𝐗𝐗. old friends always come back



A CHEGADA DAS escolas do Torneio Tribruxo era hoje. Arya estava surtando internamente, já que todos aparentavam amar a ideia do Torneio. Angelina não parava de tagarelar sobre ver os astros do quadribol do time da Bulgária, em especial Viktor Krum.

O Castelo estava em transtorno com tudo isso, Filch era visto toda hora faxinando alguma quina de uma moldura velha de um quadro milenar. Os elfos trabalhavam o dobro para manter tudo sob controle.

E, para a surpresa de Arya, quando ela chegou na mesa de sua casa para tomar o café da manhã, pela primeira vez não estavam falando sobre o Torneio. Na verdade, era a primeira vez que via Fred e George tão chateados logo cedo.

— Bom dia raios de luz, o que lhes aborrece logo cedo? — cumprimentou Arya, se sentando ao lado de Fred, mas nenhum deles respondeu.

— O assunto do Ludo, de novo. — explicou Angelina, revirando os olhos. — Já disse pra vocês, o cara não vai pagar se não encherem o saco dele.

— A questão, Angel, é que só me falta enfiar mais cartas no rabo dele. Já é a quinta e nada! — disse George.

— Não acredito que aquele babaca ainda não pagou vocês. — exclamou Arya.

— Era todo o dinheiro que a gente tinha. Pras férias inteiras. — reclamou Fred, de cabeça baixa.

— Não fica assim, vocês vão conseguir recuperar a grana e mais ainda com o Halloween. — a loira o consolou, passando a mão atrás das costas dele.

— Eu divulguei essa casa mal-assombrada de vocês pra meio mundo. Todo mundo tá sabendo, espero que vocês arrasem com essa pegadinha, ou vou ficar com fama de mentirosa. — as meninas riram, tentando animar os dois ruivos, que deram um sorrisinho.

— Vocês já tiveram alguma ideia para o Torneio Tribruxo? — perguntou Harry, que chegou por trás de Arya e Fred. Ele estava acompanhado de Ron e Hermione.

— Perguntei a Minnie como é que os campeões são escolhidos, mas ela não disse. Me mandou calar a boca e prestar atenção no feitiço. — respondeu George, amargo.

— Imagino as tarefas que vão dar... aposto que eu e Harry poderíamos dar conta. — disse Ron.

— Não na frente de uma bancada de juízes, isso vocês não fizeram. — respondeu Angelina.

— É, além disso os campeões são pontuados pela perfeição que executam as tarefas. — complementou Fred.

— Quem são esses juízes? — perguntou Harry.

— Os diretores das escolas participantes sempre fazem parte da banca — disse Hermione, se fazendo presente na conversa. —, isso porque os três ficaram feridos durante o torneio de 1792, quando um basilisco saiu destruindo tudo. Está tudo em Hogwarts: Uma História. Embora eu prefira Hogwarts: uma história revista de Hogwarts.

Do que você tá falando? — perguntou Rony. Arya o amaldiçoou mentalmente, porque agora Granger passaria meia hora falando sobre...

— Elfos domésticos, é claro! — a menina quase gritou. — Em mais de mil páginas, Hogwarts: Uma História, nunca mencionou que somos coniventes com a opressão de centenas de escravos!

É claro que, por ser nova no grupinho e tentar parecer simpática, Arya gastou alguns sicles e comprou o bendito broche do F.A.L.E., na expectativa de fazê-la sossegar, mas Fred a avisou que isso só provocaria o efeito contrário. Já os gêmeos haviam usado a desculpa de Ludo Bagman para não gastar um tostão com isso, se recusavam.

— Mione, com todo respeito, eu tenho uma elfa que trabalha pra minha família por pelo menos 50 anos. Não acho que teria chegado a lugar nenhum sem a Gipsy, e sinto muito a falta dela. Mas já pensou que os elfos sentem a necessidade fisiológica de servir nós humanos, como bruxos? — questionou Arya, mas a morena apenas bufou irritada.

