sweet kiss, sylvie
Sn estava sentada em sua mesa, completamente atolada de pilhas de papéis. Diversas folhas que ela deveria ler, assinar, documentar e arquivar. A mulher estava esgotada de tantos papéis, sua vontade era de jogar tudo para o alto e sair, mas ela não tinha um lugar para ir e seu trabalho é importante, os guardiões estão sempre de olho, é o lema que todos decoraram. Sn se reencostou em sua cadeira completamente desconfortável e passou as mãos em seus cabelos, começando a desfazer a trança que o prendia.
A mulher suspirou olhando para o teto acima de sua cabeça enquanto desentrelassava as tranças de seu cabelo com os dedos. A cada dia que se passava, Sn se sentia mais cansada e um tanto desconfiada sobre seu trabalho. Sua vida era resumida entre papéis e variantes. Não há uma emoção, uma felicidade, uma válvula de escape. Apenas trabalho.
─── Sn! ───Mobius gritou atrás da mulher a fazendo pular na cadeira.
─── Pelos guardiões, Mobius. Quer me matar do coração?! ─── Ela exclamou com a mão no peito.
─── Não, claro que não. Talvez só um leve ataque cardíaco mas morte não. ─── ele sorriu a fazendo revirar os olhos.
─── Você veio apenas para me assustar? Bem, missão cumprida, pode ir! ─── Ela sinalizou com as mãos para ele sair.
─── Bom, eu poderia vir até aqui para isso, mas não, eu tenho uma super noticia. ─── O homem disse rapidamente e animadamente.
─── O que? Você vai poder me levar em uma missão? ─── Ela indagou animada se levantando de sua cadeira.
─── Okay, não tão boa.─── Ele coçou a nuca.
─── Então, não me interessa.─── Rla se sentou novamente voltando para a sua pilha de papeis.
─── Calma, eu nem contei a notícia ainda. ─── ele se sentou em uma parte vazia da mesa dela.
─── Você tem dois minutos. ─── Ela largou sua caneta em cima da pilha.
─── Tudo bem, eu estou indo buscar uma variante, bem duas variantes, calma. Eles são a mesma pessoa, mas todas as variantes são a mesma pessoa, mas será que eles contam como um só? ─── Mobius parou por um minuto.
─── Vá direto ao ponto! ─── Exclamou Sn sem paciência.
─── Okay okay, eu consegui uma cobaia pra você! Você vai poder interrogar uma variante! ─── Ele exclamou se levantando e jogando as mãos para cima.
─── Sério?! ─── Ela indagou surpresa.
─── Claro! Mas eu tenho que ir busca-la, então até depois.
─── Claro, claro. Vai, vai, não seja morto! ─── Ela exclamou acenando para ele.
Durante os anos Sn não conseguiu pegar muitas variantes para interrogar, isso não significa que ela seja incompetente, pelo contrario, sua inteligência e astucia eram tão superiores as de algumas pessoas que os guardiões a mantiam por perto sempre. Talvez seja medo de que ela pare de trabalhar para eles ou medo que ela descubra a verdade se não for vigiada com cuidado.
(...)
Os minutos passavam ainda mais devagar do que costumavam nos outros dias de trabalho. Mobius havia saído à um tempo, e Sn mal se contentava de tanta ansiedade que estava sentindo. A mulher mexia as mãos enquanto repassava em sua cabeça o que ela deveria dizer para a variante. Ao longo dos anos em que trabalha na AVT, Sn não teve muitas chances de praticar suas técnicas de interrogatório, então a mulher estava mais do que nervosa para interrogar uma variante.
Ao longo do tempo em que esperava Mobius, Sn se levantou e sentou várias vezes. Fez e desfez sua trança mais algumas vezes. Mas, o tempo parecia nunca passar e ela desejou poder ver o que iria acontecer como os guardiões, só para saber se ela seria capaz de interrogar a variante misteriosa que Mobius iria trazer consigo. Ao ver o homem de cabelos brancos se aproximar ela se levantou como se tivesse levado um choque.
─── E então? ─── Ela indagou nervosa.
─── Vem comigo.─── Ele disse a puxando pelo braço.
─── Conseguiu pegar as variantes? ─── Ela indagou quando os dois chegaram em um corredor vazio.
─── Sim.─── Ele disse não tão confiante quanto deveria.
─── Por que eu sinto que tem um grande mas nisso tudo? ─── Ela cruzou os braços.
─── Mas...─── Ele começou e ela revirou seus olhos.─── A Ravonna não quer que a variante que eu daria a você seja interrogada.
─── E por que eu sinto que um outro mas vem por aí.
─── Entretanto, viu não foi um mas.─── Ele brincou.
─── É a mesma coisa.─── Ela disse desenterassada.
─── Bem, você vai interroga-la de qualquer jeito.─── Ele disse dando de ombros.
─── Mas isso te traria problemas, Mobius. Eu não quero isso. ─── Ela disse descruzando os braços.
─── Qual é, o que de pior poderia acontecer? ─── Ele brincou.
─── Eles poderiam te Resetar? ─── Ela disse o óbvio.
─── Okay, você tem razão. Mas, você merece interrogar uma variante. Qualquer coisa a gente fala que ela manipulou a sua mente. Agora vamos.─── Ele entregou um arquivo para ela.
Os dois começaram a caminhar enquanto Sn lia sobre a variante que iria interrogar. O arquivo era escasso, mas tinha algumas poucas informações sobre a variante. Seu nome era Sykvie, uma mulher loira, uma variante Loki. Ela tem grande habilidade em manipular mentes e é capaz de criar projeções de energia, teletransporte, telecinese e transmutação.
