𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓 🌾
Capítulo Oito;
"Agosto acabou como uma garrafa de vinho, porque você não era meu"
Augustine, durante aquele verão
Ar salgado e a ferrugem em sua porta, ela nunca pensou que precisaria de mais nada. A luz baixa, e o pôr do sol enfeitando o céu enquanto o garoto trancava a porta antes de se aproximar novamente.
— Você tem certeza? — James sussurrou com sua voz embriagada.
— Nunca estive tão certa antes — Ela respondeu sentindo os beijos dele se espalhando por seu pescoço e descendo cada vez mais.
Augustine entretanto podia ouvir a voz em sua mente, como um grande sinal vermelho de que aquilo não era uma boa ideia, mas James calou aquela voz no momento em que seus dedos percorreram todo os corpo dela, caçando memórias que ele gostaria de guardar.
Cada toque, cada reação lhe enchendo os olhos, Augustine embaixo dele, seus olhos cobertos com desejo, era a primeira vez dele e tinha grande chance de ser a dela também, mas Augustine tinha um poder estranho sobre ele, ela o fazia sentir-se confortável consigo mesmo, como se ele pudesse conquistar o mundo se ela estivesse com durante a noite.
— Tine se não pararmos agora... — James murmurou, seus olhos quase fechados, a respiração pesada dele sobre a pele entre os seios dela.
— Não pare. — Ela disse, seus dedos entre os cabelos castanhos o forçando a olhar para ele e então repetiu; — Não pare.
E nenhum deles perdeu mais nenhum segundo, James — assim como Augustine — já estava sem camisa, viu a garota se inclinar levemente para que James pudesse retirar seu sutiã, e ele o fez, as mãos meio trêmulas e a respiração cada vez mais incontrolável. Quando ele terminou Augustine levou as mãos até o sinto dele, e se livrou dele com facilidade, logo a calça dele estava no chão junto do shorts da garota. Eles estavam de joelhos sobre a cama agora e os dois pareciam não saber direito como reagir, ao mesmo tempo que não queriam demonstrar a falta de experiência.
James a observou, tudo que ela usava agora era um fino pedaço de pano, uma calcinha preta, a qual ele acabou levando embora no bolso mais tarde.
Por tudo, Augustine era extremamente linda, como uma pintura que precisava ser mostrada para o mundo, ela era linda por inteiro, não haviam defeitos para se apontar ali. Era uma obra de arte rara.
Uma obra que ele não entendeu.
James se aproximou a beijando primeiro enquanto uma de suas mãos estava no cabelo da garota e a outra apertava sua cintura a forçando a se deitar. Augustine estava amando, cada parte daquilo, cada beijo molhado que James espalhou por seu corpo e amou mais ainda o arrepio em sua pele quando sentiu os lábios dele entre suas pernas, o pano da calcinha sendo empurrado para o lado, e logo não era mais lembrado.
E então o quarto ficou barulhento, os sons que saíram dela sem que ela pudesse controlar quando ele a tocou, primeiro só um dedo e depois dois... Céus, ela já não estava mais pensando! Foi quando ele se afastou levemente e Augustine quis mandá-lo embora, mas essa vontade passou quando ele se aproximou novamente e a cobriu com seu próprio corpo, estava quente e suado, mas ela também estava então não se importou.
— Me avise se...
— Eu vou. — Ela garantiu.
E então ela sentiu, de primeira foi uma dor muito forte, James parecia em pânico sem saber o que fazer para ajudar então a beijou e segurou sua mão, isso realmente ajudou um pouco, a fez focar em outras coisas e então de repente a dor foi embora, e ele começou a se mover. Primeiro devagar, querendo saber até onde podia ir, mas dava para ver que estava se segurando, então Augustine se moveu um pouco, o incentivando a ir mais rápido e isso pareceu um alívio para ele, pois então ele parou de se segurar.
Augustine agradeceu por sua mãe ter ido passar a noite na casa de uma amiga, porque aquilo com certeza a acordaria, o barulho dos corpos, o som dos gemidos roucos de James, o barulho que Augustine sabia que estava fazendo mas não se importava, aquilo era uma bagunça, mas era uma bagunça boa.
As noites com James a partir daquele dia eram sempre muito boas, mas os dias eram diferentes. A noite Augustine poderia ver a paixão nos olhos dele, a admiração e até mesmo talvez um pouco de amor.
Este foi o erro de Augustine, ela estava amando, cada parte daquilo. Mas James, ele estava apaixonado.
Paixão e Amor são coisas diferentes. Augustine sabia disso, sua mãe sempre lhe disse:
"Paixão é quando você tem interesse e atração por alguem. Amor é algo maior, algo que não tem só a ver com atração física, é um laço que leva tempo para ser construído. A paixão altera aspectos do comportamento e pensamento da pessoa. E o amor complementa as pessoas, existe paixão sem amor, mas não amor sem paixão. "
Não existe amor sem paixão. Augustine se agarrou apenas a essa fala, dizendo que se James estava apaixonado agora então poderia amá-la no futuro, mas não podia e no fundo a gente sempre sabe quando vai ou não, ser amada.
Ainda assim aquele verão continuava perdido nas memória de Augustine. Agosto onde ela achou que estava vivendo um amor calmo e dourado como o nascer do sol, mas não era verdade, porque ela nunca o teve.
