𝐗𝐗𝐈. monster mash



COMO O DIA seguinte era sábado, a maioria dos estudantes não estaria de pé naquela hora. Isso se hoje não fosse o sorteio do Torneio Tribruxo. E como dois de seus grandes melhores amigos estavam empenhados em burlar o sistema de proteção de Dumbledore contra menores de idade, Arya era mais uma dos alunos que as 7:00 já estavam tomando café.

— Nossa poção tem uma pequena chance de não dar certo, mas é irrelevante — disse George, meio incerto. — Mas assim que botarmos nossos nomes no cálice, vamos começar os preparativos da Casa Assombrada.

O Cálice de Fogo foi colocado no centro do saguão em cima de um banquinho, e uma linha fina e dourada formava um círculo de uns três metros de raio em volta do cálice.

Arya sabia — embora não quisesse admitir — que Fred estava um pouco magoado por não ter a ajuda e apoio dela para entrar no torneio. Mas eles não discutiam mais isso.

— O pessoal de Durmstrang já depositou os nomes, mas não vi ninguém de Hogwarts. — comentou Lee. — Acho que está na hora de pegar a poção e ver o que vai dar.

O grupo então se dirigiu até o esconderijo do Laboratório.

Começariam os preparativos para a transformação lá mesmo. O velho vidrinho com o líquido azul brilhante estava bem ao lado da porta, e os dois ruivos ponderaram ao olhar para o vidrinho. Arya engoliu seco e não pensou antes de falar.

— Espera! — os três pararam imediatamente e a encararam confusos. — Tudo bem, eu vou ajudar vocês a passarem pela proteção anti-idade. Vou tentar!

Os olhinhos castanhos deles brilharam, dos dois, e George comemorou animado.

— Tá falando sério? — Fred confirmou, incrédulo.

— Não custa nada tentar. E outra, se vocês não conseguirem e eu nem tiver tentado, vou me sentir culpada. — ela respirou fundo. — Só não me desconcentrem.

Arya cerrou os olhos assim que os dois pararam na frente dela e se mantiveram parados. Sua mente formava uma imagem dos gêmeos um pouco mais velhos, com uma barba rala e um pouco de olheiras debaixo dos olhos. Era sutil, alguns meses mais velhos apenas. Quando abriu os olhos, enxergou em carne e osso exatamente o que seu cérebro desenhou.

— Não toquem no rosto, só ponham o papel naquele bendito fogo azul e vão embora. — a loira recomendou apreensiva, as palmas das mão suavam frio.

— Arianna Rosier, você é um gênio! Tão generosa...

— ... E inteligente

— ... E linda! — os meninos se completaram, logo partindo para um abraço em grupo.

Arya sorriu para si mesma ao perceber que estava sendo amassada no meio dos três meninos, percebendo o quando amava ser parte do grupo deles.

— Eu só fiz minha parte, e dei meu melhor pra conseguir ajudar vocês — Arya explicou, quando já haviam se separado, e estavam saindo do esconderijo. — Espero que dê certo!

Fred ainda teve a chance de contrabandear um beijinho quando notou que George e Lee estavam conversando mais pra frente.

Logo estavam correndo escada a baixo, os quatro esbaforidos e ansiosos. Fred e George ainda deram um jeito de conversar um pouco com o trio antes de seguirem para a grande revelação. Arya estava tão nervosa quanto Fred, que seguiu em direção ao cálice e parou diante da linha dourada, enviando seu nome para o fogo azul.

Por um milésimo de segundo, todos pensaram que dera certo, antes que os dois fossem arremessados para fora do círculo dourado com um chiado forte, e caíram sentados a uns dez metros. A melhor surpresa guardada para o final: uma longa barba branca que brotou nos irmãos.

— Eu avisei a vocês, nenhum tipo de ilusão de ótica funcionaria, — disse a voz grave e risonha de Dumbledore, que examinava os ruivos com humor. Ele tornou os olhos certeiros para Arya, no meio da multidão. — Nem a mais poderosa delas. Agora sugiro que procurem Madame Pomfrey, ela está cuidando de mais dois alunos que resolveram envelheçer um pouquinho, embora as barbas deles não são tão bonitas quanto as suas.

O quarteto seguiu para a ala hospitalar — claro que não sem Lee ir rindo igual uma hiena o caminho inteiro.

🌞

— Você podia pelo menos ter posto menos barba, né? — reclamou Fred, revirando ruidosamente a caixa de decorações. — Eu to arrancando pelo branco do meu queixo até agora!

— Quieto, você que me infernizou pra te ajudar. — revidou Arya, observando o ruivo de pé. — E mais, você ficou um gatinho de barba, viu?

— Eu não queria ter tirado, mais uns meses e eu fazia uns bicos de papai noel por aí. — gritou George, do andar de cima da casa abandonada, finalizando os últimos detalhes da decoração para a abertura do lugar.

Todos estavam ajudando a terminar e encantar a casa para que ficasse o mais assustadora possível. Os gêmeos viam a decoração, Lee arrumava a luz e Arya criava os fantasmas e monstros ilusórios.

