𝐗𝐕. 𝑤𝑜𝑟𝑟𝑖𝑒𝑑 𝑎𝑏𝑜𝑢𝑡 𝑦𝑜𝑢
LEVOU ALGUNS segundos para os garotos absorverem o absurdo desta informação.
— Vocês são malucos! — disse Ron.
— Pedro Pettigrew está morto! — afirmou Harry, apontando para Sirius. — Ele o matou há doze anos!
— Harry, querido, Peter está tão vivo quanto eu e você, e está nesse quarto. — disse Marlene calmamente.
Mas nada mais importou quando Sirius atirou Bichento no chão e avançou em Perebas, não se importando se isso machucaria a perna mordida de Ron.
— Sirius, NÃO! — berrou Lupin, atirando-se e afastando Black e Rony.
—Você não pode fazer isso assim... eles precisam entender... — Marlene continuou, ajudando Remus a segurar Black.
— Podemos explicar depois! — rosnou Black, como um animal selvagem.
— Pai, não faz isso! — Arya gritou, tentando ajudar os dois professores a segurar Sirius de avançar em Perebas.
— Pai?! — o trio perguntou em uníssono, a encarando confusos.
— Eu disse, é uma longa história...
— Eles têm... o... direito de... saber... tudo! — ofegou Marlene, ainda tentando conter Black. — É o bichinho de Rony! E você deve a verdade a Harry, Sirius!
Black parou de resistir, embora seus olhos ainda estivessem grudados em Perebas, que era segurado por Rony.
— Está bem, mas faça isso rápido. Eu quero cometer o crime pelo qual fui preso...
Ron murmurou alguma coisa, se levantando com muito esforço para ir embora, levando Perebas junto.
— Você fica, ou eu vou pedir aquela pelúcia de aranha emprestada para Fred. — Arya se pôs em frente a porta, bloqueando a passagem. O menino arregalou os olhos a menção da aranha de brinquedo, e voltou a se sentar. — E mantenha Peter bem seguro enquanto você ouve a histórinha, ok?
— ELE NÃO É PETER! ELE É PEREBAS! — berrou Rony, a loira revirou os olhos.
— Coitado... se ele pudesse escolher, com certeza se chamaria Peter. — murmurou Marlene.
E, assim que o professor Lupin conseguiu manter pelo menos cinco minutos de paz no quarto, ele continuou a explicar sobre a fatídica noite de 31 de outubro de 1981 — claro que isso não durara, já que Hermione já estava o bombardeando com questionamentos sobre animagos e sua ilegalidade.
Quando se deu por conta, Arya já estava imersa em um outro lado da história que ainda não conhecia, contado por Lupin. Detalhes sobre suas transformações, como ele foi mordido, porque e como ele foi aceito em Hogwarts... e até que aquele tópico era importante para a história, no final das contas. Fora que o brilho nos olhos do professor ao contar sobre seus maravilhosos dias de glória com Pontas, Rabicho e Almofadinhas era quase gratificante para Rosier.
E, aos poucos, Harry e os amigos começavam a ceder cada vez mais e tentarem ouvir o lado de Sirius — explicado com a calma de Lupin e a praticidade engraçada de Marlene McKinnon ao resumir alguns pontos extensos.
A reviravolta foi quando, enquanto McKinnon comentava a idiotice de Sirius ao contar à Severus Snape (que odiava muito os quatro marotos) onde e quando Remus se tornava um lobisomem, na esperança de dar um fim no outro menino, o próprio Severus Snape se revelou estar embaixo da Capa da Invisibilidade, com uma varinha apontada para Lupin.
Hermione gritou, Black pulou em um salto de susto, Harry ficou mais branco do que já era e facilmente era comparável a um papel, e Arya deixou um xingamento em alemão escapar de sua boca.
— Encontrei isso ao pé do Salgueiro Lutador — disse Snape, atirando a capa para o lado, ainda mantendo a varinha apontada para o professor Lupin.
— Valeu aí, Potter... — Arya murmurou para si mesma.
— Vocês devem estar se perguntando como eu saberia que estavam aqui — disse o professor, parecia extremamente animado em dizer isso. — Acabei de passar em sua sala, Lupin. Você esqueceu de tomar sua poção hoje à noite, então fui até sua sala para o levar um cálice, e para minha sorte... oh, eu achei um mapa! Bastou uma olhada para notar que você e McKinnon entraram em uma passagem e sumiram de vista.
