41. 𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑬𝑿𝑻𝑹𝑨 ᯓ
Algumas semanas atrás
O relógio marcava 19h26, e eu já estava na praia há algum tempo. O som das ondas quebrando suavemente na areia era constante, mas minha mente estava longe, fixa apenas em uma coisa, Calista. Havíamos combinado de nos encontrar às 19h30, mas eu sempre chegava mais cedo, especialmente quando era com ela. Havia algo nela que me deixava ansioso e impaciente, mas de um jeito bom. Era como se meu corpo inteiro se preparasse para a onda de sensações que ela sempre trazia consigo.
Fiquei observando o horizonte, o céu tingido de laranja e rosa pelo pôr do sol, quando a vi se aproximar. Meu coração disparou, como sempre fazia ao vê-la. Ela estava usando um vestido leve, os cabelos soltos balançando com a brisa, e aquele sorriso que parecia ter o poder de iluminar todo o meu mundo. Tudo ao meu redor desapareceu por um momento; era só ela, caminhando na minha direção.
Sem pensar duas vezes, corri até ela. Quando cheguei perto, envolvi sua cintura com firmeza e a ergui do chão, girando-a levemente.
— Você está linda, — Sussurrei, a voz cheia de admiração.
Ela riu, aquele som que eu sabia que jamais me cansaria de ouvir, e quando a coloquei de volta no chão, ela segurou meu rosto e me beijou. Foi um beijo profundo, mas rápido, e antes que eu pudesse me perder completamente nele, ela se afastou, com os olhos brilhando.
— Podemos ir, gênio? — Ela perguntou, estendendo a mão para mim.
Eu sorri, ainda sentindo o gosto do beijo e aquele calor no peito que só ela conseguia causar.
— Tudo o que você quiser, dinamite. Estou às suas ordens.
Ela revirou os olhos, mas o sorriso em seu rosto entregava que ela gostava das minhas brincadeiras.
— Você é tão bobo, Kwon.
Peguei a mão dela, entrelaçando nossos dedos, e começamos a caminhar pela areia. Tiramos os sapatos, deixando-os de lado, e a sensação da areia fria contra meus pés foi um contraste agradável com o calor do momento. A cidade ao fundo estava iluminada, as luzes refletindo na água, e o som das pessoas se divertindo misturava-se ao som das ondas.
Enquanto caminhávamos, Calista parou de repente e apontou para uma barraquinha de churros.
— Ali, olha! — Disse ela, animada, os olhos brilhando de expectativa. — Você precisa provar.
— Churros? — Perguntei, franzindo o cenho. — Nunca comi isso.
Ela colocou as mãos na cintura, fingindo indignação.
— Como assim nunca comeu churros? É um crime, sabia?
Eu ri, balançando a cabeça.
— Espero que sejam tão bons quanto os hambúrgueres americanos, porque você sabe que eu sou exigente.
Ela abriu um sorriso enorme, aqueles olhos travessos me desafiando.
— Você vai dizer que são melhores. Confia em mim.
— Tudo bem, confio em você.
Caminhamos até a barraquinha, e ela pediu dois churros recheados com doce de leite. Enquanto esperávamos, ela começou a falar sobre como aquele lugar tinha sido uma parte importante da sua infância. Eu a escutava atentamente, mas minha atenção estava igualmente dividida entre suas palavras e o jeito como o vento bagunçava seus cabelos.
Quando os churros chegaram, ela me entregou um e deu uma mordida no dela, fechando os olhos como se estivesse experimentando algo divino.
— Vai, experimenta! — Disse, com a boca ainda cheia, um sorriso que me fez rir.
Dei uma mordida, e o sabor doce e quente me surpreendeu.
— Ok, isso é bom — Admiti, e ela riu, vitoriosa.
— Eu disse! Melhor que hambúrguer americano?
Eu hesitei, fingindo pensar, só para provocá-la.
— Talvez. Vou precisar provar outro para ter certeza.
Ela balançou a cabeça, rindo, e continuamos caminhando pela praia, compartilhando aquele momento simples, mas perfeito. Cada risada, cada olhar trocado era mais uma lembrança que eu sabia que guardaria para sempre. Com ela, tudo parecia certo, como se o mundo inteiro fosse só nosso por algumas horas.
