𝟬𝟭𝟰 | 𝐈'𝐝 𝐩𝐢𝐜𝐤 𝐲𝐨𝐮 𝐟𝐢𝐫𝐬𝐭

— Você tá quase lá Rore – Eilsha disse quando eu afastei o grande livro de perto de mim na mesa

—Eu desisto – falei – é tão bom que posso me comunicar com vocês nessa língua, na língua mais fácil.

—Nossa língua não é difícil meu bem – ela disse – é questão de prática. Feyre demorou meses para pegar o jeito e olha que Rhysand era um bom professor.

—Estou tentando e falhando miseravelmente a cinco dias – falei erguendo uma sobrancelha

—E progrediu três palavras novas e duas frases, isso é fantástico Aurore – ela disse empurrando o livro de volta – você deveria agradecer que sou eu e não Amren.

—porque? – perguntei

—Ela é a primeira escolhida em tudo, imediata, em tudo, toda vez – Eilsha disse dando de ombros – sem contar que mal tem paciência.

—Sabe Eilsha – respirei fundo e ela me olhou por cima do ombro – eu te escolheria primeiro.

—É claro que sim, eu sou ótima. – ela disse enfim me olhando de verdade – do começo?

Assenti concordando e pegando o livro novamente, e assim voltando a quebrar minha cabeça com aquela língua que, naquele momento, eu não entendia.

《 ✮ 》

Quando cheguei para treinar com Cassian, o mesmo me encarou furioso, como se algo de extremamente ruim tivesse acontecido.

—Sem um a, senhorita Faustine – ele disse – o treino vai ser pesado.

—Posso saber porque está furioso? – perguntei me aproximando

—Posso saber onde estava que me deixou plantado desde as sete e meia da manhã? – ele perguntou de volta

—credo que mau humor – falei dando de ombros e me alongando – eu só estava estudando.

Cassian me olhou rápido e voltou seu olhar adiante da montanha. Ele não mentiu quando disse que o treino de hoje seria pesado. Ao decorrer da tarde, Cassian treinou também minha irmã, Sara. Eilsha se juntou a nós e tentou acompanhar o general mas falhou assim como eu mais cedo, com os livros.

               No dia seguinte, estava tomando café com Mor antes de me encontrar com Cassian para mais um dia de treino. Lá fora estava um pouco mais frio que o normal. Bolas de neve estavam sendo arremessadas diante da janela, fazendo um barulho alto o suficiente para incomodar.

               Dei um último gole na xícara quando Mor avistou pela janela, dois Illyrianos sorridentes. Como ela diria, dois bebês illyrianos.

— Olha, definitivamente não sou a melhor pessoa para estar falando isso mas, seu parceiro é um bobão – ela disse encostando de volta na cadeira.

— Meu parceiro? – perguntei limpando minha boca

— A é, você não sabe –Morrigan olhou pela janela, para mim e fitou o chão

—Do que você está falando Mor? –minhas duas mãos ja estavam em cima da mesa quando encarei Morrigan

— Querida olhe, assim como todos os outros... – ela voltou o olhar para a janela onde o silêncio estabeleceu e depois para mim – quero dizer, Feyre e Rhysand. Nestha e Cassian. Elain e Lucien. Como sua irmã e Tarquin. Você e Azriel são parceiros.

—Não! Não somos isso. – me desajeitei da cadeira – Parceiros.

—Vocês são! – ela disse quando nós duas levantamos das cadeiras

               Balancei a cabeça quando olhei no fundo dos olhos de Mor, mas nos distraímos quando dois Illyrianos entraram pelo grande corredor. Cassian e Azriel.

— E ai Aurore – Cassian disse sorrindo – está pronta?

— Parceiros, huh? – falei quando parei na frente dos dois e encarei Azriel por longos segundos.

               Nenhum dos dois se quer falou alguma coisa, apenas olharam um para o outro e encararam Morrigan tensos. Foi minha deixa para sair dali e me trancar em meu quarto pelo resto do dia.

— Deveríamos ter contado antes? – ouvi Cassian perguntando quando Azriel bufou.

《 ✮ 》

—Aurore, levante – Mor disse ao me assustar

—Como entrou aqui? A porta está trancada – falei

—Você sabe como eu entrei aqui – ela disse se sentando aos meus pés – me desculpe por não ter preparado-a antes para tal informação.

—Não é sua culpa – falei secando o rosto

—Vem, vou te levar para um lugar longe – Mor disse – para você ter seu espaço. Foi o que Feyre pediu quando descobriu a parceria com Rhys.

               Levantei quando Mor estendeu a mão para mim e sem mais nem menos, sumimos em vento e noite.

               A claridade me agrediu, e absorvi os arredores: montanhas e neve a nossa volta, fresca e reluzente à luz do meio-dia, tão limpa contra a terra em mim.

Estávamos no alto dos picos, e, a cerca de 100 metros, um chalé repousava, enfiado entre dois picos mais altos das montanhas, protegendo-o do vento. A casa parecia escura, não havia nada ao redor até onde eu enxergava.

— A casa está protegida, para que ninguém possa atravessar para dentro. Ninguém pode passar além deste ponto, na verdade, sem a permissão de nossa família. — Mor deu um passo adiante, a neve estalando sob as botas. Segui Mor, e algo formigava em minha pele. — Você tem... permissão de entrar — disse Mor.

— Porque sou a parceira dele?

Ela continuou caminhando pela neve na altura dos joelhos.

—Porque estou te dando permissão para entrar – ela falou – Eilsha também. E Rhys.

               Chegamos à porta do chalé, a qual Mor destrancou com um gesto de mão. Um cômodo principal, com painéis de madeira, consistindo de uma cozinha à direita, e uma sala de estar com um sofá de couro coberto de peles à esquerda; e um pequeno corredor nos fundos que dava para dois quartos e um banheiro compartilhado, nada mais.

— Éramos mandados para cá para "refletir" quando éramos jovens — disse Mor. — Rhys costumava contrabandear para cá livros e bebida alcoólica para mim.

— É perfeito — assegurei, tensa.

               Mor gesticulou com a mão, e uma fogueira tomou vida na lareira; o calor inundou a sala. Comida apareceu nos balcões da cozinha, e algo nos canos rangeu.

— Não precisa de lenha — disse ela. — Vai queimar até que você vá embora. — Mor ergueu uma sobrancelha como se para perguntar quando seria.

Virei o rosto.

— Por favor, não conte a ele onde estou.

— Ele vai tentar encontrá-la.

— Diga que não quero ser encontrada. Não por um tempo.– falei e Mor mordeu o lábio e fez uma reverência com a cabeça.

— Voltarei em três dias. Há roupas nos quartos, e toda a água quente que quiser. A casa é encantada para cuidar de você, apenas deseje ou fale de coisas, e tudo será feito.

               Eu só queria solidão e silêncio, mas... um banho quente parecia uma boa forma de começar. Mor deixou o chalé antes que eu conseguisse dizer mais alguma coisa. Sozinha, sem ninguém por perto em quilômetros, fiquei na cabine silenciosa e encarei o nada.

               Olhei ao redor da casa e observei as lindas pinturas que, talvez Feyre, havia feito quando esteve aqui para "refletir". Me peguei encarando os olhos de Azriel na parede de repente.

notas da autora:

oi oi gente, eu to pensando em
fazer um especial para 2023,
mas ainda não é certeza.

escrevi eilsha e aurore bem piticas
pra nós todos, porque eu amo elas.

e finalmente ela descobriu a parceria,
mor tava segurando isso a um tempão!

bebam água e até o próximo capítulo!!!

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