𝘥𝘰𝘪𝘴

𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗟𝗲𝗕𝗹𝗮𝗻𝗰⚡️
𝘕𝘦𝘸 𝘠𝘰𝘳𝘬,𝘌𝘜𝘈

Saio do elevador e vejo todos do local me observar. Ergo a cabeça e caminho pelos corredores.

Eu ainda me lembrava muito bem onde ficava a sala do chefe- que agora seria minha- então caminho até lá e abro a porta.

Olho ao redor e meus olhos param em um quadro que estava pendurado ao lado da lareira, eu e meus irmão junto de nossos pais.

Fecho meus olhos e respiro fundo, indo até a mesa.

Pego telefone que dava diretamente para a secretária —— oi, é a Bárbara LeBlanc, sua nova chefe. Quero que você mande alguém aqui na minha sala para tirar os pertences antigos da minha mãe e levar até o depósito da família—— secretaria confirma do outro lado da linha e eu desligo.

Escuto batidas na porta e mando entrar. Um homem que aparentava ter uns trinta anos entra com uma papelada nas mãos.

—— sou Éric, seu assistente pessoal, é um prazer conhecer a filha da nossa grande e talentosa Isobel LeBlanc, que Deus a tenha —— ele leva a mão até o coração e eu me sento —— você deve assinar todos esses papéis até o fim do dia. E hoje o chefe de uma das empresas que temos parcerias virá aqui conversar sobre negócios!

Pego os papéis que ele entrega na minha mão e mordo os lábios pensativa —— não tem como marcar pra esse cara vir aqui depois?

—— sinto muito mas não! Já está marcado a meses. Mas relaxa, ele é um gato, você nem vai ver as horas passarem —— abro um sorriso pela forma que Éric é interativo e animado—— isso é tudo. Qualquer coisa é só me chamar.

—— obrigada Éric! —— ele sai de minha sala e eu encaro os papéis em minha mão. Era muita coisa pra ser assinada.

Bufo e pego a caneta!

Eu já perdi as contas de quantas vezes assinei o meu nome em papéis hoje. Estou a literalmente quatro horas fazendo isso, eu não aguento mais o trabalho, e olha que é só o primeiro dia!

Escuto o telefone tocar e coloco em meu ouvido—— Bárbara LeBlanc —— digo assim que atendo.

—— o senhor Camilo chegou, mandei ele subir —— minha secretária diz do outro lado da linda.

—— obrigada! —— desligo o telefone e deito a papelada e a caneta de lado, escuto batidas na porta e grito —— entre —— a maçaneta gira e a porta é aberta.

E por tudo que é mais sagrado, eu juro que o gostosão que eu transei no velório da minha mãe estava aqui, na minha sala, parado enquanto me olha.

—— o que você está fazendo aqui? —— ele pergunta com sua voz deliciosa e rouca.

—— eu sou a nova chefe! O que você está fazendo aqui?

—— sou Camilo! —— ele disse como se aquilo não fosse óbvio —— por que você virou a chefe ? Você tinha algum tipo de parentesco com Isobel?

Franzo a sobrancelha —— eu sou filha dela! —— ele abre sua boca, surpreso com aquilo. Eu já estava acostumada com esse tipo de reação quando descobrem que sou filha da grandiosos LeBlanc's, fui embora da cidade aos dezoito anos e nunca estava nos sites de fofoca- diferente da minha família eu sei fazer as coisas no sigilo-.

—— Deus, Eu deveria ter me ligado, quando você me disse seu nome. Sempre soube da existência da filhinha Bárbara, falavam bastante de você, bem , mas muitas das vezes reclamando do seu comportamento. Você dava trabalho hein?! —— ele ajeita as mangas da sua camisa social e se senta a minha frente.

—— como sabe disso ? —— cruzo minhas pernas e isso faz com que a minha saia que já não era muito grande, subisse. Victor queimou minhas pernas com o olhar, mordeu o lábio inferior e voltou a olhar para meu rosto.

—— antes de meu pai decidir se aposentar e jogar toda a empresa em minhas mãos, ele e seus pais eram próximos. Eu desde os meus quinze anos trabalhei com meu pai, as vezes sua mãe chegava no escritório reclamando de mais alguma coisa que você tinha aprontado.

Me sinto um pouco constrangida —— não fui uma boa garota na minha adolescência —— passo as mãos pelo meu cabelo —— chega de falar da minha vida, vamos ao que interessa. Trabalho!

