provocative mission, clint barton
O vento cortava o ar, assobiando ao redor das construções abandonadas que formavam o cenário da missão. Sn mantinha os olhos atentos, examinando cada detalhe do terreno à frente, buscando qualquer movimento suspeito. Clint Barton estava logo atrás, sua presença discreta, mas inconfundível. As provocações entre eles eram constantes, algo que tinha se tornado parte do trabalho em equipe. Hoje, não seria diferente.
── Vai ficar o dia inteiro aí, Sn, ou só está esperando eu resolver tudo pra você? ─── A voz de Clint surgiu no comunicador com um tom de desafio. Ele adorava provocá-la, principalmente em situações tensas.
Sn revirou os olhos, segurando um sorriso. Eles estavam em plena missão, mas o arqueiro nunca perdia a oportunidade de testá-la. Apertando o botão do comunicador, respondeu de maneira casual.
── Eu só estou dando a você a chance de fazer algo útil pela primeira vez, Barton. Acha que consegue?
Do outro lado, Clint soltou um riso abafado, mas ela podia ouvir o som de sua movimentação pelos telhados. Ele era rápido, silencioso, um fantasma. Sn sabia que ele já tinha uma posição estratégica, pronto para agir se fosse necessário. Porém, ela também sabia que não deixaria barato.
── Pode apostar ─── ele replicou, a voz carregada de sarcasmo. ─── Vou garantir que você não fique envergonhada na frente dos outros.
Sn sorriu de canto enquanto ajustava o rifle de precisão que segurava. Clint não era o único que sabia como se movimentar nas sombras. Ele podia ser bom com flechas, mas ela tinha suas próprias habilidades. Subindo silenciosamente para uma posição elevada, ela se preparou para monitorar o alvo. Um grupo de mercenários estava no prédio à frente, e o objetivo era simples: capturar o líder sem que nenhum deles percebesse.
Clint pousou no telhado ao lado dela, com um movimento gracioso, sem fazer um som. Sn o encarou com uma sobrancelha arqueada, mas ele parecia satisfeito consigo mesmo.
── Sabia que ia me seguir ─── ele sussurrou, provocando.
── Não precisa ficar tão animado, Barton. Só quero garantir que você não estrague a missão com uma das suas flechas desnecessárias.
Clint sorriu, ajustando a aljava nas costas.
── Flechas desnecessárias? Vamos ver quem vai precisar de quem quando as coisas começarem a esquentar.
Ela revirou os olhos de novo, dessa vez mais dramaticamente, e voltou a focar no prédio. A equipe dos mercenários estava em movimento. O alvo principal, um homem de meia-idade com uma cicatriz marcante no rosto, estava cercado por dois guarda-costas.
── Temos cinco minutos até que eles mudem de posição ─── Sn informou enquanto ajustava o zoom da luneta.
── Eu cuido dos guarda-costas ─── Clint ofereceu, já preparando suas flechas. ─── Você cuida do chefe.
── Parece fácil demais ─── ela murmurou, mas Clint já estava em posição, mirando.
Um silêncio tenso caiu entre eles, enquanto observavam a movimentação do grupo. Sn tinha uma linha clara para o alvo, mas não podia atirar ainda. Era necessário esperar o momento exato. Clint, no entanto, já estava pronto para fazer sua jogada.
── Aposto que vou acertar os dois antes de você sequer puxar o gatilho ─── ele comentou casualmente.
Sn soltou uma risada baixa.
── Cuidado pra não quebrar o braço de tanto se gabar, Barton. Ainda tem que manter ele firme para atirar.
Clint sorriu, mas manteve os olhos no alvo. Então, tudo aconteceu em um piscar de olhos. Ele disparou duas flechas consecutivas, ambas atingindo os guarda-costas em seus pontos vitais, os fazendo desabar sem um som. Antes que o chefe pudesse perceber o que estava acontecendo, Sn apertou o gatilho, atingindo seu ombro, fazendo-o cair no chão, incapaz de escapar.
