━━ CAPÍTULO 8

NARRADORA

— "A situação vai melhorar muito", sorriu a Vovó Georgina.

Na semana passada, várias coisas ocorreram para a família Bucket. Pela primeira vez na vida, a Vovó Georgina estava certa em suas palavras. Charlie ajudou seus pais a consertar o telhado danificado nos dias anteriores, enquanto o Vovô Joe passou o dia fora da cama, auxiliando a Sra. Bucket.

O pai de Charlie conseguiu um emprego melhor na fábrica de pasta dental, consertando a máquina que o havia substituído. A situação nunca foi tão favorável para a família Bucket; tudo estava bem para eles. O garoto estava feliz com os eventos em sua vida, tornando esse momento seu favorito.

A vida de Amélia também se transformou; a biblioteca nunca esteve tão cheia. Quando os cidadãos souberam que ela foi a acompanhante do ganhador, sua vida virou de cabeça para baixo.

Entretanto, para uma pessoa, não podiam ser ditas as dúvidas que o assolavam, permeando tanto sua mente quanto a fábrica. Isso não seria nada bom para Willy Wonka.

— Eu não consigo compreender… – Desabafou ele, deitado em um sofá.

— Doce sempre foi a única coisa que tive de certeza, agora, já não tenho certeza nenhuma. Não sei quais sabores fazer, o que tentar. Minha mente anda uma loucura.

O cansaço o consumia: falta de sono, desânimo, irritação e dificuldade em se concentrar no trabalho. Sua mente não o ajudava em nada, a fadiga levando sua alma.

— Ver aqueles olhos brilhando como fogos de artifício por cima da minha vida triste e vazia era encantador de se admirar. – Lamentou o moreno, virando-se para o lado. Uma lembrança de sua querida amada se manifestou em sua mente.

Sorrisos e tristezas se entrelaçam na vida de Willy Wonka, com as lembranças do pai assombrando suas noites. O chocolateiro estava no ponto da loucura com devaneios horríveis e cruéis. Até uma luz entrar como um sol da primavera, como as estrelas mais brilhantes do universo se manifestaram em sua vida vazia. Ver aquele sorriso encantador que demonstrava afeto e cuidado por ele deixava Willy acolhido com a presença da moça do sorriso bonito.

Seu terapeuta, um Oompa-Loompa, anotava em seu caderno, ouvindo o paciente quase em desespero durante a sessão. Suas sobrancelhas arquearam ao ouvir uma fala que nunca imaginava sair da boca de seu chefe.

— Isso é intrigante, minhas noites de sono nunca foram as mesmas. – Suspirou o chocolateiro. — Meu coração toda hora tem uma palpitação acelerada, eu não tenho controle de mim.

O desespero refletia em seu olhar, virando imediatamente para o terapeuta, que estava concentrado rabiscando em seu caderno. Um sorriso escapou de seus lábios ao terminar de rabiscar algo.

— Ei, por que está com essa cara? – Perguntou confuso.

O Oompa-Loompa levantou o rosto em direção ao homem desesperado e mostrou o desenho que tanto concentrava. O chocolateiro olhou para aquilo sem entender nada.

— O que é isso? – Perguntou. — Não faz sentido nenhum ter dois bonecos em volta de vários corações no meu diagnóstico.

O terapeuta revirou os olhos e perguntou "por qual razão seu chefe é tão lerdo?". O Oompa-Loompa fez um sinal com as mãos e em seguida fez um coração batendo no peito.

— Primeiro, eu não sou lerdo como você está dizendo, segundo eu não estou entendendo esses corações sem sentido aí. – Apontou o chocolateiro.

Willy sentou no sofá olhando para frente e pensando: "O que está acontecendo com a minha mente confusa?" Uma luz de imaginação se atirou contra sua cabeça.

— Sempre fiz todos os doces que sentia vontade e eu… Então, é isso, não? – Olhou ligeiro para o terapeuta. — Faço o doce que sinto vontade. Como me sinto péssimo, os doces saem péssimos.

Um sorriso largo iluminou seus lábios, dirigindo-se ao Oompa-Loompa.

— Você é muito bom!

Na manhã seguinte, Willy foi atrás da única pessoa que ajudaria a sua situação.

