𝐗𝐈𝐈. 𝑡𝑟𝑒𝑒ℎ𝑜𝑢𝑠𝑒
AS FÉRIAS DE páscoa estavam indo muito bem, considerando que Arya não tinha tempo (ou dizia não ter) de interagir com sua péssima família porque estava muito ocupada fazendo as mil tarefas que foram enviadas de lição de casa pelos professores.
Mas, apesar dessas lições que Arya fez a metade, a notícia de que talvez sua vida toda tivesse sido uma mentira ainda a assustava. Para ser sincera, nem conseguia olhar na cara de Eleanor. E muito menos conseguia falar alguma coisa sobre o fato de ela ter que descobrir 16 anos! depois que Sirius Black é seu pai.
Arianna nem sabia o por quê de acreditar tanto na palavra de Sirius Black, um criminoso condenado pelo mundo inteiro.
Se Angelina pudesse a ouvir agora, provavelmente Arya estaria internada. Em um hospício.
Mas era inevitável acreditar num cara que acerta todas as informações da sua vida, te conta o maior segredo da vida dele e ainda parecia um pouco demais com você.
Mas tirando toda a questão da paternidade indefinida, Arya estava muito bem sim, obrigada. E o motivo de toda essa felicidade — mesmo ela tendo voltado para um ambiente facilmente comparável a Askaban por um curto período de tempo — era um "amigo" chamado Fred Weasley.
E acredite se quiser mas Fred e Arya se falavam quase todos os dias por cartas. Até dois meses atrás ela nem tinha papel de carta em casa.
Mas ela sentia muita falta de ver ele, e mesmo que não fosse possível, quando se falavam já era o suficiente. Era algo que Arya nunca sentiu por ninguém.
Em uma das últimas cartas que trocaram, Arya estava reclamando de quanto sentia falta da comida de Hogwarts, além de mencionar o quanto sua casa era chata e sua rotina era entendiante.
"Querida Arya,
Sim, eu vou fazer uma carta formal toda vez que a gente se falar.
Eu devo admitir que almoçar com todo mundo em Hogwarts era muito bom, mas que a minha mãe é uma concorrente párea para a cozinha de Hogwarts.
Por falar nisso, você deveria vir aqui algum dia desse feriado. Ela ia adorar te conhecer, acho que nem me aguenta mais falando de uma tal Arya o dia todo. Se você quiser eu posso até mandar uma carta para sua mãe fingindo ser um Conde sangue-puro e te sequestrar. Mas só por você, tá?
Mas de verdade, tenta vir aqui algum dia, seria incrível se a gente conseguisse se ver fora da escola...
Beijinhos do seu amado,
Fred Weasley"
Arya sorriu ao pegar o papel de carta nas mãos, seus olhos corriam pela carta e ela não pôde evitar sorrir ainda mais ao ver que Fred Weasley queria que ela fosse na casa dele. Na casa dele.
Talvez aquilo fosse demais para ela.
— 'Tá falando com quem, hum? — alguém indagou, Arya estava tão concentrada lendo a carta que não percebeu Bianca quase dentro de seu quarto.
— Você me odiaria. — Arya deu um sorriso ao ver o olhar de decepção da irmã. — Pode ser que seja um traidor de sangue. Pode ser.
— Seria uma possibilidade tão remota para você, não é, Arianna? — julgou Bianca, revirando os olhos e se sentando em frente a Arya em sua cama. — Ele pelo menos é bonito? Rico eu sei que não é...
— Para seu governo: ele é lindo e eu não me importo com o dinheiro dele.
— Claro, porque ele não tem. — retrucou Bianca.
— Olha aqui! Ele me faz bem, e eu gosto muito dele. E, se for o caso, eu tenho dinheiro suficiente para nós dois. — Arya sorriu ao ver sua irmãzinha rir.
— Arianna, você não existe! — Bianca murmurou entre risadas. — Mas não deixe mamãe saber, ou você não vai ter dinheiro nenhum porque vai ser d-e-s-e-r-d-a-d-a!
Depois de um longo tempo sem ter uma convivência com Bianca, Arya queria que aquele momento durasse para sempre.