— Severo... — tentou Lupin, mas o professor o cortou.
— Eu disse a Dumbledore várias vezes que você e você estavam ajudando Black, seu velho amigo, a entrar no castelo de novo. McKinnon, lembro que você foi quase até o inferno para provar a inocência desse assassino, mesmo tendo testemunhas do contrário! Ah, poderiam ter me ouvido antes, mas agora eu tenho uma prova...
— Severo, você está cometendo um engano...
— Não sei se seu cérebro de alcaparra consegue entender, mas eu e Lupin temos direito de nos explicar... — xingou Marlene, sem nenhum medo do professor de poções.
Snape balançou o pedaço de madeira e Marlene agora estava amarrada com cordas finas que lembravam cobras, ela perdeu o equilíbrio e caiu no chão, Arya correu para a ajudar.
Dois dedos de Arya se moveram e uma cobra atacou a perna de Snape, mesmo que ela não conseguisse o machucar com seu veneno, agarrava suas pernas juntas enquanto ele ameaçava seu pai.
— Professor, não faria mal ouvirmos o que eles tem a dizer, f...faria? — perguntou Hermione, exitante.
— Senhorita Granger, a senhorita, Potter, Weasley e Rosier estão fora dos limites da escola em companhia de um criminoso sentenciado e um lobisomem, já irão receber uma suspensão. Pelo menos uma vez na vida, cale a boca.
— Mas, e se...
— CALE A BOCA, SUA BURRINHA! NÃO FALE DO QUE NÃO SABE. — berrou o professor, sua varinha se mantinha apontada para o peito de Sirius, ele murmurava palavras ameaçadoras para Black que Arya não conseguia ouvir, só conseguia ver a coloração do rosto do homem mudando para quase transparente.
— ...basta eu chamar os dementadores, Black. Aposto que eles estão loucos para te dar um beijinho, eu me arrisco dizer...
— Tire ele daqui e eu te mostro quem vai conhecer alguns dementadores, Snape. — ameaçou Arya, sua varinha não estava apontada para ele, ela não precisaria dela.
— Ah, que lindo, eu acho que vou chorar! Finalmente teve coragem de contar para ela a verdade, Sirius?! Um paizão mesmo, eu imagino... — balbuciou Snape, resumindo a situação familiar dos dois de forma tão simples, que era até irritante. Ele falava como se soubesse de tudo aquilo desde o começo.
— Merda, Snape... — Sirius não tinha ar, não tinha voz. — O rato... olhe aquele rato...
Mas Snape não pareceu se importar, com um estalo de dedos os corpos amarrados de Marlene e Remus foram até ele, e Severus reclamava e zombava dos dementadores. Se não fosse por Harry se pondo em frente a porta do quarto e a bloqueando, talvez Sirius, Remus e Marlene não sobrevivessem a essa.
— Estive sozinho com o professor Lupin ao menos cem vezes este ano, se quisesse me matar já não havia o feito?! — Arya se aproximou de Harry, temendo que talvez o menino não aguentasse algum feitiço contra Snape e deixa-se o escapar.
— Não me peça para dizer como funciona a mente de um lobisomem. — sibilou Snape.
— Mas isso é o Professor Snape, que sabe que lobisomens assumem sua consciência humana após a transformação, falando — começou Arya, provocando Snape com seu tal sarcasmo irritante. — Ou o adolescente revoltado que sofria bullying de alguém tão desprezível quanto um lobisomem, falando, Severus?
Os olhos de Snape não piscavam, sua sobrancelha se arqueou e seu rosto sequer se mexia de tanto choque.
— Silêncio! Rosier, não admito que fale assim comigo! — ele berrou, de novo. — Vocês dois, Black e Potter, são iguais aos seus pais! Acabei de salvar o pescoço de vocês, deviam me agradecer de joelhos, e é assim que me agradecem?! Você, Potter, teria morrido como seu pai, arrogante demais para acreditar no próprio fracasso... AGORA SAIAM DA FRENTE!
Arya não pensou, e nem Harry. Era um truque novo que ela havia descoberto durante uma aposta com George, ela mentalizou uma explosão e o choque sensorial, junto com o expelliarmus emitido por Harry, nocautearam o professor em um canto do quarto, ainda vivo.
