𓍢ִ໋ 🀦 𓈒 𝟎𝟐. 𝕸𝖔𝖗𝖙𝖊 𝕺 𝕲𝖆𝖙𝖔. / ⋆ ۪

capítulo dois

morte, o gato. ᝰ.ᐟ

estou sempre embriagada
nas minhas próprias lágrimas,
não é o que todos dizem?


Harry Potter não compreendia porque de imediato pela manhã procurou pela sexta cama do quarto, ou porque suspirou frustrado ao encontrar a cama vazia e bem arrumada. Observou a mesa de cabeceira, a foto das duas crianças de cabelos loiros, frios até, ━ cabelos de neve, como Caius murmurou ao ver Alhena Grindelwald pela primeira vez. O grifino invejou a organização do outro, o relógio de prata, o porta-retrato, a pequena ampulheta com o brasão dos Black, todos os objetos muito limpos, brilhantes até, em verdadeira prata.

Saiu de seu transe invejoso ao sentir o travesseiro jogado contra seu rosto, amassando contra a pele os óculos redondos que ele colocou logo ao acordar, segundos antes de virar a cabeça para a esquerda, procurando curioso por aquele que vinha acordado muito cedo desde que chegou ali a uma semana. Bufando, o Potter levantou-se, jogando de volta o travesseiro contra o rosto de Rony, que o pegou antes que atingisse o alvo.

Mais tarde, atravessou as portas do grande salão para o desjejum, arrumava a capa que insistia em não se deixar amarrar, foi quando encontraram o jovem Caius Dumbledore, o corvino que mais passam tempo na mesa da Grifinória, sendo o único do quarteto que foi designado para outra casa. O garoto caminha entre eles, falando com Rony sobre uma terrível partida de xadrez-bruxo que assistiu ontem à noite no salão comunal de sua casa. Hermione já está sentada à mesa e os cumprimentou, ganhando em sua bochecha um beijo de Caius, que se pudesse beijaria a bochecha de todos, carinhoso demais podia ser confundido ou considerado estranho para os que não o conheciam, não os três que apenas sorriam ou retribuem as demonstrações de afeto. Como fez Hermione ao bagunçar o cabelo loiro escuro do garoto, fazendo o garoto da cicatriz olhar para o amigo ruivo pelo canto dos olhos, procurando algum incômodo que o mesmo sempre demonstrou para aqueles que se aproximavam da amiga. Como de costume, Rony não pareceu se importar, afinal era Caius.

Os olhos de Harry logo se distraiam enquanto ele escolhia uma das torradas, ele notou a presença nunca despercebida de Serpens Grindelwald. A maneira como era discreto em sua postura, sentado ereto em um banco sem apoio, dos dedos grandes só ficavam livres dos anéis as juntas que eram flexionadas quando ele segurava a edição do profeta diário em frente ao rosto. O moreno observa o que não era coberto pelo papel, os ombros não tão largos, ele era um menino esguio, parecia magricela como Rony mas não tão alto, havia porém algo escondido sob a superfície, quando ele se movia muito levemente e a camisa branca do uniforme sem capa o abraçava, estava apertado fazendo os músculos dos braços serem comprimidos o suficiente para se fazerem notar.

Havia algo ali, o garoto não tinha dúvidas. Harry continuou observando, seguindo a linha dos braços para o peito, a camisa bem abotoada o privou de melhor visão, subiu os olhos para o pescoço, era comum como todos os pescoços masculinos que ele viu antes, o pomo de Adão chamando atenção para si, bem marcado como as veias não ressaltadas em seu momento de tranquilidade. A mandíbula marcante levava os olhos de Harry mais alto, o queixo largo, diferente das bochechas magras mas não fundas, assim como seu nariz era grande mas não o suficiente para ser sua característica marcante, tudo nele era recatado, exceto pelos olhos.

Olhos anormais, verdes mas com manchas azuis, ou talvez azuis manchados de verdes, era difícil saber exatamente mesmo quando estavam voltados para você.

Mesmo quando estavam...

Mesmo quando...