— Meninas — mas é claro que felicidade dura pouco. — viram meu broche? Não consigo achar e tenho um evento amanhã...
Eleanor apareceu do nada na porta do quarto, isso preocupou Arya. Ela estava totalmente avoada, isso era perigoso.
— Puxa vida, mamãe, não faço ideia...! — Bianca comentou, pondo uma mão em cima da carta de Fred que estava repousando no colo de Arya. A irmã mais velha mentalmente agradeceu Bianca por isso.
— É mãe, acho que não... — comentou Arya, tentando esboçar um sorriso pequeno. Queria voar na cara de Eleanor por não ter contado sobre o pai dela.
— Ah sim, tudo bem. — ela disse, virando as costas e indo embora.
Bianca e Arya se entreolharam, se segurando para não rir na frente da mulher que havia acabado de virar as costas e ir embora.
Essa era boa, Eleanor alguma vez interessada em algo que Arya fez! E que não fosse explodir alguma coisa!
Mas de tudo, pelo menos ela descobriu que talvez daria sim para fazer uma visita a Fred no dia seguinte, já que sua mãe estaria em um evento que provavelmente duraria o dia todo, e um pouco da noite também. Era perfeito!
Naquela noite mesmo ela devolveria Errol com um bilhete contando a novidade.
No dia seguinte, assim que sua mãe saísse de casa, um pouco depois do meio-dia, e com tudo combinado com Bianca e Fred, Arya usaria o pó de flú e apareceria bem na sala de estar dos Weasley.
O problema é que Eleanor não ia embora nunca. Era seu vestido que tinha um amassado mínimo e Jipsy teria que arrumar, sua encharpe favorita estava na lavagem à seco, seu cabelo não estava perfeito...
parecia que ela sabia que atrasar em sair de casa resultava em Arya não conseguir ir até os Weasley — porém, vale ressaltar que até o presente momento era uma hipótese ridículamente impossível de apenas ela IR na casa deles, então já estávamos no lucro.
— Acho que é isso, Jipsy. — Eleanor finalmente declarou, se aproximando da porta da sala de estar. Bianca e Arya, que estavam disfarçadamente estiradas no sofá esperando que a mulher fosse embora para porem o plano em prática. — Eu não sei quando volto, não me esperem para jantar.Tchau!
E finalmente essa mulher foi embora!
— Vamos, vamos! Srta. Arya não pode se atrasar! — apressou Jipsy, com sua vozinha esganiçada e fina, correndo para a cozinha. — Acho que ainda tem um pouco de pó de flú aqui!
Arya se levantou num pulo, tentando desamassar sua roupa com a mão. Bianca ficou ao seu lado, tendo certeza antes de que marcou a página que estava em seu livro.
— Olha só, Cinderella! Nada de ficar muito perto, ok? Toma cuidado com... e não... — Bianca não terminou a frase, porque ela nunca conseguia falar em voz alta sobre sexo, Bianca era angelical demais para isso.
— Bianca, relaxa, ok? Eu não vou fazer nada disso! E caso a Rainha do Gelo volte, você fala para ela que eu fui dar uma volta pela cidade, sei lá... e me manda uma coruja imediatamente, eu volto correndo.
Bianca fez um "sim" com a cabeça não muito convencido, mas era o que bastava para Arya — que ela havia entendido sobre sua mãe voltar antes dela. Uma última olhada para Jipsy, que mantinha o sorriso enorme e doce de sempre, e Arya entrou na grande lareira, pegou um punhado do pó escuro e disse "Toca dos Weasley" do jeito mais claro possível.
🌞
— Toca dos Weasley!
Puft.
Talvez entrar na casa do cara que você gosta pela lareira e sair com fuligem até no último fio de cabelo não era o melhor jeito de comecar as coisas. Mas por quê não?
Uma mulher bem baixinha e gordinha, com cabelos flamejantes ruivos e um avental de cozinha passou pela sala em que estava a lareira, e coincidentemente Arya dentro da lareira, com um balde de ferro cheio de água — que ela o deixou no chão assim que viu uma adolescente estranha e loira (algo não muito comum na casa) com a cara cinza-fuligem.
