𝐗𝐈𝐕. 𝑎𝑙𝑤𝑎𝑦𝑠 𝑡ℎ𝑒 𝑓𝑜𝑜𝑙
— DEIXA EU VER se eu entendi — o ruivo esticou o corpo no sofá, que era óbviamente muito pequeno para acomodar Fred Weasley deitado. — Você matava aula, descobriu uma entrada secreta pra Casa dos Gritos, conversava com um fugitivo criminoso...
— Ei! Ele não é um criminoso! Eu acabei de dizer isso, ele não teve um julgamento. — a loira rapidamente defende o recém-descoberto pai, enquanto tentava prender prender seu cabelo com sua varinha. Lee deixa uma risada não engraçada escapar, logo seguido de um de seus comentários sarcásticos.
— Arya, você quer que a gente acredite que Sirius Black é seu pai! Você se escuta? É impossível! — respondeu Lee, Arya revirou os olhos. Idiotas.
Os quatro estavam reunidos no Laboratório, já que uma súbita onda de coragem invadiu Arya naquele dia e ela decidiu que contaria a novidade para os melhores amigos.
O que ela não esperava (mas devia, porque realmente era algo absurdo) era que nenhum deles conseguia acreditar na ideia de que Sirius Black era pai de Arya Rosier.
— Caso essa teoria seja verdade — interrompeu George, que estava sentado na cadeira de escritório roubada da sala do professor Lupin. — Caso seja verdade! Porque eu não acredito que seja. Mas mesmo assim, supondo que Sirius Black viajou até a Alemanha para... bom... conhecer sua mãe... você acha que Sirius Black o tal rebelde desertor que você diz que ele é e a Eleanor Rosier, a mesma que eu vi com meus próprios olhos cor-de-chocolate, a senhora certinha e perfeita tiveram um lance? Ou eles se conheceram, sei lá, em um pub?
— Boa pergunta! Será que existem pub's só de Comensais da Morte? — Fred faz a piada, mas Arya nem consegue o ouvir, porque sua cabeça só pensava em uma coisa.
Essa história estava mesmo muito estranha.
Olha só, pra quem estava virado de costas mexendo em uns frascos velhos de poções de envelhecimento, até que George estava prestando atenção.
Não fazia sentido nenhum o jovem Sirius Black que seu próprio pai a contou sobre ter tido um caso com alguém como Eleanor.
E Arya nunca teve alguma conversa tão íntima assim com sua mãe, mas com certeza Eleanor não era atraída por bruxos motoqueiros, traidores de sangue e fãs do AC/DC com pôsteres de mulheres de biquíni no quarto. Com certeza não.
— Ok, eu não sei te responder isso. — a loira respirou fundo. — Mas ele é meu pai, e é inocente. Eu vou achar um jeito de provar isso. E eu vou levar vocês para conhecer ele, duvido não acreditarem em mim quando ouvirem ele dizer.
— Pronto pra conhecer o sogrão, Fred? — brinca George, com um sorriso, as risadas de Lee complementam a piada. Fred joga uma almofada nele.
🌞
Era estranho o fato de que quando Arya mais precisava que o cachorro preto aparecesse e agarrasse a perna dela, ele não aparecia. Eram quase seis da tarde, e a loira andava pelos terrenos de Hogwarts procurando pela forma animaga de seu pai. Ou bom, quem ela achava ser seu pai. Porque ele teria que explicar essa história muito bem.
Era como se Morgana escutasse a loira, porque quando ela estava começando a achar atraente a ideia de tomar um banho e ir jantar, Sirius Black finalmente apareceu, o grande cachorro preto de sempre vinha correndo em sua direção.
— Finalmente! Olha, você não sabe o quanto eu te procurei! Eu- o quê? — geralmente o cachorro latia para ela antes de agarrar sua calça e a arrastar por aí, mas hoje não, Black não perdeu tempo em pegar uma parte do tecido da calça jeans da adolescente com os dentes. — Ei! Vai com calma!
Como sempre, a descida até a Casa dos Gritos por meio do Salgueiro Lutador era um pouco desconfortável, mas isso cada vez mais se tornava o cotidiano da Rosier.
— Eu não tenho muito tempo... eu vou pegar ele hoje, aquele rato maldito. Isso acaba hoje. — o homem, agora já transformado, murmurava desconexamente, andando de um lado para o outro no quarto que estavam acostumados a se encontrar. O homem suava frio, Arya podia notar que ele estava muito nervoso, parecia até tremer de medo.