Harry arregalou os olhos, sequer notou que o garoto tinha terminado sua leitura e agora voltou o rosto para ele. O Potter não conseguia entender porque não desviou o olhar, ficou ali de olhos arregalados e bochechas coradas, até que Serpens Grindelwald voltou o rosto para seu pedaço de torta, como sempre indiferente e silencioso, mesmo ao pegar alguém o encarando tão descaradamente. Talvez já estivesse acostumado, pensou Harry, afinal ele vinha sendo muito comentado nos últimos tempos, e ninguém escondia a vontade de saber mais sobre o garoto, que evitava a todos com prontidão.

O Potter compreendia, embora não fosse abençoado com o mesmo talento de Serpens para afastar as pessoas. Os comentários em voz alta e cochichos pelos corredores em que ele passava ainda eram presentes, mesmo agora com um novo aluno consideravelmente famoso para os alunos daquele castelo perseguirem.

Harry percebeu, com o passar das aulas, que Serpens não conversa com ninguém, parece não ter vontade nenhuma de falar ou ser ouvido. Mesmo quando era questionado por um professor, as palavras demoraram tanto para sair de seus lábios que a voz parecia rouca e cansada ao finalmente pronunciar a resposta. Os demais parecem notar também, que se nem mesmo os professores estão livres do silêncio de Serpens, então para eles não restavam nada, e no terceiro dia deixaram de tentar.

━ Corvus disse que ele não é tímido. ━ Comenta Caius jogando uvas para cima e pegando com a boca, algo que Harry se arrisca a fazer também e Rony comemora quando eles conseguem. ━ Quero dizer... ━ O garoto continua com os dentes esmagando as uvas enquanto ele fala. ━ Ele não é do tipo que vai desmaiar se for colocado na frente de uma multidão.

━ Então ele não fala por escolha? ━ Questionou Rony mordendo uma varinha de alcaçuz. Era o pequeno espaço de tempo em que eles conseguiam fugir para o jardim em meio aos deveres, treinos de quadribol e detenções que Harry e Caius costumam se meter.

━ Acho que sim. ━ Caius deu de ombros olhando para o céu cinzento como todos os outros dias antes daquele. ━ Cara, essas nuvens são assustadoras, não podem ser comuns.

━ É só o tempo frio. ━ Comentou Harry perdendo sua última uva para a grama que a fundou como adubo, fazendo o garoto bufar em frustração.

━ Olha quem tá logo ali ━ Rony apontou fazendo os outros três se virar bruscamente em direção a quem o garoto apontou. ━ Cho Chang.

Hermione e Caius foram rápidos ao trocar um olhar carregado de entendimento mútuo, seus pensamentos, similares e aguçados, começaram a se igualar em um raciocínio lógico que levaria algum tempo para alcançar os dois garotos, Rony e Harry. Com um risinho sutil, eles se levantaram deixando para trás a grama amassada por seus pesos e tempo que passaram ali, ajustando as vestes desalinhadas e passando a mão pelos cabelos desgrenhados. Ao se aproximarem de Cho, que estava apoiada na parede de blocos, o brilho familiar de reconhecimento apareceu em seus olhos. Ela sorriu, acenando de volta, reconhecendo o garoto de sua casa e a garota com quem já havia trocado algumas palavras.

━ O que vocês estão fazendo? ━ perguntou Harry, levantando-se nervosamente e deixando sua voz transparecer toda a sua inquietação com a proximidade da garota, enquanto seguia os dois sem se importar com a bagunça de suas vestes ou cabelo impossível. Rony, por sua vez, permaneceu sentado, seus olhos verdes fixos na cena que se desenrolava à sua frente, com as sobrancelhas ruivas ligeiramente franzidas em confusão que ele não tentava esconder.

━ Nós todos queremos saber mais sobre Grindelwald ━ Caius sussurrou, a voz quase inaudível, enquanto observava Cho se aproximar com um olhar curioso para os três.

━ E Cho foi ao baile com ele no ano passado ━ Hermione completou, seu tom de voz carregado de uma determinação já conhecida pelos amigos. ━ Ela pode ter informações valiosas sobre ele. Quero dizer, eles dançaram a noite inteira, é impossível ele não ter conversado com ela.