Ela não tinha mais nada do que a ante-sala e uma parte da cozinha como referência, mas a casa dos Weasley era bem diferente da dela. Tanto pelos móveis, as centenas de quadros e retratos familiares, tapetes e cortinas estampados que combriam o cômodo... mas era muito aconchegante. Lhe dava uma sensação calorosa, de conforto, de família. Isso sim era um lar familiar. E não a mansão luxuosa e inteiramente branca de Eleanor Rosier, onde você não pode mexer na cortina ou por os pés no sofá.
— Me fala que eu não errei a casa, por favor, ou isso vai ser estranho... — Arya murmurou mais para si mesma do que para a mulher em sua frente.
— Ah, querida! Você deve ser Arianna! George me contou que você vinha passar a tarde hoje... ou será Fred? Que seja! — a mulherzinha era muito simpática, até a ofereceu ajuda para descer da lareira. — Fique a vontade, não repare na bagunça, por favor... FRED! GEORGE! A VISITA!
— Muito obrigada, Sra. Weasley, por me receber aqui de repente. Eu combinei um pouco em cima da hora com os meninos...
— Por favor, querida, me chame de Molly. E eu adoro receber visitas, especialmente dos amigos dos meus filhos, não precisa se desculpar por vir em cima da hora, fico feliz que tenha vindo! — a Sra. Weasley respondeu, com uma calma e delicadeza quase espirituais.
A mulher se virou para levar o balde até a área externa e deixou que Arya pudesse ver ainda mais detalhes da casa, como um relógio enorme no meio da parede da sala que indicava com ponteiros personalizados onde cada filho estava.
Arya estava parada em frente a um quadro de uma foto da família inteira no que parece ser as férias que tiraram no Egito que os gêmeos haviam a contado.
— Oi, enxerida! — cumprimentou Fred, cutucando seu ombro.
— Como vai? — terminou George.
Arya quase caiu para trás de susto, deu um tapa em cada um e ainda não sentia que era o bastante.
— Oi, Tico. Oi, Teco. Tudo bem, e vocês? — respondeu Arya.
— Muito bem, melhor agora que a nossa Emma Frost favorita chegou. — um deles comentou.
Emma Frost era o apelido deles para ela por conta de seus poderes, e claro, eles só usavam quando estavam apenas os três e Lee.
— Ha ha, engraçadão ein, Cheetos sabor cheddar? — retrucou Arya, rindo da cara de "espanto" que George e Fred fizeram. — Mas e aí? O que a gente pode fazer que não envolva drogas e prostituição?
— Hum, se álcool puder a gente joga aquele Ping-Beer — Arya fez uma careta em resposta a Fred. — Tá, tá bom... vem, vamos subir lá para cima.
— Até porque subir lá para baixo é complicado, hein, Fredinho? — foi George quem brincou, fazendo um toque com Arya, enquanto subiam a escada. O gêmeo mais velho revirou os olhos e seguiu o caminho.
E por que é que ela esperava algo diferente? O quarto deles era péssimo, uma bagunça sem fim. O colchão de um deles estava desemcapado de tão péssimo que era o nível. Tinha uma escrivaninha bem grande cheia de vidros, ingredientes e uma papelada enorme para preencher.
Provavelmente chamaram ela para isso, já que essa era uma das funções que Arya fazia.
— Só não repara a bagunça. — disse Fred entrando atrás dela.
— Um pouco impossível, eu acho até que eu pisei em uma barata! — ela ironizou, correndo os olhos pelo ambiente.
— Impossível, a gente limpou o ninho delas anteontem! — George comentou se estirando em cima da cama com o colchão desemcapado. Arya fingiu segurar o vômito.
— Por isso que a única mulher que vão conseguir trazer aqui sou eu, pelo menos vocês me pagam pra ajudar vocês.
Fred estava em silêncio enquanto George e Arya discutiam sobre o estado do quarto. Desde o dia da festa eles não haviam se falado muito pessoalmente, pelas cartas era outra coisa, não estavam olhando para o outro enquanto flertavam descaradamente.
