PROLOGUE
Enjasim Fortitudo não costumava esperar ajuda de outras pessoas. Especialmente de outros planetas. Mas naquele momento, ela esperava que viessem ajudar.
Ela esperava que Odin ouvisse seus chamados por socorro. Esperava que algum exército de Asgard, ou qualquer outro planeta, fosse ajudar.
Estava em desespero.
Conseguia ouvir os gritos de seu povo enquanto lutavam para tentar salvar os últimos sobreviventes, aqueles que ainda não haviam sido dizimados.
A imagem de metade da população daquele planeta sendo morta a sangue frio ainda habitava sua cabeça.
Enjasim apertou a jóia vermelha em uma mão, seu corpo tremia por inteiro e, por mais surpreendente que fosse, ela suava. Suas costas contra o pequeno muro, próximo a uma fogueira, na escuridão do planeta.
Sua testa sangrava bastante e seu corpo estava cheio de hematomas pela forma que lutou antes de receber a jóia para proteger.
A luz da fogueira dançava em seus olhos enquanto Enjasim olhava para a jóia. Queria utilizá-la, queria usar o poder da realidade contra Thanos e seu exército, mas não sabia como fazer aquilo. Ela procurou pelo céu algum sinal de Ignis Draco, o espírito que era sua companheira, precisavam sair dali.
Seu olhar parou na fogueira já que o fogo crepitava com força, como se tivesse ganhado vida própria e a cor laranja mudou para azul. Já havia visto aquilo muitas vezes para não se assustar quando o rosto de sua mãe apareceu no meio das chamas.
Muito pelo contrário, ela quase suspirou aliviada.
— Mãe… – murmurou ela
— Filha... – um gemido de dor a interrompeu – Enjasim, me escute. – um pequeno grito
Os olhos de Enjasim se arregalaram.
— Mãe! – ela exclamou
— Você precisa destruir a jóia!
A confusão se fez presente dentro da garota quase instantaneamente. Sua mãe estava mesmo pedindo aquilo?
Uma careta surgiu em seu rosto.
— Destruir a jóia? – Enjasim repetiu, incrédula – Eu não posso! Essa jóia é a única coisa que pode nos dar uma chance! Se eu a destruir, todo o sacrifício do nosso povo será em vão e eu… Mãe…
— Me escute, Enjasim. Não importa o quão poderosa essa jóia seja, não podemos correr o risco de perdê-la para Thanos. – a mulher disse – Ele quer ela para algo maior. Quer ela para fazer da realidade de todos do universo a mesma que a nossa nesse momento.
Enjasim mal conseguia segurar a pequena pedra, seus olhos cheios de lágrimas ao ouvir mais um gemido de dor de sua mãe.
— Você precisa explodir essa jóia. – A mulher disse – Use seus poderes, filha. A derreta até sobrar apenas átomos.
— E depois? Thanos não vai parar, Mater. – ela sussurrou – Assim que souber que a jóia se foi, vai terminar de matar os nossos. Todos nós.
— Ele já está nos matando, En. – ela disse – Me escute. Você vai destruir a jóia e pedir ajuda a Heimdall, de Asgard, para sair do planeta e, então, vai recomeçar. Vai recomeçar sua vida, sabendo que parou tudo isso.
Enjasim respirou fundo, o peito doendo com o peso das palavras de sua mãe. Explodir a joia significava perder a última chance de seu povo se defender, mas também significava frustrar o plano de Thanos de corromper toda a realidade.
— Eu não sei se consigo… – ela admitiu, claramente amedrontada – Eu nunca usei tanto poder assim antes.
A mulher parecia olhar para o lado.
— Você consegue, filha. Eu sei que consegue. – ela ofegou, olhando no fundo dos olhos de Enjasim e falando as últimas palavras que ficariam presas na mente da mulher: – Eu te amo, filha.
E, então, um grito saiu de seus lábios e a figura se dissipou. Ela estava morta. Enjasim sentiu aquilo. Fechou os olhos, tentando não chorar, mesmo sentindo seu coração derreter por dentro.
A pessoa que mais amava na vida estava morta.
Respirou fundo, abrindo os olhos e vendo Ignis se aproximar.
“Enjasim, sua mãe…” Ignis começou
— Eu sei. – ela murmurou – Venha, temos que completar seu último pedido.
O espírito entrou em si. Jasmine sentiu o poder que habitava em si ainda maior. Colocou a jóia no chão e com ambas as por cima dela se concentrou para canalizar toda sua energia e atingir a pedra com o máximo de poder que conseguiu.
