𝗖𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 14

❝ 𝗕𝗟𝗨𝗘 𝗧𝗘𝗔𝗥𝗦 ❞
▬▬ 14: mortos-vivos
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A areia atingia meus olhos o que me fazia ter dificuldade em andar em meio ao deserto. E aos poucos eu sentia ela entrando nas minhas botas também. Era uma situação muito desagradável que estávamos nos submetendo para fugir

— Aonde a gente tá indo? - Newt gritou com dificuldade por conta do vento constante e da areia nos atingindo

Conforme seguíamos um ao outro ficávamos chamando por nossos nomes para ter certeza que ninguém estava ficando para trás

Teresa avistou um lugar e falou para nós entrarmos. Sem pensar duas vezes, joguei minha cabeça para trás, dando graças a Deus que teríamos um descanso

Assim que entramos tinha um “morro” de areia que escorregamos até chegar no chão

— Onde é que nós estamos? - Minho perguntou enquanto apontava sua lanterna por todo o lugar

— Temos que ir!i - Thomas diz chamando com a mão de forma apressada

— Thomas, pare! - Teresa diz permanecendo parada

— Thomas! Dá pra parar e contar pra mim e pra Teresa o que aconteceu enquanto não estávamos?! Estamos seguindo vocês a um tempão sem nem saber pra onde estamos indo e porquê - Digo cruzando os braços e levantando as sobrancelhas esperando uma resposta. Mesmo desconfiando do que fosse, já que me lembro da Teresa falando da minha Tia

— É o CRUEL. Mentiram pra nós. Nunca escapamos. Eu e o Aris achamos corpos…inúmeros corpos! - Thomas diz com a voz um pouco trêmula

— Como assim? Corpos mortos? - Minho perguntou

Thomas piscou algumas vezes antes de responder. Ele estava assustado

— Não, mas também não estavam vivos. Estavam ligados a tubos que saiam deles. Estavam sendo drenados. Há algo dentro de nós que o CRUEL quer. Algo no nosso sangue. Mas tem um de nós que eles querem mais que os outros, disseram não ter registros sobre

— Sou eu - Digo desviando o olhar do chão para eles - Conversei com uma cientista e ela disse que eu era muito falada entre os cientistas, que dentre todos esses anos no labirinto nunca teve um só registro meu lá e eu era controlada com sigilo máximo por apenas uma pessoa…que eles não sabem quem é, nem como ela fez isso. Não sabem quem nem como eu restaurei minhas memórias, não sabem porquê meu sangue é azul, não sabem do que eu sou capaz…Eles não sabem de nada sobre mim, e eu ia ficar internada como brinquedinho daqueles cientistas se vocês não tivessem me tirado de lá - Eu expliquei e todos ficaram em silêncio, com expressões confusas

— Mas, se não foi o CRUEL que fez isso com você…quem foi que fez? Isso não possível - Newt diz

— Quanto mais nós achamos que sabemos…menos nós sabemos. E por isso temos de nos afastar o máximo possível - Thomas diz

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos, processando todas as informações que atingiam seus cérebros de uma vez só

— Tudo bem, e qual é o plano? - Newt perguntou colocando suas mãos na cintura - Você tem um, né?!

— E-eu não sei… - Thomas respondeu

— Então deixa eu ver se entendi o mértila aqui. A gente seguiu você até aqui. E agora você me diz que não sabe aonde vamos nem o que faremos? - Minho diz cruzando os braços para ele

Thomas abriu a boca algumas vezes para falar, mas nada saiu

— Esperem! Janson falou de gente se escondendo nas montanhas. Algum tipo de resistência ou exército - Aris diz

— O braço direito - Thomas diz - Se eles são contra o CRUEL talvez possam nos ajudar

— O inimigo do meu inimigo é meu amigo? - Eu ri - Acho perfeito!