Assim que Arya conseguiu arrumar um espaço em uma namoradeira que estava cheia de roupas — ela não conseguia identificar se limpas ou sujas — eles ficaram ali conversando por muito tempo sobre as pegadinhas, os produtos, a vida amorosa de George, se Arya era um tipo de alienígena não-registrado, se o cabelo de Snape já era impermeável... muitos assuntos.
— George, Fred... eu estou entrando. — era Ginny do outro lado da porta. — É bom que estejam vestidos ou eu vou processar vocês por danos morais!
Quando ela abriu a porta e viu — primeiramente os dois irmãos muito vestidos — e Arya sentada no sofá, a loira pôde que ela ficou bastante surpresa.
— Arya?! 'Ta fazendo o quê aqui? Ninguém me contou que você vinha!
— Oi Gin, eu tô só passando, daqui a pouco eu já vou...
— Não vai não — Fred soltou do outro lado da conversa. — Vai ficar pro jantar, não vai?
Era óbvio que Arya não podia ficar para o jantar. Mas era óbvio também que ela ficaria. E depois ela inventava alguma desculpa para Eleanor, já era costume.
— Eu posso ficar... se vocês quiserem. — respondeu Arya, sua atenção virada para Fred. Aquela parecia ser a primeira vez que os dois se olhavam de verdade desde que ela chegou. — Afinal, sair daquela casa já foi difícil pra caramba, eu tenho que aproveitar.
— Bom, porque a mamãe quer vocês lá embaixo. Tipo, agora. — a ruiva avisou e foi embora, deixando os três ali.
Arya, George e Fred desceram as escadas da Toca e encontraram Ron e Percy comendo o que parecia ser um sanduíche. Arya nunca tinha visto Percy sem o uniforme impecável e a insígnia reluzente com o escrito "Monitor-Chefe - Percy Weasley" brilhando mais que o Sol. Era estranho pensar que ele tinha uma vida fora do "personagem" que ela criou para ele.
— Arya?! Tá fazendo o que aqui?— resmungou Ron, mais derrubando farelos do sanduíche que estava mastigando que emitindo algum som.
— Que coisa, né, Roniquinho! Por você que ela não veio. — os gêmeos responderam ao mesmo tempo, com sarcasmo.
— Eu só perguntei! Literalmente só isso! — ele resmungou de novo, voltando sua atenção para o sanduíche.
Arya só conseguia rir da cara de chateação do mais novo, que abaixou a cabeça de novo, coitado.
— Meninos! Não briguem! — exclamou Molly, concentrada em lavar a louça na pia da cozinha. — Fred, George, tentem arrastar aqueles vasos no depósito pra mim, por favor, enquanto o pai de vocês não chega para ajudar...
Os dois seguiram para a porta que dava para o lado de fora — cujo Arya ainda não havia visto, mas com certeza não era uma arquitetura convencional — e Fred apontou com a cabeça para que Arya o seguisse.
George estava um pouco a frente de Fred e Arya enquanto eles andavam até uma casinha um pouco distante da casa, o tal depósito, pela grama verde e o Sol bonito. Isso deixava os dois um pouco a sós pela primeira vez em um bom tempo. Desde o sofá.
Arya se perguntava se algum dia teria coragem de confessar que queria muito continuar o que começaram aquele dia.
— Deve ser muito legal morar em um lugar assim... — ela comenta, durante o silêncio desconfortável deles. — É muito bonito, e a vista é linda.
— Eu amo A Toca, mesmo que não seja o puro luxo e que visualmente não pareça tão bonita. Eu gosto muito de andar por aqui as vezes, acho que eu me sinto livre, sabe? Além disso, em todas as férias a gente joga quadribol aqui. — responde Fred, sorrindo para si mesmo em pensar nos momentos bons que passou nessa casa. — Tem até um lago, sabia? E meus irmãos mais velhos fizeram até uma casa na árvore, em frente o lago.
— Que legal! A gente pode ir lá ver?
— É melhor não, minha mãe pediu para gente ajudar ela com esses vasos... — Arya abaixou a cabeça. — Tô brincando! Vamos lá, depois a gente vê esses vasos aí. Vem George! Estamos indo na velha casa na árvore!