***

A Londrina observava o pequeno Charlie trabalhando. Embora ele fosse muito jovem para isso, ela se orgulhava de como seu garoto estava crescendo.

No entanto, não podia negar a preocupação ao saber que ele precisava trabalhar para ajudar a sua família. A mulher temia que alguém pudesse mexer com o garoto, tão indefeso. Lembrou-se do dia em que quase deu uma coça nos moleques que perseguiram Charlie, o pobre garoto parecia um tomate de tanto nervoso.

— CHARLIE! – Gritou Cooper, acenando para o garoto.

Charlie olhou para trás, ouvindo sua amiga gritar com um grande sorriso no rosto. Ele acenou de volta e percebeu como a biblioteca estava cheia.

A mulher estava prestes a entrar quando se chocou com alguém. Seu rosto bateu forte no peito do desconhecido, deixando-a meio envergonhada. No entanto, um alívio surgiu ao reconhecer a voz da pessoa.

— Amélia, sempre esbarrando nos seus clientes. Está bem aí por aí? – Perguntou, olhando em direção à mulher, que quase se desequilibra no chão.

— Henry! Que alívio, mil desculpas, isso sempre acontece com frequência. – Colocou a mão no rosto com constrangimento.

O moreno sorriu para a menor, que estava toda vermelha de vergonha, e ajudou a mulher com seu cabelo meio assanhado do ocorrido.

Ajeitando suas vestes, Amélia olhou desconfiada para o homem que estava imóvel à sua frente, já sabendo muito bem o que ele queria… novamente.

— Não me diga que veio novamente ler o mesmo livro? – Perguntou, sorrindo, entrando para a biblioteca.

— Peter Pan é um clássico, minha cara Amélia. – Sorriu Henry, seguindo a menor.

Enquanto isso, um certo chocolateiro estava sentado em uma cadeira, sentindo a brisa gelada sobre seu rosto, observando os cidadãos entrando e saindo da loja de doces.

Lendo um jornal que falava muito bem sobre sua pessoa, o que deixou muito intrigado, o chocolateiro estava prestes a tocar fogo nos jornais no meio de tanta gente. Seus pensamentos se misturavam como uma salada de frutas, e definitivamente, seus neurônios iriam explodir com tanta informação que estava lendo.

Murmúrios por trás do papel foram ouvidos pelo garoto Charlie, que simplesmente não se importou.

Um grito cheio de emoção foi ouvido, e o chocolateiro, que estava reclamando, teve mais um motivo. Por que tanto alvoroço?

— Pra quê esse escândalo? – Afastando um pouco o jornal para o lado.

Uma mulher que o chocolateiro conhecia muito bem estava acenando para seu amigo, Charlie. O pulinho de alegria chamou atenção de Willy, que teve uma lembrança do momento em que estava mais próximo de sua amada. A felicidade da londrina transmitia conforto para o chocolateiro.

— Moça do sorriso bonito.

Wonka estava tão admirado com a animação da garota que seu olhar ficou confuso com a aproximação do homem que sorria para Amélia. A fase do Willy fechou-se para ver o próprio indivíduo segurando o ombro de sua amada, que em seguida estava ajeitando seus cabelos.

— Quem seria esse? Será que ela está saindo com alguém? Por Deus! – Willy tocou em seu rosto que estava queimando como fogo.

O chocolateiro abaixou seus óculos para ver se estava imaginando coisas. Ao olhar novamente, viu os dois entrando em uma biblioteca. Muito próximos… muito mesmo.

Se ajeitou sobre a cadeira e começou a puxar assunto com o garoto para esquecer a cena de um minuto atrás.

— Coitado do cara do chocolate, o Wendel… Walter… – Mentiu ele, comentando sobre si.

— Willy Wonka. – Corrigiu Charlie, passando a cera sobre o sapato do chocolateiro.

— Esse mesmo.

O homem retornou a ler o jornal novamente, mas se surpreendeu com uma notícia que nunca sequer imaginava. E definitivamente isso seria culpa dos seus sentimentos que estava passando na semana passada.

— Aqui diz que os novos chocolates não estão vendendo bem, mas imagino que seja um mau sujeito e mereça isto.

