mais de quarenta minutos que ele observava ela em pé, tão linda que parecia quase irreal.
Tudo estaria perfeito se não fosse pelo garoto ao lade dela, que tinha os braços dele em volta do seu corpo, ambos estavam rindo de alguma piada que ele tinha contado e que James tinha certeza que não era tão engraçada quanto eles faziam parecer.
Sentado ali cercado por pessoas com as quais ele não queria estar realmente, James lembra de quando Betty foi embora no último verão, e ele pensou que nunca a veria de novo. Ele também pensava em quanto tempo ela havia levado para superá-lo, porque agora parecia tão feliz com seu novo amigo, que sequer tinha notado a presença dele ali.
Ou talvez James a tivesse machucado o suficiente para fazer trancar tudo o que sentia por ele, do lado de fora da porta, não deixando aquele amor entrar e controlar sua mente nunca mais.
E agora para eles, aquela história parecia a mesma que as dos filmes que eles costumavam assistir juntos, todos aqueles com finais tristes em que só o amor não era o suficiente para manter duas pessoas juntas, aqueles filmes dos quais eles nunca gostavam dos finais.
Era estranho agora, não só para eles, mas para todos em volta, as pessoas agora até evitavam tocar no nome de Betty ou de Augustine quando James estava por perto. E era ainda mais estranho para James estar em uma festa como aquela, sem Betty ao seu lado, esse era o tipo de coisa que eles costumavam fazer juntos, antes daquele verão em que James cometeu um erro atrás do outro.
Parecia burrice mas James sentia-se como se estivesse de castigo, exilado longe dela sem poder voltar para a casa, ele assistia a vida dela de longe e gostaria muito mesmo de ir até lá e mandar aquele garoto tirar as mãos de cima dela, mas não podia, porque agora ela não era mais sua para que ele a defendesse, tudo que ele podia fazer era deixá-la ir.
— Para de encarar, é estranho — Inez disse entrando na frente do garoto e oferecendo a ele outra cerveja, James negou mas deu espaço para a garota sentar ao seu lado. — Betty tem uma queda por novatos não é?
— Quem é esse? — James perguntou sem se dar ao trabalho de esconder seu ciúmes para Inez, ela era sua melhor amiga e acabaria descobrindo de qualquer jeito.
— Charles, veio da Califórnia mas não vai ficar muito tempo, ele se formou ano passado e está aqui apenas acompanhando os pais com os negócios. — A garota explicou como se estivesse lendo o formulário do garoto, James sabia que ela teria essas informações, Inez sempre sabe de tudo. — Betty o conheceu porque o pai dele é amigo do tio dela.
Charles olhou para James, acenou brevemente com a cabeça e então voltou sua atenção para Betty que sussurrou algo no ouvido do garoto e então eles subiram as escadas. James se pós de pé de repente, porque todos sabiam o que acontecia quando duas pessoas subiam para o andar de cima em uma festa, e só de imaginar o que fariam causou o suor frio de James.
— Onde você vai? — Berrou Inez tentando falar mais alto que a música do The Weeknd que tocava em um volume exagerado. — James?
Mas o garoto já estava longe demais, andando entre as pessoas tentando chegar até as escadas.
₍🌿 𓏲࣪⋆ ꒰
Betty estava cansada de evitar olhar para James durante toda a festa, enquanto sentia o olhar dele em cima dela o tempo todo, ela gostava de tentar imaginar o que ele estava pensando, provavelmente amaldiçoando Charles por estar ali com ela, e talvez a amaldiçoando também por ter estragado sua festa apenas por estar ali.
Mas ela não foi a única a perceber os olhares de James em cima deles, Charles também comentou como o garoto o encarava, como se ele fosse algum substituto para cobrir o buraco que James cavou, como se fosse começar uma briga a qualquer momento.
Entrando Charles já conhecia a história, Betty já havia contado a ele sobre todo seu relacionamento com James, sobre todas as segunda, terceira e centésima chances e todas as vezes em que eles tentaram se equilibrar em galhos quebrados. Quando Betty contou tudo a ele, o garoto viu o fantasma Sá mágoa nos olhos dela enquanto ela falava sobre aqueles olhos verdes que a lembravam de suas feridas.