Ficamos horas resolvendo assuntos chatos, ele me explicou como funcionava a parceria e mais algumas coisas que eu não estava ciente.

Durante pequenos intervalos de tempos Victor olhava para mim, para meu corpo com desejo. E toda as vezes que ele fazia isso, eu sentia minha calcinha se molhar.

Já era a noite e só restava nos dois aqui na empresa . Olho no meu relógio de pulso e vejo que já era nove da noite.

—— já está na minha hora de ir, Victor —— me levanto e pego a minha bolsa.

—— você vai direto pra casa? —— levanto minha sobrancelha confusa com a pergunta —— é que do outro lado da rua tem um bar e eu estava pensando que nós podíamos ir tomar uns drinks. É um convite de amigos, para comemorar que agora somos parceiros de trabalho. O que me diz?

Tombo minha cabeça para pensar.

Eu sei que se eu aceitasse, no fim da noite eu estaria transando com ele em algum lugar. Então é claro que eu vou.

—— tudo bem, vamos !

Nos sentamos em dois bancos de frente pro bar e pedimos duas bebidas.

Estávamos em um bar comum, com luzes apagadas sendo iluminado só por led's, jogo de futebol passando na tv, músicas antigas e cheiro de cachaça misturada com fritura. Esse é o melhor lugar para beber depois de um dia agitado.

Quando a cerveja é colocada a minha frente, agarro a garrafa e bebo um bom gole.

—— posso te fazer uma pergunta ? —— Victor pergunta, chamando a minha atenção. Confirmo com a cabeça e ele continua —— por que nunca vi você antes? Tipo, eu conheço todos os seus irmãos e todos eles são falados, você é bem falada mas nunca tinha visto o seu rosto.

—— diferente dos meus irmãos, não me envolvo em fofocas, ou fotos da família pro jornal e nem ia a festas da empresa. Sou mais reservada, não queria um monte de gente que eu nem conheço cuidando da minha vida —— ele tomba a cabeça e bebe um pouco de sua cerveja.

—— faz sentido. Eu queria ter tido essa escolha, mas sou envolvido nas mídias desde que nasci —— apoio o queixo na mão, prestando atenção no que ele diz —— eu não sou ligado às redes sócias, raramente eu fico sabendo o que estão falando de mim. As vezes eu queria ter uma vida mais...anônimo?!

Ficamos conversando por um tempo sobre isso e depois conversamos sobre vários outros assuntos. Ele até que era um cara legal!

—— posso te fazer mais uma pergunta ? —— concordo com a cabeça —— aquele dia, em que transamos no velório da sua mãe, você parecia está tão bem. Você não era próxima dela ? —— meu sorriso se desfaz e eu abaixo a cabeça.

—— eu era muito próxima dela, assim como era do meu pai. Acontece que sempre que algo da errada na minha vida eu desconto em sexo e bebidas, sei que é uma falta de respeito ter feito aquilo bem no velório dela mas eu não podia desabar.

—— por que não podia desabar? Sua mãe morreu, você estava no direito.

—— quando eu choro eu sinto que estou fraca, eu não consigo parar mais,então vou adiando até não conseguir segurar mais. Quando meu pai morreu eu demorei quatro meses pra chorar pela sua morte, passei quatro dias deitada na cama com o rosto encharcado. Eu não sei lidar com problemas.

—— ah...eu te entendo. Cada um lida com o luto da forma em que achar melhor.

Abro um sorriso amarelo e balanço a cabeça para esquecer todo esse assunto.

Pode ser errado usar uma pessoa pra sexo. Eu vim pro bar já com segundas intenções, até então eu pensei que Victor também. Até conversar com ele e perceber que ele não estava com as mesma intenções que ele.

Se eu não transasse hoje eu surtaria, então foi eu quem atacou os lábios dele e isso deu em, eu ajeitando meu vestido em frente ao espelho enquanto Victor fecha suas calças.

Passo a mão no cabelo para arrumar e me viro pra ele —— tenho que ir embora —— antes que ele possa falar algo eu saio do banheiro, pague o que eu bebi e corro pra fora do bar.

Me sinto culpada sempre que faço isso, tratar pessoas como objetos para servir de 𝙘𝙤𝙣𝙨𝙤𝙡𝙤 para mim.

O problema de isso tudo está apenas em mim e eu não deveria fazer isso com quem não tem nada a ver com os meus problemas mentais!

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