— É. – Confirmou o garoto.

— É mesmo?

— Você o conheceu? – Perguntou-se abaixando um pouco o jornal.

— Conheci. Achei ele bacana no começo, gostei dele. Mas aí, mostrou que não era tão legal. – Deu de ombros, retornando a limpar novamente os sapatos que estavam muito bem limpos.

Seu semblante ficou em dúvida com o comentário do garoto Charlie.

— E o cabelo dele é engraçado. – Sorriu Charlie olhando para o homem que estava atrás do jornal.

— Não, eu não tenho não! – Retraiu o chocolateiro que tirou o jornal sobre sua visão.

Charlie olhou para ele e começou a sorrir.

— É sim! Amy disse que você parece a Edna Moda, o pior que vocês são idênticos. – Debochou o garoto, se lembrando de sua amiga que passou o dia todo inventando apelidos para o chocolateiro.

Willy revirou os olhos com a piada sobre seu cabelo. Entretanto, uma dúvida: quem seria Amy? Deu de ombros, isso seria de menos para pedir ajuda ao garoto.

— Desculpa, o que faz por aqui? – Charlie foi parando aos poucos de sorrir e limpando as lágrimas que desciam do seu rosto.

— Hum, eu não me sinto muito bem. – Lamentou, retirando seus óculos. — O que faz você se sentir melhor quando está péssimo?

— Minha família.

O moreno franziu o nariz ao ouvir essa palavra "minha família".

— O que tem contra minha família? – Com raiva, perguntou Charlie.

— Não é só sua família, são os p… em geral. – Corrigiu ele. — Vivem dizendo o que deve ou não fazer. E isso atrapalha a criatividade!

— Geralmente, só tentam protegê-lo porque o amam.

O chocolateiro ficou pensando naquilo, "o que quer dizer ser amado?" O garoto olhou para ele esperando uma resposta.

— Se não acredita, então pergunte.

Seu sorriso brilhou com a fala do garoto, porém ele não tinha ninguém além dos seus Oompa-Loompas e a fábrica… que por falar nisso está quase os perdendo.

— A quem? A meu pai? Nem pensar. – Olhou para rua e voltou sua atenção ao garoto. — Pelo menos, não sozinho.

— Quer que eu vá com você?

O moreno desceu elétrico daquela cadeira e andou em direção até o elevador, sua agitação nos passos ligeiros foi interrompida pelo garoto.

— Mas tem um problema, não posso andar com estranho.

— Qual é, garoto, você passou o dia todo comigo naquela fábrica. – Apontou Willy, revirando os olhos. — Ainda acha que eu sou um estranho?

— Mas você é, falou da minha família debaixo do meu teto, que por sinal você quebrou. – Charlie virou as costas para o chocolateiro, que olhava espantado para ele.

Willy começou a gritar pelo garoto Charlie, mas o menino nem fazia esforço para olhar para trás.

— Amélia será uma grande responsável por nós! – Parou Charlie na calçada, esperando os carros passarem.

— Quem é Amélia? – Franziu o rosto, perguntando para o menor. O garoto Bucket apontou para uma moça de estatura baixa que, por meio de seus gestos, estava eufórica com algo.

Os olhos de Willy arregalaram-se ao ver a mulher que deixava seus sentimentos confusos. A boca de Willy se curvou num sorriso bobo, mas suas expressões se fecharam no momento em que viu o mesmo homem que estava ao lado da sua amada.

— Quem é aquele? – Apontou o chocolateiro para o homem acenando para a mulher com um sorrisinho no rosto.

— É o Henry, ele passa por lá todos os dias, é amigo da Amy. – Deu de ombros para o chocolateiro, atravessando a rua que estava um pouco lotada de pessoas.

Serrando os dentes com o comentário do garoto, ao se referir a "amigo", pisou mais firme no chão seguindo o menino.

Chegando em frente a uma biblioteca com cores vermelhas, com janelas de vidro e uma porta marrom. A fachada é adornada com flores lilás, que exalam um perfume suave e convidativo.

Ao colocar os pés no ambiente, escutou sons de sino atrás de si, indicando que alguém estava entrando no lugar. Charlie andou mais à frente chamando a sua amiga que, no momento, não estava no mesmo cômodo que eles.