— Até parece que alguém te contrataria pra ser papai noel, tá mais pra duende que outra coisa. — gritou Lee em resposta a George. Arya e Fred puderam ouvir o tapa estralado que Jordan levou. — AI! Preferia o que? Mamãe Noel?!

Enquanto conversavam, a casa ficou pronta em pouco tempo, já na hora do almoço, e estava aterrorizantemente linda. O caminho era decorado e muito escuro, mas parecia inofensivo, até várias criaturas começarem a sair das paredes, teto e chão.

A Casa dos Gritos já era macabra, mas depois de um toque aqui e outro ali, estava assustadora de verdade.

As pessoas chegavam aos poucos, — toda propaganda feita em cima do evento foi monstruosa, com o apoio das meninas do time da Grifinória — todas interessadas em saber o que os gêmeos aprontaram dessa vez.

— Caramba! — exclamou Angelina, chegando devagar pra perto da loira — Eu não esperava pouca coisa de vocês quatro, mas isso tá incrível!

Arya sorriu orgulhosa ao ouvir as palavras, particularmente surpresa também por esse projeto ter dado tão certo.

— Acredite, eu também. — elas riram, observando um grupo de segundo-anistas que saíram correndo pela porta do fundo assustadas.

O movimento foi mais ou menos esse pelo resto do dia, a caixinha de moedas na entrada só aumentava, Arya podia notar. O que ela também viu era quantas vezes os gêmeos também notavam isso, sempre mantendo os olhos atentos aos sicles que soavam dentro da caixa de metal, e a Rosier sabia o quão importante o dinheiro era pra eles — desde que Ludo Bagman deu um calote nos dois, nem mais uma cerveja amanteigada puderam comprar. Mas também não era como se eles a pedissem ajuda para comprar algo.

— Eu tô tão feliz que essa ideia deu certo, você não tem ideia! — Fred a assustou, passando os braços gelados e agarrando a cintura dela por trás. Estavam na varanda da casa, do lado de fora. — Espero que você também esteja, chefinha.

— Não tem como não estar, olha isso! — ela indicou para a fila de entrada, onde até conseguia ver Bianca.— Nunca teria feito sem vocês.

O casal se olhou por um tempo antes de aproximarem os lábios, como havia um curto tempo que não faziam. Ela estava mais apaixonada que nunca a cada dia que passava, e Fred parecia sentir o mesmo. Sua mão se moveu para o maxilar dele, tentando o afastar sutilmente.

— O quê...?

— Shiu, tem gente...! — ela sussurrou bem devagar, se afastando para ver Adam parado atrás de Fred, desconcertado. Fred bufou devagar e se recompôs ao lado dela, de frente para o antigo amigo de Arya.

— Olha, vocês realmente não brincam em serviço, hein? — ele deu uma risadinha, se referindo a montagem da casa. — Sem brincadeira, ficou incrível!

— Valeu, cara — o ruivo estendeu a mão pra um aperto de mão meio estranho. — Que bom que deu uma aparecida. O que está achando de Hogwarts por enquanto?

Arya sorriu ao ver os dois conversando, por um tempo ela achou que Fred não seria capaz disso, algo que Angelina logo tirou de sua cabeça.

— Ah, bem! É uma escola linda, por mais que Durmstrang seja surreal... Arya vai lembrar, não vai? — ele deu um tapinha no ombro da amiga, que riu ao lembrar da escola.

— Era tanto gelo no inverno que eu sempre achei que um iete ia sair do meu armário um dia! — os dois riram, menos o Weasley, que estava perdido. Ele passou uma mão atrás da cintura dela, a puxando pra mais perto e indicando sua proximidade.

— É, mas Hogwarts não é nada mal, e a comida é incrível também. Eu gosto daqui.

— Que bom! Fiquei tão feliz de ver você de novo, fazia tanto tempo que não nos viámos que eu até esqueci da época que eu era mais alta que você. — disse Arya, com um sorriso animado, relembrando as memórias com Adam.

Fred cruzou os braços, sempre foi um cara carismático, mas realmente não sabia muito como reagir agora. Talvez fosse coisa da cabeça dele.

— A Arya mais alta que alguém? Esse tronquilho? — ele brincou, sinalizando com a mão o quão baixa ela era, o que a fez rir, era uma brincadeira recorrente dos dois.

— Pois é! Ela é tão baixinha agora, mas já foi maior que eu até!

— Vão todos a merda, ok? — ela riu.

Estava muito legal essa reunião deles, mas Fred realmente queria continuar o que haviam começado, então apenas deu uma risadinha sem graça para Adam.

— Eu vou indo pra fila, se eu quiser entrar ainda antes do jantar. — ele indicou a fila quilômetrica com o polegar. — Vejo vocês no castelo de noite?

Arya pulou pra fora do aperto de Fred para falar:

— Não! Não vai ficar nessa filona aí! — ela olhou para um lado, depois para o outro. — Vem, vou te por lá dentro. Já volto, Fred!

E sem nem olhar para trás, ela agarrou a mão de Adam e o conduziu pela entrada dos fundos. Isso já teria deixado Fred muito bravo, mas o sorrisinho sem graça que o playboy o lançou enquanto estava sendo arrastado pela loira foi o que mais o irritou. Ele estava puto com certeza.

