|Capítulo 01|

P.O.V Narradora

Na manhã seguinte, Aurora e Adalind estavam na pequena lanchonete da cidade. Adalind, sentada em uma das cadeiras altas, balançava os pés alegremente enquanto devorava panquecas com calda de morango. Aurora, com uma xícara de café nas mãos, fazia uma lista mental das compras para a casa. Ela ergueu o olhar e sorriu ao ver a filha tão concentrada em sua refeição.

— Sabe, precisamos procurar uma escola para você — comentou Aurora, de forma casual,Adalind parou de mastigar por um instante, fazendo uma careta imediata.

— Ah, mamãe, escola é chato! — resmungou, arrastando as palavras.

— Nada disso, mocinha.—Aurora sorriu, divertindo-se com a expressão emburrada da filha—Você precisa aprender, e escola é importante.

— Mas eu já sei o suficiente!—Adalind cruzou os braços, exasperada.—Escolher é chato, mamãe.

— Ah, é mesmo?—Aurora ergueu as sobrancelhas, fingindo surpresa. — E o que exatamente você já sabe de tão importante?

— Eu sou inteligente o bastante para saber que não quero ir!—Adalind, com um sorriso travesso, respondeu sem hesitar

Aurora não conteve uma risada, achando graça no jeito decidido da filha. Ela esticou a mão e acariciou a bochecha dela com carinho.

— Você é realmente esperta, capetinha.—disse ela— Mas nada de fugir das aulas, combinado?

Adalind suspirou, derrotada, e voltou a comer suas panquecas.

— Tá bom, mamãe... mas só porque você pediu.

Aurora sorriu, satisfeita, e voltou a beber seu café enquanto observava Adalind.

(...)

Adalind segurava firme a mão de Aurora enquanto caminhavam pelo longo corredor da escola, seguindo a diretora, que explicava animadamente as regras e a organização do campus. Com gestos precisos, a diretora apontava para as janelas que davam vista para o prédio da escola primária, logo em frente à escola do ensino fundamental e médio.

— Aqui as crianças do ensino fundamental e médio são sempre bem-vindas para visitar os pequenos. É importante mantermos uma sensação de comunidade — dizia a diretora, lançando um sorriso amistoso para Aurora.— As vezes temos férias de ciências e juntamos ambas escolas.

Enquanto isso, Adalind, ao lado, suspirava baixinho com uma expressão de leve tédio, os olhos observando de forma distraída o corredor e os quadros pendurados.Aurora notou o desinteresse da filha e sorriu, voltando-se para a diretora.

— Então, ela já pode começar na segunda-feira?— perguntou Aurora.

— Claro, sem problemas! — respondeu a diretora com entusiasmo. — Só precisamos que você passe na secretaria para finalizar alguns detalhes, e tudo estará pronto.

— Perfeito! — Aurora se abaixou, olhando nos olhos de Adalind. — Querida, pode esperar no parquinho enquanto mamãe resolve essas coisinhas?

Adalind apenas assentiu com um sorriso e, sem dizer uma palavra, saiu correndo em direção ao parquinho. A diretora observou a cena com um sorriso gentil.

— Que gracinha ela é! Uma verdadeira anjinha, não é? — comentou a diretora, enquanto Aurora observava a filha com um sorriso orgulhoso.

— Sim, ela é meu pequeno anjo. — Aurora respondeu com carinho, sentindo-se aliviada por finalmente dar à filha um lugar onde pudesse se estabelecer e fazer novos amigos.

(...)

No parquinho da escola primária, Adalind balançava lentamente, os olhos curiosos observando a escola do outro lado da rua, separada por uma grade alta. No estacionamento daquela escola, um pequeno grupo se destacava: Edward, Bella, Emmett, Rosalie, Jasper e Alice estavam encostados em um carro, conversando despreocupadamente.

De repente, Emmett sentiu uma sensação estranha, como se alguém o observasse. Ele virou a cabeça e avistou a pequena ruiva do parquinho, encarando-os atentamente. Com um sorriso brincalhão, ele riu alto e chamou a atenção dos outros.

— Olha só! Tem um gnominho nos espiando — disse ele, apontando para Adalind.

Os outros olharam, seguindo a direção de seu dedo. Edward revirou os olhos e balançou a cabeça.