— E é claro que famílias bruxas como a sua são as que apoiam esse tráfico, já que preferem escravizar criaturas "infeirores" a cuidar da própria mansão luxuosa. — Granger retrucou.

— Escuta aqui, Mione, você já foi à cozinha? — perguntou George, uma vez que ele e Fred já estavam de saco cheio dessa história.

— Claro que não! Nem posso imaginar que os alunos vão até lá.

— Pois é, eu e George já fomos. Várias vezes. E sabe o que tem lá além de sobremesa infinita? Elfos, felizes, que se sentem honrados de trabalhar em Hogwarts. — retrucou Fred, com um sorriso esperto.

Arya parou de prestar atenção na discussão dos dois quando ouviu Harry chamar baixinho seu nome do outro lado da mesa, apontando um pedaço de papel.

Era um bilhete de Sirius, que respondia à carta anterior de Harry que o contava sobre as dores na cicatriz. Sirius estava de volta ao país e havia pedido que os dois trocassem de corujas ao falar com ele.

— Você fez o que eu te pedi? — Potter a sussurrou.

Claro que depois que Harry a contou sobre a decisão de Sirius — a qual o homem não havia contado para sua filha. — Arya providenciou uma carta para tentar o convencer de ficar onde estava, como Harry pediu. Mas não adiantou.

— Claro que fiz, cabeçudo. E quem que convence esse homem a parar quieto? Ninguém. — a loira até brincou, mas percebeu que o garoto estava tenso demais. — Olha, Harry, fizémos nosso melhor. Só por ele passar sem ser pego já é muito bom! Pensa positivo...

— É, você tem razão.

🌞

Mais pro final da tarde, depois do final do dia letivo, o grupo desceu as escadas da Torre da Grifinória em direção ao Grande Salão, onde os professores estavam organizando os alunos em filas. Rosier foi posicionada na quarta fileira, sendo que Fred e George ficaram depois da oitava, e Angelina na de trás dela.

As mãos de Arya geladas, em sua cabeça corriam mil pensamentos por hora. Não sabia exatamente por que a ideia de rever alguns de Durmstrang a apavorava tanto, mas era uma realidade.

Estava frio naquele dia. A lua minguante pálida formava um crepúsculo lindo no céu e que brilhava sobre a Floresta Proibida.

— Como é que vocês acham que eles vêm? De trem? — perguntou Rony, exatamente atrás de Arya.

— Em Durmstrang não tinham estações de trem, então não tem como. — respondeu Arya, se lembrando da escola antiga.

— Vassouras, talvez? — arriscou Harry, que estava a dois alunos para a esquerda de Arya.

— Acho que não, é muito longe... mas e talvez uma Chave de Portal? — ponderou Rony. A verdade é que mesmo tendo estudado lá por anos, a Rosier nunca passou por uma situação como aquela, então não tinha ideia.

Dumbledore exclamou alguma coisa sobre Beauxbatons, e em seguida vieram vários murmurinhos seguidos de grandes rajadas no céu, que indicavam a chegada da escola francesa. Quando uma sombra gigantesca sobrevoou a floresta e pousou a poucos metros dos primeiranistas na fileira da frente. Carregada por cavalos dourados majestosos, uma carruagem digna da DisneyLand abriu as portas revelando as maravilhosas alunas francesas de Beauxbatons, acompanhadas da mulher mais gigante que Arya já vira na vida, páreo duro com Hagrid. Os estudantes foram obrigados a aplaudir.

Enquanto Madame Maxine, a giganta, e Dumbledore conversavam algo inaudível, Rony fazia piadas incessantes com o tamanho da diretora.

— Acha que ela e Hagrid vão ficar juntos? — Rony se aproximou de Arya para perguntar, dando uma risadinha. Os dois observavam o casal de gigantes de cumprimentar na frente da carruagem.

— Ah, Rony! Se até o Hagrid achou alguém, não perca as esperanças! — ela ironizou de volta, rindo ela e Harry da cara brava de Ron.