Conseguia ouvir a pequena coisa vibrando e tinha certeza que iria conseguir, quando um dos membros da Ordem Negra a encontrou.
Enjasim agarrou a jóia antes que o filho de Thanos pudesse a pegar com seus poderes e, então, correu para o mais longe possível.
Não sabia para onde estava correndo. Ou a quanto tempo estava correndo. Sentia o ar querendo fugir de seu peito a cada vez que aumentava sua velocidade. Enjasim estendeu sua mão direita jogando uma grande chama e atingindo uma rocha gigante que quase caiu em cima de si.
Se abaixou quando viu um dos invasores enfiando uma lança na barriga de um dos Ventares que estavam em seu caminho, matando-o.
Enjasim olhou ao seu redor, nada além de destruição e poeira. Metade de seu povo havia sido assassinado no dia anterior, fazendo seu planeta entrar em guerra com as naves de Thanos, o causador de tudo aquilo que estava acontecendo.
“Deixa eu adivinhar, você quer que eu veja se tem mais alguém vivo...” ouviu Ignis Draco, o dragão de fogo que habitava dentro dela, falar.
Enjasim assentiu ainda sem falar nada, a pequena pedra vermelha luminosa brilhava em sua mão. A jóia da realidade que Thanos procurava.
A morena viu Ignis saindo pela sua mão vazia e rastejando pelo chão em seu formato de dragão, esperou alguns minutos até ele voltar até si.
“Tenho uma notícia ruim e uma boa.” Ignis falou
— Por favor, me conte a boa. – Jasmine pediu em um sussurro
O dragão ficou em silêncio durante tortuosos segundos, Enjasim olhou em volta o gigante roxo se aproximava devagar, provavelmente haviam a achado.
“Eu menti, não tem notícia boa, só ruim. Estão todos mortos. Enjasim, você tem que sair daqui.” Ignis Draco falou
Enjasim suspirou olhando para a jóia da realidade em sua mão, não existia uma saída segura onde ela estava. Fechou os olhos com força e enfiou a jóia no bolso de sua jaqueta.
A garota levantou os braços em rendição e ficou em pé, vendo o exército de Thanos mirar armas em sua direção. Se aproximou devagar quando o gigante roxo acenou com a cabeça.
— Está sozinha, criança. – Foram as palavras dele
Enjasim assentiu, sentia seus olhos arderem, queria chorar mas segurava essa vontade o máximo possível. Se mostrar fraca frente a um exército daquele tamanho era um erro.
— Você não precisava ter feito isso... – Enjasim falou
— Eu admito que não era necessário ter destruído o planeta inteiro, mas não tive outra alternativa quando seu povo resistiu. – Thanos falou, seu tom de voz era calmo e isso irritava Enjasim profundamente. Ele havia acabado de matar seu povo, sua família e agia normalmente – Pode achar que sou um monstro agora, mas não sou. O equilíbrio precisa ser mantido, não sabe como é ver seu planeta sendo destruído aos poucos, pequena.
— Não sei como é? Viram o que acabaram de fazer aqui? – Enjasim pergunta em um tom de voz mais alto
— Entraram em guerra conosco. Mas meu planeta foi morrendo aos poucos, era um lugar belíssimo antigamente, porém não souberam aproveitar, os recursos acabaram. Achei uma alternativa, me chamaram de louco e o que eu previa aconteceu. Todos se foram e, assim como você, fui o único sobrevivente. – o homem roxo falou, ele estendeu a mão, parecia que seu exército estava esperando qualquer movimento diferente para me atacar – Não vou deixar os outros planetas terem o mesmo erro que o meu.
— Sua proposta é genocídio! – Enjasim falou abrindo os braços – Não consegue ver ao seu redor? Você fala que quer evitar a destruição do mundo, mas é exatamente o que você está fazendo agora! Está perseguindo outras espécies e as matando!
— Não é nada pessoal, a escolha é alternada, homens, mulheres, crianças, idosos... O equilíbrio deve ser mantido para guerras como essa pararem de acontecer, todo o universo está em completo caos e se não agirmos agora, não teremos mais um universo para morar. – Thanos se aproximou mais um pouco estendendo a mão – Me dê a jóia.
“Enjasim, sai daí agora!” – Ignis falou dentro da mente da garota
Enjasim deu de ombros fazendo uma careta confusa, precisava fingir ao máximo que não sabia do que Thanos estava falando.
