𝟬𝟭𝟱 | 𝐭𝐡𝐞 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐰𝐢𝐧𝐝
Três dias de puro tédio, refletindo tudo que vinha acontecendo desde que deixei Epidii. Pesadelos com os primeiros ataques, lembranças de algumas noites que passei com Azriel. Tudo que eu precisava, eu não tive. Paz.
Mor voltou como havia dito quando me deixou aqui, dessa vez não sozinha, mas sim com Eilsha e Sara.
—Elas queriam te ver – Mor afirmou quando fechou a porta – você me deu ordens de não falar para Azriel, não para elas.
—Obrigada Mor – resmunguei quando tirei meus olhos da janela e as encarei.
—Como você está? – Eilsha perguntou
—Ficarei bem – afirmei – e vocês?
—Vim te dar um abraço antes de ir para Estival – ela disse sorrindo – vou passar um tempo com Tarquin, você sabe, meu...
—Parceiro – falei e ela assentiu – e quando volta?
—Antes mesmo da queda das estrelas – ela falou e eu estranhei
—Não contamos a você sobre a queda das estrelas? – Eilsha disse se sentando ao meu lado – pela Mãe, que pecado.
—tá afim de ouvir histórias Aurore? – Mor perguntou sorrindo – porque vamos alugar sua orelha no dia de hoje com várias.
—Ótimo – falei quando as três estavam perto de mim no sofá
Quando a noite caiu sobre o chalé, as meninas se despediram e saíram dali, mas antes que Mor deixasse o lugar, ela se virou tranquilamente para mim e ofereceu um abraço aconchegante.
—Eu preciso te fazer a mesma pergunta que fiz para Feyre um tempo atrás – Mor disse soltando o abraço –É tão ruim assim... ser a parceira dele? Ser parte de nossa corte, nossa família, com história complicada e tudo? — perguntou Mor, baixinho.
Encarei seus lindos olhos cor de avelã por um tempo e respirei fundo. Quando Mor ainda esperava uma resposta, dei a ela:
— Não — sussurrei. — Não, não é.
Mor sorriu em resposta e se despediu. De fato não era. Não era nada ruim. Assim que Mor deixou o chalé, me aconcheguei na cama que dormi por dias e quando tentei assimilar o que vim refletir aqui, tive minha resposta.
《 ✮ 》
Cinco dias se passaram, e dessa vez, ja sabia fazer um discurso inteiro na língua dos feéricos. Mor atravessara com livros enviados por Eilsha antes de partir, com mais comida do que eu conseguiria comer.
Mas, depois de cinco dias, estava cheia de meus pensamentos como companhia... cheia de esperar, cheia da neve descongelando e pingando.
Ainda bem que Mor voltou naquela noite, batendo à porta, estrondosa e impaciente.
Eu tinha tomado um banho uma hora antes, meus cabelos ainda secavam quando abri a porta para a lufada de ar frio. Mas não era Mor que estava parada sob o portal.
Encarei Azriel. Ele me encarou. As bochechas de Az estavam coradas devido ao frio, os cabelos pretos caíam embaraçados, e ele realmente parecia estar congelando parado ali, com as asas recolhidas. E eu sabia que, com uma palavra minha, Az sairia voando noite fria adentro. Que, se eu fechasse a porta, ele sairia e não insistiria.
Ele não deixou de me encarar. Esperando. Parceiro. Meu... parceiro.
Aquele macho lindo, forte, altruísta... Que se sacrificara e se destruíra pela família, pelo povo, e não achava que era digno, que ele não era digno de ninguém...
Aquele mesmo macho que nos tirou do frio e da fome a um tempo atrás, que nos deu uma casa e uma família.
Saí da frente, segurando a porta aberta para ele. Podia jurar que senti um pulso de alívio que lhe fraquejou os joelhos por meio do laço.
—Passou tempo suficiente sozinha aqui para me manter longe – ele disse ao se encostar na parede – queria que tivesse sido diferente.