— Ei, Sirius, respira. — ela pôs uma mão em cima do ombro direito dele, ficando bem perto do pai. — O que tá rolando? Vai pegar quem?
Ele respirou fundo, suas mãos tentaram afastar seu cabelo de sua testa, que estava suando.
— Peter Pettigrew. Esse é o desgraçado que eu vou pegar hoje. — disse Sirius, tão baixo como um sussurro.
Até onde Sirius havia contado a ela, Peter havia morrido. Por isso ele estava preso, certo? Porque Peter Pettigrew e mais doze trouxas foram boom!, explodidos no meio de uma rua comum.
— Mas ele não...
— Não. Esse desgraçado não estava morto. Esse tempo todo, treze anos eu fiquei naquela prisão imunda, e no final das contas, esse filho da puta estava aqui, em Hogwarts. Se escondendo! Como a porra do rato que ele sempre foi! — Sirius empurrou um vaso de flores no chão, causando o vidro se estraçalhar em pedacinhos. Arya engoliu seco, se encolhendo um pouco mais, mesmo que não tivesse medo nenhum de Sirius Black enfurecido. — Esse ratinho covarde! E você imagina minha surpresa em ver um rostinho tão familiar como o dele na porra da primeira página do jornal do Fudge? Imagina o quão idiota eu me senti? O quão estúpido eu fui por confiar nesse cara?
Mais um vidro quebrado. Os nós dos dedos da mão dele ficavam brancos de tanto que ele as apertava muito forte, uma lágrima solitária escorreu do olho esquerdo dele durante o discurso dele, Arya prestava atenção em cada detalhe da cena.
— E hoje. Hoje eu finalmente vou matar esse desgraçado com as minhas mãos, algo que eu já deveria ter feito a tanto tempo...
— Sirius, a gente pode pegar ele! Levar ele até alguém, não sei, Dumbledore pode ajudar! Você pode ser inocentado! Professor Lupin pode nos ajudar, e até a professora McKinnon também! Você não pode fazer isso agora, desperdiçar essa chance em...
— Eu posso! Quando você passa treze anos da sua vida preso por algo que você não fez, você pode. Quando você perde sua filha, perde a infância inteira dela, e depois tem que fingir precisar da ajuda dela só para ter, pelo menos, um pouquinho da sensação do que é passar o tempo com a minha filha, eu tenho.
O cômodo mergulhou em um silêncio desconfortável, que até então Arya nunca pensou que viveria estando perto de Sirius, já que ele a fazia rir por horas até ela sentir a barriga doer.
Ela sabia que ele estava certo, cada palavra que ele disse, ditas de um jeito tão desesperador, carregadas de uma mágoa de tantos anos e que ela não conseguiria nem dimensionar. Se ela estivesse no lugar dele, não agiria com lógica também, isso seria algo que Angelina provavelmente faria. Arya com certeza iria atrás de Peter Pettigrew e o esganaria com as mãos, exatamente como ela pôde sentir que Sirius queria fazer nesse momento.
Então tudo o que ela tinha agora de fazer era apoiá-lo, em qualquer que fosse sua decisão.
— Você não entende agora, eu também não entenderia na sua idade. — ele respirou fundo, se aproximando dela e a puxando para um abraço. — Arya, quando isso acabar, você vai ver, vamos ser uma família. Eu e você, o Harry também, ele vai entender. Eu amo vocês dois, mais do que eu amo qualquer outra coisa.
Eles se separaram do abraço apertado, e a deu uma última olhada antes de se transformar em sua forma animal e sair do Salgueiro Lutador.
🌞
Sirius estava demorando demais, ela estava ficando preocupada. O Sol estava quase se pondo e ele não voltava, isso não podia ser bom.
Os pensamentos e o medo de que o descobrissem, que o levassem para Askaban, que tirassem seu pai dela de novo consumiam a cabeça dela, quando um alvoroço familiar a assustou, fazendo Arya quase pular para dentro de um armário enorme e empoerado, muito escuro. Mas sua porta quebrada formava uma fresta discreta que a ajudaria a saber o que diabos estava acontecendo.
O choro e os gritos de Ron, o irmão mais novo de Fred e George, ecoavam pela casa amaldiçoada, e logo um vulto laranja passou pelo armário, sendo seguido de um cachorro preto muito familiar. Não muito depois, as vozes de Harry Potter e Hermione chegaram à casa, aos sussurros, procurando por Ron.
Arya tinha muita vontade de sair de seu esconderijo e gritar "Não se assustem! Ele não vai fazer mal!", mas preferia se manter naquele canto por mais um pouco, eles não precisavam de tanto choque em tão pouco tempo.