— Vocês dois só inventam... — o gêmeo mais novo resmungou, mesmo assim seguindo Fred e Arya até lá.
O relógio de pulso de Arianna marcava 17:37, o que significa que o Sol estava quase substituído totalmente por um céu cheio de estrelas que ela nunca conseguiria ver da cidade grande de Londres.
A árvore em que uma grande caixa de madeira com janelinhas bonitinhas estava era muito grande, mas havia uma escada para que os três pudessem entrar na casa da árvore. E dentro ela não era tão pequena assim como Arya pensou — talvez ela também não tivesse muita noção de como seria, já que ela nunca entrou em uma antes —, mas era aconchegante.
— Lembra, Fred? Foi nossa primeira pegadinha. — George apontou para uma aranha de pelúcia que parecia velha.
— O que vocês fizeram? — perguntou Arya, encostando em uma parede perto de Fred.
— Ron tinha dois anos acho, ele estava brincando com um tamborzinho insuportável que ele ganhou da tia Tessie, eu e Fred simplesmente não aguentávamos mais!
— ... Aí eu tive a idéia de transfigurar o tamborzinho para uma aranha enorme, pra ver se ele ficava quieto logo. Papai ficou furioso, encheu a gente de porrada, não foi, George?
— Ah, bons tempos! — o outro gêmeo suspirou atuando um sorriso.
— Vocês traumatizaram uma criança de dois anos? E ainda era seu irmão! Vocês são péssimos!
— E você é santa? Conta alguma coisa que você já fez com a perfeita Bianca Rosier. — pediu George.
— Uma vez eu perguntei como ela se sentia não conhecendo a verdadeira família dela. Acho que a Bianca tinha 5 anos, ela ficou desesperada. Eu inventei que a gente pegou ela de uma tribo indígena. Minha mãe me bateu tanto, mas valeu a pena, coitada.
E assim os três começaram a rir depois disso, ficaram ali um tempão , sentados no chão e divindindo memórias da infância.
— Tá muito bom e tudo mais, mas eu preciso ir no banheiro, espero vocês lá para o jantar. — disse George, se dirigindo até a escada para o chão.
Ela nem notou como o tempo passou rápido, o céu já estava num tom de lilás, o Sol já estava se pondo. Logo ela teria que voltar para casa.
— Não!Fica! — Arya pediu, mesmo que no fundo ela só quisesse que ele desaparecesse logo para eles poderem ficar sozinhos de novo. Sem ofensas, George.
Geoge sorriu, mas mesmo assim deu um tchauzinho e desceu as escadas, logo desaparecendo de vista.
— Que coisa, né? Já escureceu... — Fred tentou puxar um assunto, olhando para a grande janela da casinha.
— Fred, eu...
— O que? — ele perguntou rapidamente, quase interrompeu a menina de falar.
— ... queria dizer que adorei vir aqui hoje. E adorei a sua casa, e nós passamos uma tarde muito boa, eu gostei de você ter me convidado. — continuou Arya, alternando entre olhar para ele e o chão em que estavam sentados.
— Eu posso convidar mais quantas vezes você quiser. — ele respondeu, dessa vez a encarando diretamente nos olhos.
Sem perceber, os dois estavam se aproximando de novo, como fizeram no sofá da comunal. O mesmo frio na barriga que Arya teve naquele dia agora estava de volta, a mesma sensação de que estava sem ar e que precisava dele para se sentir bem de novo.
Ela sentiu o toque da mão dele, era bem mais quente que a dela, ele passava a ponta do dedo pela mão dela, logo a segurando de uma vez por todas.
— Eu acho que dessa vez o Harry não vai aparecer, né? — ele sussurrou já perto do rosto , fazendo menção ao quase-beijo deles que Potter chegou bem na hora.
— Eu acho que não. — ela sussurou, estava muito perto do rosto dele, da boca dele.
Foi Arya quem o beijou primeiro, que fique registrado.
