Capítulo 18

Aperto com força a mão de Roy. Elas estão suadas e trêmulas, tamanho é o meu nervosismo. 

— Fique tranquila, meu amor. Estou aqui com você. — ele me traz para mais perto de si e toca a campainha.

Poucos segundos se passam antes de uma senhora, muito bem uniformizada, atender a porta com um sorriso simpático no rosto.

— Seja bem-vindo, querido Roy!

— Obrigada, Inès! Como vai? — meu noivo, simpático e muito educado como sempre, cumprimenta a funcionária.

— Muito bem! — sua atenção para em mim, e por um momento sou analisada dos pés a cabeça, mas não de um modo ruim — Você deve ser a senhorita Ana Clara.

— Isso! — assinto e forço um sorriso.

— A senhorita é realmente muito bela. O senhor Wertheimer não exagerou. — vira-se para Roy e toca seu braço — Viu como Deus sempre prepara o melhor para os que esperam pacientemente o Seu tempo, querido?

— Sempre! Nunca duvidei disso. — ele olha no fundo dos meus olhos e responde com sinceridade, acariciando minha bochecha — E valeu a pena esperar cada segundo.

— Boa noite! — Alain aparece no topo da gigantesca escada trajando um belo terno cinza feito sob medida.

Aperto a mão de Roy e sinto meu estomago virar. O mesmo esfrega levemente o polegar sobre os nós dos meus dedos, em uma espécie de conforto e apoio.

— Boa noite, Alain! — percebo que o tom usado por Roy está mais sério que o habitual.

— Ana, — diz ao descer o último degrau se aproximando de nós — fico feliz que tenha aceitado o meu convite. Realmente achei que não viria. — apenas meneio a cabeça — Por favor, vamos até a sala de estar, o Andrew e a Savana ainda não chegaram. Atrasados como sempre! — indica o caminho para irmos na frente.

— Nenhuma novidade. — Roy parece relaxar um pouco mais enquanto me direciona à sala — E a Ise?

— Ela não poderá estar presente, tem outro compromisso. — o anfitrião diz se sentando em uma poltrona de destaque, no centro da sala — Por favor, fiquem à vontade. — aponta para os assentos ao nosso redor.

Sento-me, sendo seguida por Roy. Um silêncio desconfortável toma conta do ambiente, o que já era de se esperar. Alain Wertheimer recebendo em sua residência a suposta x9 da Chanel. Onde isso poderia ser confortável.

O senhor pigarreia, endireitando-se na poltrona, antes de iniciar uma conversa.

— E a Em, não quis vir? — só após a pergunta de Alain, percebo a ausência da minha cunhada que deveria estar conosco neste jantar.

Fito Roy com curiosidade, assim como Alain.

— Ela não estava se sentindo muito bem, preferiu ficar com o nosso pai. — estranho, penso comigo mesma.

— Que pena! Fico tão interessado em suas conversas sobre a puberdade. — comenta rindo. Roy o acompanha. Eu apenas sorriso sem mostrar os dentes.

Um outro funcionário entra no cômodo segurando uma bandeja com algumas taças. Alain pega uma delas dizendo ser um champanhe francês de altíssima qualidade. Roy e eu, porém, optamos por beber apenas água.

Evitava a todo custo olhar para Alain. Toda a situação era muito estranha para mim. Entretanto, é perceptível o esforço que ele está fazendo para tentar me deixar o mais confortável possível,

Ouço um suspiro cansado e finalmente ergo meu olhar para o anfitrião, que tem os seus cravados em mim.

— Eu sei que isso — aponta ao redor — deve estar sendo muito estranho para você. Estar aqui, na minha casa. — diz sem enrolação.

Umedeço os lábios antes de responde-lo.

— Me desculpe, não posso negar! — respondo sem quebrar o contato visual.

— Peço apenas que não leve para o lado pessoa, Ana! — Inclina em nossa direção — Eu preciso fazer o meu trabalho. É a minha empresa!

— Estou dando todo o espaço necessário para que vocês mesmos descubram o verdadeiro informante. — comento com um pouco de mágoa na voz, já sentindo os olhos embaçarem.

— Boa noite, família! — olhamos para a porta, onde um casal, desconhecido por mim, entra na sala. O homem é bastante alto, possui olhos estreitos e cabelo negro escorrido. Já a mulher é o seu oposto. Baixinha, loira e possuidora de um lindo sorriso simpático — Me perdoem pelo atraso, o trânsito estava caótico! — diz dando um sorriso lateral para Alain.

— Inventa outra, amor, o seu pai já está careca de escutar essa mesma desculpa. — a mulher que aparenta ter a minha idade, diz revirando os olhos.

— Literalmente careca! — ele responde abraçando o anfitrião.

— Sua sinceridade me comove, Andrew. — Alain responde sem animação.