— Eles também disseram de um tal de Luke, que eles queriam matar porque traiu o CRUEL e tinha ajudado a fundar o braço direito, ele trabalhava no CRUEL e era namorado de uma tal de Ab…Abig

— Abigail?! - Levantei meu olhar de volta para Thomas com mais animação que o normal na voz

— Isso! Abigail - Thomas concorda - Como sabe?

— Abigail é minha tia. Ela cuidou de mim desde que eu cheguei no CRUEL, ainda pequenininha

— O Gente! Olha só! - Winston chamou a nossa atenção - Minho, ilumina aqui

Fomos até ele e nos amontoamos, tentando enxergar o que Winston dizia

— Alguém passou por aqui - Winston diz, e Minho vai guiando com a lanterna, vendo os passos marcados na areia

Começamos a nos espalhar. Aquilo ali era um shopping, tinham diversas coisas que começamos a pegar para nós. Como suprimentos, roupas, armas e dentre outros

— Já morou gente aqui - Caçarola diz

— Onde estão agora? - Newt perguntou

— Quer mesmo que eu te fale? - Newt me encarou então eu imitei um daqueles mortos vivos que vimos quando estávamos entrando no “abrigo”

— Vamos nos separar e depois nos encontramos aqui - Thomas diz e eu começo a acompanhá-lo enquanto ligava uma das lanternas que eu havia acabado de pegar

Olhei pra trás e percebi que Minho vinha junto com a gente, involuntariamente bufei ao perceber isso e o mesmo deu uma risada com isso

— Sabe que não vai conseguir me evitar pra sempre né, Jennão? - Minho diz e prendo a respiração para controlar a raiva

— Posso tentar! - Respondi, tentando me afastar dele e olhar outros cantos do lugar

O silêncio se instaurou por um tempo enquanto andávamos por toda a área, explorando coisa por coisa

Conforme nos aproximamos de uma grade os garotos se viraram para mim um pouco assustados. Mas não olhando para mim em si, e sim para as minhas mãos. Que agora brilhavam muito, iluminando o escuro com seu brilho

— Jenna… - Thomas diz com receio

— É eu tô vendo - Digo olhando para a minha própria mão - Por que isso agora? Nem tem verdugos aqui

— Isso tá prometendo - Ouvimos Minho dizer ao se agachar perto de uma máquina

— Ei, Minho, perae! - Thomas diz ao parar de olhar a minha mão e vendo a máquina começar a fazer barulho

Aos poucos luzes a nossa volta foram se ligando, uma por uma, e logo todo o lugar estava iluminado

Olho em volta e me deparo com absolutamente nada. Mas minhas mãos permanecem brilhando, o que me fez desconfiar e ficar atenta a qualquer coisa que poderia acontecer

Pude ver Minho sorrindo e olhando a sua volta, como uma criancinha

— O que é aquilo? - Eu disse olhando para Thomas e a expressão de Minho rapidamente mudou

— THOMAS CUIDADO! - nós dissemos ao mesmo tempo

— Jesus! Os olhos dela! - Minho diz enquanto nos afastavamos da grade

Era um daqueles mortos-vivos. Era uma mulher, loura, pele extremamente seca e sem cor, como se estivesse realmente em decomposição. Ela não tinha olhos, eram grandes manchas pretas, perdida pelo vírus. Era horripilante de se ver

Tomo um susto ao ouvir outro barulho daquelas coisas. Estava bem atrás de nós. Ele andava estranho, torcia o pescoço e soltava coisas estranhas pela boca

— Merda! - Minho disse - Pra trás! - Ele gritou e então acertou aquela coisa com um objeto que achou pelo caminho, fazendo ele cair no chão

Mas não durou muito tempo e logo fomos surpreendidos por mais barulhos daquelas coisas. Estavam vindo, e em grande quantidade

Eu estranhamente podia sentir?