O seu estômago se embolou ao ver o gigante roxo se aproximando, tentou não demonstrar qualquer tipo de medo.
— Que jóia? – Ela perguntou
— Sei que está com você, criança. A jóia da realidade, me dê e deixaremos você viva. – Thanos respondeu – Ou podemos fazer do jeito mais difícil, eu mato você e então pego a jóia. Qual sua escolha?
Enjasim suspirou levando a mão ao seu bolso, ela baixou o olhar segurando a pequena pedra vermelha em sua mão. Pôde ver o pequeno sorriso no rosto do gigante roxo assim que viu a pedra.
— Nenhuma das duas opções. – Foi a única coisa que Enjasim conseguiu pensar e falar antes de Ignis aparecer ao seu redor. Seus olhos brilharam em chamas e o fogo se espalhou ao seu redor, erguendo uma grande fumaça preta que chegou por alguns segundos a todo o exército.
Enjasim acertou uma grande onda de fogo no peito de Thanos o jogando para longe e correu em direção ao círculo de ouro que ficava ao chão. Lugar onde usavam para se transportar para outros planetas.
As asas do dragão a sua volta bateram, fazendo um vento que jogou parte do exército para trás ao mesmo tempo que tirava uma grande rocha de cima do lugar.
A jóia vermelha brilhou em sua mão enquanto Enjasim corria, o chão abriu-se perto de Thanos e prendeu o mesmo. O titã gritou alguma coisa para seu exército, a Granger não prestara atenção alguma, apenas usava seus poderes para afastar todos aqueles que tentavam a atacar.
Assim que chegou no círculo dourado usou seu poder para levantar um grande círculo de fogo em volta do local protegendo de alguns "cães" que corriam até ela e se queimavam no local.
— HEIMDALL EU LHE INVOCO PARA FAZER A ÚLTIMA VIAGEM DE LOGURENIGNIS, ASSIM COMO PARA A FAMÍLIA REAL DOS FLAMMAS. LEVE-ME PARA LONGE. – Esperava ansiosamente para aquilo dar certo, Enjasim havia usado aquele método de viagem poucas vezes. As vezes que seus pais queriam que ela e Thor Odinson se casassem, o que, graças a qualquer entidade viva, não deu certo.
De qualquer forma, ela sabia do acordo entre Asgard e Logurenignis para fazer as viagens e esperava que desse certo.
Fechou os olhos assim que viu uma grande lança sendo lançada em sua direção, mas uma grande luz irrompeu pelo local e Enjasim percebeu estar saindo para longe de seu planeta natal.
Seu pequeno momento de felicidade foi embora em questão de segundos, quando sentiu a lança bater contra seu corpo. Ela havia entrado no "portal" junto de Enjasim. Por sorte não fora a parte da lâmina, mesmo assim o metal era pesado o que fez a jóia da realidade cair da mão da Granger e se perder pelo universo.
A menina foi jogada para fora do portal, sentiu seu corpo bater contra o chão e toda a luminosidade sumir. Ofegou, amedrontada.
Seu olhar passou de um lado para o outro, apenas a arma havia ido junto com Enjasim, o exército ficara em seu antigo planeta.
Sua testa sangrava, seu pulso doía, mas a primeira coisa que fez quando se levantou foi abrir sua jaqueta.
— Ignis, você está bem? – A morena pergunta
“Claro que eu estou bem, a questão é: você está bem?” Perguntou Ignis Draco
Enjasim preferiu não responder, ela olhou ao seu redor. Não fazia a menor ideia de onde estava.
— Preciso saber em que planeta, exatamente estou. – Enjasim disse com uma falsa confiança
Andou rapidamente pelo local, pôde ver algumas mulheres a encarando como se ela fosse uma estranha, a maioria estava de saia, o que fez Enjasim se perguntar se a confusão delas era sobre todos os machucados em seu rosto ou simplesmente o fato dela usar calças.
Não se importou muito com aquilo.
Parou em um pequeno estabelecimento, abrindo a porta com cuidado. Ela andou até o balcão tentando chamar a atenção do atendente que lia alguma coisa no jornal.
— Olá senhor, pode me ajudar? – Ela perguntou
O homem levantou o olhar, analisando a mulher de cima a baixo.
— De várias formas, senhorita, o que deseja?
Enjasim fechou o punho, pronta para acertar-lhe um soco cheio de fogo no rosto do homem quando percebeu o duplo sentido na frase. Mas simplesmente respirou fundo.
