𝗖𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 23
❝ 𝗕𝗟𝗨𝗘 𝗧𝗘𝗔𝗥𝗦 ❞
▬▬ 23: Ele sente sua falta
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— Não. Deve haver outro jeito - Thomas negou pela vigésima vez, eu já estava impaciente
— Thomas, meus mais sinceros…cala a boca! Não me peça pra ter empatia ou repensar. Não quando o que está em jogo é o Minho - Digo com um certo ódio e impaciência na voz - O meu Minho - Agora eu estava apontando para o meu próprio peito
— É Thomas! Fora que você já viu aquele prédio? Ela é a única entrada - Gally rapidamente apontou
— Acha que ela vai ajudar a gente? - Thomas perguntou
— Eu não ia pedir permissão - Eu e Gally dissemos em uníssono, o que nos fez surpreender e nos encarar por alguns segundos, mas logo voltar ao assunto
— Será que eu tô me confundindo? - Brenda diz pela primeira vez, em um canto da mesa - É a mesma garota que nos traiu, certo? A mesma babaca
Aponto para Brenda com a mão enquanto arregalava os olhos, em uma expressão de clara concordância e indignação
— Obrigada! Pelas sábias palavras, Brenda - Digo enquanto cruzava os braços
— Eu gosto dela - Gally deu de ombros se referindo a Brenda
Thomas só encarou aquela situação com as mãos na cintura, completamente inquieto
— Que papo é esse? - Brenda indagou mas Thomas não respondeu
— É medo da sua namoradinha se machucar? - Newt perguntou, ele não havia dito nada. Estava quieto desde que a reunião começou. E Thomas continuou em silêncio - Hm? - Newt reforçou sua pergunta - Porque tá na cara que você nunca veio junto com a gente só pelo Minho! Foi?
Eu engoli seco ao ouvir as duras palavras de Newt. Por mais que Thomas estivesse oscilando agora, eu nunca jamais pensei isso dele. E eu sabia que Newt também não pensava…mas agora ele estava estranho
— Newt, o que está insinuando? - Thomas perguntou calmo
— Teresa! - Newt disparou enquanto se levantava - Ela é a única razão pro Minho ter sumido, pra começo de conversa. De todos aqui a Jenna foi a que mais sentiu. Você sabia que ela já chegou ao ponto de até mesmo querer desistir de sua vida por conta dele? - Newt disparava tudo de uma vez, indo cada vez mais pra cima de Thomas - Não, não sabe! Porque fui eu quem a viu sofrer e sei o quanto ela está lutando para resgata-lo, aliás, como TODOS aqui estão! E agora que temos essa chance, você não quer por causa daquela traidora?
Os olhares em choque para aquela cena eram perceptíveis. Thomas estava literalmente contra a parede e Newt estava simplesmente explodindo de raiva. Eu nunca tinha o visto assim
— Porque lá no fundo você ainda gosta dela! Admite logo
— Newt, eu… - Thomas tentou manter a calma
Mas foi o ápice. Newt pegou o ombro de Thomas e bateu contra a parede e gritou:
— NÃO MENTE PRA MIM! Não mente pra mim! - Um silêncio se instaurou. Pude ver os ombros de Newt começarem a relaxar e então ele olhou para trás, voltando a si mesmo - Me desculpa… - Ele diz e começa a sair
Abaixo meu olhar em preocupação, mas assim que faço isso por consequência olho para as minhas mãos e haviam leves veias começando a reluzir
— Não… - Eu estremeci, minha perna ficou bamba e eu só pude começar a ir atrás dele - Não, não, não - Eu repetia baixinho
— Jen, eu posso ir atrás dele e fa… - Thomas começou a dizer mas eu coloquei a mão sobre seu peito para para-lo
— Não! Eu vou…por favor - Digo e Thomas começou a concordar, mas seu olhar desceu para a minha mão em seu peito
— Jenna… - Eu percebi e rapidamente a escondi - Jenna, por que suas mãos?... - Ele parou pra raciocinar - Não…
Com o desespero tomando conta de mim eu só corri atrás de Newt. Eu não sabia o que fazer, não sabia se podia salvá-lo, eu não sabia de nada. Mas eu não podia perde-lo, ele também não
Quando me aproximei do terraço onde Newt estava sentado, o mesmo escutou seus passos e virou sua cabeça para mim, dando um sorriso logo depois
— Esqueci que você é um detector de Cranks - O loiro disse me olhando enquanto eu me sentava ao seu lado
— Você não é isso. Um crank - Digo firme
— Ah, me desculpe. Eu estou no caminho para me tornar um
— Você não devia falar das suas dores como se fossem engraçadas, sujinho - Digo dando um empurrãozinho em seu braço - Por que não me contou?