─── É a primeira vez em dez anos que eu interrogo alguém e você me dá alguém que manipula mentes? ─── Sn indagou incrédula.
─── Ela não consegue usar os poderes aqui.─── Ele disse tentando conformar Sn.
─── Acorda, Mobius. Uma pessoa que manipula mentes sabe fazer isso só com palavras.
─── Bem, você é especialista no assunto vai se sair bem. ─── Ele disse dando leves tapinhas nas costas delas.
─── Você vai interrogar quem? ─── Ela indagou pensando em uma possibilidade de trocar de variante.
─── O original dela.─── Ele disse com um certo pesar.
─── Tudo bem. Eu fico com ela. Boa sorte.─── Ela sorriu para ele e caminhou até a sala onde sua variante à esperava.
Ao entrar ela se deparou com uma mulher diferente da que ela imaginava que ela fosse. A mulher estava vestida de couro Preto com detalhes em verde escuro e alguns detalhes dourados. Ela usava uma bota preta. Normalmente Sn não teria notado os sapatos de sua variante, Mas devido a situação em que a mulher está com os pés em cima da mesa, ela não pode deixar de notar.
Enquanto Sn caminhava para se sentar em frente a variante, Sylvie a olhava com curiosidade. Normalmente as agentes da AVT são velhas e nada bonitas. Mas, Sn tinha algo diferente. Uma postura que indicava inteligência e astucia, ela não se parecia com as outras pessoas entediantes e velhas que ela já encontrou uma vez ou outra. Ela parecia ter algo a mais que qualquer um ali. E isso despertou muita curiosidade em Sykvie, que se arrumou em sua cadeira ao ver a mulher se sentando em sua frente.
─── Meu nome é Sn. Tirando o fato de você ter sido presa, como você está? ─── Indagou Sn colocando o arquivo em cima da mesa.
───Por que está sendo amigável? ─── Indagou Sylvie desconfiada.
─── Só estou sendo sincera. Soube que vocês Lokis não confiam muito nas pessoas, então serei verdadeira cabe a você acreditar ou não. ─── Sn disse dando de ombros.
Sylvie ainda estava desconfiada, mas Sn parecia sincera e até agora não tentou resetar Sylvie ou tortura-la de alguma forma.
───Bem, essa folha é tudo que sei sobre você e cai entre nós, não são as melhores das informações.
─── E?
─── Eu gostaria que você falasse sobre você. Não posso julga-la ou qualquer outra coisa sem lhe conhecer antes.
─── Achei que tudo o que aconteceu comigo os guardiões soubessem.
─── Eles sabem de tudo, mas não compartilham com nós, meros mortais.─── Sn se reecostou em sua cadeira.
Sylvie fez o mesmo enquanto cruzava os braços. Ela não sabia se deveria ou não dizer algo para Sn, Mas, algo nela a fazia querer falar. A loira não sabia o que era e nem porquê mas ainda sim ela queria falar.
─── Meu nome é Sylvie e eu sou a deusa da Malícia.─── Ela soltou.
─── Você nasceu em Asgard? ─── Indagou Sn e a loira assentiu. ─── Você se lembra de como era a sua vida?
─── Eu me lembro de Asgard. Não muito, mas me lembro da minha casa...Meu povo...Minha vida...─── Ela disse olhando fixamente para uma das paredes.
─── O que aconteceu para que você saísse de sua casa? ───Indagou Sn.
─── A AVT aconteceu. ───Sylvie disse ríspida.─── Eu era uma criança e fui tirada de minha casa pela sua chefe, Ravonna.
Sn pigarreou. Um assunto que não queria entrar agora era Ravonna. Ela não confiava o suficiente nela e também estava ali sem permissão.
─── Me fale sobre seus poderes. ─── Sn fingiu anotar alguma coisa.
─── O universo quer se libertar, então ele libera caos. Como eu nascendo como a deusa da Malícia. ─── Ela disse dando de ombros.
─── Por que você fugiu da AVT? ─── Indagou Sn.
─── A pergunta não é por que fugir, mas sim por que ficar. ─── Rebateu Sylvie.
─── Parece que você sabe mais das coisas por aqui do que eu mesma.─── Disse Sn.
─── Eu passo meu tempo fugindo de vocês, eu sei das porcarias que vocês fazem por aqui.
─── E eu presumo que deve saber das coisas que evitamos também.─── Rosnou Sn.
─── Os Meios justificam os Fins? ─── Sylvie indagou com cinismo.
─── Você sabe de tudo isso, Sylvie.─── Disse Sn sorrindo.
─── A mesma porcaria durante todos esses anos, não é, Sn? ───A loira riu.
─── Eu sempre faço o que me mandam.
─── Então lhe mandaram manipular toda segurança da AVT durante todos esses anos e me ajudar a fugir? ─── Sylvie provocou.
───Bem, os guardiões disseram que tudo o que eu fiz por você estava destinado a acontecer então tecnicamente eu fiz o que me mandaram.─── Sn rebateu tirando seu casaco.
─── Parece que nós duas fizemos o que devíamos.
─── Só precisamos ir atrás dos Guardiões agora.─── Sn se levantou.
─── Precisamos do Loki.─── Sylvie se levantou.
─── E assim tudo está correndo como o planejado.─── Disse Sn com um sorriso provocador.
Sykvie nunca havia tomado coragem para fazer o que estava prestes a fazer. Mas, devido às circunstancias em que elas não sabiam se seu grande plano de ir até os guardiões iria dar certo, ela resolveu arriscar. Ela puxou Sn pela nuca e forçou seus lábios contra os dela, em um beijo desajeitado mas com carinho.
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