— Quero saber onde estamos. – Disse ela
— Nova York. – O homem respondeu, olhando sério para a garota que levantou as sobrancelhas esperando ele continuar – Estados Unidos.
Ela revirou os olhos.
— Qual o planeta? – Ela perguntou
O homem fez uma careta, pensou em gritar com ela e a expulsar do lugar, era uma terrível tiração de sarro o que ela estava fazendo. Odiava pegadinhas como aquelas. Desistiu da ideia quando viu ela permanecer séria.
— Terra, oras, onde mais seria?! – Ele disse – Quer saber o ano também? – Perguntou em um tom de humor
— Seria bom. – Enjasim concordou, ficando confusa ao ouvir o homem bufar irritado
— Posso lhe fazer uma pergunta?
Ela quase bufou.
— Faça.
— Qual seu nome, senhorita?
Enjasim parou por um instante, pensativa. Não tinha certeza se deveria contar tal informação, apesar da Terra ser conhecida por sua ignorância em relação a outros planetas, nada impedia de ter algum extraterrestre espião de Thanos por ali.
Enjasim não era um nome tão comum, os Fortitudo eram uma família conhecida por nomes extravagantes e com significados próprios. Seu nome fora dado a partir de uma frase em latim, “Ex natura jugis ardor, scintilla ignis manet.” que tem como significado “da natureza surge constante o ardor, a centelha do fogo permanece”.
Não poderia arriscar ser encontrada naquele planeta. Não poderia arriscar ser morta ali, não sem antes traçar um plano de vingança.
Ela suspirou.
— Não consegue se lembrar? – o homem perguntou, mas não parecia estar preocupado e sim… Interessado?
“Jasmine.” Ignis falou
— O que? – perguntou a morena, confusa
— Perguntei se não consegue se lembrar. – k homem repetiu, ela ignorou
“Jasmine. É um anagrama para Enjasim e um nome na Terra. Vi no jornal. Pode funcionar.” Ignis comenta
— Claro… – ela suspirou, olhando para o homem – Meu nome é Jasmine.
Seu olhar parou em uma pilha cheia de grandes papéis com várias palavras minúsculas. Conseguiu ver um pequeno número que parecia ser a data "1943", além de palavras e nomes em inglês.
— Jasmine do que? – perguntou o homem
Ela piscou, repetindo o sobrenome que havia acabado de ler:
— Granger. – a, agora, Jasmine respondeu se afastando – Obrigada pela ajuda…
Deu meia volta e saiu do local antes que mais perguntas pudessem ser feitas. Ela correu para o mais longe que conseguiu.
Algo no olhar do homem a deixou incomodada. Mais do que tudo, algo naquele planeta a incomodou muito. Como se estivessem atrasados em… Bom, absolutamente tudo.
Sabia que a Terra ficava em Midgard, mas não fazia ideia de que eles tinham tão pouca… Tecnologia.
“Ótimo. Terra! Que planeta péssimo para se cair, Enjasim!” Ignis reclamou
— É Jasmine, agora. E obrigada pelo grande apoio moral, Ignis! Você é um ótimo amigo! – Jasmine reclamou, chutando uma cerca velha.
Assim que chutou a cerca irritada, conseguiu ouvir alguém caindo do outro lado, provavelmente em cima de alguma lata, já que fizera um barulho bem alto.
“Ih, estranho. Sai daí, provavelmente machucou alguém dentro do beco.” Ignis falou para Jasmine
Porém, o barulho de um soco chamou a atenção da garota que ajeitou sua postura e andou para o lado procurando uma entrada para o lugar.
— Não acho que tenha sido culpa minha. – Jasmine murmurou
Deu a volta na rua, encontrando a entrada do beco, um homem baixo e magro com cabelos loiros sendo jogado contra latas de lixo, provavelmente pela segunda ou terceira vez, um homem maior com cabelos claros estava em pé ao lado dele.
A Granger adentrou no lugar quando o viu tirar uma tampa de lata de lixo da mão do mais magro e o socar novamente.
— Você não sabe a hora de parar, não é? – O maior falou
O mais magro se ajeitou em uma postura de luta, nenhum dos dois haviam notado a presença da morena ali.
— Posso fazer isso o dia todo. – O loiro disse
Antes que o maior pudesse acertar o loiro novamente, Jasmine segurou seu pulso, o torcendo. O loiro a olhou confuso quando ela jogou o baixinho contra a parede, dando um soco em seu rosto, uma joelhada em suas partes íntimas e uma rasteira que derrubou o brutamontes no chão.
