cap.002; os dois lados

  O fardo de ser, e não ser.
  A verdade e a mentira.
  O bem e o mal.

  O mundo dos vivos e o mundo dos mortos, o famoso mundo espiritual.

  Amadahy não soube dizer como, ou quando, tinha chegado ali, naquele vasto mundo mágico deteriorado e visitado por criaturas ao qual ela jamais compreenderia. 

  Ser um Ethereal significava perda.

Ela perderia sua família, ela perderia sua vida toda para se dedicar ao grande e único avatar. Porém algo não havia saído como a nação do fogo queria, afinal, ela não estava completamente morta, ao menos era o que ela pensava.

  Amadahy se sentou com custo no chão da floresta, seu corpo todo doía de modo incontrolável, respirar era uma das grandes batalhas que ela já enfrentou, pois era doloroso, como mil navios da nação do fogo sob seu peito a ameaçando profundamente. 

   Amahady não soube dizer quanto tempo passou ali, deitada em meio aquelas folhas tão secas quanto o ar daquela noite, mas ela havia acordado da perdição, ela lembrava do fogo queimando sua casa e dos gritos agonizantes daquele que um dia ela amou profundamente, mas então, ela acordou em frente a um grande campo de petúnias, em uma clareira dentro da mais bela floresta.

  Aquela não era a sua casa na vila, muito menos uma parte do templo do ar que a acolheu, aquele era um local totalmente diferente. O ar era mais limpo, e ele emendava o cheiro de flores e eucaliptos.

  Ao longe, se você olhasse para o céu, poderia ver uma pequena fumaça saindo de algum local, uma casa, talvez um acampamento.

  Se pondo de pé, Amadahy sentiu todo seu corpo fraquejar, algo que a fez se encostar no tronco de árvore mais próximo, em passos trêmulos e bambus a garota de cabelos escuros deu seus primeiros passos para procurar algo a que se firmar.

  Com seu corpo clamando por misericórdia, sua alma pedindo por clemência, sua cabeça latejante e um corte desconhecido em seu abdômen - ao qual ela segurava fortemente e sentia o sangue fluir por seus dedos -, Amadahy havia tirado forças para atravessar aquele enorme campo florido, e tudo o que se passava em sua mente era:

“Quem era Aang? E por que ele era tão importante?”


  Viver tanto tempo em um local a fazia se questionar de tudo ao seu redor quando saia de lá, o mundo espiritual era um dos muitos que existiam no vasto universo, seres cósmicos - do bem e do mal - viviam ali, seres ao qual Amadahy fez amizades, criou laços e até mesmo inimigos para a eternidade.

  Oh, a doce eternidade.

Viver 50 anos já era muito, porém viver um século era como carregar todos os fardos de alguém que não teme a morte, mas a vida.

  E viver um século fugindo de algo que ela jamais lembrava era como estar rodando em círculos e dando voltas e mais voltas em sua própria mente.

   Amadahy sentiu os raios do sol cutucaram seu rosto com calma, como um beijo em seu rosto machucado, gentil e apaixonado, seu corpo dolorido a fez se mover no local tão lentamente quanto um caracol, um resmungo de dor saiu de seus lábios enquanto ela apertava a ferida em seu abdômen, o sangue pingava do corte até atravessando seus dedos, e indo lentamente em respingos pelas pétalas das petúnias.

  Parando sua caminhada Amadahy pode ver ao longe o fogo da fogueira, era um acampamento, sem sombra de dúvidas. Apertando o passo a garota se pôs a andar rapidamente, as flores foram amassadas por seus pés de nus, esses que reclamavam por conta dos galhos que o vento havia trazido outrora até às petúnias.

  Ela tinha um objetivo e ele era chegar até a fogueira que lhe aqueceria, sem nem lembrar que onde havia fogo, havia pessoas e nem todas as pessoas eram boas.

    Algo sobre a eternidade era que nada era realmente eterno.