— É só uma criança, Emmett — respondeu Edward, com um tom de tédio.

— E daí? Crianças podem ser bem assustadoras, sabia? — Emmett retrucou com um sorriso, mas os outros voltaram à conversa, ignorando a brincadeira dele.

Do lado do parquinho, Adalind, percebendo o olhar insistente de Emmett, desceu do balanço e caminhou até a grade, encarando-o com as sobrancelhas franzidas. Incomodada, ela não hesitou em mostrar a língua para ele.

Emmett arregalou os olhos, surpreso, e logo retrucou, também mostrando a língua para a menina.

— Sério? — Rosalie exclamou, reprovando a atitude dele. Ela deu um leve tapa no braço de Emmett. — Para de implicar com uma criança, Emmett. Está agindo como uma!

— Mas ela começou! — Emmett se defendeu, apontando para a grade. Mas Adalind já havia desaparecido de vista, ele olhou para os irmãos e Bella com uma expressão confusa. — A criança sumiu! Eu falei, tem algo meio capetinha naquela garota.

Todos lançaram olhares incrédulos para Emmett, e ele, sem saber o que dizer, apenas levantou as mãos em rendição.

— Ok, ok, talvez eu esteja exagerando...  — ele murmurou, recebendo risadas contidas dos outros.

(...)

Carlisle estacionou o carro no mercado, mantendo a fachada humana que ele e sua família precisavam em Forks. Ao entrar no supermercado, pegou um carrinho e começou a andar calmamente, chamando a atenção das mulheres solteiras da cidade, todas cientes do charme e mistério que o Dr. Cullen carregava consigo.

No corredor ao lado, Aurora empurrava um carrinho abarrotado, enquanto Adalind, cheia de esperteza, aproveitava para colocar doces e bolachas sem a mãe perceber. A pequena, curiosa e cheia de energia, não resistiu em perguntar.

— Mamãe, quem mora na casa ao lado da nossa?

Aurora sorriu, ajeitando algumas coisas no carrinho.

— Não sei, filha. Depois a gente pode ir lá bater e conhecer, o que acha?

Adalind sorriu, satisfeita com a ideia, e continuou andando ao lado da mãe. Quando elas viraram o corredor, de repente, o carrinho delas bateu levemente no de Carlisle, que vinha pelo outro lado. Ambos se distraíram por um instante, e acabaram rindo da coincidência.

— Doutor Cullen! Oi! — disse Aurora, surpresa e um pouco sem jeito.

— Srta. Burkhardt— respondeu Carlisle, com um sorriso gentil.

— Ah, por favor, me chame de Aurora.

— Claro, então pode me chamar de Carlisle também.

— Oi, doutor bonitão!— comentou Adalind acenando com um sorriso travesso

Aurora arregalou os olhos, tentando conter a risada e a surpresa. Olhou para a filha com uma expressão de leve repreensão, mas Adalind apenas deu de ombros.

— Eu escutei umas moças chamando ele assim aqui no supermercado, mamãe — explicou ela com a maior inocência.Aurora riu, sem saber onde se esconder, e se virou para Carlisle.

— Me desculpe por isso, Carlisle.— disse ela.

— Não se preocupe — ele riu também, visivelmente à vontade. — Crianças são assim. Eu tenho cinco adolescentes em casa, então conheço bem.

Aurora sorriu, um pouco surpresa.

— Então é casado? — perguntou ela, curiosa.

— Não, são filhos adotivos.— respondeu ele—Já são todos maiores de idade.

Adalind, curiosa como sempre, ergueu o olhar para Carlisle e perguntou com uma carinha sapeca.

— Você não tem filhos da minha idade?

Carlisle se abaixou ligeiramente para ficar na altura dela.

— Não tenho, pequena.

Adalind sorriu ainda mais e, com toda a naturalidade do mundo.

— Quer me adotar não?—perguntou ela— Daí você casa com a minha mamãe.

Aurora ficou visivelmente desconcertada, sentindo o rosto esquentar. Sem saber o que dizer, ela deu um leve puxão na manga da filha.

— Desculpa, Carlisle.—começou ela—Ela... tem uma imaginação bem ativa.

— Sem problemas.—Carlisle riu, balançando a cabeça.— Ela é adorável. Acho que o pai dela deve ser um ótimo exemplo.