Ele suspirou enquanto olhava para o horizonte
— Eu não podia…não podia fazer você sofrer mais. Eu nem sei como você está suportando tudo isso - Newt me encarou
Eu continuei olhando para o horizonte e então soltei uma risada, o que fez o mesmo se surpreender
— Quem disse que eu suporto? - O encarei com o sorriso, o que fez o mesmo rir também e balançar a cabeça
— Acho que nós dois deveríamos parar de falar de nossos problemas como se fosse engraçado - Ele sorriu e então suspirou - Bom, mas eu sei que o CRUEL me colocou naquele labirinto por algum motivo. Talvez tenha sido só pra saber a diferença entre os imunes como vocês e gente como eu
— Eu nem sei o que eu sou - Dei de ombros - Mas eu sei que ainda podemos dar um jeito nisso. Me ouviu, bem? Nós podemos!
— Jenna…para. Não se preocupe comigo. Isso é pelo Minho. Ele precisa da gente. Então se ouvir a menor chance da gente salvar ele, de a gente tirar ele de lá, nós temos que tentar! Custe o que custar
Eu encarei minhas próprias mãos, que reluziam com a proximidade do garoto. Mas logo algo me veio em mente
— Uma vez… - Começo a dizer e Newt me encarou com atenção - Minho estava com um corte que quase estendia por toda a sua barriga, ele podia desmaiar a qualquer momento e mesmo assim escolheu não contar pois “não queria incomodar”. Se eu não tivesse reparado nele, ele poderia ter ficado bem pior. E eu disse a ele uma coisa que também serve pra você agora - Apontei para o mesmo - “ Você não é obrigado a ser forte o tempo todo. Ninguém é forte o tempo todo. E nunca rebaixe seus problemas comparando como se fosse mais fútil que o dos outros, e nem deixe com que façam isso com você. Entenda seus limites, e se for um problema, não exite em pedir ajuda…a muitas pessoas a sua volta que te amam e fariam de tudo por você “
— Jenna… - Newt começou a dizer
— Eu vou te salvar newt.
***
— A gente tem que pegar a hora perfeita que ela estiver tão abismada com o Thomas ali, que a gente corre, coloca o saco na cabeça dela e sai correndo de volta pros tubos de esgoto - Eu disse para Gally que estava encostado na pilastra da estação de metrô vazia
Estávamos prestes a colocar o plano de sequestrar a Teresa em prática. Ela normalmente saia do prédio por volta desse horário quando faltavam alguns minutos pra cidade evacuar. Então enquanto Thomas atraia ela até mim e o Gally, nós só esperávamos
— Eu posso ser o que tampa a visão dela? - Gally estica as mãos, pedindo o objeto de pano em minhas mãos
— Pode - Digo e o entrego - É até melhor porquê se ficar comigo é capaz de eu ser dominada por pensamentos intrusivos e sufocá-la até a morte
Gally soltou uma risada
— É bom te ter de volta, Jen - Gally diz enquanto dava duas batidinhas em meu ombro
— Shhh - Coloquei o dedo sobre a boca em sinal de silêncio - Tem alguém vindo
Eu rapidamente peguei sua mão e nós fomos nos esconder atrás de uma das pilastras, nos preparando para o sequestro da garota
— Thomas… - Ouvi Brenda dizer baixinho, quase num tom desacreditada
— Oi, Teresa… - Thomas respondeu
— Não deveria estar aqui. - A garota rapidamente alegou - Se o Janson souber disso…
— Não vou ficar - Thomas a interrompeu - Eu só…Tinha que te ver. Quero perguntar uma coisa…Se arrepende? Do que fez conosco?