— Como... como você fez isso?! — Harry perguntou fascinado, havia presenciado de muito perto o choque. Por um momento, Arya esqueceu totalmente de seu pacto de não usar seus poderes na frente de ninguém.
— Não acredito que Fred namora uma super-heroína... — murmura Ron, mas ele não tinha intenção alguma de fazer com que Arya o escutasse dizer isso.
— Não deveriam ter feito isso! — censurou Black, olhando para Arya. — Deixassem para mim...
Arya não conseguiu responder, porque os choramingos desesperados e consecutivos de Hermione sobre atacarem um professor ocupavam o quarto. A loira gostaria de arremessar um balaço na cabeça de Granger as vezes, só as vezes.
— Obrigado, Harry — agradeceu Lupin, se livrando das cordas que o prendiam com a ajuda de Sirius.
— Não estou dizendo que já acredito no senhor.
— Então vamos te dar algo para acreditar — disse McKinnon, sinalizando o rato para Ron. — Me dê o rato Peter, Weasley.
— Nem vem — o garoto se retraiu, enfiando o rato um pouco mais junto ao peito. — Mesmo se Black tivesse fugido de Askaban para por as mãos em Perebas... existem milhões de ratos por aí, como ele vai saber qual é o que está procurando?
Então uma ideia, quase como uma lâmpada, se acendeu na cabeça de Arya.
Há algumas semanas atrás, em alguma de suas visitas semanais, Sirius demonstrou um interesse absurdo em uma família enorme de crianças ruivas, a perguntou se ela os conhecia, como eram, onde moravam... tudo. Claro, os Weasley eram bem prócimos de Arya e Harry. A pergunta era: porque Sirius queria saber sobre os Weasley?
Porque a família inteira deles saiu na primeira página do Profeta Diário — que provavelmente era a única fonte de notícias de um prisioneiro em Askaban — e ele reconheceu um antigo amigo em cima do ombro de Ron.
— Porque a sua família apareceu no jornal. — murmurou Arya, quebrando o silêncio após a fala de Ron. — Sua família inteira, na capa do Profeta Diário, chamou a atenção dele. Acredito que Askaban não tenha serviço de correio, o único jeito de Sirius ficar sabendo de algo, ou reconhecer alguém era pelo Profeta Diário.
Sirius sorriu orgulhoso para a filha, constatando que ela sempre o defendia quando o chamavam de assassino, ela era quem o entendia. E ele era pai, finalmente.
— Mais uma coisa, Arianna — disse o professor Lupin. — A pata do rato, está sem um dedo.
— Sem o minindinho. Desgraçado, ele fez isso mesmo. — sussurrou Marlene, em choque.
— Pouco antes de Peter se transformar, quando eu o encurralei, ele gritou para a rua inteira que eu havia traído os Potter. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ele sacou a varinha do bolso e a escondeu atrás das costas, explodiu a rua e matou todos em pelo menos um raio de seis metros, e fugiu para o bueiro.
— O maior pedaço que encontraram de Peter foi o dedo mindinho. Se lembra disso? — pergunta Marlene, para Ron especificamente, que assentia confuso.
— Deve ser um engano, Perebas está na minha família a séculos... ele pode ter brigado com outro rato!
— Doze anos, sendo exato. Você nunca achou isso muito estranho?
— Mas eu cuido bem dele! E Percy também cuidava! — defendeu-se Ron.
— Fred contou que você quase o esqueceu na Estação 9 3/4 um dia desses. — interrompeu Arya.
— Ele só tem andando muito apavorado com aquele gato maluco! — justificou Rony, indicando Bichento com a cabeça.
— O gato não é maluco, é o gato mais inteligente que já vi. Entendeu mais rápido que você. — disse Black, com a voz rouca, acariciando a cabeça peluda do gato laranja.
— Ah, Ronald, me dá esse rato aqui! — exclamou Arya, o arrancando da mão esticada e trêmula de Ron e o pondo em sua mão. — Pai, Lupin, professora McKinnon, por favor, façam as honras...
— Juntos! Um... dois... TRÊS!
Lampejos branco-asulados irromperam das três varinhas, iniciando o processo de transformação do rato Perebas em um homem humano.
Foi como assistir a um filme de uma árvore em crescimento. Surgiu uma cabeça no chão; brotaram membros; um momento depois havia um homem onde antes estivera Perebas, apertando as mão. Bichento rosnava como uma cobra na cama, com suas orelhas alisadas para trás.
