𝐗𝐕𝐈𝐈𝐈. 𝐻𝑜𝑔𝑤𝑎𝑟𝑡𝑠 𝑎𝑔𝑎𝑖𝑛


NO FINAL DAS contas, o jogo de quadribol havia sido a maior trágedia. Uma invasão de Comensais da Morte, conjuração da Marca Negra, uma família trouxa torturada... uma bagunça só. Arya não pôde deixar de notar, assim que já estava segura, que no final das contas Fred e George estavam certos quanto ao placar do final do jogo. Bulgária pega o pomo de ouro, mas Irlanda vence.

E assim, as férias haviam acabado. Com esse tom triste e deprimente, de que havia mais tanto para fazer.

A viagem de sete horas no Expresso de Hogwarts também havia sido muito boa, Arya estaria agora no sexto ano letivo.

As coisas com Fred também estavam boas, muito melhores que antes do jogo. Ele havia a mandado algumas cartas mas não tantas, não tiveram tanto tempo sem se ver de novo. Mas mesmo assim, estavam com tanta necessidade um do outro agora que juntos, que Arya dormiu um grande pedaço da viagem no ombro do ruivo, enquanto Angelina discutia quadribol com algum dos meninos.

O castelo de Hogwarts em sim estava igualzinho há três meses atrás, o Grande Salão também. Mas enquanto vinham, George contou que Carlinhos deixou escapar, antes que entrassem no trem, que Hogwarts teria "um ano interessante" pela frente.

— E o que diabos Carlinhos quis dizer com "mudado as regras"? — indagou Arya curiosa, enquanto os gêmeos contavam sobre o suspense todo sobre o novo ano letivo. O grupo estava a caminho do castelo nas carruagens puxadas por cavalos "invisíveis", os testrálios que Arya conseguia enxergar perfeitamente.
Sem a preocupação com os malões, o braço de Fred conseguia rodear a cintura dela ao lado dele, a mantendo mais perto.

— E eu lá sei?! Mas minha mãe nunca agiu tão estranho assim desde que teve que nos contar que a coruja morreu e foi para a fazendinha das corujas. — respondeu George, fazendo piada. A carruagem passou pelos portões esculturais, ainda oscilando pela chuva torrencial que caía do céu.

— Não sei, ouvi pelo trem um papo do Malfoy sobre Durmstrang. Disse que o pai dele queria que ele fosse estudar lá. — a voz de Lee saiu rouca, estavam quase todos encharcados mesmo, mas Arya tensionou em cima do ombro de Fred ao ouvir a menção de Durmstrang, sua ex-escola. Sabia que não aconteceria, mas se arrepiou ao pensar em ter que voltar para lá. — Acho que não deve ter nada a ver.

O grupo ficou alguns instantes em silêncio, sem saber o que responder. Ninguém tinha ideia do que iria acontecer.

O que os tirou da estranheza foi a parada da carruagem na porta do castelo, os indicando para descer. A chuva caía muito forte lá fora da cabine, com certeza se molhariam pra caramba.

Eles correram degraus a cima até passarem pelas enormes portas fantasmagóricas do castelo, sendo surpreendidos por um balão de água caindo a poucos centímetros de distância dos dois, por Pirraça.

— Pirraça, não te criamos assim. — Fred reeprendeu o poltergeist, fazendo menção a sua dupla com George nas travessuras. — Que feio!

— PIRRAÇA! Não vou pedir de novo! Pelo amor de Merlin, se comporte!  — exclamou uma McGonagall furiosa  descendo as escadas molhadas. — E vocês cinco, venham!

— O que é que vocês três já aprontaram? — Angelina questionou ironicamente, olhando para a cara de paisagem de George.


🌞

O Grande Salão era sempre magnífico, o teto decorado com velas flutuantes, enquanto era pintado pela tempestade trovoando lá fora era lindo. Quatro mesas enormes, uma para cada casa, lotadas de um banquete delicioso de boas vindas, que fazia Arya querer voltar mais cinco vezes para jantar.

O grupo estava sentado em uma das mesas, todos conversando e rindo, inclusive Arya, até os olhos dela focarem no fundo do salão, na mesa dos professores. me Uma parte dela ainda procurava a figura encolhida do Professor Lupin, vestindo algum trapo de casaco. A loira sentiu uma mão gelada sobre a dela, a fazendo tensionar.

— Amiga, 'tá tudo bem? — perguntou Angelina, fazendo menção ao apagão repentino de Arya à conversa.

— Tudo, sim. É só que... é estranho olhar para a mesa deles e não ver mais o Professor Lupin. Acho que só sinto um pouco de falta dele, só isso. — a loira murmurou, erguendo um sorriso. Por debaixo da mesa, ela sentiu o sapato do ruivo a sua frente cutucar seu tornozelo, e um olhar preocupado dele em direção a ela. Ela o acenou de volta com um sorriso, dizendo que estava tudo bem.

