- 𝙋𝙍𝙊𝙇𝙊𝙂𝙐𝙀

Crônicas da Sociedade por Lady Whistledown

Ah, caros leitores, como os dias passaram arrastados na última temporada! Quando pensei que nossa amada Londres não poderia se superar em monotonia, fui surpreendida por uma sucessão de bailes e jantares tão desprovidos de entusiasmo quanto uma tarde de chuva. Onde estão os escândalos que tanto animam nossas conversas e enchem estas páginas? Se continuarmos assim, temo que a alta sociedade precise de uma temporada de repouso para recuperar o vigor – ou, quem sabe, um novo leque de rostos para nos entreter.

Mas nem tudo está perdido, queridos leitores. Sempre há aquelas jóias escondidas que tornam nossa sociedade tão deliciosamente imprevisível. Ouvi dizer que o Conde de Wescott está à beira da falência, sua fortuna evaporando como névoa ao sol. Quem diria que o conde, sempre tão impecável em seus trajes e maneiras, teria dívidas que superam seus rendimentos?

E não podemos esquecer da sempre intrigante Lady Felicity, cuja viagem ao interior para "cuidar da saúde" parece ter resultado em algo mais do que uma pele rosada e disposição renovada. Sussurra-se nos corredores que um pequeno herdeiro inesperado chegou para alegrar – ou complicar – sua vida.

Agora, voltemos nossa atenção para o retorno do sempre encantador Colin Bridgerton à nossa amada capital. Após uma longa ausência viajando pelos confins do mundo, ele retorna com histórias exóticas e um brilho nos olhos que promete cativar corações e mentes. Será que nosso aventureiro encontrou algo – ou alguém – que o faça finalmente sossegar? Ou será que seu retorno trará novas tramas e mistérios para nossa delícia?

Falando em Bridgertons, preparem-se para mais uma estreia de uma das jovens promissoras da família. Francesca Bridgerton está prestes a debutar, e há grandes expectativas sobre seu desempenho. Com a graça e a beleza herdadas de sua mãe, a viscondessa viúva, Francesca tem todas as qualidades para se tornar o novo diamante da temporada. Mas será que ela está à altura do desafio? Ou será que um novo rosto surgirá para roubar seu brilho?

E, por fim, o que todos queremos saber: quem será o diamante da temporada? A cada ano, uma jovem se destaca, capturando  os olhares e os corações da sociedade londrina. E enquanto ponderamos sobre quem será a escolhida deste ano, permitam-me fazer uma piada – quase inevitável – sobre a possibilidade de ser mais um Bridgerton. Afinal, eles sempre encontram uma maneira de estar no centro das atenções, não é mesmo?

Portanto, caros leitores, preparem-se para uma temporada que, espero, será tudo menos tediosa. Porque se há algo que nossa amada Londres precisa, é de um pouco de caos para apimentar nossas vidas e alimentar nossas conversas. E eu, Lady Whistledown, estarei aqui para relatar cada suspiro, cada olhar e, claro, cada escândalo que cruzar meu caminho.

Até a próxima edição, meus queridos leitores.

Lady Whistledown.

Inglaterra, 08 de maio
de 1816

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Seria um eufemismo dizer que Colin Bridgerton não sentia saudades de casa. Após meses viajando de um país para outro, o terceiro filho da ilustre família Bridgerton ansiava desesperadamente por um retorno aos braços calorosos de sua família. Não havia lugar como o lar, e mesmo que sua alma clamasse por esse refúgio, havia outro rosto que ele ansiava ver, um rosto delicado e frequentemente enrubescido, pertencente à sua mais querida amiga.

Penélope.

Sua Pen.

Não era de bom tom, talvez, para um homem solteiro ficar tão ansioso por notícias de uma dama, ainda mais uma dama que não era de sua família ou com quem não pretendia se casar. Mas convenções sociais nunca foram o forte de Colin. O mais arrojado e charmoso dos Bridgertons não ligava para a correção ou não de seus sentimentos. A única coisa que passava por sua mente era o desejo ardente de rever Penélope, de mergulhar nas profundezas de suas íris azuis, tão intensas que quase lhe roubavam o ar.

Ele ansiava por ver sua pele cremosa e delicada, que parecia estar constantemente corada, e seus olhos então vagariam para os lábios pequenos e volumosos, geralmente formando um biquinho adorável que ele tanto apreciava. A memória desses detalhes era como uma chama que aquecia seu coração durante as noites frias e solitárias de suas viagens. Cada sorriso dela, cada olhar trocado, era um tesouro que ele guardava com carinho, lembranças que lhe davam forças para continuar.

Então, sim, Colin Bridgerton estava mais do que ansioso para rever sua amiga. Seu coração batia mais rápido só de pensar no reencontro, nas conversas longas e nos momentos compartilhados. Ele sabia que, ao voltar para casa, não só estaria retornando ao conforto familiar, mas também ao afeto sincero de Penélope, a única pessoa que parecia compreendê-lo inteiramente.

E assim, enquanto a carruagem se aproximava de Londres, o coração de Colin não podia deixar de acelerar com a expectativa de vê-la novamente, de sentir aquele inconfundível calor em seu peito, entretanto, o que o terceiro Bridgerton não imaginava era que sua Pen não era a mesma da última temporada, e que no lugar dos braços calorosos, ele encontraria indiferença e frieza.

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