Os franceses entraram para dentro do castelo, embusca de refúgio do frio, enquanto os de Hogwarts continuaram esperançosos pela chegada de Durmstrang, ansiosos com o que os aguardaria. Isso quando um barulho terrível começou, e então Lee gritou:

O LAGO!

E do mesmo lago surgiu um enorme rodamoinho, como se alguém tivesse aberto um "ralo". Logo saiu uma espécie de mastro da água, e aí um navio estranho e um pouco esquelético aportou, parecia ser tão antigo quanto o Titanic. Um pranchão foi baixado sobre a margem e a âncora presa na areia, então começaram a desembarcar.

Arya reconheceu de cara o rosto de Igor Karkaroff, seu antigo diretor, e mais alguns alunos que o acompanharam à terra firme.

— Arya, como você estudava lá se é do tamanho de um tronquilho? — Ron comentou sarcasticamente, levando um tapão da menina. Isso porque os garotos de Durmstrang tinham todos mais de 1,80, além de usarem enormes casacos de pele que os aparentava serem maiores.

— Como se sente sabendo que nunca vai ser forte igual eles? — ela rebateu, e o menino abaixou a cabeça com tristeza. Harry ergueu a mão para um hi-five com a Rosier.

Enquanto os alunos voltavam para o Grande Salão, acontecia o desembarque dos alunos de Durmstrang, Viktor Krum — jogador de quadribol— causava burburinho pelo canto que passava, Arya sentiu um tapão em suas costas.

— Não acredito que você estudava com o Krum! — era Angelina, que ainda sim distribuía mais um tapa nas costas dela, enquanto voltavam para dentro.

— Angel! — a loira riu alto. — Eu disse sim, mas ninguém acreditou em mim. Agora tudo bem, não vou mais pedir um autógrafo pra ele!

— Vai sim! — Angel insistiu, se sentando ao lado da amiga na mesa da Grifinória.

A cena onde Ron gritava para que Krum se sentasse ao lado dele e mesmo assim o jogador se senta na mesa da Sonserina era meio triste, mas todos os garotos daquele salão também dariam uma perna para terem a chance de conversar com Viktor Krum — quem Arya conhecia e sabia que na verdade era até um pouco tapado. —. Mas, fazer o quê, agora era a vez de Malfoy puxar um pouco o saco dele.

Na mesa dos professores, Arya conseguia ver que a professora McKinnon revirava os olhos ao ver que Madame Maxine fazia que seus alunos se levantassem e não se sentaram novamente até que a diretora estivesse acomodada em uma cadeira. Arya riu baixinho da cara de desprezo de Marlene.

— Se a gente tivesse que esperar todos eles sentarem pra poder comer, acho que morríamos de fome. — uma voz comentou no pé do ouvido de Arya, era Fred. O ruivo se acomodou ao lado dela.

Arya sorriu e deslizou a mão à procura da dele, e as entrelaçou. Dumbledore iniciou o discurso de boas-vindas para os alunos do Torneio.

— Não tem quadribol, mas se tiver esse tanto de frutos do mar o ano inteiro, por mim já está perdoado! — Angelina murmurou para a amiga quando uma travessa enorme de mexilhões apareceu na sua frente.

A parte mais engraçada até agora para Arya era ver como Rony ficava bobo ao ver uma das garotas de Beauxbatons, que eram em sua maioria metade-veelas.

George deu um cutucão no irmão e apontou para a mesa dos professores , que chamou a atenção da loira. As duas cadeiras que estavam vazias ao lado de Dumbledore acabaram de ser preenchidas. Ludo Bagman se sentou ao lado de Karkaroff, e o Sr. Crouch — amante secreto de Percy — ao lado de Maxine.

— O que é que ele faz aqui? — Fred perguntou entredentes, focando nas vestes roxas de Bagman na mesa dos professores. Ele sentiu uma mão se sobrepor a sua, era Arya.

— É sua chance, vamos resolver isso... — ela sussurrou de volta para Fred, próxima do ouvido dele. Os olhos castanhos mudaram de rumo e pousaram no rosto delicado da garota a sua frente, e ele a deu um beijo na bochecha e um sorrisinho reconfortante.