— É, ele foi o melhor professor que eu já tive. E no ano anterior, quem dava aulas era o gostosão Lockhart! Mas ninguém vai superar o professor Lupin, eu acho. — respondeu Angelina, com o meio meio-sorriso da amiga.

Alvo Dumbledore se levantou de sua cadeira, fazendo todos os burburinhos no salão cessarem e apenas o barulho das gotas de chuva serem audíveis.

— Agora que já comemos e molhamos o bico, preciso mais um vez pedir sua atenção para alguns avisos. — exclamou Dumbledore, sorrindo para todos.

Os avisos, como Lee já havia dito ano passado, eram os mesmos a cada ano. Floresta Proibida, Lista do Filch... etc. Porém a novidade era: a Copa de Quadribol entre as Casas estava suspensa aquele ano.

— Velho biruta, o que você fez?! — exclamou George, furioso. Arya segurou o riso com a amiga ao ver a reação possessa dos dois gêmeos ruivos.

— Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts....

O discurso foi interrompido por trovoadas ensurdecedoras e o barulho das portas do salão quase arrebentando, revelando um homem à porta. Estava apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa preta de viagem. Obviamente todas as cabeças do salão estavam viradas para o estranho que pingava no chão de madeira lustrosa, que foi iluminado por um relâmpago. Quando o homem pareceu olhar em direção a Arya, ela sentiu um arrepio descer a espinha.

A cada passo em direção a mesa dos professores, um ruído horrível ecoava. A menina conseguia sentir Hermione prender a respiração. Um homem apareceu do escuro, sendo iluminado por um relâmpago que rasgou o céu. Ele tinha uma aparência estranha, era cheio de cicatrizes, não tinha um pedaço do nariz... e tinha um olho azul de vidro muito estranho, que se mexia preso ao crânio dele.

— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas — anunciou Dumbledore, apontando para o homem estranho que já estava sentado à mesa e devorava a comida da mesa dos professores. — Prof. Moody!

— Ele é um ex-auror, trabalhou na caça contra Comensais da Morte durante a Guerra. — começou George, sussurrando no ouvido de Arya ao notar a confusão dela.

— Papai vive falando dele, diz que pois metade dos vermes em Azkaban. — continuou Fred, com um tom orgulhoso. Mas Arya se sentiu ofendida com o comentário, levando em conta que sua família havia sido mandada para Azkaban, e seu pai biológico era agora um fugitivo.

— Meu pai foi um desses vermes. — ela aussurrou entre dentes, se controlando para não demonstrar seu desconforto com a situação. O ruivo se encolheu ao perceber o que havia dito, ficou em silêncio.

— Como eu ia dizendo, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

Arya sabia o que esse Torneio, já havia passado algumas noites na detenção limpado troféus antigos da competição em Durmstrang.

— Tá de brincadeira?!! — exclamou em voz alta Fred, atraindo um olhar raivoso de Angelina e uma comoção de risadas pelo salão tenso desde a chegada de Moody.

E, além de saber do que se tratava, Arya sabia muito bem o tipo de desafios daquela prova. E a recompensa gorda de quem sobrevivesse a tudo aquilo.

— Não estou brincando, Sr. Weasley. — Dumbledore deu algumas risadinhas. Logo em seguida explicou a origem e história do torneio mortal.

Taxa de mortalidade?! — exclamou Hermione, assustada. Mas ao contrário dela, um burburinho pelo salão começou a se formar.

— Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e... — Arya parou de ouvir o diretor assim que ele mencionou o fato de que Durmstrang seria uma participante do torneio. Que aconteceria em Hogwarts. A escola que os abrigaria o ano inteiro.

Aquilo era um pesadelo. Não, ninguém poderia saber de seus poderes, de sua vida antes de Hogwarts! Isso era um passado enterrado, que seria arrancado da terra de forma dolorosa pelas pessoas maldosas daquela escola.

— Estamos nessa! — exclamaram Fred e George juntos, agora Arya os olhava contrariada.


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O caminho de volta para a Sala Comunal era longo, enquanto Arya subia as escadas podia notar isso. A felicidade estampada no rosto de Fred e George era brilhante, estava óbvio que queriam muito participar do Torneio, mesmo que menores de 17 anos fossem proibidos.

Enquanto a sala se esvaziava com os alunos exaustos voltando aos seus dormitórios, Fred finalmente conseguiu respirar fundo e olhar para ela, com um sorriso de ponta a ponta.

— Cara, eu já vou indo... — avisou George, notando o clima dos dois. — Vai ficar aí, Angel? — a morena revirou os olhos antes de seguir o ruivo até

— Juízo vocês dois pombinhos. — Lee exclamou, já indo para o dormitório.