Aquele amor não era dela, era de Betty Brooks, pertencia a ela e Augustine era apenas uma paixão de verão.
Ainda assim ela não conseguia entender como aquela cena dos dois enrolados em lençóis, pode ter ido embora tão rápido quanto uma garrafa de vinho. Mas ele nunca foi dela.
Ela lembrava do dia em que percebeu que aquilo tinha data de validade, das costas de James debaixo do Sol, Augustine passou as pontas dos dedos sobre ela desejando poder escrever seu nome nelas, então ela perguntou;
— Você vai ligar quando voltar para a escola? — A pergunta simplesmente escapou antes que ela pudesse impedir.
James estava lendo, mas parou no mesmo instante em que entendeu as palavras dela, ele hesitou e ficou o que pareceu uma eternidade em silêncio, mas então beijou os lábios dela e voltou para seu livro.
— Claro, ainda seremos amigos. — Ele respondeu por fim.
Lembrava de pensar que o tinha, e naquele momento perceber que era uma mentira bonita.
Quando se percebe que algo pode tem um prazo para acabar, todas as coisas parecem acontecer mais rápido, e aquilo não foi diferente. Agosto estava passando mais rápido do que o esperado, ou talvez aquilo fosse coisa da cabeça de Augustine. Mas ela sabia que as coisas seriam diferentes quando chegassem na escola e então ficou desesperada por passar todo o tempo possível com James.
Porque isso que eles tinham nunca foi dela, e ela sabia muito bem disso. Eles passavam a noite e a manhã inteira enrolados nos lençóis. James se recusou a conhecer a mãe dela e sempre saia da casa pelos fundos tentando não ser visto. Ela deveria saber melhor, ele nunca foi dela.
Mas ela ainda estava presa para o momento em que tudo começou, quando as coisas ainda estavam ficando cada vez melhor. Quando James entrou no carro e eles foram até um bar com identidades falsas, beberam e conversaram até de madrugada, e depois logo de manhã, na verdade lá por dez da manhã, James ligou a chamando para dar uma volta e então tudo acabou resultando na melhor noite da vida dela.
Para Augustine querer estar com ele já era o suficiente, mas apenas para ela, era o suficiente. A garota vivia pela esperança disso tudo um dia ser algo a mais. Ela cancelava seus planos, só para o caso dele ligar pedindo que ela o encontrasse atrás do shopping. Só para que ele entendesse que ela estava lá, que sempre estaria lá para ele, que o amor dela era assim.
E a cada dia o amor de verão ia acabando, Augustine e James, o "nós" que eles tinham estava indo embora. Mas ele não era dela para que Augustine pudesse perder, e isso deveria ter pesado na balança mais cedo.
A cada dia mais as pessoas ao redor iam aparecendo, e era mais difícil de conseguir ficar sozinha com James. Um dia Augustine estava sentada com suas amigas e ouviu Inez dizer;
— Tive que ir buscar o James ontem a noite na casa da Betty, de novo. — Ela tentou falar baixo mas era impossível com a música.
— O que ele estava fazendo lá? Ela já voltou? — Gabb, um amigo de James perguntou.
E então a ideia de Betty voltando fez Augustine entrar em pânico.
— Ainda não, mas James encheu a cara e foi chorar na porta dela, o tio da Brooks queria chamar a polícia mas eu consegui resolver a situação. — Explicou Inez.
— Cara, ele não vai superar essa garota nunca? — Gabb perguntou parecendo entediado. — Cada vez que sai com a gente fica todo tristão, isso quando ele vai porque tá sempre colado na casa daquela menina como se ela fosse aparecer do nada.
— É porque ele a ama. — Inêz falou e dessa vez não deu para Augustine fingir que não estava ouvindo. — Ele ama Betty Brooks.
Inêz falou aquilo olhando diretamente nos olhos dela, não havia dúvidas. Ela sabia. Sabia e aparentemente não apoiava muito bem, mas isso não foi o que incomodou Augustine e sim o fato de James ter mentido sobre o que fez na noite anterior, quando ela ligou perguntando porque ele não apareceu e a desculpa dele foi que o irmão tinha ficado doente.
Augustine era amiga da família de James e sabia que era muito difícil o irmão mais novo do garoto adoecer, mas acreditou tanto em James que a possibilidade dele estar mentindo nem passou por sua cabeça.
E então ela entendeu de uma vez.
O coração de James Collins pertencia a Betty Brooks, ele nunca foi dela.
Ela saiu da festa mais cedo naquele dia, andou até em casa descalço enquanto chorava, ela estava soluçando no meio da rua enquanto pensava em James Collins e sentia seu coração doer mais do que qualquer coisa.
Será que um dia James iria lembrar dela? De quando ela estacionou seu carro naquela festa estúpida de despedida e disse: — Entra no carro.
Será que ele irá lembrar de todas as vezes depois daquela noite, em que ela cancelou seus planos, só para o caso dele ligar?
Agora depois de tudo que aconteceu, a época em que ela ainda estava vivendo pela esperança de tudo aquilo parecia distante.
Quando ela vivia pela esperança de tudo, até pela esperança de ser chamada para encontra-lo atrás do shopping, escondido de todos.
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