E naquele momento, enquanto caminhávamos lado a lado, com os pés descalços na areia e os churros quase acabados em nossas mãos, eu sabia que a amava mais do que poderia colocar em palavras. E essa era a melhor sensação de todas.
Caminhávamos lado a lado, o som das ondas quebrando suavemente ao fundo e a brisa do mar nos envolvendo como um abraço tranquilo. A areia fria sob meus pés descalços era um contraste agradável com o calor que sentia no peito só por estar com ela. Calista estava ao meu lado, segurando o resto do churros que não havia terminado. Tudo parecia... Certo. Como se, naquele momento, o mundo fosse um lugar simples e fácil de entender.
Eu estava terminando meu churros, já pensando em provocá-la por não ter comido o dela todo de uma vez, quando, de repente, ela parou na minha frente. A expressão dela mudou, e eu franzi o cenho, confuso.
— O que foi? — Perguntei, segurando o churros como se fosse um prêmio. — Tá pensando em roubar o meu? Porque, olha, nem adianta, você não vai conseguir.
Ela revirou os olhos e soltou uma risada curta, aquele tipo de risada que me fazia sorrir mesmo quando eu não queria.
— Não é isso, gênio. — Ela cruzou os braços e deu um passo mais perto de mim. — É que... Eu tenho algo pra confessar.
Meu coração parou por um segundo. Sempre que Calista ficava séria desse jeito, o que vinha depois geralmente era algo relacionado a Terry, Kreese ou outro problema que nos cercava como uma nuvem escura. Engoli em seco, larguei o resto do churros na areia e segurei as mãos dela, minha preocupação evidente até na minha voz.
— O que foi? Me diz logo, por favor.
Ela ficou olhando para mim por um momento, os olhos dela encontrando os meus como se estivesse tentando enxergar minha alma. Então, segurou meu rosto com as duas mãos, me forçando a olhar para ela. Senti um arrepio percorrer minha espinha, e a ansiedade começou a tomar conta de mim.
— Pelo amor de Deus, Calista, fala logo ou eu...
— Eu te amo.
As palavras saíram da boca dela tão baixas, tão simples e naturais, que levei um segundo para processar. Meu coração disparou como se tivesse acabado de correr quilômetros sem parar.
— Isso é sério? — Perguntei, sentindo minha voz falhar, gaguejando como um idiota.
Ela balançou a cabeça afirmativamente, os olhos cheios de uma certeza que me desmontou por dentro.
— É sério, Kwon. Muito sério. — Ela fez uma pausa, a voz dela suave, mas cheia de convicção. — Mesmo que o mundo ao nosso redor acabe, mesmo que tudo comece a dar errado, no final, eu sempre vou voltar pra você. Sempre. No fim das contas, vai ser a gente contra o mundo, independente do que aconteça.
Uma risada escapou de mim, alta e quase exagerada, sem que eu conseguisse evitar. Era como se meu corpo não soubesse como processar o que ela havia acabado de dizer.
— Você tá rindo? — Ela perguntou, franzindo o cenho, mas com um pequeno sorriso surgindo nos lábios.
— Estou. — Respondi, tentando conter o riso, mas minha voz estava rouca, carregada de emoção. — Porque, Calista, você não tem ideia do quanto mexe comigo, garota. Eu te amo.
Ela me olhou, os olhos dela brilhando à luz da lua, enquanto eu continuava.
— Eu te amo tanto que meu peito chega a arder. Você é tudo o que eu poderia querer no mundo.
Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas ela sorria, aquele sorriso que me fazia querer largar tudo e viver só para fazê-la feliz.
— Bobo — Disse ela, apertando uma das minhas bochechas com carinho, antes de me puxar para um beijo.
Mas, dessa vez, fui eu quem aprofundou o beijo. Era mais do que um gesto, era uma promessa. Eu sabia que faria qualquer coisa por ela, qualquer coisa para mantê-la ao meu lado. Mesmo se tudo desse errado, se nos afastássemos, eu daria um jeito de voltar para ela, de suplicar de joelhos por mais um minuto juntos.
Porque agora, o que antes eu não conseguia imaginar minha vida sem, Cobra Kai, os torneios, os troféus, parecia insignificante comparado a ela. Calista era o meu mundo agora. Tudo o que eu queria, tudo o que eu precisava.
E enquanto estávamos ali, parados na praia, com as ondas quebrando ao fundo e as estrelas brilhando acima de nós, eu soube com absoluta certeza que faria qualquer coisa por ela. Porque, para mim, não havia vida sem Calista. Ela era tudo. E sempre seria.