Cho de longos cabelos escuros e com uma expressão de curiosidade e hesitação, olhou para eles, ela já imaginou o que seria a pergunta, todas as amigas tinham feito o mesmo questionamento. O jardim ao redor parecia se concentrar em torno dela, como se a própria atmosfera estivesse aguardando a resposta que poderia lançar novas luzes sobre a enigmática personalidade de Serpens Grindelwald.

━ Eu sei o que vocês vieram perguntar ━ A garota logo falou, antes mesmo que Caius tivesse a chance de abrir a boca. Seu tom de voz era calmo, mas carregava um traço de exasperação, como se já estivesse antecipado algo que respondeu muitas vezes e lhe estivesse cansando. Ela ergueu uma mão para interromper o avanço dos questionamentos de uma Hermione muito teimosa e prosseguiu com um olhar firme. ━ Ele é normal, completamente normal.

Os olhos de Hermione brilharam com uma mistura de surpresa e desconfiança. Ela não esperava uma resposta tão direta e categórica. Cho não parecia mentir ou encobrir algo, nem tinha razões para isso. Ela respirou fundo e fechou seu livro de runas, em sua postura ela parecia pronta para encerrar o assunto, como se tentasse proteger uma paciência que não duraria muito. Ela estava sobrecarregada, falar sobre o irmão da assassina de seu ex namorado não era seu maior desejo.

━ Normal? ━ Hermione repetiu, a palavra pairando no ar com um peso palpável, não parecia se encaixar no contexto, algo estava errado. ━ Isso não faz sentido. Serpens Grindelwald não é apenas "normal". Ele é…

Cho interrompeu Hermione com um gesto rápido, como se estivesse tentando evitar uma discussão interminável, embora o trio ainda não tivesse dito uma frase completa.

━ Olhem ━ Cho disse, seu olhar se suavizando um pouco. ━ Eu não posso oferecer mais do que uma impressão pessoal. No baile, ele se comportou muito bem, sem sinais de qualquer coisa fora do comum. Ele foi divertido e gentil, gentil mesmo, não como esses meninos daqui. ━ A garota olhou de relance para Harry e Caius que desejavam ter ficado para trás com Rony. ━ Entendo que isso pode não ser o suficiente para vocês, ele não parece ser tão legal, mas realmente é. Não é nada como a irmã.

━ Você não pode dizer isso, nunca conversou com ela. ━ Caius falou na defensiva. Cho não olhou diretamente para os olhos dele quando franziu o cenho. Na verdade poucas pessoas faziam, o dourado dos olhos dele parecia ouro usado em armaduras antigas de nobres reis, era desconfortável encarar algo que parecia ser tão sólido e brilhante como uma adaga.

━ Não preciso conversar com uma assassina para saber que ela não é boa pessoa. ━ Cho fechou as mãos em punhos, o aperto de seu braço ao redor do livro aumentou e os olhos dela se encheram de lágrimas, algo muito recorrente desde a morte do Cedric. ━ Tenho que ir agora, tchau, Harry.

As palavras de Cho lançaram uma sombra de escura sobre o grupo, como a nuvem que se formava lentamente no horizonte. Caius desviou o olhar, travando o maxilar sem se importar que a corvina excluiu ele e Hermione do adeus. A Granger, Dumbledore, e Potter voltaram até Rony se entreolhando em silêncio, cientes de que a busca por respostas talvez exigisse mais do que apenas falar com terceiros. 

Caius permaneceu em silêncio pelo resto do dia, mergulhado em pensamentos e memórias que não foram compartilhados com seus amigos, e nem seriam. Sua expressão era uma máscara de concentração tensa, a mente girando incessantemente ao redor das palavras de Cho e a complexidade que acompanhava os Grindelwald. Mesmo durante o jantar, Caius estava ausente, na mesa da Corvinal separado de seus amigos, era mais fácil permanecer com o olhar fixo em algum ponto distante no salão, como se estivesse tentando decifrar um enigma invisível.

