back to you, tony stark





Tony Stark, o homem de ferro, podia estar em qualquer lugar do mundo naquele momento. Podia estar em uma reunião importante, criando o próximo grande avanço tecnológico ou salvando o mundo de uma ameaça iminente. Mas ao invés disso, ele estava em seu laboratório, sozinho, imerso em pensamentos que não conseguia afastar. A música ambiente, por um raro momento, não era rock dos anos 70. Era Back to You, da Bebe Rexha, ecoando em um volume baixo, quase como um sussurro, e talvez fosse a letra que tinha se agarrado à sua mente, não deixando que ele se concentrasse em mais nada.

Ele sentou-se em sua cadeira giratória e olhou para a mesa à sua frente. Havia pilhas de projetos, rascunhos de novos trajes e anotações desorganizadas. Mas nada daquilo parecia importar agora. Tudo o que ele conseguia pensar era em ela. A pessoa que, de alguma forma inexplicável, sempre o puxava de volta, não importa o quanto tentasse seguir em frente.

Tony pegou o celular e olhou para as últimas mensagens trocadas com Sn. Faziam semanas desde a última vez que haviam se falado de verdade. A rotina dele como Vingador, CEO e gênio do milênio, como ele gostava de se chamar, sempre parecia interferir no relacionamento dos dois. E ele sabia disso. Sabia o quanto doía para ela não tê-lo por perto, como costumava ser.

Seus dedos pairaram sobre o teclado, pensando se deveria mandar uma mensagem. Ela provavelmente estava ocupada, ou pior, cansada de esperar por ele. E talvez, com razão.

─── Por que diabos estou ouvindo essa música? ─── murmurou para si mesmo, esfregando o rosto com as mãos.

Seus pensamentos voltaram para meses atrás, quando as coisas pareciam tão mais simples entre os dois. Eles se conheciam há anos, mas havia algo em Sn que sempre o intrigava. Ela não era como as outras pessoas que o cercavam; não tinha medo de ser honesta, nem de confrontá-lo. E Tony, por mais que tentasse se afastar, sempre acabava voltando para ela. Era como se ela fosse o único ponto fixo em sua vida cheia de caos.

O telefone vibrou em sua mão, interrompendo seus pensamentos. Era uma mensagem de Happy, informando sobre uma reunião que ele deveria estar, mas Tony ignorou. Ele não estava com a cabeça para isso.

─── J.A.R.V.I.S., localize Sn.

A inteligência artificial respondeu rapidamente, como de costume.

─── Senhor, ela está no apartamento dela, em Nova York.

Claro, ela estava em Nova York. Longe. Tony respirou fundo e, por um momento, pensou em voar até lá. Ele poderia fazer isso. Em questão de minutos, ele estaria ao lado dela. Mas seria suficiente? Ou seria apenas mais um momento temporário antes de ele ser puxado de volta para sua vida caótica?

Tony passou as mãos pelos cabelos e se levantou, caminhando até a janela do laboratório. Lá fora, a vista de Malibu era linda, com o sol se pondo no horizonte, tingindo o céu de laranja e rosa. Mas tudo o que ele conseguia ver era o rosto dela em sua mente. O sorriso que ele sempre achava encantador, os olhos que pareciam ver através de todas as suas defesas.

Sem conseguir mais se conter, ele pegou o telefone de novo e digitou rapidamente uma mensagem.

"Precisamos conversar. Sinto sua falta."

Ele olhou para a tela por alguns segundos, o polegar pairando sobre o botão de enviar. Tony Stark, o homem que não tinha medo de enfrentar alienígenas, que poderia construir uma armadura de ferro em uma caverna, estava hesitante. Porque, dessa vez, ele sabia que não era algo que pudesse consertar com tecnologia. Não era um problema que poderia resolver com um novo traje ou uma invenção genial. Era real, e ele sabia o quanto isso o assustava.