Quando as outras pessoas saíram e os dois puderam se ver finalmente sozinhos, um arrepio se instalava no pé do estômago dela. Os olhos castanhos dele brilhavam, refletindo a lareira crepitando ao fundo, Fred se aproximava mais dela.

— Nem acredito que vamos se ver todos os dias de novo. — ela deu uma risadinha nervosa, sem conseguir segurar o contato visual.

— Eu fiquei com tanta saudade — o ruivo disse, passando os braços em volta da cintura dela, a trazendo para mais perto. — Não sei como te deixei ir embora, devia ter te arrastado comigo para a Toca.

Ela encostou a cabeça no peito dele, se permitindo ficar em silêncio na companhia de outra pessoa por mais que um segundo. Deixar seus pensamentos esfriarem e seu coração acelerar, estava apaixonada demais.

— Quando eu vencer o Torneio, vou dar um jeito de fugir com você. — ele sussurrou, um minuto depois de se abraçarem. O corpo dela enrijeceu, e mesmo que Arya não fosse namorada dele, se sentia na obrigação de ser quem o traria para a realidade.

— Espera, está falando sério? — a loira se afastou, o encarando. — Fred, não está pensando em participar disso, está?

— E por que não? A recompensa é boa, e eu dou um jeito de enganar Dumbledore. — ela quase riu.

— Ah sim, se você não morrer pisoteado por um dragão ou não sufocar até a morte. Aí o prêmio de 1000 galeões é todinho seu! — ironizou, cruzando os braços.

— Mulher, eu não vou morrer! Não estou indo para a guerra. A escola regulamenta isso, não deve ser tão ruim! — ele engoliu seco, notando que Arya revirou os olhos. — Não vou ter que pedir dinheiro para sair com você.

— Fred, pelo amor de Morgana, já disse que eu não me importo! Não me importo em gastar uns galeões em coisas para as pegadinhas! — ela respirou fundo ao ver ele bufar, sem ligar. "De novo não...!" era o que a cabeça dela gritava. Não aguentava mais uma discussão com ninguém. — Quer saber? Ainda tem tempo para discutir isso. Eu senti tanta falta nas férias... de ficar com você. Bem perto de mim, sabe?

— Uhum, acho que sei. — a birra logo se tornou um sorriso de lado, que escalou as mãos até a cintura dela de novo. — Assim que você queria?

— Um pouco mais. — ele encostou as costas dela em uma das paredes, e a prensou um pouco mais forte, mantendo as mãos firmes e grandes nela. — Uhum, assim...

— Vai ter que ir comigo para o dormitório, porque eu não quero te soltar nunca mais. — ele enfiou a cabeça na curva do pescoço dela, sendo abafado pelos cabelos soltos e loiros dela. Arya deu uma risada alta, sincera ao ouvir as palavras dele. — Nunca. Mais.


🌞


O temporal de ontem já havia acabado na manhã seguinte, mas as nuvens cinzas e carregadas ainda pintavam o céu pelo teto do Grande Salão, onde Arya tomava o café da manhã com o resto do grupinho. Fred e George pareciam não ter desistido da ideia de participar do Torneio mesmo tendo noção de que a inscrição era para maiores de 18 anos.

— Por favor, ponham juízo na cabeça afetada de vocês! — Angelina exclamou nervosa, depois de ter que ouvir quinze minutos dos planos sem sentido do trio.

— Vai ficar muito preocupada se eu me machucar, Angel? — perguntou George, sarcástico, com uma piscadela. Ela fingiu uma risada antes de o responder.

— Felizmente, George, tenho mais o que fazer antes de pensar em você.

Do outro lado da mesa, Lee movimentou os lábios: "eles se amam" para Arya, que concordou rindo.

— A gente podia se encontrar no Laboratório depois da aula. — mencionou Fred, evitando o olhar bravo de Arya, ao seu lado. — As vezes uma poção envelhecedora funcione. Não tem como não ter um jeito de enganar esse velho.

— Mas Dumbledore sabe que vocês tem menos que dezessete. — a loira contrariou irritada.

— É, mas não é ele que decide quem é o campeão, é? — ele a rebateu. — Dumbledore está tentando impedir a gente de se inscrever.

— Ah, puxa! Por quê será? — ironizou Angel. — Vamos ver... ah, sim! Porque tem uma taxa de mortalidade?!?! Um detalhe, claro...

— Você fica tão fofinha quando está preocupada, Angel! — provocou George, fazendo Angelina revirar os olhos.

— George!! — ela exclamou irritada, correndo atrás dele quando o ruivo saiu correndo.


🌞

TERMINEI ESSE CAPÍTLULO
demorei mais que obra da prefeitura mds do céu
OQ VCS ACHARAM?? contem nos comentários!!

ps: estamos quase batendo 1K!!!! 💗💗

bjos e até o prox!! 🫶🏻

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