— Roy Carter! Quanto tempo, meu amigo! — saúda meu noivo com um abraço másculo, com direito a tapas nas costas e tudo.

Permaneço sentada no sofá, desejando passar despercebida. Porém minha esperança acaba quando Roy vira o rosto e olha para mim.

— Creio que ainda não conhece minha noiva. — o homem alto abre um sorriso largo e segura minha mão, colocando-me de pé.

— A famosa Ana Clara! Papai falou muito de você. — sorrio constrangida, e de relance vejo Alain assentir.

— Amor, este ser humano é o Andrew, filho mais velho do Alain. — Roy responde com um sorriso maroto no rosto.

— Prazer em conhece-la, mademoiselle! — diz em seu francês perfeito.

— O prazer é meu! — até que o cara parece ser gente fina.

— Esta é a Savana, esposa do And. Uma mulher de coragem! — comenta a última parte arrancando risadas da jovem e de Alain.

Nos abraçamos rapidamente dando fim às apresentações. A mesma funcionária que nos atendeu, aparece na porta avisando que o jantar já está pronto para ser servido. O senhor Wertheimer é o primeiro a sair e todos o seguem.

A conversa até que estava agradável, And, como todos costumavam chama-lo, lembrava-me o David com o seu jeito sem noção de ser. Talvez esse tenha sido o motivo para eu estar começado a me sentir verdadeiramente à vontade na casa do Alain.

Porém, o que estava sendo bom durou pouco...

Bonne nuit! — sinto um arrepio percorrer minha espinha ao escutar a voz vinda atrás de mim. Todos olham em sua direção, menos eu. Permaneço com meus olhos fitos no prato a minha frente.

— Querida, pensei que não viria! — Alain diz se pondo de pé. Seu nervosismo é notório.

Espera, querida?

Père*, eu disse que chegaria atrasada, não que faltaria a este jantar tão especial. — frisa as últimas palavras.

— Estava prestes a te mandar uma mensagem reivindicando sua presença. — no momento em que escuto Roy lhe dirigir a palavra, viro-me perplexa em sua direção.

— Então, está esperando o que para me cumprimentar? — pergunta fazendo charme.

Roy se coloca de pé com um sorriso alegre no rosto. Viro-me a tempo de vê-los se abraçarem saudosamente. Estava perplexa demais. Assustada demais. E com uma vontade imensa de chorar. Isso não poderia estar acontecendo!

Porém o nó em minha garganta aumenta ainda mais quando as mãos de Louise contornaram o pescoço de Roy, revelando o esmalte vermelho pintado em suas unhas pontudas. As mesmas mãos que não saíam da minha mente há alguns dias.

— Ana, você está bem? — Andrew chama minha atenção.

Viro-me rapidamente para olhá-lo, porem acabo derrubando a taça de vinho na mesa e parte do líquido suja o meu vestido.

— Droga! — reclamo, colocando-me de pé tão rápido quanto me virei há alguns segundos.

— Que desastre! — Savana comenta vindo ao meu encontro — Venha, vamos ao banheiro tentar remover esta mancha.

Sem olhar para traz, sigo-a. O nó na garganta só aumentava. Neste exato momento eles devem estar rindo da minha cara, principalmente Louise. Savana abre a porta do banheiro e eu entro correndo, já não suportava mais.

Apoio meu corpo na bancada e desato a chorar. Choro copiosamente. Sentia-me ainda mais humilhada.

— Acalme-se, Ana! É apenas um vestido. — a jovem tenta me consolar e eu choro mais — Ai! Você está me deixando preocupada. Quer que eu chame o Roy?

— NÃO! — grito, e ela se assusta — Não precisa! — falo mais baixo, ainda com a vista embaçada — Eu só preciso me limpar.

Respiro fundo algumas vezes. Tento enxugar as lágrimas, mas parece que alguém abriu a torneira da minha alma e saiu correndo. Pego a toalha úmida oferecida por Savana e limpo, ou melhor, tento limpar a mancha de vinho.

Escuto um risinho vindo dela e a encaro sem entender.

— Com essa brutalidade irá rasgar o vestido.

— Eu não me importo com esse vestido. — puxo o tecido da roupa — Não era para eu estar aqui! Eu sabia que alguma coisa iria acontecer. Eu sou uma idiota! — começo a chorar novamente.

— Savana, você poderia nos deixar a sós por gentileza? — fecho os olhos com força e viro de costas para ele.

— Claro, Roy! — sinto um aperto em meus ombros antes de ela sair do banheiro.

O único som que se ouvia era o da água que escorria pela pia e as minhas fungadas. Poucos segundos o som da torneira sessa. As mãos de Roy me giram, nos deixando frente a frente. Sua testa franzida denuncia sua preocupação, assim como seus orbes verdes. Mas sem perguntar absolutamente nada, ele simplesmente me envolve em seus braços acolhedores.