— Onde está o cão? — perguntou Harry, indo de encontro ao amigo, que tinha uma perna muito machucada, com uma marca de uma mordida sangrenta.
— Não é um cão — gemeu Rony, sua voz falhava de tanta dor. — Harry, é uma armadilha! Ele é o cão! Ele é um animago!
Sirius apareceu de um canto do quarto, sua aparência não ajudava em nada a sua tentativa de se parecer inocente, ele lembrava uma caveira.
Harry tentou o atacar, mas Sirius bloqueou o feitiço e jogou as duas varinhas para longe, ele andava devagar até os meninos, com cautela. Se Arya não soubesse de toda a verdade, ela estaria morta de medo dele agora.
— Achei que você viria ajudar seu amigo. Seu pai teria feito o mesmo por mim. Foi muita coragem não correr à procura de um professor. Fico agradecido... vai tornar as coisas muito mais fáceis...
Harry tentou partir pra cima do alucinado Sirius Black, mas Hermione o segurou no chão.
— Se você quiser matar Harry, terá que nos matar também! — disse Ron, mesmo que o ruivo não conseguisse se manter em pé por mais que alguns segundos. — Você vai ter que nos matar também! Ouviu? — ele continou, mesmo que se apoiasse em Harry enquanto isso.
Arya assistia os três brigarem com Sirius quase sem respirar, não sabia quando intervir, se intervir. Não é como se escrevessem manuais para quando seu recém-descoberto pai que, por acaso, também é um fugitivo insano, vai atrás do cara que forjou a própria morte, culpou ele e o deixou em Askaban por 13 anos.
A dúvida acabou no momento que Arya se encontrou assistindo Harry pular em cima de Sirius e começar a bater, sem magia, só com a raiva.
Hermione, que já estava horrorizada em ver Sirius e Harry se atacando na mesma intensidade, quando viu Arya pular para fora do armário e correr até os dois, soltou um grito.
A cena era uma bagunça, haviam fagulhas e sangue pra todos os lados, Arya correu para Harry, tentou agarrar o menino de algum jeito, separar a briga.
As mãos magras de Sirius encontraram a garganta de Harry e a apertaram até que Arya conseguisse as soltar dedo por dedo, sem medo de levar algum chute no meio da porradaria. Até o gato bichento entrou na briga, tentando tirar a varinha de perto de Harry, que deu um pontapé no felino.
A briga acabou quando ela mexeu alguns dedos e usou seus poderes para causar uma explosão, que fez Harry parar em um canto do quarto e Sirius na parede oposta.
— Arya? O que você está fazendo aqui?! — exclamou Harry, estava quase sem ar, seu rosto machucado segurava seu óculos quebrado, seu peito subia e descia rápido.
— Uma longa história, de verdade. Mas vocês também tem uma história para ouvir, então vamos apenas conversar, como estamos agora. — a loira arfou, limpando um pouco do sangue que escorria de seu lábio pelo chute que Potter havia a dado um pouco mais cedo.
— Você está defendendo ele?! — Ron falava como se estivesse quase ofendido, como se Arya acabasse de xingar a mãe de alguém. Ela não pôde responder, porque Sirius logo a interrompeu.
— Vai me matar, Harry? — provocou Black, do outro canto da sala.
— Você matou meus pais. — ele acusou, se levantando e indo até Sirius, mas sendo parado por Arya, que podia apenas impedi-lo de atacar Sirius de novo, porque Harry já estava apontando a varinha com firmeza.
— Não nego que matei. Mas se você soubesse da história completa...
— História completa? — Harry estava furioso, sua pele vermelha como os cabelos de Ron. — Você vendeu meus pais a Voldemort, é só isso que eu preciso saber.
— É verdade, Harry... — Arya interrompeu, partindo em defesa de seu pai. — Você vai ver, não é culpa dele.
— Arya, como você consegue defender um monstro como ele?! — pergunta Ron, o contraste da calma de Black e a fúria de Potter era marcante, contra o desespero da Rosier.
— Você precisa me ouvir, Harry. Você não compreende...
— Ah, eu compreendo muito melhor do que você pensa — a voz de Harry estava mais trêmula que nunca. Harry ergueu a varinha de novo, a apontando diretamente para o peito de Sirius, ele queria o atingir, mas não conseguia, porque tinha um coração muito bom para isso. — Você nunca a ouviu, não é? Minha mãe, implorando por misericórdia enquanto Voldemort a matava... e você fez aquilo... você.
