cap.005; orgulho

-- Aang? _ a voz soou longe na mente do garoto, como se ele estivesse a milhas de distância, mas também tão perto. - Aang? Por favor, Aang. Nós precisamos de você. Volte!

A desolação do povo do ar ocorria ao seu redor, todos os anos que ele tanto temia depois de acordar no gelo, tudo o que ele não sabia ainda, tudo o que Katara e Sokka tentaram evitar estava bem em frente aos seus olhos, bem diante de toda a dor em seu coração.

   O som de uma risada soou pelo local, a cabeça do garoto girou para o lado de onde o som vinha, aquele som reverberou por todo o antigo pátio do povo do ar ao qual ele corria e brincava, ecoou pelas paredes caídas e as enormes árvores centenárias agora chamuscadas e derrubadas.

-- Aang! _ aquela voz aconchegante soou por seus ouvidos, o riso voltou a reverberar como a mais doce melodia que ele poderia ouvir no momento.

  Amadahy estava ali, ou algo que ele achava ser sua amada Amadahy.

Parada em frente a ele, como ele tinha a deixado anos atrás. O pijama de dormir, os cabelos soltos que flutuavam com o vento e ela ainda era menor que ele, algo que ele adorava se gabar quando passavam tempo juntos.

-- Aang, por favor. _ sua voz soou calma, doce e gentil. - Eu preciso de você!

-- Amma! _ o apelido foi doloroso em sua voz, doeu em sua alma, queimou em seu coração e alma.

   As coisas começaram a cair, ele começou a ir ao chão e de joelhos ele encarou suas mãos de modo incapaz, sua cabeça não se moveu, mas ele encarou com o canto dos olhos o local, ela não estava mais ali, pois ela nunca esteve ali.

  A quanto tempo ela havia ido embora? Aquela sensação que ele sentia era somente uma esperança que ele sentia? Ele estava cansado de ver tanta morte. 

  O luto agora corria em suas veias, ele consumia seus ossos e enfraquecia sua fé.

-- Aang! _ a voz clara de Katara soou pelo local, ela correu até ele, os braços o envolvendo em um abraço. - Oh, Aang.

-- Me desculpe. _ murmurou envergonhado. - Me desculpem.

-- Tudo bem. _ Sokka murmurou, o seu olhar indo até o ponto que o avatar tanto encarava. - O que você viu?

-- Ela esteve aqui. _ Aang se levantou com dificuldade, os pés se arrastando até o local que ele a via, os ombros pesados pela dor. - Quando aconteceu.

   Os olhos do avatar se arregalaram suavemente, no chão onde ela pisou estava o colar que ele havia feito para ela anos e anos atrás, se abaixando ele pegou em mãos, o pingente brilhou com o sol, a pequena flor de lótus talhada ali o fez lacrimejar.

  Com as mãos cansadas ele colocou o colar em seu pescoço, Katara instintivamente levou a mão até o seu colar.

-- Sinto muito, Aang. _ Katara o confortou. - Eu realmente sinto muito.

-- É... eu também. _ a encarou. - Você tinha razão. Eu não devia ter esperado que ela estivesse viva.

[...]

   Zuko encarou os olhos da garota em sua frente com encanto, ele achava fascinante o modo como eles iam do cinza opaco ao roxo vivo com tanta facilidade quando ela usava os poderes dados.

  Amadahy se tornava cada dia mais fascinante e cada vez mais interessante, ela era como o mistério mais doce que Zuko adoraria desvendar.

 Por isso os levou até o deque do navio, o menino a ensinando como dobrar fogo.

  Desde a descoberta do ethereal, Zuko não parava de estudar sobre ela, e cada pequena página de um dos muitos livros ela ficava cada vez mais fascinante.

O que eles dobravam, como dobravam, os ethereais eram seres diferentes de qualquer outro dobrados, com poderes até maiores que os do avatar, mas mesmo assim foram minimizados pelo tempo e subjugados pelo mundo todo.

  Enquanto o avatar salvava o mundo, o ethereal poderia facilmente o destruir.

 Aquilo fazia o mundo os temer, os levando então até a dizimação de uma raça, condenados à morte assim que o avatar viesse a sucumbir.

-- Eu não deveria fazer isso, sabia? _ Amadahy o encarou com um pouco de receio. - Quero dizer... nós podemos dobrar só duas coisas.

