𝗖𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝟮𝟳

50 comentários de >>>interações no decorrer do capítulo<<< e o próximo sai.

Comentem bastante.

𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀🩺

Meus cabelos castanhos voaram com o vento que bateu neles. Abro um sorriso quando meus pés tocam a areia. Fazia tanto tempo que eu não vinha a praia.

Caminho até o mar e água gelada cobre meus pés e calcanhares. Eu estava me sentindo tão viva, com um sentimento de paz, como se não existisse mau no mundo.

Olhei para baixo e tomei um breve susto, que se transformou em um sorriso, quando vi que minha barriga estava enorme. Levei a mão até lá e acariciei.

Fechei os olhos, sentindo as ondas nos meus pés. Comecei a escutar alguns ruídos, como se fosse uma voz me chamando do além.

——— Babi...——— me chamou novamente, parecendo ser uma coisa da minha cabeça, algo distante mas ao mesmo tempo tão perto de mim. ——— Babi, fica comigo. ——— senti tocar em minha mão e abri os olhos.

Tudo tinha desaparecido, a praia, a brisa gostosa, as gaivotas voando pelo céu. A única coisa que eu conseguia enxergar, meio embaçado, eram luzes e pessoas em volta de mim.

——— Ela abriu os olhos. ——— escutei a voz da minha amiga. ——— Eu estou aqui com você, tá bom? Não vou sair do seu lado.

Tentei me mexer mas uma dor extremamente forte, no corpo inteiro, me fez parar.  Lágrimas escorreram dos meus olhos, estava doendo tanto...em todo lugar.

Minha visão tinha voltado ao normal, agora eu enxergava com clareza a Carol com os olhos desesperados e jorrando lágrimas.

——— Você vai ficar boa, tá? Você tem que ficar boa, me ouviu? Você é forte!

Um barulho agudo e forte começou a tocar, parecia que só eu estava escutando, era bem alto e fazia minha cabeça doer. Então, de repente, tudo ficou preto.

𝗖𝗮𝗿𝗼𝗹𝗶𝗻𝗮 𝗠𝗮𝗿𝘇𝗶𝗻🥂

Coloco as luvas nas minhas mãos trêmulas e me preparo para me aproximar da Babi, quando nosso amigo Mattheo me impede.

——— Está doida? Você não pode ajudar!

——— Que merda você está falando? É a Babi, é a nossa amiga, porra! ——— tento me aproximar novamente quando escuto um médico falando que ela tava tendo uma parada cardíaca, mas Mat me segura fortemente. ——— ME SOLTA, ELA ESTÁ MORRENDO!

——— Por esse motivo você não pode ajudar, é a Babi, sua melhor amiga, você não vai conseguir...——— ele começa a me levar para a fora da sala de trauma, me empurrando e fechando a porta atrás dele. ——— Se você quer que ela fique bem, não entre, você pode atrapalhar.  ——— Mat segura o meu rosto, me fazendo olhar para ele. ——— Por favor.

——— Tá, tá legal! ——— me afasto e me sento, passando mão pelo cabelo. ——— Entra lá, está esperando o que?

Mattheo se vira de costas e entra na sala novamente, antes que ele fechasse a porta eu pude ver eles prontos para colocar o desfibrilador nela.

Merda. Ela está tão machucada. Os socorristas disseram que capotou de um penhasco muito alto, que o carro ficou todo regaçado e que só parou de capotar quando caiu no riacho. Também disseram que foi um milagre ter encontrado ela com vida.

Aí meu Deus, eu preciso contar para o Victor!

𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗔𝘂𝗴𝘂𝘀𝘁𝗼🥀

Eu com certeza ultrapassei todos os meus limites, cheguei no hospital em um tempo que eu consideraria impossível.

Quando entrei na emergência, pude ver Carolina encostada em uma parede, com os olhos cheios de lágrimas e cabisbaixa.

Me aproximei dela rapidamente e ela olhou para mim.

——— O que aconteceu com ela? Onde ela está? Ela está bem? ——— perguntei desesperado.