As memórias aos poucos se desintegram, o corpo fica, mas tudo o que foi vivido já tinha se dilacerado.

 Amadahy não recordava de muita coisa, na verdade ela estava confusa, completamente dolorida e extremamente cansada.

 Tudo o que ela tinha vivido uma vez havia sido destruído, não só em tempos difíceis, mas em sua memória.

 . A mente de Amadahy era somente um pano branco, mas ela se lembrava de algumas coisas: ela era o ethereal, seu nome era algo forte e Aang era alguém importante para ela.

  Passar pelas petúnias fora somente o primeiro passo, bamboleando ela andou por entre as árvores entre um zigue zague confuso.

 Suor frio escorria de sua testa, o aperto de sua mão tinha saído da ferida deixando o sangue fluir livremente, os seus olhos já não estavam mais focados, sua respiração chiava como uma chaleira de chá, e os seus passos eram tão lentos que ela poderia ser facilmente confundida com um animal doente.

– Acho que temos companhia. _ uma voz soou ao longe, era velha e gentil.

– Quem está aí? _ outra voz havia soado, mais jovem e nada gentil.

  Amadahy deu mais um passos até ficar na orla da clareira, olhos focados em duas imagens nem um pouco reconhecíveis.

– Por favor _ sua voz soou pelo local, tão quebrada e cansada que nem ela reconhecia sua verdadeira voz. - Ajude-me!

  Os seus olhos rolaram em suas órbitas, seu corpo caiu para frente em uma queda ainda mais dolorida, antes de todos os seus sentidos apagarem a garota pode ver os pés se aproximando e uma mão gentil e calejada a virando.

– Você ficará bem _ o velho homem balbuciou. - Eu vou garantir isso.

– Não prometa nada, tio.

   VILA DA ÁGUA
AO SUL

 Aang tinha uma enorme esperança dentro de seu grande coração, ele acreditava no bem dentro de cada pessoa ao qual ele vai, esse era o seu espírito e era o que ele fazia.

Talvez isso tenha feito ele e Katara se unirem de forma tão rápida.

  Katara era uma alma gentil e boa, ela tinha fúria dentro de si, porém ainda tinha tanto bem dentro de seu coração que fora impossível para Aang resistir.

-- Sabe _ Katara balbuciou. - Eu sempre ouvi a história do avatar ao lado de um ethereal. _ a menina o encarou. - Quem era o seu companheiro de alma?

  Aang encarou Katara de canto.

-- É. 

-- Desculpe?

-- Quem é o meu companheiro _ Aang a corrigiu novamente. - O nome dela é Amadahy... ela é incrível! Você precisa conhecer ela.

-- Onde está ela?

-- Eu a deixei no templo quando fugi. _ encolheu os ombros. - Mas eu sei que ela está bem.

-- Aang… não quero te dar um mau agouro mas…

-- Não, eu sei. _ sorriu brilhantemente. - Eu posso sentir o poder dela correndo em minhas veias. Afinal, estamos conectados. _ suspirando profundamente o jovem avatar entrelaçou as mãos atrás da cabeça e se deitou. - Um dia, Katara, Amadahy e eu vamos conhecer o mundo… ela vai amar e vai anotar naquele caderno incrível que ela sempre carrega.

– Caderno? _ Katara o encarou.

– É… aquele que conta a nossa história, desde o dia que nós nos conhecemos.

– E como é o nome? _ riu divertida e curiosa.

– A ethereal e o avatar… A&A.

– A&A?

– Sim _ sorriu divertido. - Amadahy e Aang… os super-heróis.

  Katara riu, apesar de tudo, Aang ainda era só uma criança.







continua...

hellous!! esse capítulo foi de última hora. Amanhã vou viajar e ficar sem celular.. então, é isso.
  prometo fazer capítulos maiores para vocês pra compensar a demora.
  e.. eu pensei: depois de terminar a fic do Zuko, vocês querem uma fic do Sokka?
 

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