Um homem muito baixo, com cabelos finos e descoloridos malcuidados que contornavam apenas o redor da cabeça. Era flácido, como se fosse um homem gorducho que perdera peso em muito pouco tempo. A pele como a de Perebas, seu nariz também mantinha o ar ratinheiro, os olhos miúdos prestes a chorar.
— Ora, ora, olá, Pedro — saudou Lupin, com uma educação desconfortante para seu antigo colega de escola.
— Pedroca! Quanto tempo! — exclamou Marlene, também entrando na brincadeira. Os três rodeavam Peter de um lado, e as crianças do outro, fazendo-o ficar no meio da roda.
— S...Sirius, R... Remo — seus olhos pequeninos correram para a porta, Arya notou. — Mar...lene! Meus amigos, meus velhos amigos...
Black tentou avançar, mas McKinnon o impediu agarrando seu pulso, mesmo que a loira não visse a hora de queimar Peter Pettigrew ainda vivo.
— Estávamos tendo uma conversinha aqui sobre o dia em que James e Lily morreram, Peter.
— Remus... você não acredita nele, não é? Ele tentou me matar!
— Vamos fingir que você também não fez isso comigo... — murmurou Marlene, Peter a voltou um olhar assustado.
— Gostaria de esclarecer algumas coisas com você, Pedro... — começou o professor Lupin, mas foi interrompido por Peter novamente.
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Arya já esperava que Peter arrumasse uma confusão enorme apenas pela sua presença insuportável. Mas além de Pettigrew negar até a morte que havia traído Lily e James Potter, quando admitiu também insinuou que Sirius faria o mesmo para se salvar. E isso causou uma confusão sem tamanho.
— Você sabe o que isso significa? Entregar Pettigrew? — perguntou Sirius, enquanto todos atravessavam o túnel para voltarem a Hogwarts com Pettigrew. Arya arqueou a sobrancelha, chegando ao raciocínio.
— Você fica livre...
— É. E agora que eu vou ser um homem livre, a gente vai poder ser uma família de novo, eu e você. E o Harry, se ele me perdoar. Acho que até consigo mudar seu nome para Black. Se você quiser, eu vou entender se quiser manter o Rosier. — disse Black, seu pai, formalmente.
Arya esperou. Será que era isso mesmo?
— Naturalmente, eu vou entender se quiser ficar com Eleanor... mas, bem, pense nisso. Se você quiser uma... uma casa diferente.
Parecia que Fred e George haviam posto um quilo dos fogos de artifício do Laboratório dentro do estômago de Arya,
— Morar com você? — ela perguntou, chamando a atenção de Marlene atrás dela. — Deixar casa da minha mãe?
— Eu achei que você iria querer, já que você fala tão mal dela — apressou-se Sirius. — eu compreendo se você achar maluquisse, só pensei que...
— Você ficou maluco? — ela abaixou o tom de voz. — É claro que eu quero! Me mudo até pra uma caverna se for para minha mãe não ficar mais me controlando. Quando?
A cabeça de Snape — que estava desacordado e sendo levitado por Sirius com a varinha do professor. — quase bateu no teto, mas ele não parecia se importar.
— Você quer? Sério?
— Sério! — respondeu Arya, e Sirius abriu um sorriso tão verdadeiro e bonito, parecia uns 10 anos mais jovem.
O resto do caminho foi um silêncio total. Quando saíram do túnel, a lua já brilhava no céu e os jardins estavam um breu. O grupo andava como uma excursão de idosas ao Machu Picchu, Lupin proferia uma ameaça a Peter quando uma claridade irrompeu o gramado.
Uma nuvem havia se mexido.
Aquela luz não era de um refletor enorme, ou uma explosão... era noite de lua cheia.
Snape se chocou com Lupin, Pettigrew e Rony, que pararam abruptamente. Black congelou. Ele esticou um braço para fazer as crianças pararem. Marlene arregalou os olhos ao olhar para o grande astro no céu. E Arya só gostaria de chorar.
A garota viu a silhueta de Lupin, o professor estava rígido. As pernas de Arya começaram a tremer e ela sentiu que poderia desmaiar.
— Ah não! Ele não tomou a poção hoje, ele está perigoso! — exclamou Hermione, como sempre alegando coisas óbvias.