🌞

Uma linha etária! — exclamou Fred, com os olhos brilhando, enquanto atravessavam o salão rumo as portas que levavam até o hall de entrada.

— Acho que isso deve ser contornável com uma Poção para Envelhecer, né? Ele nem vai saber se você tem ou não dezessete anos.

— Eu acho que ninguém abaixo de dezessete anos terá a chance... ainda não aprendemos o suficiente. — reclamou Hermione.

— Fale por você! — brigou George.

Fred e Arya, que não estavam mais ouvindo uma palavra dessa conversa, ficaram um pouco mais pra trás do grupo que seguia para os dormitórios, conversando sobre a festa de amanhã. Os alunos de Durmstrang passavam ao lado deles, alguns até pareciam reconhecer Arya mas não disseram nada. Apenas um em particular.

— Rosier? — uma voz extremamente familiar disse atrás da loira, que se virou rapidamente. A imagem de Adam Fischer era clara, ela não o via a mais de anos. — Não acredito que veio aterrorizar Hogwarts também!

— Adam! — ela o cumprimentou, se aproximando para o dar um abraço. — Merlim, quanto tempo! Como está indo?

Adam era um dos poucos amigos que Arya tinha em Durmstrang, já que suas famílias eram muito próximas. Era quem a amparou quando seu "pai" morreu, quando brigava com Eleanor ou quando simplesmente queria conversar.

Aos poucos, George e Angelina também se aproximaram dos dois. Já Fred cruzou os braços encarando o garoto de cima a baixo. Parecia ser mais um mauricinho puro-sangue, do tipo que seria amigo de Malfoy. Adam não era tão mais baixo que ele, tinha olhos azuis cristalinos e um sorriso malandro.

— Gente, esse é o Adam, um amigo de Durmstrang — a loira se virou para apresentar os amigos à Fischer. — Adam, esses são George, Angel e esse é o Fred. Eles são iguais, mas você se acostuma com o tempo...

Muito prazer... — Angel o cumprimentou com um sorriso tímido. Enquanto Fred apenas acenou a cabeça.

— Já sabem onde vocês vão ficar? — perguntou George, o irmão que não estava de cara feia e braços cruzados, de forma simpática.

— Na verdade, não. Ouvi o diretor Karkaroff mencionar alguma coisa sobre uma casa verde, mas não sei muita coisa. — Adam explicou, e logo continuou, notando o clima estranho. — Espero que seja a casa de vocês, são os únicos que conheço aqui.

— Da sonserina? Nãh, somos da melhor casa de Hogwarts, a grifinória. — explicou Angelina, humorada, Arya concordou com ela.

— É, aquela que não tem os supremacistas babacas. — Fred brincou, mesmo que a piada tivesse um fundo de verdade, e atingiu exatamente quem ele queria que atingisse.

— E uma quantidade obscena de ruivos, você vai notar. — brincou George, mencionando os Weasley. — Eu vou subindo, temos muito que fazer amanhã... inclusive, Adam! Estamos fazendo uma festa de Halloween amanhã, aparece por lá!

— Claro, vou sim! Obrigado pelo convite! Bem que disseram que os britânicos eram receptivos... mal cheguei e até já fui convidado! — ele brincou.

— Também acho que já vou, amanhã vai ser um longo dia... mas foi bom te ver, Adam! Espero que você não suma com as cobrinhas e a gente perca o contato... — Arya deu um último sorriso antes de subir as escadas com Angel.

— Só um amigo, hum? — murmurou Angel, erguendo uma sobrancelha para a amiga, que riu.

— Cala a boca, doida. — Arya murmurou de volta, entrando no buraco do quadro da Comunal.


Notas:

Oii gente! Desculpa o sumiço, ficou bem corrido pra mim... acabei terminando o namoro, depois veio o final do semestre, uma loucura

Espero que tenham gostado, quero fazer um adendo e dizer que sim, o Adam vai ser bem presente na história ksksk

beijoss ( comentem e votem suas lindezas 💗)

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