Por dentro, há estantes repletas de livros de todos os gêneros e épocas, desde clássicos da literatura. Há também poltronas confortáveis, mesas de estudo, abajures e tapetes. O ambiente é silencioso e acolhedor, ideal para quem busca um refúgio para ler e relaxar.

Um pequeno sorriso escapou em seus lábios; Willy sentiu-se tão leve no ambiente.

Duas risadas baixas foram ouvidas pelo chocolateiro. Curioso, ele foi em passo lento até o lugar, deparou-se com Charlie carregando uma caixa pequena até uma sala. Olhando sem entender nada para o garoto, apenas deu de ombros e saiu dali. Quando estava prestes a virar, uma voz calma chamou sua atenção.

— Estava realmente precisando de uma ajuda, muito obrigada. – Amélia sorriu ao fechar a porta atrás de si. — Mas sem ser curiosa ou algo do tipo, o que faz aqui nessa hora?

— Eu preciso da sua ajuda… Na verdade, nós precisamos. – Charlie ajeitou as caixas na estante, que estava cheia de livros novos para serem expostos na biblioteca.

— Nós? – A mulher olhou confusa para o menino.

Charlie imediatamente apontou para o chocolateiro, seguindo o dedo do menor, a mulher notou a presença do homem que deixava seus sonhos confusos. Seus olhos penetrantes, com cores azuladas, observavam Willy.

O coração de Wonka quase saía pela boca; ver novamente aqueles olhos deixava-o nervoso.

Amélia deu um suspiro cansado enquanto olhava para o homem.

— Olá, Willy.

— Olá, moça do sorriso bonito.

                                ***

Amélia, relutante em reencontrar o chocolateiro, não podia negar que passava horas imaginando o momento desde o acontecimento da semana passada. Ao deparar-se com Willy à sua frente, foi transportada de volta ao primeiro de setembro.

Os olhares se encontraram, revelando uma paixão escondida por anos, com borboletas surgindo nos toques delicados. Surpreendentemente, Amélia descobriu-se mais apaixonada por Willy Wonka do que imaginava.

Diante de uma casa isolada na neve, onde o silêncio e o branco predominavam, ela se viu em um cenário tranquilo.

Quando o chocolateiro estava prestes a desistir, a firmeza de Amélia o deteve ao apontar para um placar metálico que indicava "Dr. Wilbur Wonka, dentista". Expressando frustração, Willy murmurou para si mesmo.

— Ei, você é o maior chocolateiro do mundo. Entenda: você é um chocolate derretido ou é Willy Wonka? – Amélia confrontou-o com determinação.

Charlie observava atônito.

Willy percebeu a confiança de Amélia, mas também sua preocupação. Encorajado, admitiu:

— Tá bom, eu sou Willy Wonka!

Amélia respondeu com um leve sorriso diante dessa revelação.

Ao apertar a campainha, Amélia notou o nervosismo de Willy, com suas mãos agitadas. Preocupada, tocou em seu ombro e tranquilizou com um sorriso pequeno, repetindo as palavras "Vai ficar tudo bem, nós estamos aqui por você", embora essas palavras o deixaram ainda mais nervoso.

Subitamente, um homem alto, de cabelos grisalhos, surgiu à porta, aparentando ser uma pessoa mais velha. Seu olhar recaiu sobre as três pessoas, parecendo enxergar uma família conduzindo seu filho ao dentista.

— Vocês têm horário marcado? – indagou o homem.

— Não, mas é uma emergência. –  respondeu Charlie, encarando o dentista que permanecia em silêncio diante dos três.

O senhor examinou-os novamente e abriu passagem para eles. Ao adentrar o local, Amélia foi a última a fechar a porta atrás de si. Ao observarem o ambiente, seguiram o homem mais velho.

O homem chamou Willy, surpreendendo-o com leves puxões até uma cadeira odontológica. O mais velho ajustou sua postura e vestiu um jaleco branco, pegando em seguida um aparelho ortodôntico.

— Abra. – solicitou o mais velho, dirigindo-se aos dentes perfeitos de Willy. — Vamos ver os estragos, está bem?