Ela fez sua mão esquentar um pouco, não era visível o jeito que ela estava usando seus poderes, mas, com certeza, a pele do homem queimava já que ele começou a gemer de dor.
— De onde eu venho, as pessoas são chamadas de Bafried. Sabe o significado da palavra? – Ela o perguntou em um tom ameaçador, ele negou com a cabeça rapidamente – É um apelido para "Grande covarde", é como chamamos aqueles que fazem o que está fazendo aqui. – Ela o soltou, o homem se levantou rapidamente seu pulso totalmente vermelho – É melhor se lembrar desse momento da próxima vez que for bater em alguém, porque eu vou te deixar sair agora, mas se eu vê-lo machucando outra pessoa novamente, eu quebro seu osso em três partes. Entendeu? – Ele não respondeu, apenas saiu correndo.
Jasmine respirou fundo, todas as pessoas que encontrou no planeta até naquele momento haviam sido completos babacas.
Se questionava se todos ali eram daquele jeito.
Se virou para o loiro magrelo que via a cena um pouco afastado.
“Jass, eu acho que ele teve um traumatismo craniano.” Ignis falou “Ou você acha que ele é estranho assim naturalmente?”
Jasmine não respondeu o dragão.
— Você está bem? – Ela perguntou para o rapaz
— Estou... – Ele falou, ela jogou a cabeça um pouco para o lado, ele parecia um tanto envergonhado – Eu não precisava de ajuda, eu tava dando conta.
Ela revirou os olhos.
— Claro que dava... Para que eu fui me meter? Ingrato. Eu deveria ter deixado o outro cara ganhar. – Ela reclamou para Ignis, se virando e andando em direção aonde havia entrado – Será que não existe ninguém nesse planeta que não seja um cretino?
— Desculpa. – Ela ouviu o garoto pedir e se virou – Obrigado por aquilo e desculpe pela grosseria, geralmente é meu amigo que me "salva" nessas situações.
“Nessas?” Ignis perguntou “Ele usou o plural?”
— Você apanha muito? – Ela perguntou, se virando para o loiro
— Um pouco mais do que gostaria. – ele admitiu – Sou Steve.
— Jasmine. – Ela disse, passou a mão em sua ferida ao ver Steve analisando seu rosto – Eu caí de cima de uma das árvores. – ela apontou para longe
— Você tava em cima de uma árvore? – Steve perguntou confuso
— Sim, eu tava lá em cima olhando para o céu, às vezes é bom olhar para lá e refletir deveria tentar. – Jasmine inventou – Bom, Steve, foi legal te conhecer. – Ela disse se afastando, iria sair dali antes que precisasse inventar mais mentiras, ela estava cansada demais para mentir naquele momento, não conseguia pensar em absolutamente nada. – Tenta não entrar em mais brigas. Se entrar, tenta usar a força do adversário contra ele mesmo, quanto maior a pessoa, maior a queda.
Ela virou trombando com um homem de cabelos morenos e farda militar, pediu desculpas e saiu correndo.
James Barnes olhou confuso a morena correndo para longe, se virando para Steve Rogers que limpava o nariz sujo de sangue.
— Ela que fez isso com você? – Perguntou Bucky confuso
— Não, ela expulsou aquele que fez isso... – Respondeu Steve sem olhar para o amigo
— Vai atrás dela e a chame para sair. Apesar de estar toda machucada e esquisita… – Bucky foi interrompido
— Eu não usaria o termo esquisita. – Steve murmurou
— Excêntrica. Apesar disso, ela é bem bonita. – Bucky falou
O loiro negou com a cabeça.
— Eu não preciso que fique arranjando encontros para mim, obrigado. – Steve olhou para a roupa de Bucky – Virou tenente?
Enquanto se afastava mais, Jasmine pensava no que iria fazer. Precisava ter um recomeço tranquilo naquele lugar, para se adaptar à vida na Terra o mais rápido possível.
Ao notar que as pessoas ainda a encaravam de maneira estranha na rua, ela tomou a primeira decisão para aquilo: precisava de roupas novas e um lugar onde morar.
E precisava ficar longe de qualquer tipo de guerra, até mesmo brigas. Não poderia chamar a atenção de Thanos e o atrair para um planeta tão patético como a Terra. Apesar disso, ela sabia que Thanos chegaria ali em algum momento, assim como sabia que deveria estar preparada quando aquilo acontecesse.
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