── Isso é o que eu chamo de trabalho em equipe ─── Clint comentou, claramente satisfeito com o resultado.
Sn guardou a arma com um suspiro exagerado.
── Não precisa ficar tão impressionado, Barton. Foi sorte de principiante.
Ele riu, puxando mais uma flecha e a girando entre os dedos.
── Se quiser chamar assim pra não se sentir mal, quem sou eu pra discordar?
Os dois desceram rapidamente do telhado, movendo-se em silêncio até o prédio. Não demorou muito para que encontrassem o alvo, ainda atordoado e incapaz de fugir. Clint foi o primeiro a se aproximar, mas Sn o cortou com um gesto rápido.
── Deixa que eu cuido disso. Não quero que você estrague a captura com o seu excesso de confiança.
Clint fez uma reverência exagerada.
── Como quiser, rainha da eficiência.
Sn ignorou a provocação enquanto algemava o homem e o colocava em posição para ser levado pela equipe de extração. Eles já estavam na metade do caminho de volta quando Clint quebrou o silêncio.
── Confessa, Sn, você gosta quando a gente faz essas missões juntos.
Ela lançou um olhar afiado para ele, sem parar de caminhar.
── Gosto de saber que alguém vai limpar a bagunça quando você falhar.
Clint ergueu as mãos, como se admitisse a derrota.
── Justo, justo. Mas se um dia precisar de uma aula sobre como usar o arco, você sabe onde me encontrar.
Sn balançou a cabeça, um sorriso discreto surgindo no canto dos lábios.
── Pode deixar, Barton. Quando eu estiver desesperada, vou lembrar disso.
Eles continuaram em silêncio por mais alguns minutos, o som das botas ecoando pelo chão de concreto quebrado. A missão estava praticamente concluída, mas Sn sabia que Clint não iria deixar de provocar até o último segundo. Era parte do que tornava o trabalho em equipe deles tão... interessante.
Finalmente, chegaram ao ponto de extração, onde o quinjet aguardava. Sn empurrou o prisioneiro para dentro, enquanto Clint se encostava na lateral da nave, com os braços cruzados.
── Não foi tão ruim, certo? ─── ele perguntou, um sorriso satisfeito ainda estampado no rosto.
Ela lhe deu um olhar breve antes de entrar na nave.
── Talvez. Ou talvez você só teve sorte de eu estar por perto pra garantir que nada desse errado.
Clint riu, seguindo-a para dentro da nave.
── Sempre modesta, como esperado.
Os dois se sentaram lado a lado, o silêncio voltando a reinar por alguns minutos enquanto a nave decolava. Sn recostou a cabeça, sentindo a adrenalina da missão começar a diminuir. Mesmo com todas as provocações, ela não podia negar que gostava do trabalho com Clint. Eles eram uma boa equipe, mesmo que nunca admitisse isso em voz alta.
── Então... qual vai ser a aposta da próxima vez? ─── Clint perguntou, quebrando o silêncio com um sorriso malicioso.
Sn olhou para ele, tentando não demonstrar muito interesse, mas já antecipando o próximo round de provocações.
── Que tal você tentar me acompanhar, e, se conseguir, eu deixo você escolher a missão seguinte?
Clint arregalou os olhos, fingindo surpresa.
── Isso é praticamente uma declaração de guerra, Sn. Acho que vou aceitar o desafio.
Ela deu de ombros, um sorriso travesso surgindo nos lábios.
── Só tenta não me decepcionar dessa vez, Barton.
Ele balançou a cabeça, rindo.
── Eu nunca decepciono, Sn. Nunca.
Os dois trocaram olhares antes de se recostarem em seus assentos, o ronco suave do quinjet preenchendo o ambiente. A missão podia ter terminado, mas ambos sabiam que aquela dança de provocações estava longe de acabar. Afinal, era o que tornava o trabalho mais divertido.
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