Os soluços sessam, mas as lágrimas silenciosas continuam rolando sem sessar. Por mim eu ficaria ali, em seus braços, para sempre. Jogaria todos os meus problemas para o alto e me esconderia em seu abraço. Porém eu estaria sendo uma verdadeira covarde.

Afasto-me um pouco dele. Pego a toalha novamente e volto a esfregar o vestido. Ainda em silêncio, Roy retira o tecido da minha mão, fica apoiado em um dos joelhos e começa a limpar por mim. Fico observando seu rosto enquanto trabalha concentrado.

— Assim eu fico envergonhado. — comenta sem desviar os olhos do que faz.

— Eu te amo! — minha voz sai como um sussurro, mas as palavras sinceras são ouvidas por ele, que para de esfregar o tecido e fita os meus olhos — Eu não quero perder você, Roy! — meus lábios tremem e a voz embarga.

Ele se coloca de pé, segura o meu rosto e me olha com intensidade.

— E não vai! — diz firme antes de eliminar o espaço entre nós unindo nossos lábios em um beijo apaixonado e desesperado.

Prendo meus dedos nos fios de seu cabelo, trazendo-o ainda mais para perto de mim. Roy faz o mesmo com minha cintura. Uma de suas mãos volta para o meu rosto e enxuga as lágrimas que ali estavam. Aos poucos o ar foi faltando, sendo necessário que nos afastássemos um do outro.

— Eu não sei... o que te levou a pensar nisso, — diz enquanto tenta recuperar o folego — mas você não irá me perder, mon amour! Eu te amo mais do que jamais amei alguém, Ana Clara! Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida! — segura meu rosto entre suas mãos — Consegue entender isso?

Assinto e o abraço com força. Suas palavras mandam embora os fantasmas do medo que me assombram. Internamente agradeço a Deus por tamanha benção em minha vida.

Termino de me ajeitar, vestido e cabelo. Não conseguimos retirar a mancha daquele por completo, porém está quase imperceptível. Já a maquiagem... Bom, Roy deu uma boa borrada em meu batom, então precisei retirar alguns excessos.

— Pronta? — questiona unindo nossas mãos. Apenas assinto.

Voltamos à sala de jantar e a conversa estava animada, com Andrew e a irmã rindo sobre algum comentário feito por ele.

— Ah, Ana! — Alain se coloca de pé — Como está?

— Bem, obrigada! — sorrio em agradecimento — Acho que conseguimos retirar boa parte da mancha. — olho para Roy e acaricio seu rosto. O mesmo sorri e deposita um beijo no dorso da minha mão.

— Como o amor é lindo! — Andrew comenta nos fazendo rir.

Louise pigarreia chamando a atenção de todos, inclusive a do meu noivo.

— Ise, — Então ela é a tal da Ise... — gostaria de te apresentar a uma das pessoas mais importantes da minha vida. — Roy comenta, voltando a olhar para mim com um sorriso bobo nos lábios — Esta é a Ana Clara, minha noiva. — fita a minha antiga parceira de trabalho — Amor, essa é a...

— Louise! — o corto — Já nos conhecemos, querido. — digo encarando-a seriamente, recebendo a mesma reação, no entanto, seus olhos faiscavam de ódio.

Roy olha de uma para outra algumas vezes. Tomo meu lugar à mesa e puxo uma conversa animada com Andrew, como se nada tivesse acontecido. Ou como se a bruxa da irmã dele não estivesse ali. Peço perdão a Deus por chama-la assim, mas é exatamente o que penso desse ser humano quase desprezível.

Peço perdão a Deus, mais uma vez, por tal pensamento.

Quando estávamos nos despedindo para irmos embora, Alain me chama.

— Ana, poderíamos conversar rapidamente?

— Tudo bem. — olho para Roy e ele assente, voltando a conversar com o amigo.

Seguimos até o escritório. Já lá dentro, e acomodados, Alain toma a palavra.

— Não irei enrolar, sei que você não gosta de enrolações. — sorri, provavelmente lembrando do almoço em New York, onde me ofereceu a proposta de emprego — Minha equipe e eu temos investigado bastante, sobre o ocorrido, nestas últimas semanas. Tínhamos nossas suspeitas sobre outra pessoa, até que aconteceu a transferência de informações através das suas contas.

Assinto calada.

— A questão é que recebemos um pacote esta semana — ele retira um envelope pardo de uma das gavetas e entrega em minhas mãos.

Abro o envelope e me surpreendo com o conteúdo. Passo as fotos, uma a uma, e no final encaro Alain sem entender.

— O que essas fotos tem a ver com isso? — Ele pressiona o cenho e respira fundo.

— Você realmente parece não saber de nada... — diz mais para ele mesmo — Sabe ao menos quem são estas mulheres, certo? — aponta para as fotos.