A garota ficou em silêncio antes de responder
— As vezes. Mas eu fiz o que achei certo…Eu faria de novo
Meu punho fechou, e quase que involuntariamente meu corpo foi pra frente, mas Gally rapidamente me segurou e arqueou as sobrancelhas
— Tá vendo porque que eu não posso ficar com o saco? - Digo - Vem, vamos
Gally se aproximou cautelosamente de teresa
— Que bom - Ouvi Thomas dizer
E assim a visão da garota foi completamente coberta
***
Eu estava sentada a mesa junto aos meninos, e ao lado de Gally, que estava sentado em cima da mesa. Estávamos todos virados de frente para Teresa, que estava amarrada em uma cadeira
— Gally? - Teresa olhou desacreditada para o garoto ao meu lado
Mas o garoto continuou de cara fechada para a mesma
— Vai ser o seguinte. Nós vamos fazer umas perguntas, e você vai nos dizer exatamente o que queremos saber. Começando por uma fácil. Cadê o Minho
O mesmo pegou uma cadeira e colocou bem na frente da Teresa, logo se sentando ali
— Vocês não estão pensando em… - A mesma começou a dizer olhando para Thomas
— Não olha pra ele! Por que tá olhando pra ele? Olha pra mim! Ele não vai ajudar você
— A gente sabe que o Minho está no prédio. Onde? - Eu disse pela primeira vez
— Ele está com os outros na contenção. Sub Nível 3 - Teresa responde
— Outros quanto? - Newt indagou
A mesma se distraiu por alguns segundos com a minha mão que brilhava por conta da presença de Newt. O que me fez rapidamente esconde-la
— 28 - Ela respondeu assim que voltou a situação
— Eu consigo dar um jeito - Brenda diz
— Não. Não vocês não entenderam, o andar é de acesso restrito. Você não entra sem identificar a digital - Teresa diz, contradizendo tudo o que acabamos de falar
— É por isso que você vai com a gente - Thomas diz
Eu olhei para baixo, começando a pensar
— Pra entrar não precisamos dela - Dei um sorriso convencido - Só do dedo - Me virei para Gally, que acabará de se levantar, e sorri enquanto dizia - Gostaria de fazer as honras, Gally?
— Seria um prazer - O mesmo respondeu enquanto manuseava uma faca em seus dedos
— Vocês dois. Parem com isso - Thomas falou calmamente
— Ficou enjoadinho? - Gally debochou - Eu te garanto que ela fez muito pior com o Minho
— Não é esse o plano - Thomas se levantou, tentando tirar a faca da mão do garoto - Sai dessa
— Não faz diferença - Ouvimos Teresa dizer - Façam o que quiserem comigo. Vocês não vão passar das portas da frente. Os sensores vão captar…
— Sabemos, nós somos marcados - Thomas a interrompeu - “Propriedade do CRUEL”. Vai nos ajudar com isso também - Thomas mostrou a faca que tinha pego de Gally
***
Teresa estava tirando cada um dos chips de nossos pescoços na faca, e eu era uma das próximas na fila
— Isso vai doer…bastante. Ok? - Ela diz quando eu me sentei de costas para ela
— Ok. Só acaba com isso logo - Digo sem um pingo de paciência no corpo pra ficar perto dela
Enquanto ela tirava eu tentava me manter concentrada para não sentir dor. Mas tinha algo que me incomodava muito, e eu sentia que tinha de perguntar
— Como ele está? - Eu fiz uma pausa - O Minho
Teresa pensou um pouco antes de dizer, a esse ponto ela já tinha criado um certo medo de mim
— Ah, você sabe. É o Minho…ele está sendo crucial para nossos estudos em busca da cura e… - Eu rapidamente a interrompo
— Não, eu não perguntei de que ele está servindo pra vocês. Eu perguntei como ELE está - Eu disse firme. Eu não podia olhar para ela, mas sabia que ela estava engolindo seco
