𝟬𝟭𝟴 | 𝐭𝐡𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐢𝐭𝐨𝐫

               Tamlin estava me mostrando onde iria dormir enquanto observava todos os cantos daquela casa destruída depois que me juntei a ele na corte primaveril.

— Tenho certeza que fez a escolha certa, vamos vencer essa guerra junto de hybern – ele disse e eu assenti – fico surpreso que tenha deixado para trás seu parceiro.

—o amor não é tudo – resmunguei

— você tem razão, o amor é uma fraqueza – ele disse – se eu não estivesse fraco por causa do amor, nada disso teria acontecido, essa mansão destruída que você esta vendo ainda seria a mesma boa e bonita corte primaveril. 

               Eu dei de ombros, só conseguia relembrar várias e várias vezes a cena de dois dias atrás, minha conversa com Rhys, minha despedida para Eilsha e de como não consegui me despedir de Az, pobre Az, deve estar arrasado nesse momento. Talvez tenha notado que deixei a corte noturna, mas sem saber o motivo, ou ainda não tenha encontrado o irmão. Ainda esteja fora.

—Precisou que faça um favor para mim – Rhysand disse sério – quer um trabalho digno certo? Preciso que se torne minha espiã, sem que ninguém saiba.

—Quer que eu faça o que exatamente? – perguntei

—Não posso mandar nenhum do meu círculo íntimo, mas posso mandar você para a corte primaveril, de novo – ele falou – quero que se junte a Tamlin e descubra o máximo de coisas possíveis que nos favorece a guerra.

—Voltaremos para te buscar, só precisamos da sua ajuda – Feyre falou – se não quiser, tudo bem, damos um jeito.

—Não. Eu vou – falei – ai badon yu op en nou moun

               Feyre e Rhysand ficaram surpresos com meu aprendizado rápido da língua, mas assentiram logo em seguida. Ninguém sabia, ninguém iria saber, apenas nós três. Com isso, não tive tempo nem me despedir de Azriel.

               Antes de sair da corte noturna, a única com quem eu encontrei foi Eilsha, que logo ficou confusa ao me ver.

— Onde vai? – ela perguntou

— Preciso fazer algumas coisas – falei – não posso te contar, mas preciso que confie em mim e que me espere o tempo que for preciso para voltar.

—Eu confio em você – ela disse com firmeza

               Assenti junto com ela e dei um sorriso fraco, a mesma virou as costas e eu pude deixar aquele lugar. Foi uma caminhada longa, dois dias inteiros para chegar a corte primaveril, claro que teria demorado ainda mais se eu não tivesse pego os cavalos de Lucien.

               Quando cheguei a primaveril, respirei fundo, era horrível estar ali, fingir ser dali.

—Tudo de mim, por todos nós – falei olhando para o céu antes de entrar no personagem de fato, como havia pedido Rhysand.

— Te espero para jantar – Tamlin falou me fazendo voltar para o presente

《 ✮ 》

              No outro dia, já estava ao lado de Tamlin e seus aliados estudando a muralha. Dando falsas informações sobre as cortes e as reuniões que Rhysand propusera sem a presença do grão senhor da primaveril. Estava fazendo um bom trabalho, Rhysand estaria orgulhoso se estivesse observando tudo que estava sendo feito.
              De como eu estava desviando os inimigos para longe enquanto os meus ganhavam forças entre as cortes.
              Tamlin não fazia ideia de que havia colocado dentro do coração da primaveril uma aprendiz espiã da corte noturna, que estava dividindo seus planos de guerra com uma guerreira treinada pele general illyriano, ele não sabia que tudo estaria em breve nas mãos do grão senhor da corte noturna. E de sua fraqueza, Feyre Archeron.

Quando menos esperei, Azriel e Cassian estavam sobrevoando aquele local, eles haviam atacado algumas pessoas e pararam ao meu lado.

—Vem com a gente – Azriel disse

—Ela não parece ter sido sequestrada – Cassian disse

—Não pareço porque não fui, eu escolhi isso – de certa forma menti – eu não vou com vocês.

Azriel me encarou incrédulo, Cassian mais ainda. Eles estenderam a mão novamente e eu me afastei, me afastei mesmo querendo muito voltar logo para casa, com eles.

— Aurore, eu estou tentando salvar você – Azriel afirmou – volte para casa, comigo.

—Você não pode salvar alguém que não quer ser salvo – minha voz falhou mas me mantive firme

Rhysando de repente apareceu e se juntou aos meninos, ele parecia confiante.

—Voltem para casa, eu a expulsei – ele disse, a mentira parecia tão real – voltem para casa.

Cassian olhou uma última vez antes de atravessar, Rhysand chamou mais uma vez Azriel que parecia não escutar e então atravessou. Antes que Azriel pudesse fazer o mesmo, ele respirou fundo e me encarou uma última vez.

—Achei que não ia perder mais ninguém, mas eu perdi – ele disse balançando a cabeça – você!

Ele atravessou e eu não falei nada, apenas observei. Eu queria ir para casa, queria ir com eles, queria o Azriel.

—Essa palhaçada quase nos impossibilitou de continuar – Tamlin falou irritado – você tem uma função e a ordem é cumpri-la. Não tem que ficar deixando as drogas dos seus sentimentos atrapalharem seu dever.

— Eu sou mais do que capaz de separar meus deveres dos meus sentimentos – falei em um tom forte e alto o suficiente para intimidar Tamlin e a tropa ao seu lado – não me diga o que preciso fazer, eu tenho consciência!

—Ótimo – ele disse

nota da autora:
ninguém nem esperava
por isso né? Mas eu juro
que vai ser a parte mais
incrível da história.

Eu nem vou comentar
muito para evitar alguns
tipos de spoilers, porque
eu sou muito boca aberta.

Mas vocês vão adorar, então
nos vemos no próximo capítulo
e não se esqueçam de beber água.

dicionário:

ai badon yu op en nou moun: 1. I serve you and no one else; 2. eu sirvo você e mais ninguém.

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