— Eu não tenho pai. Minha mãe é solteira.—Adalind, sem se intimidar, soltou-se da mãe e falou com seriedade,
e, antes que Aurora pudesse responder, Adalind anunciou— Vou procurar o leite! — e saiu em disparada, deixando os dois sozinhos, um tanto desconcertados.

Aurora pegou um pacote de macarrão, tentando esconder o sorriso e a vergonha. Ao colocar o pacote no carrinho, notou os doces e bolachas que Adalind tinha escondido ali.

— Essa menina... — murmurou, balançando a cabeça.

— Sua filha é bem esperta, pelo que vejo.—Carlisle quebrou o silêncio, rindo levemente.

Aurora riu junto, empurrando o carrinho ao lado dele enquanto seguiam para o próximo corredor.

— Você ainda não viu nada! — respondeu

— Vocês se mudaram há pouco tempo para Forks, certo? — perguntou Carlisle.

— Sim, na sexta-feira, na verdade. Naquele dia em que acabamos no hospital... — Aurora respondeu, dando um sorriso.Carlisle assentiu, lembrando-se da ocasião.— Mas não moramos exatamente na cidade. Estamos em uma casa afastada, com um vizinho que ainda não conhecemos.

Carlisle parou, olhando-a com um brilho divertido no olhar.

— Espera, você se mudou para a casa ao lado da nossa?

— Então, você é nosso vizinho?—
Aurora arregalou os olhos, surpresa.

— Exatamente. Que coincidência boa — respondeu Carlisle, sorrindo.

Antes que Aurora pudesse responder, Adalind voltou, equilibrando quatro caixas de leite nos braços. Colocou as caixas no carrinho, na ponta dos pés, e olhou para os dois adultos sorrindo.

— Talvez você e seus filhos possam ir à nossa casa para um café da tarde qualquer dia desses — sugeriu Aurora, com um sorriso leve.

Carlisle retribuiu o sorriso, acenando afirmativamente.

— Claro, seria um prazer — respondeu ele, com aquela simpatia tranquila.

— Bom, já terminei minhas compras. Nos vemos por aí, Carlisle. — Aurora começou a empurrar o carrinho, preparando-se para ir embora.

— Tchau, Doutor Bonitão!— Adalind acenou animadamente.

Aurora quase tropeçou, voltando-se para a filha com uma expressão de surpresa e repreensão.

— Adalind, pare com isso! — murmurou baixinho, com uma mistura de constrangimento e risada contida, mas claro que Carlisle ouviu cada palavra.

Ele apenas sorriu, divertido, enquanto as observava se afastarem pelo corredor, ainda encantado com a espontaneidade da pequena Adalind e o jeito leve de Aurora.

(...)

Na casa dos Cullen, Carlisle estava em seu escritório, envolto em uma atmosfera de concentração e curiosidade. Ele não conseguia tirar Aurora da cabeça, especialmente o sobrenome dela, **Burkhardt**. A familiaridade desse nome ecoava em sua mente, evocando lembranças de livros antigos e lendas há muito tempo esquecidas.

Com um movimento decidido, Carlisle levantou-se e foi até a estante de livros, onde os volumes cuidadosamente organizados pareciam segredos à espera de serem redescobertos. Seus dedos deslizaram pelas lombadas até parar em um exemplar encadernado em couro, **Os Irmãos Grimm**. Folheando o livro, ele passou os olhos por diversas páginas amareladas pelo tempo, até que uma entrada específica chamou sua atenção:

"Hope Grimm casou-se com Andrew Burkhardt, criando uma nova linhagem de Grimm."

Carlisle ficou imóvel, o nome Burkhardt agora trazendo um peso diferente. Fechando o livro, ele caminhou até a janela de seu escritório, absorvido em pensamentos. Ao olhar para fora, seus olhos pousaram na casa ao lado, e ele pôde ver Aurora e Adalind na cozinha, rindo e conversando com um carinho que transbordava através do vidro. Aurora parecia em paz e completamente à vontade, algo raro de se ver. Um sorriso suave surgiu nos lábios de Carlisle enquanto ele observava Aurora.

Mais um capítulo postado amores, espero que tenham gostado amores 🥰🥰🥰

Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️

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