Sentamos na areia, e tudo parecia mais quieto, mais íntimo. O som das ondas quebrando era o único ruído ao nosso redor, como se o universo estivesse nos concedendo um momento de paz absoluta. Calista encostou a cabeça no meu ombro, e eu segurei sua mão com força, entrelaçando nossos dedos. A textura macia da pele dela contra a minha era quase reconfortante demais, quase o suficiente para me fazer esquecer que eu já fui um cara que só sabia lutar e destruir.
Enquanto olhava o horizonte, onde o mar e o céu se misturavam em um tom escuro de azul, um pensamento começou a me consumir: eu mudei. Não era apenas uma mudança superficial, era como se eu fosse outra pessoa completamente diferente. E tudo isso... Por ela. Por Calista.
Era estranho, quase assustador, como ela conseguiu me transformar tão rápido. Em um único mês, eu, Kwon, o cara que vivia com raiva e que achava que força era tudo, agora estava aqui, sentado na areia, segurando a mão dela como se minha vida dependesse disso. E talvez dependesse mesmo.
Eu sabia que não era perfeito. Eu sabia que já tinha cometido erros, com ela, comigo mesmo, com as pessoas ao nosso redor. E, sendo honesto, provavelmente ainda cometeria mais. Mas eu também sabia que, por ela, eu faria qualquer coisa. Se eu tivesse que quebrar tudo, incendiar o mundo, ou enfrentar todos os meus demônios para vê-la sorrir, eu faria.
— Calista... — Murmurei, minha voz baixa, quase um sussurro, porque eu não queria que nada além dela ouvisse. — Eu vou te amar toda noite, como se fosse a última vez. Mesmo se o mundo estiver acabando, mesmo se tudo desmoronar... Eu vou estar com você. Nem que eu precise destruir tudo para isso.
Minha garganta apertou, e por um segundo pensei que minha voz fosse falhar. Eu engoli em seco, sentindo o peso do que estava dizendo.
— É uma promessa.
Ela levantou a cabeça do meu ombro e me olhou, seus olhos refletindo a luz fraca das estrelas. Havia algo nos olhos dela que me deixava sem ar, uma mistura de força e vulnerabilidade que era única dela.
— Se algo nos atrapalhar no caminho — Ela disse, a voz baixa, suave como o vento —, se por um acaso nós nos separarmos por qualquer motivo... Saiba que eu não vou deixar que dure muito.
Meu peito apertou, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela continuou.
— Porque eu sempre vou voltar pra você. Não importa o que seja, Kwon. Eu aprendi a perdoar com você. Então, vou sempre encontrar uma maneira de perdoá-lo, porque vou me lembrar de todas as vezes em que você sacrificou tudo para me ter ao seu lado.
Eu sentia meu coração batendo tão rápido que parecia que ia sair do peito. Como ela conseguia ser tão... Tudo? Ela me olhou, e por um momento, o mundo inteiro desapareceu.
— É uma promessa. — Ela terminou, sorrindo de leve, aquele sorriso que era ao mesmo tempo doce e cheio de tristeza, como se ela soubesse que, eventualmente, a vida ia nos testar.
Eu segurei o rosto dela entre minhas mãos, passando os polegares pelas bochechas dela, como se estivesse tentando memorizar cada detalhe.
— Você não faz ideia do quanto você significa pra mim, Calista. Eu... Eu não sou nada sem você. — Minha voz quebrou no final, mas eu não me importei.
Ela sorriu, e eu a beijei, suavemente no início, mas logo com mais intensidade, como se quisesse passar tudo o que estava sentindo naquele momento. Quando nos separamos, ela voltou a encostar a cabeça no meu ombro, e ficamos ali, olhando o mar.
Eu sabia que, não importa o que acontecesse, não importa quantos erros eu cometesse ou quantos obstáculos aparecessem no nosso caminho, eu sempre encontraria uma maneira de voltar para ela. Porque ela era tudo.
Minha razão, minha força, meu coração. E eu sabia, com cada fibra do meu ser, que enquanto eu tivesse Calista, nada mais importava.
Obs: Um capítulo bem curtinho só pra trazer felicidade nesse novo ano que se inicia, ainda veremos muito de Caliwon nesse 2025!!
Obra autoral ©
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top