— Não diga, Sherlock. — ela sussurrou baixinho.
— Corram. Corram, agora! — gritou Black, mas Arya não conseguiu se mexer. Suas pernas não obedeciam o comando. Ela estava paralisada, presa.
Harry deu um salto para frente, mas Sirius o agarrou pelo peito e o atirou para trás.
— Arya, vá embora...! — exclamou McKinnon, olhando para o desespero da menina, seus olhos lacrimejavam. A mais velha não estava tão mais calma que ela.
O maior medo da Rosier agora não era o lobisomem, que por si só já era aterrorizante, era o fato de que suas pernas não se mexiam, como se estivessem coladas no chão.
Ouviu-se um rosnado medonho. O corpo de Lupin começou a se alongar, e se transformar em uma figura lupina. Em um lobisomem.
O homem que estava parado ao lado de Arya sumira, e um cachorro preto enorme e amigo da loira o substituira, saltando para frente. Quando o lobisomem se livrou das algemas que o prendiam, o cão o agarrou pelo pescoço e o puxou para trás, afastando-o de Rony e Pettigrew. Eles travavam uma batalha muito feia.
Harry parou ao lado de Arya, os dois não desviaram a visão da batalha, estavam absortos demais para prestar atenção em outra coisa. Hermione deu um grito. Pettigrew atacou Ron, que estava estirado no chão, e Bichento.
Harry lançou um feitiço em Peter enquanto Arya finalmente conseguiu se mexer e correr até Ron, para ver se ele parecia ao menos vivo. Pettigrew se transformara, tarde mais.
Ela virou a cabeça mais uma vez para a briga de Sirius e Remus, o lobisomem havia fugido para dentro da floresta negra e o cachorro estava sangrando, tinha cortes profundos no focinho e nas costas, mas ao ouvir os gritos de Harry ele tornou a se levantar rapidamente. Harry correu até Rony e Arya não pensou antes de agir em seguida.
Talvez ela deveria ter ponderado antes, Arya usou seus poderes para se transformar em um cachorro igual a Sirius, um pouco menor, e correu para dentro da floresta igual o lobisomem.
——
A última coisa que se lembrava era de sentir uma dor muito forte na perna e ouvir um latido muito alto e perto de seu ouvido, antes de sua visão ficar toda preta. E aí vieram as melhores horas de sono que ela já teve na vida.
Quando abriu os olhos tentando se acostumar com a claridade da enfermaria, sua cabeça ainda estava zonza. Ela parecia se sentia como se tivesse sido atropelada por um caminhão de mudança. Sua cabeça se mexeu devagar para o lado em que alguém apertou seu braço com muita força. Era George.
— Arya! Você acordou! — ele exclamou, um pouco alto e emplogado demais. Ela tremeu sentindo seu ouvido explodir por dentro. — Desculpa, te machuquei?
— Não, não... tudo bem. — ela abriu um sorrisinho, percebendo a sorte que tinha de ter arrumado amigos tão bons quanto os que ela tinha.
— ARIA! — Angelina invadiu a enfermaria, correndo até o leito da Rosier. — Como você está se sentido? Quer que eu chame a Madame Pomfrey? Precisa de alguma coisa?
— Acho que não, Angie, obrigada — a loira murmurou, sentindo uma pontada na perna.
— Você me deixou tão preocupada, todos nós na verdade. Harry voltou destruído da Floresta Proibida, e você voltou desmaiada! Está dormindo já faz um dia. A última vez que eu fiz isso foi quando George não conseguiu pegar um balaço e eu quase morri jogando Quadribol.
— Ei! Eu te pedi desculpas, isso faz alguns anos já!
Arya riu com a provocação dos dois, eles se amavam, provavelmente até se casariam no futuro. Lembrando disso, Arya pensou em Fred. E depois em como ele não estava lá, mas George.
— Onde está Fred? — ela perguntou para Angelina, que olhou para George como se fosse alguma piada interna.
— Se acalma, pombinha — riu George. — Meu irmão está dormindo.
Dormindo? Arianna volta para o Castelo durante a madrugada, desacordada, toda estripudiada, desmaia por um dia inteiro e ele estava dormindo?!
— É, até porque eu só consegui arrastar ele pra fora daqui há uns quinze minutos. Ele passou a noite aqui, não foi, George? — explicou Angelina.