🌞

— Você viu quanto dinheiro tem aqui?! — exclamou George, pulando da cama dele para a de Fred com a caixa de moedas na mão. — Ainda não acredito que mesmo dividindo em quatro tem tanta grana aqui!

Fred não deu mais que um murmuro desinteressado como resposta enquanto amarrava os sapatos.

— Quanta animação com o dinheiro, hein?! Nem parece que é pobre... — brincou George. Mas ele sabia que o irmão estava irritado com alguma coisa, podia ver isso. — O que aconteceu?

— O que você acha daquele Adam amigo da Arya? — Fred demorou alguns segundos para responder o irmão com outra pergunta, ainda sentado na cama encarando o chão.

— O Adam? Ele é gente boa, vai... ele tenta, pelo menos.

— George, o que você realmente acha dele? — o mais velho se virou para encarar o irmão, que parecia encurralado.

— Ok, o cara é meio babaca as vezes. Mas não tem motivo pra... ESPERA AÍ! — George apontou freneticamente para o irmão como se acabasse de descobrir a América. — Você está com ciúmes dele!

— Nossa, mas é um filho perdido do Einstein mesmo! — Lee exclamou, saindo do banheiro do dormitório com uma toalha enrolada no tórax. — Quem diria que Fred Weasley está com ciúmes do cara que conheceu a Arya antes dele e parece saber mais dela do que ela mesmo? Nessa você foi sagaz, George!

— Ah Fred, pelo amor de Merlim! Não acredito nisso! — George o consolou, logo após jogar um travesseiro em Lee. — O cara é inofensivo, já viu o tamanho dele? E outra, tá na cara que não é ele quem ela quer! Se toca, maninho! Ela é toda fru fru com você, todo mundo vê isso.

O assunto morreu quando os três ficaram prontos, e desceram as escadas até a Sala Comunal, onde Arya e Angelina já os esperavam sentadas num sofá. Fred notou que a loira tinha feito um penteado que ele gostava, notou pequenos cachos nas pontas de seu cabelo claro e uma presilha bonita os prendia em cima.

Ele apenas encostou ao lado dela, os meninos disseram algumas palavras e eles desceram para o Grande Salão (onde aconteceria o banquete e eventualmente o sorteio do Torneio Tribruxo). O casal caminhou particularmente em silêncio, não do tipo desconfortável, apenas incomum.

O grupo foi recebido por un extenso banquete que se extendia por uma mesa quilômetrica, acumulando pratos lustrosos e deliciosos. E como ninguém havia almoçado, afim de arrumar a Casa Assombrada, estavam os quatro famintos. Do tipo que não conseguiram se conversar assim que viram a comida na mesa.

— Amiga, você está bem? — a Rosier sentiu um toque em seu ombro, era Angelina. — Vai engasgar se comer tão rápido.

Mas Arya não se importou se parecia grosseira ao repetir o prato umas duas vezes. Depois de muito tempo, os pratos voltaram ao estado inicial de limpeza; houve um aumento no barulho do salão, que se calou quase integralmente quando Dumbledore se levantou de sua cadeira. Ao lado dele, o Prof. Karkaroff suava de nervoso como um porco, e Madame Maxime parecia muito tensa.

Quando decidiram que a cerimônia estava pronta, Dumbledore levantou a varinha e quase todas as velas do salão se apagaram, apenas tendo a chama azul do cálice flamejante como iluminação. Todos observavam à espera de algo, não sabiam bem o quê.

— A qualquer momento agora. — ela ouviu Lee sussurrar para George, do outro lado da mesa.

O primeiro campeão, o de Durmstrang, foi anunciado alguns segundos depois. O cálice expeliu um pedaço de pergaminho com o nome de "Viktor Krum", sem surpreender uma única alma naquele salão. Arya conseguia ler pelos lábios de Karkaroff o elogio de sempre proferido a Krum, e ele desapareceu por uma porta.

A segunda campeã — para a alegria de Angelina, que queria mais que tudo ver uma garota ganhar por alguma escola — era Fleur Delacour, o crush supremo de Ron. A loira caminhos graciosamente até a mesa dos professores e sumiu pela mesma porta que Victor.

Agora só sobrava um, o campeão de Hogwarts. E esse era... Cedric Diggory, mais especificamente o apanhador gostoso da Lufa-Lufa que os gemêos detestavam. Pareciam ser os únicos, porque o salão entrou em festa quando seu nome foi soado, e o menino abriu um sorriso enorme.

O discurso de Dumbledore só foi interrompido quando, mais uma vez, o cálice parecia querer mostrar mais alguma coisa. O diretor se aproximou do objeto, Arya agarrou a mão de Angelina em meio à ansiedade, e a voz do diretor soou mais uma vez pelo salão:

HARRY POTTER!

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OII GENTE! voltei com dois episódios novos (um hoje, e um amanhã) pra vcs nao me matarem

beijos da autora pra tds vcs 😚🩷

ps: Vão ler minha fic nova "the one that got away"!!!

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