— A GENTE TEM QUE SAIR DAQUI! - Thomas gritou e saiu correndo e Minho também

Mas eu estava perplexa, por mais que tentasse não conseguia me mover

— JEN, VEM RÁPIDO! - Minho correu até mim rodeou um de seus braços pela minha cintura e me puxando para correr, ele rapidamente me colocou na frente dele e continuamos a correr

Senti um arrepio percorrer pelo meu corpo ao sentir seu toque. Minha cabeça deu uma espécie de puxão rápido fazendo a mesma doer. Como se estivesse travando uma batalha contra mim ali mesmo

Continuamos a correr desesperadamente de volta para onde os outros estavam

Passamos por uma porta e então a fechamos, colocando um armário à sua frente. Fizemos isso com a outra porta também, para atrasá-los

Assim que fizemos isso paramos um pouco para respirar e eu pude ver Minho olhar para mim

— Nunca mais faça isso - Digo ofegante enquanto via Thomas continuar andando pra ganhar tempo

— Fazer o que? - Ele diz com a voz ofegante também

— Me tocar. Nunca mais me toque novamente - Eu disse e voltei a correr. Thomas e Minho também voltaram

Ao vermos que aquelas coisas tinham conseguido passar pelas portas nos apavoramos ainda mais e aceleramos o passo, se é que tinha como acelerar mais do que já estávamos

Quando chegamos aonde os outros estávamos nós vimos eles todos parados, nos encarando, completamente confusos

— CORRAM! CORRAM - Eu gritei

— EIIII!! EEEI!! CORRE! - Thomas também gritou

— SEUS MÉRTILAS!! CORRAM, CORRAAAMMM - Minho gritou por último e só aí eles viram o exército de mortos vivos que nós estávamos fugindo e começaram a correr também

— O QUE ERAM AQUELAS COISAS?! - Newt perguntou enquanto corríamos

— EU SEI LÁ! SÓ NÃO PARE DE CORRER! - Respondi em desespero

Começamos a correr desesperados, a esse ponto estávamos perdidos sem saber pra onde ir. Na hora que a adrenalina bate a primeira coisa que nós víamos pela frente nós tacávamos naquelas coisas. Perdi as contas quantas vezes vi tacarem enlatados na cabeça daquelas coisas e quantas vezes nós as chutamos

— POR AQUI!! RÁPIDO!

Nós entramos em um uma porta que levava a um imenso corredor. Mas foi o suficiente para o desespero só aumentar. Agora estávamos em um lugar apertado cheio daqueles mortos-vivos

— NÃO TEM SAÍDA! - Thomas gritou

— COMO ASSIM NÃO TEM SAÍDA?! - Eu perguntei vendo Minho começar a tentar arrombar a porta

— AJUDEM AQUI! - Digo enquanto ajudava a arrombar a porta. Logo todos vieram ajudar, menos Caçarola, ele estava paralisado nos encarando com medo

— É uma hora ruim pra dizer que eu quero minha mãe?! - Caçarola diz variando seu olhar desesperado entre nós e aqueles monstros

— QUE MÃE, CAÇAROLA? - Eu perguntei em desespero vendo que a porta não estava abrindo

— EU VOU ATRASAR ELES! - Winston diz e eu rapidamente olhei para as minhas mãos. Elas ainda brilhavam

— EU TE AJUDO! - Digo indo atrás de Winston

Eu e Winston estávamos um ao lado do outro, atirando sem parar naquelas coisas. Eu não olhava para trás, já Winston olhava a todo momento

— WINSTON! - Dei mais dois tiros - ME AVISA SE ELES CONSEGUIREM! - Começo a dar vários tiros em seguida, mas não recebo mais respostas de Winston e nem vejo mais ele atirar, então olho para trás e vejo que o mesmo estava correndo até a porta, que agora estava aberta - WINSTON, SEU MERTILA!

Quando me viro de volta aquelas coisas estavam cara a cara comigo e não paravam de correr. Um grito aterrorizado saiu pela minha boca. Eu eu fechei meus olhos em desespero, era isso, minha história acabaria aqui?