De início era um beijo desengonçado, Arya estava sentada de lado e se apoiava em uma mão enquanto estava com a outra enlaçada com ele. Aos poucos eles se acostumaram com o beijo, sincronizaram os movimentos e ele pediu passagem para a língua. Agora ela tinha as duas mãos na nuca dele, e Fred segurava ela pela cintura com o braço direito.
Sem quebrar o beijo ele puxa ela para sentar no colo dele, ela posiciona uma perna de cada lado do corpo dele e leva as duas mãos até atrás da cabeça dele, deixando seus dedos pintados de vermelho correrem pelos fios de cabelo ruivo dele.
Fred tinha uma boa pegada, Arya percebeu isso, não era nenhuma surpresa ele ser popular em Hogwarts. Ele segurava ela pela cintura, mas passava a mão pelas costas dela e pelo cabelo louro também. Até que Arya desse permissão para que ele fosse mais explorador e reafirmasse isso quando pegou as mãos dele e as pusesse um pouco mais baixo que o quadril, ele nem ousou tocá-la desse jeito.
Ela havia idealizado isso por muito tempo, o beijo perfeito com o cara que ela estava apaixonada. Era tudo perfeito, ele era perfeito.
E Fred? Nem se fala!
Desde que ele viu Arya pela primeira vez naquele bar horrível, o Caldeirão Furado, com Malfoy. E só George sabe o quanto ele reclamou de uma menina linda como ela estar junto de um idiota igual Malfoy.
E ele ficou tão feliz quando viu que não era nada disso, que Arya era como ele, Fred se apaixonou ainda mais por ela.
É até injusto falar que eles se separaram quando o ar ficou difícil, porque eles retomaram várias vezes desde essa fase do beijo.
— Puta que pariu! A hora! — ela quase gritou, quebrando o beijo e fazendo Fred quase pular de susto no mesmo lugar. Eles estavam embaixo da janela, de onde ela podia ver uma lua muito brilhante e estrelas muito bonitas que indicavam a noite. — Vai Fred, levanta!
Ela tentava arrumar seu cabelo bagunçado e limpar seu rímel borrado com saliva enquanto Fred parecia estar na Lua ainda.
— Fred! Vai logo! Sua mãe deve estar preocupada!
— Desculpa, eu ainda tô nas nuvens... isso é um sonho mesmo? — ele murmurou e Arya deu um sorrisinho antes de o ajudar a se levantar.
— Vai descobrir quando sua mãe matar a gente.
🌞
— Arya querida, tem certeza de que seu joelho não dói? — perguntou a Sra. Weasley, enquanto ainda colocava uma travessa de arroz na mesa. Arya havia ralado o joelho, era disso que a ruiva estava falando.
Ela realmente havia caído enquanto os dois pombinhos corriam até a casa para o jantar, não a entenda mal.
Mas ela não havia ralado o joelho. Isso era o que ela fez as pessoas acreditarem com seus poderes, para que o fato de ela e Fred terem voltado uns 45 minutos depois de George não ficasse tão à tona.
Era uma sacada muito inteligente, você deve admitir. E toda a encenação de estar apoiada em Fred (o melhor cúmplice que você pode querer para estar do seu lado), o drama da bolsa de gelo... até que era muito divertido.
— Acho que sim, Senhora Weasley, já está bem melhor.... — a loira respondeu, ainda segurando a bolsa de gelo e bebendo um gole de suco. Fred a olhava do outro canto da mesa preocupado com o disfarce, mas ela assentia.
— Crianças, cheguei! — um homem entrou pela porta, ele parecia ser o pai dos gêmeos. Arthur era bem alto, e para variar era ruivo, ele segurava um pasta do trabalho e usava um chapéu. — Temos visita hoje? Ninguém me contou nada.
— Prazer, eu sou Arianna, amiga dos gêmeos... — ela os apontou com a cabeça, dando um sorriso simpático para o homem, afinal ela estava na casa dele.
— Ah, Arianna! Finalmente, Fred e George falaram muito bem de você para nós. — o Sr. Weasley continou dizendo, enquanto cumprimentava a esposa na cozinha. Mas Arya olhava para Fred, do outro lado da mesa, que estava vermelho com a parte do "falaram de você". Ela com certeza provocaria ele sobre isso mais tarde.