Arya sentiu uma fisgada no coração ao imaginar a dor que Harry sentia ao dizer isso, e a dor que Sirius sentia em ouvir o menino e saber que o que ele falava... no fundo, Sirius achava que era verdade que ele havia matado os Potter, por ser muito ingênuo.
Então ouviu-se um ruído.
Um ruído que depois indicou dois professores de Hogwarts, Lupin e McKinnon, parados bem na porta do quarto onde tudo acontecia.
— Expelliarmus! — gritou Lupin.
Ninguém sabia exatamente como agir, Harry estava paralisado, a professora McKinnon avançou pelo quarto até Sirius, e perguntou com a voz muito tensa.
— Onde é que ele está, Sirius?
Arya não sabia se estava aliviada ou preocupada em ver os dois professores, não sabia se defender seu pai ajudaria muito agora. Mas ficar parada no meio do quarto ajudaria? Ela não deixaria que o levassem aos dementadores, isso era certo.
Sirius estava impassível, nem fez questão de se mexer, até levantar uma mão machucada e apontar para Rony, que parecia extremamente confuso.
— Mas então... — murmurou Lupin, encarando Black com uma intensidade absurda. — ... por que ele não se revelou antes? A não ser que... — os olhos chocolate do professor se arregalaram.
— A não ser que ele fosse o... a não ser que você tivesse trocado... — a professora de vôo completa, Arya não estava entendendo nada mas para McKinnon fazia muito sentido.
Lupin então fez a coisa mais inesperada e inimaginável para aquele momento, ele abraçou Sirius Black, como se fossem melhores amigos de novo.
Isso – por algum motivo que ela não saberia explicar — não afetou tanto Arya, pelo menos não tanto quanto Hermione, que começou a berrar desesperada, como se tivesse sido traída por um irmão ou coisa do tipo. O que ninguém estava esperando era que a Granger contasse que Remus Lupin era um lobisomem, como Sirius já havia contado a loira há algum tempo atrás.
— Eu não tenho ajudado Sirius a entrar no castelo, nem quero ver Harry morto... mas não vou negar meu lado canino.
— Como você sabe? — perguntou a professora McKinnon, espantada.
— Há séculos, desde a redação do Prof. Snape...
— É claro que tinha um dedo do seboso nisso. — a professora murmurou.
— Ele ficará encantado, passou aquela redação buscando exatamente isso. Você é a bruxa de treze anos mais inteligente que já conheci, Hermione.
— Não sou não. Se eu fosse um pouco mais esperta, teria contado a todo mundo quem o senhor é!
— Dumbledore contratou o senhor mesmo sabendo que o senhor é um lobisomem?! Ele é louco? — exclamou Rony.
— Se ele acha que o Snape trabalhar com crianças é uma boa ideia, é claro que o homem é maluco. — Arya respondeu, e McKinnon riu.
— O senhor esteve ajudando ele o tempo todo! — berrou Harry.
— Eu não estive ajudando Sirius! — o professor devolveu as varinhas aos três alunos, mantendo a calma no quarto. — Estão armados... agora vão me ouvir?
Lupin começou a explicar o que havia levado ele e McKinnon até lá, passando pelo Mapa do Maroto e chegando na Capa de Invisibilidade de Pontas, pai do Harry. Então McKinnon continuou, relatando um pontinho que acompanhava o trio da cabana de Hagrid até o Salgueiro Lutador.
— ... observamos quando arrastou dois de vocês para dentro do Salgueiro Lutador.
— Um de nós! — corrigiu Ron, bravo.
— Não, cabeçudo, são dois de vocês. Você e esse rato podre aí. — Arya retrucou, dando um tapa na nuca do ruivo, que sibilou com o ato.
— Isto não é um rato. — disse Sirius, com a voz rouca.
— Ah, senhor Black, e o quê ele seria? Um peixe-linguado? — o Weasley ironizou, revirando os olhos.
— Um animago, seu idiota. Que atende pelo nome de Pedro Pettigrew. — respondeu Sirius.
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Penúltimo cap!! Eu já tô ansiosa pra escrever o próximo!! Ah meu deusss
Se você gostou, POR FAVOR deixe seu voto e um comentário, qualquer coisa, de verdade ajuda muitoooo!!!
1. ps: se eu ver alguém falando sobre erros de ortografia, cabeças vão rolar. Eu escrevi as 2 da manhã, por favor!!!
2. ps: eu postei essa semana um livro de Star Wars, no meu perfil mesmo está como "Reckless". Se vcs se interessam e gostam das minhas histórias vão lá dar uma olhada!!
Beijoo e até o próximo cap!!! ❤️❤️
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