— Claro que eu sei, Elizabeth e Kate Miller. Nos encontramos no restaurante e eu as convidei para almoçarem comigo — digo naturalmente.

— Fundadoras da Style Miller. — assinto, ainda sem entender. Ele me analisa por um tempo antes de se levantar e pegar mais alguns documentos — Ana, a empresa que tem recebido todas as informações é a SM. Todas essas provas deixam evidente que a culpada é você, — tento me pronunciar, mas ele me impede — mas eu acredito em sua inocência. É óbvio que estão tentando te incriminar.

Meus olhos enchem de lágrima e meu coração sente um alívio que não sentia há tempos. Alain contorna a mesa e toca meu ombro.

— Filha, posso imaginar o peso que está sobre você. Descansa o seu coração, sei que em breve as coisas serão esclarecidas. — sorri — Não sou uma pessoa religiosa, como você e o Roy, mas acredito piamente que nada fica oculto. Em algum momento o que está escondido tem que vir a tona. Por ora, isso ficará entre nós. Eu acredito em você, mas a minha filha não, e ela é uma pessoa difícil de lidar.

— Não sabia que a Louise era sua filha, até hoje. Foi uma surpresa. — digo com sinceridade.

— Não costumamos expor nossas vidas na empresa, porém achava que o Roy já tinha dito algo. Enfim, agora você já sabe. — aponta para a porta — vamos, ou já, já ela invadirá esse escritório.

Chegando na sala, deparo-me com o urubu em cima da carniça. Uma comparação um pouco estranha, já que o Roy não parece em nada com uma carne podre. Já Louise...

— Vamos, amor? — chamo-o e ele assente, sem esboçar reação alguma.

— Nos vemos em breve, Ro! — Louise diz depositando um beijo na bochecha do meu noivo.

Que mulher descarada!

Roy se desvencilha dela o mais rápido e vem ao meu encontro. Ela me lança mais um olhar mortal, antes de se virar e subir a escada. Nos despedimos de todos e caminhamos até o carro. O percurso foi todo feito em silêncio.

Minha mente fervilhava de tanta informação nova. Louise, filha de Alain; amiga íntima do meu noivo; está na cara o quanto ela é caidinha pelo Roy, e ele jamais me falou sobre uma amiga chamada Ise; a mesma mulher que apareceu em meu sonho; Por outro lado, uma notícia boa. Alain acredita em minha inocência. Por ora, isso me basta.

— Clara? — a voz de Roy me desperta.

— Hã? — viro-me para ele.

— Chegamos! — olho ao redor e percebo que estamos parados em frente ao meu prédio — Está tudo bem? Te chamei algumas vezes e você nem ouviu.

— Vai ficar! — retiro o cinto de segurança.

— É ela, não é? Louise, a mulher que foi rude com você na Chanel. — pergunta me olhando atentamente.

— Sim. — digo somente, encarando a paisagem além do para-brisa.

— Eu não sabi...

— Roy, eu não estou com cabeça para conversar sobre isso agora. Preciso de um tempo para assimilar todas as informações que eu recebi hoje. — digo séria, fitando seus olhos verdes.

— Ok! — tira o cinto e se vira, ficando de frente para mim — Eu só preciso saber se está tudo bem entre nós dois. — sua preocupação amolece meu coração. Abro um sorriso de lado e acaricio seu rosto.

— Está tudo bem entre nós, ok? — Ele suspira aliviado e assente, também com um sorriso no rosto — Tenha uma ótima noite!

— Você também, meu amor! Aproveite bastante! — arregalo os olhos, pois já tinha esquecido que minha irmã estava aqui — Você não tem jeito, Ana Clara! — comenta rindo, colocando o cinto novamente — mande um abraço para a Sofi.

Dou um selinho em seus lábios e entro no prédio. Cumprimento o porteiro da noite e subo o elevador. Ainda não estava tão tarde, porém a casa está muito silenciosa. Tranco a porta e coloco a chave no aparador.

— Eu vou pegar o David se ele ainda não tiver chegado com a minha ir...

— SURPRESA! — Pulo com o susto, levando as mãos ao coração. Aos poucos o susto vai passando, dando lugar ao enorme sorriso que nasce em meu rosto.

— Eu não estou acreditando nisso!

>>>><<<<

Genteeeeeeeeeee, o capítulo ficou imensoooooo, espero que tenham gostado disso kkkkk Ao que não curtem capítulos gigantes, me perdoeeeem, por favor!! Enfim, estou com um ranço de você sabe quem...🙄 Alguém suspeitava de algo? Falando em suspeitar, ainda irá acontecer muuuita coisa nessa história. Quero saber se alguém tem teorias 🤔

Vou ficando por aqui!

Att.
Nap 😘

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