Senti vários deles tombaram em mim, o cheiro era horrível, mas…eu não sentia dor? Meus olhos se abriram e pude ver eles correndo, ignorando completamente que eu estava ali no meio. Estavam literalmente passando direto

Minhas mãos brilhavam mais que o normal e agora a energia pulsava dentre todo o meu corpo. Eu não estava vendo meu reflexo, mas podia ter certeza que estava com os olhos azuis

Aterrorizada com aquilo eu não raciocinei e só comecei a me espremer dentre eles para chegar até a porta

Quando eu finalmente chego até lá eu pude ver todos desesperados em volta dela, enquanto tentavam fechar, mas ao mesmo tempo gritavam dizendo que eu ainda estava lá.

Winston estava deitado no chão com a mão na barriga, ele havia sido infectado

— JENNA! - ouvi gritaram e começarem a me puxar para fora e rapidamente fechar a porta

Mas era impossível fechar a porta. Então a única coisa que fizemos foi pegar o Winston, que estava ferido, e simplesmente sair correndo para o lado de fora para se esconder

***

Agora estávamos de baixo de alguns destroços, todos reunidos e amontoados, ofegantes, aterrorizados e em completo silêncio

— A gente vai falar como literalmente a Jenna sobreviveu a uma multidão de mortos-vivos em volta dela? - Newt perguntou

— Não - Respondi - Vamos falar sobre o Caçarola ter pedido pela mãe em meio a ação?

— Não - Caçarola respondeu

— Então pronto. Vamos todos dormir e revezar a guarda para que aquelas coisas não voltem - Thomas diz

***

Era o dia seguinte, estava claro e sol. Ninguém tinha ficado de guarda, estavam todos dormindo como princesas

Vendo todos dormindo ali, me veio uma memória, e junto a isso um pensamento intrusivo

— 1, 2, 3! nós clareanos reunidos outr… - Fui rapidamente interrompida

— Nem pense em continuar! - Newt diz abrindo seus olhos e levantando a mão para que eu parece

Rapidamente dei um sorriso que se transformou em uma risada

Não demorou muito para que todos acordassem também. Thomas conferiu se o lugar era seguro e então pegamos nossas coisas e continuamos nosso caminho para as montanhas

Montanhas…isso soava engraçado

A cada passo era uma nova surpresa, andávamos em silêncio, às vezes conversávamos, às vezes fazíamos comentários que faziam os outros rirem e principalmente…ficávamos perplexos com o lugar à nossa volta. Prédios, pontes, estátuas…tudo destruído, queimado ou coberto por areia

Era aterrorizante

— O que aconteceu neste lugar? - Caçarola diz enquanto olhava em volta

Agora estávamos em uma espécie de estrada cheia de prédios em volta, estava tudo destruído, cheio de destroços

— Não sei…mas parece que ninguém vem aqui a muito tempo - Newt diz, também olhando em volta

— Tomara que o mundo todo não esteja assim - Minho diz

Continuamos andando em silêncio mas de repente Thomas chama a nossa atenção

— Esperem, parem! - Thomas diz e todos nós viramos para ele. Ele encarava o chão e depois o céu, como se estivesse se concentrando para escutar alguma coisa - Estão ouvindo?

Todos paramos e começamos a tentar escutar também. Pareciam aviões ou…

— Helicópteros…merda! - Eu digo

— Se escondam! - Thomas diz e então fomos pra de baixo de um dos destroços

Nos permitimos espiar e olhar para o céu. Foi quando vimos uma aeronave gigantesca e diversos helicópteros a sua volta

— Nunca vão parar de nos procurar, não é?

***
( notas da autora💙 )

Postei capítulo amoress!!

Sei que o de hoje foi meio sem graça, porém é essencial!
Mas o próximo meus amores....AGUARDEM

Oq estão achando??

Amo vcss<3

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