Mas James não era mais problema dela, e por isso ela quis sair da vista dele, e Charles era uma boa companhia, ele era gentil, inteligente e terrivelmente bonito, e eles eram amigos que entendiam que nunca poderiam passar disso, mas isso não os impedia de se divertir um pouquinho, afinal os dois eram solteiros e muito mais que atraentes.
— E se o seu namorado vier até aqui? — Charles perguntou encostando Betty contra a parede enquanto sentia os lábios dela em seu pescoço e suas mãos embaixo de sua camiseta.
— Então você vai ter que fugir pela janela — Ela brincou mas eles realmente se assustaram quando a porta foi aberta bruscamente e James adentrou o quarto. — Sai daqui, James!
— Precisamos conversar — O garoto deu um passo a frente mas Charles o impediu de chegar mais perto. — O que você...
— Ela mandou você sair! — Charles empurrou o garoto e James não pareceu intimidado com isso, ao invés disso pensou em empurrar o garoto de volta, mas seus olhos foram direto para Betty, o pânico dela, o sorriso que antes ela tinha agora desapareceu, ele desapareceu no momento em que ele apareceu ali.
— Eu só quero explicar — James falou tão baixo que se a porta não estivesse fechada, Betty nunca teria ouvido.
Ela sabia que deveria dar a ele uma chance de falar, ela queria entender o que se passou pela cabeça dele e como ele pode esquecer dela no momento em que viu Augustine, queria ouvir as explicações dele, mas apenas estar olhando para James agora já a fazia querer sentar no chão e chorar até que sua cabeça estivesse doendo e seus olhos não conseguissem ficar abertos.
— Não agora, James — Ela disse, as lá escorrendo por seu rosto. — Por favor, não agora.
James a encarou, seus lindos olhos verdes carregados não mais de amor mas sim de uma culpa que o perseguia, e Betty não queria mais ficar ali, por isso quase agradeceu aos céus quando Charles se aproximou.
— Venha, Betty, vou levar, você para casa. — Charles passou o braço ao redor dos ombros dela e a guiou para fora do quarto e também da festa.
James ficou lá parado, sentia-se assim perdido já a algum tempo, quase como se não se reconhecesse mais. Ele ficou na festa, bebeu tanto que nem lembrava como chegou em casa no outro dia, no final de semana ele assistiu Grays Anatomy com seu irmão mais novo e sentiu o olhar de julgamento dele em James cada vez que alguém falava com Derek Shepherd sobre traição.
E quando a segunda feira chegou ele foi para a escola e então foi para seu trabalho de meio período no mercado logo depois, e assim seus dias iam passando, no fim de tarde ele andava de skate até ch em casa, e por conta disso tinha que passar na frente das casas de Betty e Augustine todos os dias.
Sempre que via qualquer uma delas, sentia que devia fazer alguma coisas mas nunca conseguia, por fim se convenceu de que deixá-las em paz seria o melhor a fazer, ao menos por enquanto e então deu um jeito de encontrar outro caminho que era mais demorado mas pelo menos não tinha que passar na frente da casa delas.
Inez disse a ele que o tio da Betty comentou com a mãe dela o quanto a garota andou chorando incontáveis lágrimas nas últimas semanas, e a cada dia James se sentia pior, o que segundo a todos e até a ele mesmo, era justo tendo em vista o que ele estava fazendo Betty.
James sempre parava para lembrar de seu antigo relacionamento, refletia sobre todo esse tempo em que eles sempre caminharam em uma linha muito frágil, e ele sequer ouviu ou sentiu quando o fio arrebentou. Quando ele mesmo fez o fio se arrebentar sem nenhum sinal de aviso.
Os desejos de Betty de poder saber o que ele estava pensando, de querer ler a mente dele, também eram os desejos de James, ele desejava saber ler os pensamentos da garota, gostaria de ter visto os sinais ou avisos de todos os erros que iria cometer e de tudo o que eles resultariam.
Betty gostaria de ter percebido os sinais que James iria machucá-la da forma mais cruel possível, e James gostaria de ter visto os avisos de tamanhos erros que cometeria.
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