— Você conhece os experimentos que o CRUEL faz. Ele é forte, e está aguentando tudo ao máximo. Eu não posso fazer muito para evitar - Agora quem estava engolindo seco era eu - Mas se serve de consolo…Sua tia faz sempre o máximo para defende-lo de forma sutil, mas eu sempre percebo, só os outros que não. O que é…muito estranho - Após essa sua frase eu rapidamente me lembro dos chips que Jorge disse que Abigail implantou em alguns fiéis do CRUEL
— É…serve de consolo - Digo massageando o anel no colar em meu pescoço - Mas não pense que nos duas estamos bem. Eu ainda serei o motivo da sua morte, garota - Digo enquanto me levantava, percebendo que ela já havia acabado
— Ele sente sua falta, Jenna. A cabeça dele pode estar o quão conturbada possível, mas ele sempre chama por você - Teresa diz, arrancando a minha atenção
Eu parei onde eu estava e comecei a encarar o chão, me esforçando muito para conter as lágrimas em meus olhos
— Tá me falando isso porque? - Me virei para ela
— Eu não sou um monstro que você pensa que eu sou, Jenna. Eu sei que desde pequeno vocês são tudo um pro outro - Ela diz com a voz mansa
Eu rapidamente saí dali com pressa, tinha certeza que se ficasse mais um pouco ali, ou eu voava na cara dela ou me acabava de chorar
Fui até a mesa de armas onde a Brenda estava conversando com Thomas, que ao me ver ali, piscou algumas vezes e então saiu. O que me fez dar um sorrisinho em direção a Brenda, que rapidamente revirou os olhos
— Pintou um clima? - Eu levantei as sobrancelhas enquanto me apoiava sobre a mesa
— Claro que não! Ele ainda está cego pela aquela garota sem sal, nem molho, nem tempero…
— A garota crua?
— Exato! - Brenda cruzou os braços
— Teresa - Eu cruzei os braços também - Eu tenho certeza que ela fez lavagem cerebral nele, assim como ela e o CRUEL fazem com todo mundo. É a única explicação pra ele ainda “gostar” dela!
Pude ver a minha mão sobre a mesa se reluzir um pouco mais, dando sinal que Newt estava ali. E essa situação não me deixava nada bem, eu sentia vontade de vomitar de tanto desespero e frio na barriga em não saber o que fazer para resolver o problema do meu melhor amigo
— Toma, vê se serve - Newt me entregou uma das roupas para o nosso plano
— Obrigada - Eu sorri em agradecimento e o loiro rapidamente retribuiu
Enquanto eu caminhava com a roupa em meus braços para poder me trocar, pude ver Jorge parado em uma pilastra um pouco pensativo
— Tá pensando em que, velhote? - Eu dei uma cotovelada de leve em seu braço. Fazendo o mesmo levantar seu olhar para mim e rir
Ele suspirou antes de dizer
— To pensando que a minha família só tem loucos - Ele sorriu - Você sabia…que foi Abigail que deu a ideia perdida para que o CRUEL estudasse mais a nova geração de crianças? Talvez se ela não tivesse feito isso…nós nem estaríamos aqui agora
Eu ouvia aquilo com atenção, sem entender a que ele se referia, mas quando eu ia perguntar ele voltou a dizer
— E agora fazem anos que eu não dou se quer um abraço na minha única filha. E nem sei se vou dar um novamente - Ele disse com a voz pesada e triste
Eu rapidamente senti a necessidade de abraça-lo e assim fiz. Puxando meu avô para um abraço apertado e aconchegante
— Nossa família ser louca…é o que nos une - Disse enquanto segurava firme em seu ombro e olhando em seus olhos - E é o que nos fará sair vivos dessa! Agora…não nos deixe esperar
— Não - Jorge rapidamente sorriu - Jamais
Dito isso ele rapidamente saiu, para começar a executar a sua parte do plano
***
(notas da autora)
Oq estão achando??
Amo vcs!
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