cap.004; pai sho
A fumaça do chá voava pelo local como suaves ondas, o suave vapor esquentava as mãos e beijava o rosto de Amadahy como um toque suave e gentil de uma mãe.
A sua risada soou pelo local como uma melodia divertida enquanto ela observava a feição atônita de Iroh, esse que piscou várias vezes, o mestre do fogo nunca tinha tido um adversário a sua altura, ninguém que tivesse realmente o vencido em seu melhor passatempo.
Por sorte, ou não, Pai Sho era um dos jogos favoritos entre Aang e Amadahy quando estavam no templo, e Amadahy era muito boa nele.
Aang já tinha desistido há muito tempo de jogar com a menina, era a memória favorita do garoto se você perguntasse. Pois toda vez que ele via a garota triste pelos cantos ele correria até o quarto e pegava o tabuleiro para jogar, e consequentemente deixá-la ganhar.
-- Tio... _ Zuko adentrou no local, só para ser parado por Iroh que levantou a mão o impedindo de falar, gesto esse ao qual Zuko recebeu atônito, o seu tio nunca tinha o interrompido antes.
-- Essa é a primeira vez que alguém me ganha nesse navio. _ o homem falou com alegria.
-- Argh! De novo nesse jogo? _ Zuko rolou os olhos de modo revoltado, os braços cruzando em seu peito.
-- Não seja tão ranzinza. _ Amadahy encarou Zuko, um sorriso brilhante no rosto. - Junte-se a nós.
-- Eu tenho coisas melhores para fazer.
-- Tipo o que? _ o encarou.
-- Tipo achar o... _ ele se cortou, os seus olhos indo até a menina.
Amadahy era o ethereal, toda sua jornada era envolta de proteger o avatar, uma palavra em vão e ele jogaria todo o seu plano água a baixo.
-- Achar quem?
-- Um traidor do meu clã. _ mentiu enquanto arrumava sua postura. - Fiquem com esse jogo idiota, eu vou treinar.
-- Você treina muito. _ a garota voltou para o jogo em sua frente no qual Iroh já dispunha as peças corretamente para iniciar outra partida.
Zuko parou na porta, olhando por cima de seu ombro ele pode ver a menina que ele tinha achado junto de seu tio jogando um jogo significativo para o mesmo, aquela pequena afeição de Iroh com a forasteira fez o rosto de Zuko enrugar em um desgosto mínimo, sua cicatriz enrugou e ele saiu porta fora.
Amadahy encarou a porta sendo fechada e deixou os seus ombros caírem, o garoto da nação do fogo era uma pessoa frustrante de se conviver, ele era como uma chama, sempre que você andava mais perto ela parecia ir apagando até não sobrar nada mais que fumaça.
Ela pensou que eles estariam bem, Amadahy não guardava rancor, não dele, não pela explosão de humor que a levou a ter uma cicatriz em seu braço, ela havia perdoado o menino. Porém ele voltou a ser como antes, explosivo como antes, distante como antes.
-- Senhor Iroh?
-- Sim, criança? _ o homem moveu uma das peças de modo confiante.
-- Quem vocês estão procurando? _ o encarou em busca de respostas.
-- Bem, Zuko já respondeu. _ Iroh balbuciou, Amadahy o encarou de modo estático. - Um fugitivo.
Ele era bom em mentir, mas Zuko não era.
-- É mentira. _ declarou.
Iroh tirou os olhos do tabuleiro pela primeira vez e a encarou, Amadahy sabia que o príncipe mentia.
Mas como?
-- Como sabe?
-- Ele arruma a postura sempre que mente... e ele tem um tique com a cabeça. _ tentou imitar, algo que fez Iroh rir.
-- É, ele tem.
Se voltou para o tabuleiro.
-- Então... _ Amadahy o encarou. - Quem vocês estão procurando? Deve ser alguém muito importante para esse tanto de soldados.
-- É só... _ Iroh deu leves tapinhas no tabuleiro enquanto pensava. - Alguém que pode levar ele para casa.
-- E vocês precisam de ajuda?
-- Você quer ajudar?
-- Bem, vocês me ajudaram _ inclinou a cabeça suavemente. - Talvez eu possa ajudar vocês.
-- Vamos ver isso, criança. _ sorriu. - Agora, vamos jogar. Sim?
-- Eu vou vencer mais uma vez, velhote.
Iroh riu enquanto se voltava para a menina, essa que agora estava focada no jogo em sua frente.
[...]
ANOS ANTES
TEMPLO DO AR
Appa era um bisão fiel, ele era um dos muitos ali ao qual os monges do ar usufruíram. Porém para Amadahy ele era especial, afinal, ele fora escolhido pelo próprio Aang para ser o seu bisão, assim como Amadahy e Aang estavam ligados, Appa e Aang também estavam juntos espiritualmente.
Era um dia de sol, poucas nuvens voavam nos céus, Amadahy e Aang estavam escondidos em um dos muitos locais secretos do templo, era um dos dias onde os meninos evitavam jogar com ele por conta de ele ser o avatar, um dos muitos dias ao qual Amadahy tentava animar o menino em vão.
-- Ser forte não é tão ruim, sabia? _ a menina balançou os dados em suas mãos.
Aang suspirou profundamente, os ombros caindo enquanto ele se deitava nos grossos pêlos de Appa, Amadahy deixou os dados rolarem pelo local e sorriu quando os números apareceram no chão não muito longe.
-- Seis! _ sorriu vitoriosa enquanto ia até as pequenas peças e as pegava novamente, andando ela foi até Aang às estendendo. - Sua vez.
Aang encarou a menina e depois os dados estendidos em sua direção, os olhos em um profundo tédio e tristeza, aquilo fez a menina deixar a mão cair ao lado do corpo e se ajoelhar em frente ao menino.
-- Tudo bem. _ Amadahy colocou os dados nos bolsos de sua calça e se deitou ao lado do menino. - Eu posso ficar em silêncio com você se você deseja.
E eles ficaram, Aang encostou sua cabeça com a cabeça de Amadahy, os dois deitados no bisão que dormia pacificamente.
O grande avatar temeroso estendeu a mão para a menina, sua mão fria segurou a mão quente da mesma e o seu polegar acariciou os nós dos dedos da menina.
-- Obrigado. _ Aang sussurrou, Amadahy tirou os olhos de suas mãos juntas e o encarou. - Por estar comigo.
-- Sempre.
Amadahy se aconchegou suavemente entre Appa e Aang, o menino sorriu enquanto puxava seu braço ao redor da garota e a puxava para mais perto.
Não foi segredo para nem um dos monges achar eles horas depois dormindo juntos naquele mesmo local, e ninguém veio a interferir.
contínua...
votem e comentem.
maratona ⅕
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