Capítulo 49
O fim de semana na casa de praia dos pais do Thom foi muito divertido. Passamos o domingo todo na praia conversando e brincando. Parecíamos crianças. O tempo tinha melhorado bastante no fim de semana, para a felicidade da morena, que orou bastante para que não houvesse nenhum tipo de problema em seu casamento. O que pariu meu coração foi ver Emily caidinha. A pequena quase não se divertiu com as outras crianças por ter passado mal. Tirando isso, foi um fim de semana maravilhoso para todos nós.
Retornamos para Manhattan no domingo à noite. Dom, Sofia e David retornaram logo na manhã da segunda-feira. Minha irmã se inscreveu em um curso que irá iniciar na quarta-feira. Segundo ela, dessa vez vai. Já Charlotte e Emily, resolveram ficar mais alguns dias conosco.
— Qual deles você vai querer? — pergunto, ainda analisando as opções na vitrine.
— Eu não sei. — Emily coça a cabeça e aponta para um donut de chocolate com cobertura de frutas vermelhas — Acho que este.
— Já escolheu o seu, amor? — Roy pergunta ao meu lado.
— Bem, por mim comeria um de cada, mas ficarei com o tradicional. — olho para o meu esposo — Por favor, peça para ele pegar o mais caprichado. Bastante cobertura de chocolate e granulado.
— Sim, senhora! — ele beija o alto das nossas cabeças e entra na confeitaria.
— Clarinha, sua barriga está muito pequenininha. — Emily se aproxima e toca o meu ventre ainda plano, para minha tristeza — Você deveria ter pedido mas Donuts, talvez ajude a crescer mais rápido. — ri sapecamente.
— HA, HA, HA! Muito engraçadinha, Em! Prefiro esperar por mais algumas semanas. — ela quica os ombros uma única vez e continha brincando com a minha barriga. Do nada, encosta o ouvido no meu ventre e arregala os olhos.
— Ela disse que me ama, e que serei a melhor tia/irmã do universo. — diz pulando.
— Ela disse? — ergo uma sobrancelha e toco suas pequenas mãos, que continuam grudadas em meu ventre.
— Ana Clara? — ergo os olhos, e o sorriso que estava em meu rosto é desfeito — Oi! — cumprimenta sem graça. Emily, ao reconhecer a dona da voz, se agarra em minha cintura e olha para ela de cara feia.
— Tracy!
A loira de olho azuis, ajeita o cabelo atrás da orelha e força um sorriso.
— Não imaginei que encontraria você em New York tão cedo. Mas que bom que isso aconteceu. Creio que Deus preparou esse momento. — fita os pés rapidamente, antes de olhar para mim — Eu quero pedir perdão por tudo o que fiz a vocês! A você, ao Roy e a você, Emily! — diz a última parte olhando para minha cunhada, que arregala os olhos.
Suas palavras me parecem sinceras, confesso. Não sei o que aconteceu, mas espero, de coração, que tenha tido um encontro verdadeiro com Jesus.
— Er... — umedeço os lábios — É claro que te perdoamos, não é, Em? — toco o braço da pequena, que assente, sem desviar os olhos da mulher — Na verdade, eu já havia liberado o perdão há bastante tempo. — dou de ombros — aprendi, da pior forma, que precisamos liberar perdão, Tracy. É um dos mandamentos de Cristo, e mesmo que seja difícil fazê-lo, é necessário. Além do mais, nós somos os mais beneficiados com isso.
Ela concorda com a cabeça, unindo as mãos uma na outra.
— Eu realmente estou arrependida! Deus tem me ensinado tanto... — seus olhos marejam e ela se controla para não chorar em nossa frente.
— Acredito em você! — sorrio sem mostrar os dentes — Que ele continue te ajudando na caminhada da fé, pois não é fácil.
— Amém! — ajeita a bolsa no ombro — Preciso ir. — concordamos e volta a caminha, mas para ao passar por nós — Ah! Parabéns pelo casamento e pelo bebê. — agora quem arregala os olhos sou eu. Como ela soube do bebê? — Não se espante, — ergue as mãos — apenas vi a Emily acariciando seu ventre. E ao ver a aliança em seu dedo, associei uma coisa à outra — sorri sincera — Felicidades ao casal!
— Obrigada! — sussurro. Ela se afasta, e nós continuamos a observando se afastar.
— Aquela era a Tracy? — Roy pergunta atrás de nós.
— Sim! — digo, voltando-me para ele.
— O que ela queria? — Questiona, já ficando tenso.
— Pedir desculpas. — quem responde é Emily. A mesma se afasta, e pega um dos sacos que meu esposo segura. Roy franze o cenho e pede confirmação com os olhos.
— Sim, ela nos encontrou enquanto passava por aqui, e nos pediu perdão por tudo o que fez a nós. — ele ergue as sobrancelhas, parecendo surpreso.
— Uau! Isso é bom! — olha para a irmã, enquanto a mesma abre cada pacote para ver qual era o seu — Menos um problema! — respira aliviado.
— Sim! — a pequena vibra ao ver seu doce — Ei, cadê o meu, espertinha? — crispo os olhos e ela solta uma gargalhada, escondendo uma das sacolas atrás de si.
— Acho que o Ro esqueceu de comprar, Clarinha!
— Esqueci? — ele pergunta com uma falsa incredulidade.
— Tem certeza, mocinha? — aproximo-me devagar e ela dá um passo para trás, prevendo o que viria a seguir.