O jantar era bastante animado na casa dele, Arya notou. Seus pais perguntavam do dia de todo mundo, Arthur contava como foi o trabalho, eles agiam como uma família. E isso era um pouco diferente do que era um jantar na casa das Rosier.
E Fred estava certo na carta, a comida realmente era muito boa.
Depois de ajudar a Sra. Weasley a tirar a mesa, Arya foi até o sofá onde todos estavam reunidos assistindo uma partida de xadrez bruxo entre Percy e Ron. E o mais novo era o melhor no xadrez, ela tinha que admitir.
Da janela da sala Arya pôde ver que Ajax, a coruja branquíssima de Bianca estava parada no beiral da janela, encarando Arya com dois olhos enormes azuis. Isso era um sinal de que Eleanor já estava em casa e Arianna tinha que bancar uma de Cinderella.
— O quê foi? — Fred, que estava sentado ao lado dela no sofá, sussurrou preocupado pondo a mão no joelho dela.
— É a coruja da minha irmã, eu tenho que ir agora. — ela levantou indo atrás do casaco dela, em cima do outro sofá.
— Mas agora? A gente nem comeu sobremesa ainda...
— Olha Fred, foi incrível o que aconteceu hoje. Eu amei ter vindo e amei conhecer sua família, você não sabe o quanto eu amei esse beijo, mas eu preciso ir agora. Se a minha mãe descobre que eu tô aqui, vai ser uma confusão. Muito obrigada por hoje, eu não vou esquecer disso nunca. — ela disse num fôlego só, catando suas coisas por aí enquanto Fred a olhava... um pouco chateado, talvez.
Mas afinal o que ele esperava? Que Eleanor tomasse um café enquanto conversa sobre mudanças climáticas com o Sr. Weasley?!
Ela se despediu de todo mundo muito rápido, correndo para passar pela lareira e voltar para casa o quanto antes. E quando ela voltou, uma parte de Arianna doeu ao deixar a casa da família Weasley.
A diferença de ambiente da calorosa e aconchegante Toca, que ela foi tão bem tratada e era tão simples para a grande mansão luxuosa e vazia de Eleanor era gritante. A casa era toda branca, era fria, intimidadora, desconfortável era o de menos.
— A sua mãe chegou não fazem 20 minutos, senhorita Arya! Como conseguiu chegar tão rápido? — Jipsy veio correndo da cozinha ao ver que Arya havia voltado para casa, com um pano de prato secando um copo.
— Se chama medo, Jip. Muito medo. — ela respondeu, se sentando no sofá para recuperar o fôlego.
— Ah, pobre menina — ela murmurou, se sentando ao lado da mais nova. — Mas como foi? Conseguiu conversar com ele?
— Ah, conversar? Jip, foi perfeito! Era tudo o que eu precisava, uma tarde dessa... eu ri tanto que meu estômago dói de lembrar! E quando George foi embora e me deixou sozinha com Fred numa casinha na árvore que eles tinham... ah, meu deus, foi perfeito! Eu me senti tão bem, acho que nunca me senti tão feliz assim em um dia só, Jipsy!
— Eu fico muito feliz de ouvir isso, senhorita Arya! Nosso esforço foi recompensado! — a loira abraçou a elfa. — Vai para o seu quarto, eu disse para sua mãe que você foi ver uma coisa na casa da piscina.
Ela não poderia ser mais grata a Jipsy do que era agora. A abraçou mais uma vez, bem apertado, como um agradecimento a tudo.
Arya mal podia esperar para contar tudo para Angelina e Jade na semana que vem.
— — —
OII!
FINALMENTE O BEIJO SAIU MEU DEUS DO CÉU!! Não aguentava mais enrolar esses dois, ainda bem que acabou!
SIMM FICOU ENORME E EU NÃO CONSEGUI DIVIDIR EU TENTEI JURO
Me contem o que vocês acharam nos comentários e deixem uma estrelinha!! Ajuda MUITO eu continuar escrevendo!!
Beijoss!!!
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