Harry, sentado ao lado de Hermione e Rony, observava Caius com uma mistura de curiosidade e frustração. A relação entre Caius e Alhena Grindelwald era uma incógnita para todos eles, uma sombra silenciosa que o Dumbledore não parecia disposto a revelar profundamente. Embora todos soubessem que Caius tinha uma conexão com a irmã de Serpens Grindelwald, os detalhes eram superficiais e nebulosos, como uma história fragmentada que se recusava a se revelar completamente para os de fora, como um mundo isolado dividido apenas pelos dois.

Enquanto o jantar prosseguia, Harry sentia uma crescente necessidade de descobrir mais, de preencher as lacunas que deixavam a história dos gêmeos tão enigmática. O que havia neles que impacta aqueles que os conhecem a tal ponto, que eles se tornam como santos imaculados para eles? O peso da incerteza pairava sobre ele, o fazendo desatento até mesmo para o próprio prato.

━ Cara, esse gato está roubando toda a sua carne ━ Rony apontou, interrompendo os devaneios de Harry. Ele fez um gesto para baixo, onde um gato preto estava acomodado em seu colo e mastigava com muita pressa a carne que Harry havia deixado em seu prato anteriormente.

━ Ei! ━ Harry exclamou, sua voz carregada de surpresa e irritação. Ele rapidamente retirou o gato de seu colo, segurando-o com um cuidado desajeitado enquanto o felino, em resposta, exibiu suas garras e presas em uma tentativa de intimidar o garoto. Os olhos do gato brilhavam cinza com uma mistura de desdém e desafio, como se estivesse pronto para combater o bruxo.

Harry colocou o gato no chão com um empurrão leve, tentando afastar a criatura de seu prato. O felino deu um salto ágil para o lado e se escondeu nos calcanhares da pessoa que acabara de chegar, o gato olhou para menino com um olhar desafiador, como se soubesse que o Potter andou por aí pensando no dono dele como um maníaco. O de óculos redondos levantou os olhos para encarar aquele que a criatura buscou por proteção, a pele pálida e os cabelos prateados foram seguidos por olhos azuis, manchados de verdes e com sobrancelhas franzidas de curiosidade pela cena que havia acabado de presenciar.

━ Ele roubou minha carne. ━ apontou Harry impulsivamente. Ah, que ótimo jeito de começar uma conversa com o garoto que ele vinha evitando falar com todos há semanas. Parabéns, Harry Potter!

Serpens não respondeu, como sempre. Sentou-se ao lado de Harry, mas não deixou que o gato subisse com ele, o que não agradou o felino. O miado de descontentamento do animal soou mais como um murmúrio. Recebendo do loiro um revirar de olhos em resposta, o garoto estendeu o braço entregando ao gato um pedaço de cenoura. Surpreendentemente, isso pareceu acalmar a criatura, que desapareceu embaixo da mesa.

A mesa da Grifinória estava viva com o burburinho de conversas, risos e o tilintar dos talheres. As tapeçarias vermelhas, verdes, azuis e amarelas pendiam das paredes de pedra, e as velas e estrelas espalhados pelo teto davam um ar aconchegante e fantasioso ao ambiente. As chamas da lareira lançavam sombras dançantes pelo salão, enquanto o cheiro de madeira queimada se misturava ao aroma de comida recém-terminada.

Serpens voltou-se para o próprio prato, observando o de Harry por um instante antes de usar o garfo para devolver o pedaço de carne roubado ao prato do garoto. Harry ficou surpreso com o gesto, sem saber como reagir ao gesto justo do garoto.

━ Aquele é o Morte. ━ disse Serpens simplesmente, como se não estivesse dando um gelo em todos há muito tempo. Alguns alunos ao redor dos dois se viraram para ver, enquanto outros diminuem o tom de voz, tentando disfarçar que estavam ouvindo a conversa. ━ Ele é um gato muito velho, por isso é mau-humorado. ━ O garoto explicou antes de beber um pouco do suco de abóbora e encarar a taça com desgosto. ━ Se bem que ele sempre foi mau-humorado. Acho que é um traço de família.

━ Traço de família? ━ Harry questionou, não querendo deixar o assunto morrer e também curioso pela fala do garoto. ━ O que você quer dizer?