Respirando fundo, ele finalmente apertou "enviar".

Minutos depois, o telefone vibrou. Ela tinha respondido. "Quando você quer conversar?"

Tony não perdeu tempo. "Agora. Estou indo para Nova York."

Ele sabia que poderia resolver qualquer reunião mais tarde. Isso era importante. Ela era importante.

---

Horas depois, Tony estava na porta do apartamento de Sn em Nova York. O voo com a armadura foi rápido, como sempre, mas o peso no seu peito parecia maior a cada quilômetro que se aproximava dela. Ele levantou a mão para bater, mas a porta se abriu antes que ele pudesse fazer isso. Sn estava ali, com uma expressão que ele não conseguia decifrar completamente. Era uma mistura de surpresa e algo mais. Talvez cansaço, talvez tristeza. Ou talvez ela estivesse tão confusa quanto ele.

─── Tony. ─── disse ela, cruzando os braços de leve. Não havia raiva em sua voz, mas também não havia alegria.

─── Oi. ─── ele respondeu, sem seu habitual tom de arrogância ou brincadeira. Apenas a verdade crua.

Os dois ficaram em silêncio por um momento, apenas se olhando. Ele sabia que devia ter vindo mais cedo. Sabia que tinha sido injusto com ela, mas como explicar que, em meio a toda aquela loucura, ela era a única coisa que fazia sentido?

─── Eu sei que fui um idiota. ─── Tony quebrou o silêncio, dando um passo à frente. ─── Sei que deveria ter estado aqui antes, e sinto muito.

Sn suspirou e o deixou entrar, fechando a porta atrás dele. Ela caminhou até o sofá e se sentou, enquanto Tony permaneceu de pé, incerto sobre o que dizer a seguir. Ele sempre foi bom com palavras, mas naquele momento, elas pareciam escapar de sua mente.

─── Por que agora, Tony? ─── ela finalmente perguntou, olhando para ele com uma intensidade que o fez desviar o olhar por um segundo. ─── O que mudou?

Ele passou a mão pela nuca, uma tentativa de aliviar a tensão que sentia.

─── Porque... ─── ele começou, hesitando. ─── Porque eu não consigo tirar você da cabeça. Eu tentei focar em outras coisas, no trabalho, no que quer que seja, mas tudo me leva de volta a você. Sempre. E eu percebi que não importa o que aconteça, não consigo fugir disso. Não quero fugir disso.

Sn o observava atentamente, absorvendo cada palavra. Ela sempre soube que Tony tinha dificuldades com sentimentos, que ele usava o sarcasmo e o humor como uma armadura. Mas vê-lo ali, vulnerável, era algo raro.

─── Eu também senti sua falta. ─── ela admitiu, a voz suave, mas firme. ─── Mas não posso continuar assim, Tony. Não posso ficar te esperando a vida toda.

Ele se aproximou, ajoelhando-se na frente dela, os olhos encontrando os dela com uma sinceridade que poucas pessoas conheciam.

─── Eu sei. E não espero que você faça isso. Mas estou aqui agora, e vou lutar por nós. Eu só... ─── ele respirou fundo, procurando as palavras certas. ─── Eu só preciso que você me dê uma chance de provar que isso vale a pena.

Sn olhou para ele, vendo o homem por trás da armadura, por trás de toda a fachada de Tony Stark. E, por mais que estivesse magoada, havia algo nele que sempre a puxava de volta, algo que a fazia querer tentar novamente.

─── Não vou te esperar para sempre, Tony. ─── ela disse, estendendo a mão para tocar o rosto dele suavemente. ─── Mas vou te dar essa chance. Só não me decepcione.

Tony fechou os olhos por um momento, sentindo o toque dela, algo tão simples, mas que significava tanto. Quando abriu os olhos novamente, havia uma determinação renovada em seu olhar.

─── Eu não vou.

E, pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu que talvez, só talvez, estivesse no caminho certo.

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