cap.009; o cego guia o surdo
Amadahy se viu jogada mais uma vez em uma floresta, o corpo dolorido, os olhos cansados e pesados. Ela estava mais uma vez no mundo mortal, sem o mundo espiritual, sem buscas contínuas por Aang ela se viu vagando mais uma vez sem rumo algum.
Os seus ouvidos estavam em um torpor, tapados por um barulho contínuo e irritante.
Com roupas esfarrapadas, pés nus, e os cabelos todos bagunçados, a mesma vagava por entre árvores, pântanos, os pés grudando no lodo, galhos grudando em seus cabelos e a fazendo parecer ainda mais grotesca e abandonada que a primeira vez que esteve em estado zero.
Agora sua cabeça tinha mil memórias vindo uma diante da outra, desde 100 anos atrás, onde ela começou seu treinamento, até o dia do primeiro ataque contra o seu povo. A dor dilacerante quando o fogo queimou o seu corpo todo, quando a morte bateu em sua porta.
Ela era tão jovem na época, mas tão inocente.
- Ajuda. _ sussurrou, sua voz saindo como se tivesse todas as suas cordas vocais queimadas e depois costuradas. - Eu preciso de ajuda.
- Bem que eu senti um cheiro ruim no caminho. _ uma voz soou pelo local, baixa, mas que fez Amadahy ouvir. - Qual seu nome?
- Quem está aí?
- Naah.. eu pedi primeiro. _ a garota foi direta. - Qual o seu nome?
- Amadahy.. meu nome é Amadahy. _ balbuciou.
Ela encarou a menina de cabelos pretos e olhos brancos.
- Toph! _ se apresentou.
- Você é cega. _ observou.
- E você é surda. _ apontou. - Venha, não posso te ver mas sei que tá deplorável.
- Como?
- Como eu sei? _ riu. - Você fede como lodo e esterco.
Amadahy a segiu.
- Como veio parar aqui? _ Toph quis saber.
- Eu estava lá... e depois aqui. _ murmurou.
- Lá onde?
- Com Aang, o avatar. _ Toph parou os passos rapidamente.
- Com o avatar? Conheceu o avatar? _ exclamou animada. - Como ele é?
- É uma criança. _ murmurou. - Como você.
- Eu não sou uma criança inocente, entendido? _ apontou. - Sou cega, não estupida.
- Eu sou surda, não burra. _ rolou os olhos. - Olhe, pra onde estamos indo?
- Minha casa, boba. _ falou. - Você precisa de um banho.
- E comida, por favor. _ foi educada ao pedir.
- Tá pedindo demais, mas posso resolver isso.
- Obrigada, Toph!
- Continue andando. _ exclamou. - Quem é você, heim? Digo... não seu nome, já sei disso. Quero saber: quem é você e como parou aqui?
- Estávamos brigando... e depois eu acordei na floresta. _ explicou;
- Brigando por que? Que estupido brigar com o avatar, só uma pessoa pode ser capaz disso. _ Toph parou os seus passos e 'olhou' por cima do ombro. - É você... você é a ethereal. Não é?
- Sim.
- Eu daria tudo para ter o seu poder.
- Confie em mim _ Amadahy voltou a caminhar. - Eu daria de tudo para não ter o meu poder.
- Por que não? Você é poderosa, não pode morrer... é como uma boa arma.
- E eu só sirvo para morrer pelo avatar. _ falou. - Minha vida toda é rodeada pelo avatar. É uma maldição, não vai querer isso. Ninguém quer uma maldição.
_________
Capítulo curto pra abrir um novo ato.
__________
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top