——— Vem, vamos nos sentar. ——— ela segurou o meu braço e me puxou até algumas cadeiras que tinham ali.

——— Fala logo, pelo amor de Deus...

——— Babi sofreu um acidente vindo para o hospital, seu carro tombou em um penhasco. Ela foi levada para cirurgia. Essas são as únicas coisas que eu sei, não me contaram nada e não me deixaram entrar para ficar com ela.

Quando Carol fala isso, fico em choque por longos minutos. Quando caio na real, coloco as mãos no rosto e começo a chorar descontroladamente.

Não sei ao certo quanto tempo eu fiquei chorando, mas sei que foi muito. Agora, sem ter mais lágrimas para soltar, estava sentado, olhando para o nada, em completo silêncio, apenas com a companhia de Carolina.

Ficamos horas sentados aqui, já estava amanhecendo quando um médico se aproximou. Eu conhecia ele, era amigo das meninas.

Eu e Carolina nos levantamos quando ele parou na nossa frente.

——— Eae? Como ela está? ——— Carol perguntou.

——— Conseguimos controlar a hemorragia. Babi teve hipotermia porque metade de seu corpo ficou muito tempo dentro da água gelada do riacho. Ela quebrou duas costelas, fraturou o fêmur, a clavícula, teve traumatismo craniano, entre outras coisas. Ela pode ter hemorragia a qualquer momento, mas fizemos o possível para que isso não aconteça. O estado dela é grave, ela está sendo encaminhada para a UTI.

——— Puta merda. ——— passei a mão pelo cabelo. ——— E o bebê? Está bem?

——— Por algum tipo de milagre, está vivo. A obstetrícia ainda não me passou a situação da gravidez, creio que não seja boa, Babi está com machucados no corpo inteiro, incluindo na barriga.

——— A gente pode vê-la? ——— Carolina pergunta.

——— Olha, o certo seria apenas depois do almoço, mas como são vocês, vou levá-los até la.

——— Obrigado. ——— agradeci.

𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀🩺

Uma dor forte e aguda me fez abrir os olhos novamente. Mas dessa vez, não tinha pessoas em volta de mim ou o barulho de antes.

Escutei algumas vozes ao meu lado e virei a cabeça com muita dificuldade. Eram Victor e Carol, ambos estavam um de frente para o outro.

——— Tem oito dias que você está me dizendo a mesma coisa, Carolina! ——— ele diz, parecendo exaltado.

——— Eu te conto o que você precisa saber! ——— ela responde no mesmo tom.

——— Eu não aguento mais, toda hora uma parada cardíaca, toda hora uma notícia ruim, nada melhora. Eu preciso saber se ela vai sobreviver, me diz apenas isso, pelo amor de Deus...

——— Eu não sei, eu realmente não sei. Eu...eu já estou ficando maluca! ——— Carolina olha para mim. ——— Ela acordou!

Victor também olha para mim e os dois se aproximam.

——— Oi, meu amor. ——— meu namorado deixa um beijo em minha testa, depois olha para minha amiga. ——— Acha que ela vai apagar de novo? Igual mais cedo?

——— Bom, não dá para saber, mas os olhos dela parecem mais esperto do que a última vez, ela até moveu um pouco a cabeça.

Meu bebê?

Eu queria perguntar do meu bebê mas eu não conseguia formular a pergunta, não conseguia falar nada por conta do tubo que estava na minha boca.

A última coisa que eu me lembro é o meu carro capotando, aí eu bati minha cabeça e não lembro de mais nada.

——— Está tudo bem. ——— sinto a mão dele tocar a minha. ——— Você vai ficar bem.

E o bebê? O bebê vai ficar bem?

Sinto uma forte dor no peito e uma falta de ar enorme.

——— Porra, outra parada cardíaca. ——— foi a última coisa que escutei minha amiga dizer antes de tudo ficar preto novamente.

Hoje estou completando 17 aninhos🩷
-Gi

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