— Nada de cócegas na rua! Isso é golpe baixo! — pede em tom de súplica.
— Tarde demais! — avanço nela, fazendo cosquinhas em sua barriga. Por fim, recebo o meu donut e voltamos a caminhar pelas ruas de NY em um clima maravilhoso.
***
— Vá escovar os dentes assim que terminar de jantar, Emily! Em seguida, cama! — Roy se levanta da mesa.
— E a minha história antes de dormir? Faz tempo que não lê para mim, Ro. — resmunga fazendo bico e cruzando os braços na altura do peito.
— Preciso resolver algumas coisas da empresa, mas não demoro. Prometo! — ela assente, voltando a comer, como se não tivesse ficado chateada há poucos segundos.
Levanto-me da cadeira assim que Emily finaliza sua refeição e vai saltitando para o quarto. Começo a recolher a louça da mesa, empilhado os pratos para facilitar o transporte até a lava louças.
— Deixa que eu cuido disso, querida! — Charly pega os pratos de minha mão e segue até a cozinha — Acho melhor descansar um pouco, parece exausta.
Faço uma careta ao ouvir seu comentário sincero.
— Pois é, parece que virou rotina ficar exausta. — termino de levar os copos para ela.
— Culpa da gravidez! — diz, abrindo um sorriso largo.
— Ou do câncer. — dou de ombros ao vê-la me lançar um olhar, repreendendo-me — Sejamos realista, Charly, — cruzo os braços e me encosto na bancada ao seu lado — essa doença irá me consumir aos poucos.
— Se quer acreditar nisso... — deixa a frase no ar. Enxuga as mãos no pano de prato e guarda o restante da comida na geladeira.
— Não estou sendo pessimista. — tento me defender.
— E quem disse que está sendo? — ergue a sobrancelha. Respiro fundo, então volto para a sala.
— É que às vezes tenho essa sensação. Tipo agora. — comento, rindo de mim mesma.
— Entendo, Ana. É normal temer o que acontecerá. — senta ao meu lado no sofá.
— Não tenho medo da morte! Não mesmo! — sorrio com sinceridade — Mas temo o processo... — uno as mãos no meu ventre — Não quero que o meu bebê sofra em momento algum. Não quero que vocês sofram.
— Querida, apenas Deus sabe o que irá acontecer a vocês. — aproxima-se o suficiente para encostar em meu abdome — Vamos viver o agora, sem tantos temores. Que tal?
— Quem me dera fosse tão fácil assim, mas estou tentando. Deus sabe que estou, vó.
Seu olhos marejam e ela acaricia o local onde sua mão encosta.
— Agradeço tanto a Deus por estar vivae com saúde para presenciar este momento! A bíblia diz: coroa dos velhos são os filhos dos filhos. O que será então os filhos, dos filhos, dos filhos? — rimos juntas com seu comentário — Meu bisnetinho será muito amado!
— Não tenho dúvidas!
— Acabei! — Emily aparece na entrada do corredor.
— Venha cá! — chamo-a com a mão. Ela caminha até nós com os olhos vermelhos de sono — O que acha de eu te contar uma história hoje?
— Pode ser! — sorri, bocejando.
— Então dê boa noite a sua avó. — Emily abraça Charlotte, recebendo muitos beijos da doce senhora. Coloco-me de pé e seguro sua mão.
— Boa noite, meninas! Também irei descansar. Amanhã viajaremos cedo. — A matriarca da família Delyon se levanta também.
— Ah, vovó, não quero voltar para a França amanhã! — A pequena faz cara de choro.
— Pois você não tem querer! — sorri.
— Exatamente, Em! Já perdeu três dias de aula, não pode perder mais! — ela se cala, mas permanece com o bico enorme.
Antes de entrar no quarto da princesa bailarina, passo no escritório e digo ao Roy que estarei no quarto de sua irmã.
— Preparada para ouvir uma das histórias mais incríveis? — fecho a porta atrás de mim e sigo até a cama, onde minha cunhada já está deitada.
— Depende! É sobre o que? — olha para mim com mais interesse.
— Sobre duas irmãs. — Emily encosta a cabeça em meu colo e eu nos cubro com o lençol.
— Acho que essa eu nunca ouvi. — diz dando outro bocejo.
— Talvez... — acaricio seu cabelo — Era uma vez, em um reino não muito distante, uma menininha Chamada Anne. Ela era bem novinha, tinha oito anos.
— Um ano mais nova que eu. — a pequena comenta esfregando minha barriga.
— Exatamente! — concordo — Ela tinha uma irmã mais nova, seu nome era... — mordo os lábios tentando encontrar um nome para a outra personagem.
— Cecília!
— Isso, Cecília! — olho para o teto estrelado da cama/castelo — As duas amavam brincar no quintal do palácio, e viviam se machucando no meio de suas aventuras. Elas não se importavam nem um pouco com a bagunça que faziam nos belos jardins reais, pois sabiam que no fim do dia, a babá colocaria tudo em ordem.
— Que horror! — responde, já sonolenta.
— Verdade! — concordo, lembrando-me das muitas vezes em que dona Thelma tinha que arrumar a nossa zona, antes da chegada dos nossos pais — As duas irmãs eram inseparáveis, tudo o que a mais velha fazia, a outra copiava...
>>>><<<<
Eu amo uma família 😍🤗🤭
Ahhhh, gente, não esqueça de clicar na estrelinha 🙏🏼🙏🏼
Att.
NAP 😘
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