—Porque Morrigan te contou que eu estava aqui? – perguntei e olehi para a porta fechada. — Porque você voou até aqui.
— Mor não quis me dizer onde você estava, e existe um número limitado de lugares tão seguros quanto este. Como eu não queria que nossos amigos de Hybern me rastreassem até você, precisei fazer isso à moda antiga. Levou... um tempo. – ele disse – a propósito, Eilsha me falou depois de Rhys implorar educadamente.
—Porque não me contou nada? – perguntei liberando toda a raiva – porque me escondeu isso?
—eu não queria contar, eu não... – ele disse – não queria aceitar que fosse verdade. Mas eu entendo sua raiva, entendo do porque querer ficar sozinha para pensar, e respeito. Respeito cada decisão sua desde o primeiro dia Aurore.
—você não faz ideia do quanto eu estou com raiva de você por ter me escondido isso – falei
Azriel se colocou em minha frente, Desconte em mim. Foi a última coisa que escutei vindo dele antes de ataca-lo com minhas mãos. Azriel não reagiu a exatamente nenhum golpe, ele deixou que eu descontasse minha raiva nele e eu me odiara por isso.
Me afastei dele com o rosto vermelho de tanto chorar, por um tempo observei todo o chalé enquanto o silêncio pairava naquele lugar. Azriel não tirou os olhos de mim desde que chegou.
Quando de fato me acalmei, Azriel suspirou mas em momento nenhum chegou perto de mim, ele sabia que eu não queria.
Evitei seu olhar, me virando para a cozinha.
— Deve estar com fome. Vou esquentar alguma coisa.
Azriel esticou o corpo.
— Você... faria comida para mim?
— Esquentaria — esclareci. — Mor me trouxe comida pronta todo esse tempo.
Não parecia fazer diferença. Mas o que quer que fosse, o ato de oferecer comida a ele... coloquei sopa fria em uma panela e acendi o fogão.
— Não conheço as regras — comecei, de costas para ele. — Então, precisa explicar para mim.
Ele ficou no centro do chalé, observando todos os meus movimentos. Azriel falou,rouco:
— É um... momento importante quando uma fêmea oferece comida ao parceiro. Desde o tempo de quaisquer que fossem as bestas que nós fomos, há muito tempo. Mas ainda importa. A primeira vez importa. Alguns pares de parceiros tornam isso uma ocasião especial, dão uma festa só para que a fêmea possa formalmente oferecer comida ao parceiro... Isso em geral é feito entre os ricos. Mas significa que a fêmea... aceita a parceria.
Encarei a sopa.
— Me conte a história... conte tudo.
Azriel entendeu minha oferta: contar enquanto eu cozinhava, e eu decidiria no fim se ofereceria ou não aquela comida. Uma cadeira arranhou o chão de madeira quando Azriel se sentou à mesa. Por um momento, houve apenas silêncio, interrompido pelo raspar de minha colher contra a panela. Então, finalmente Azriel soltou tudo que estava preso em si a muito tempo.
Quando Azriel finalmente terminou de contar absolutamente tudo que sentia, e até mesmo quando todo o círculo íntimo do grão senhor decidiu contar a ele que era o meu parceiro, me coloquei em sua frente.
Azriel se recostou, soltando um longo suspiro. Estava bem diante dele, olhando para baixo. E falei:
— Você me ama?– ele assentiu.
E me perguntei se amor seria uma palavra muito fraca para o que ele sentia, o que tinha feito por mim. Pelo que eu sentia por ele.
Coloquei a tigela diante de Azriel. — Então, coma.
notas da autora:
a queda das estrelas, o melhor
evento de todos.
esse capítulo eu me inspirei
no capítulo que o rhysand
conversa com a feyre sobre a
parceria.
eu simplesmente amo aquele
capítulo e queria descrever o quanto
nessa história, então fiz assim.
dedicando esse capítulo totalmente
a Sara J Mass pq os créditos (por mais
que não sejam definitivamente todos)
são dela, ja que usei sua história como
inspiração.
não esqueçam de beber água, até o
próximo capítulo!!!
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