━ Ele é o gato da minha irmã, então somos meio parentes na fantasia dela. ━ Serpens explicou, dando de ombros. Um sorriso no canto dos lábios fez aparecer uma covinha.

Harry observou o sorriso de Serpens, notando pela primeira vez a suavidade por trás da fachada impassível do garoto. O ambiente ao redor parecia diminuir de intensidade, enquanto uma sensação de conforto o atingia como se um bálsamo houvesse sido aplicado em seus membros doloridos, embora não fizesse sentido, visto que nada havia mudado além da pequena troca de palavras com Serpens.

━ Eu deveria ter reconhecido, ele estava com ela no julgamento. ━ interrompeu Hermione, fazendo Serpens olhar na direção dela. A garota não vacilou sob o olhar frio. ━ O gato, quero dizer.

Serpens mastigou a comida por mais tempo do que era necessário enquanto a encarava sem piscar, tornando a situação desconfortável até mesmo para Hermione, que desviou o olhar. Ele então voltou a olhar para Harry Potter.

━ Sua namorada tem boa memória.

━ Eu já disse que ela não é minha namorada. ━ disse Harry, irritado pela quantidade de vezes que Serpens sugerira que ele e Hermione estavam juntos desde que se conheceram na Copa Mundial de Quadribol.

━ Ah, disse? Eu devo ter esquecido. ━ Respondeu Serpens, com sarcasmo dançando em seus lábios.

A tensão entre os dois era palpável, quase tangível no ar do grande salão. As chamas das velas no teto continuavam a crepitar, lançando sombras alongadas nas paredes de pedra. O murmúrio dos outros estudantes parecia distante, como se estivessem em um mundo à parte. O silêncio que se seguiu à troca de palavras foi denso, fazendo com que aqueles que antes espiavam, evitassem olhar para eles. Harry sentia-se dividido entre a irritação e a curiosidade. Serpens era um enigma que ele ainda não conseguira decifrar, mas, pela primeira vez, percebeu que havia mais camadas por trás daquele exterior distante. Hermione, por sua vez, estava visivelmente desconfortável, mas sua determinação de não ceder ao olhar de Serpens era clara.

━ Por que você sempre faz isso? ━ Harry finalmente perguntou, a voz pouco firme, mas ainda carregada de frustração. ━ Provoca todo mundo.

Serpens ergueu uma sobrancelha, seu sorriso diminuiu um pouco.

━ Não estou provocando. ━ Serpens diz mordendo uma ervilha, ainda sorrindo desdenhoso enquanto apontava com o garfo para a mesa da Sonserina. ━ Aquilo é provocar.

Harry se virou, assim como outros da Grifinória, vendo Draco imitar Cho que tinha olhos molhados de lágrimas. O Potter levantou, pronto para ir até lá, mas a mão de Serpens agarrou seu pulso o puxando de volta para o banco.

━ Veja aquilo. ━ Serpens apontou e Rony, Hermione e Harry juntaram as cabeças, espiando entre os alunos para enxergar o chão.

Morte, o gato, caminhava com algo na boca, escorregando por baixo da mesa da Sonserina e então subindo pelas pernas de Malfoy, tão rápido que era tarde demais quando o garoto notou.

━ Cobra! Tem uma cobra em mim! ━ O garoto se levantou aos berros pulando do banco, caindo sobre Blaise que sequer dava atenção para o drama de Draco. ━ Estão tentando me matar!

Os alunos ao redor pareciam assustados, o professor Snape desceu do pedestal dos professores e caminhou até a mesa da sonserina, com a ajuda da varinha ele capturou a cobra, apenas para revelar que era um filhote, menos de quinze centímetros e fina como uma minhoca, ainda muito jovem para qualquer veneno. O professor arqueou a sobrancelha e os alunos caíram na risada, até mesmo Cho riu um pouco com toda situação.

Harry olhou para o lado, Morte, o gato, havia voltado para o colo de Serpens, que acariciava os pelos dele enquanto assistia a cena como os outros. O gato se virou para Harry, e por um instante o garoto poderia jurar que o gato havia rido, tão desdenhoso quanto o sorriso de Serpens.

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