Ah. Então ele ficou preocupado com ela?
— Acho que se você ficasse aqui mais uns três dias, ele ficaria mais três dias sem comida, sem dormir... Meu irmão não bate bem da cabeça. Tive que prometer que iria ficar aqui até ele voltar, porque ele também não queria deixar você sozinha.
Arya sorriu ao ouvir isso, seu coração batia mais rápido ao imaginar um menino alto igual Fred encolhido em uma poltrona como as da Ala Hospitalar.
Fred estava preocupado com ela, Arya poderia ouvir essa frase sair da boca de George por mais duas horas em looping.
🌞
Os braços dele rodeavam a cintura dela enquanto os dois estavam sentados num canto da parede no final da biblioteca de Hogwarts, a cabeça dela repousando no peito dele.
As vezes, tudo que alguém precisa é saber que tem alguém para estar lá por você, e isso já é suficiente.
— Não acredito que tenha esperado eu ser arrastado para fora da enfermaria para você acordar. — reclamou Fred, em tom de piada. Arya se afastou um pouco do aperto para poder encarar o menino, que não aguentou e sorriu. — O quê?
— De tudo que eu te contei, que inclui: lobisomens, o rato da sua família ter posto meu pai na cadeia, eu me transformar em um cachorro/lobo... de tudo isso você está indignado com você não estar do meu lado quando eu acordei? — ela pergunta incrédula, e o sorriso dele aumentou ainda mais.
— Era pra ser uma cena romântica, daqueles filmes que você gosta de ver. Imagina que imagem linda pra quando você acordar, eu, do seu lado. Esses lindos olhos castanhos. — ele piscou os olhos muito rápido. Arya riu, depois o deu um tapa no ombro, voltando a se aconchegar nos braços dele. — Pra ser sincero com você, acho que eu nunca fiquei tão assustado igual quando Harry e Lupin te trouxeram naquela noite. Quando eu vi você toda ensanguentada, desmaiada, e eu vi a Madame Pomfrey te levando para a Ala Hospitalar, e não me deixaram ir junto, eu fiquei desesperado. Até agora não consigo acreditar que você está aqui. — ele apertou os braços em volta dela e apoiou o queixo no topo da cabeça loira da
menina.
Ela respirou fundo, não queria que a conversa fosse para o lado sério e meloso dos pensamentos que ela listava agora.
— A gente vai se ver durante as férias, não é? Não sei se quero ficar dois meses sem te ver. — murmurou Arya.
— Mas é claro que vamos! Eu vou até a Alemanha andando se precisar, pago meu irmão pra aparatar comigo, a gente dá um jeito. Posso ir na sua casa, falar com a sua mãe. E daí que ela é a bruxa da Branca de Neve? Eu nem aguento ficar dois meses sem te ver. — ele beijou o topo da cabeça dela, procurando a mão dela para a entrelaçar com a dele.
Por tudo que era mais sagrado, só de imaginar encontrar Fred Weasley no mesmo cômodo que Eleanor Rosier já fazia Arya tremer.
— Eu não quero voltar pra casa, Fred. Não posso ficar aqui pra sempre? — ela mudou de assunto, mesmo que não conseguisse ver o rosto dele ela sentiu quando ele deu um sorrisinho de canto para ela.
— Eu vou te buscar, prometo. Assim que eu puder, eu vou te buscar. — ele prometeu, ouvindo quando Arya soltou um suspiro e deitou a cabeça no outro ombro dele, se aconchegando ainda mais no conforto dos braços dele em volta dela, onde ela se sentia mais segura que nunca.
Assim acabou o primeiro ano de Arya em Hogwarts, o início de um novo ciclo que, com Fred Weasley, acabou de melhorar.
NOTAS:
OIII GENTEE
Eu estou NO CHÃO chorando agora que acabamos oficialmente o primeiro ato 😭😭😭
Que orgulho eu tenho dessa fic, minha paixãozinha escrever sobre o Fred e a Arya (pensaremos em um nome para o shipp). E eu fico tão feliz em saber que também existem pessoas que gostam da história, que acompanham... vocês fazem o meu dia 🤍🤍🤍
Pretendo começar o segunto ato (Cálice de Fogo) na semana que vem, então estejam ligados!!
Beijosss!!!
Amo vocês e nãos esqueçam da estrelinha!!!
🤍🤍🤍
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