-- Três com os poderes que vocês tem. _ Zuko apontou. - E até mesmo mais se forem dispostos. Eu sei disso, porque eu acredito em você.

  Amadahy o encarou com uma leve surpresa, um sorriso surgiu em seus lábios com a realização.

-- Você estudou sobre mim? _ as bochechas do garoto ferveram em vergonha. - Oh você estudou!

-- Calada. _ se recompôs. - Foca!

-- Onde? _ Amadahy olhou para o mar com expectativa, Zuko franziu o rosto em um desgosto mínimo.

-- O que está fazendo?

-- Você disse: foca. Eu queria ver uma. _ se defendeu enquanto encolhia os ombros.

-- Eu disse para focar. _ massageou a cabeça. - Não tem focas nesse mar.

-- Ah. _ balbuciou com tristeza. - Que pena. Sempre quis ver uma.

-- Outro dia... quem sabe. _ se arrumou no local. - Agora, me mostre o que sabe.

  Amadahy se arrumou no local, os seus olhos ganharam uma coloração roxa avermelhada, os seus pés deslizavam no chão de modo calmo, fechando os olhos ela sentiu a vibração do seu corpo, meditando como faria tudo aquilo. 

  Zuko estava ainda mais encantado ao ver quando o fogo circulou nas mãos da menina, chamas dançando entre seus dedos, era como se ela estivesse em paz, como se tivesse nascido para isso.

  O seu corpo dançou no ar quando ela atacou, as chamas dançando dela como se ela fosse feita do fogo e do ar ao mesmo tempo, Zuko se defendeu dos ataques com um pouco de dificuldade, ela usava modos diferentes de luta, modos que os monges tinham a ensinado e técnicas que ele tinha feito ela se aperfeiçoar.

 Amadahy era uma ótima aluna, ela sabia como manejar o corpo e fazer as coisas fluírem, a paz corria em suas veias, assim como corria nas veias do próprio avatar, ela era a paz em pessoa.

 Enquanto isso tudo o Zuko tinha era lamentação e raiva, a grande fúria que o banimento de seu pai o deu, assim como a cicatriz que nunca sairia dele.

 Iroh saiu de dentro do navio, uma xícara de chá fumegante em mãos quando viu o seu sobrinho em paz pela primeira vez.

  Desde a chegada de Amadahy até eles era como se Zuko tivesse focado em outra coisa que não fosse o avatar, algo que Iroh apreciava, pois ele amava aquele garoto mais que qualquer coisa no mundo.

-- Isso! _ Zuko comemorou quando Amadahy deu o golpe final, um largo sorriso no rosto em seu rosto. - Você conseguiu.

  Amadahy sorriu, um sorriso orgulhoso em seus lábios, os seus olhos brilhando com o cinza.

-- Sim, eu consegui! _ correu até o menino e o abraçou, Zuko arregalou os olhos surpreso. - Obrigada por acreditar em mim, Zuko.

  Zuko deixou suas mãos descansarem uma de cada lado da garota.

– Eu tenho algo pra você. _ o garoto falou, Amadahy se afastou dos braços do garoto e o encarou. - Venha.

  A menina seguiu o jovem pelo navio, os dois entraram no corredor dos quartos e foram até o quarto do menino, a garota parou os seus passos na porta, Zuko, dentro do local a encarou por cima do ombro.

– Venha, entre. _ assim ela fez.

 O quarto de Zuko era como ela imaginou, porém mais. Havia pinturas tão bem detalhadas na parede que a fez se aproximar para apreciar mais a arte do menino, desenhos perfeitos e telhados, como se fossem feitos com a alma do rapaz.

– Aqui! _ Zuko declarou.

  Amadahy se virou e viu o garoto segurando um lindo vestido de cor vermelha, a menina sorriu para o mesmo.

– O que é isso? _ riu. 

– Para você. _ estendeu. - Amadahy, hoje você é oficialmente uma de nós.

  A menina sorriu enquanto pegava o vestido, o tecido era suave e perfeitamente quente. Mas o mais importante, essa era a primeira vez que ela recebia uma roupa tão linda para vestir.

– Obrigada. _ o encarou com gratidão. - Eu amei.

– Vista-se e vamos jantar. _ o menino saiu do quarto, parando na porta ele a encarou. - Você foi muito bem lá… estou orgulhoso.






continua...

votem e comentem.
maratona ⅖

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