Enquanto a Londrina permanecia imóvel, observando ao redor, Charlie chamou sua atenção. O garoto percebia algo intrigante, levando Amélia a dar passos cautelosos na direção do amigo.

Diante deles, vários jornais estavam colados na parede, e o cômodo exibia mais quadros com manchetes sobre as realizações de Willy Wonka, incluindo "Inauguração da Maior Fábrica do Mundo" e "Wonka abre loja de doces no centro da cidade". A curiosidade levou seus olhares até uma mesa de madeira próxima aos livros, onde um retrato prateado representava um garoto de terno com um sorriso tímido.

— Charlie, ele sempre acompanhou o seu filho. – sussurrou Amélia, levando ambos a virarem em direção aos dois homens.

O Sr. Wonka, espantado, fixava seu olhar naquela visão única. Nunca antes tinha visto dentes tão perfeitos, sem estragos, sem nenhuma obturação, tudo meticulosamente no lugar.

— Céus! Não vejo pré-molares como estes desde… desde… – Com a voz trêmula, Wilbur repetiu pausadamente as palavras. — Willy?

— Oi, Pai.

— Todos esses anos… sem passar o fio dental. – Disse o mais velho com um sorriso no rosto.

— Nem uma vez!

Ao tentar se aproximar de seu filho, Willy recuava para trás, temendo a rejeição. Sem expressar reações, por impulso, ambos se abraçaram sem dizer uma palavra.

Amélia e Charlie observaram a cena com um pequeno sorriso no rosto, mais uma missão concluída com sucesso. Quando os dois se separaram do abraço, perceberam que era exatamente o que precisavam: o perdão.

— Quem são eles? São seus amigos? – Wilbur virou-se para Amélia e Charlie, que mantinham um sorriso no rosto.

— Meio que sim, esse é Charlie, o garoto do convite dourado. – Willy aproximou-se, ficando entre Amélia e Charlie, segurando no ombro do garoto.

— E essa mulher com esse sorriso encantador é a querida Amélia. – Sorriu o homem que, por impulso e coragem que nem sabia de onde vinham, abraçou Amélia de lado.

Com bochechas vermelhas, a menor sorriu sem jeito perante o toque do chocolateiro, que estava desenvolvendo uma paixão por ela.

— Querida? – Indagou Wilbur, olhando para seu filho, que estava com um sorriso bobo em direção à londrina.

O chocolateiro, surpreendido, desviou o olhar para Amélia, que imediatamente retirou seu braço do ombro dela.

— Quer dizer… você sabe, pai. – Coçou a nuca com nervosismo nas palavras.

Wilbur sorriu com as palavras sem jeito de seu filho.

— Você é mãe dele? – Indagou Wilbur.

— Não, ele é meu melhor amigo, é como um irmão para mim. – Amélia deu um sorriso pequeno para o Sr. Wonka.

— Seu sorriso é muito bonito.

— Agradeço por esse elogio, muitos o admiram. – Amélia olhou em direção ao chocolateiro, que evitava olhar para ela.

Wilbur Wonka observava admirado a
cena. Reencontrar seu filho era seu único desejo, mas agora ver Willy se apaixonar era motivo de orgulho e admiração novamente.

(...)

Enquanto Amélia se despedia de Charlie, Willy observava a maneira cuidadosa e carinhosa como ela interagia com o pequeno Bucket. As palavras de seu pai sobre ter uma família ecoaram em sua mente, provocando uma reflexão profunda.

Willy, meu filho, você nunca se perguntou como ter uma família? Sabe, passar o resto de sua vida com alguém que você gosta e ama. – Wilbur olhou diretamente para Amélia, que conversava com seu amigo.

Embora Willy não tenha respondido à pergunta de seu pai, ao notar o olhar do mais velho para sua amada, ele imediatamente compreendeu as palavras e recordou uma lembrança de meses atrás.

Num momento em que Wonka buscava algo para acalmar-se, algo chamou sua atenção. De maneira incrível, foi exatamente no dia em que ele observava a rua pela janela de sua sala.
A passagem de Amélia foi como um momento certo, hipnotizando o chocolateiro. Seus cabelos presos em duas tranças, passos saltitantes e seu jeito cativante de cumprimentar as pessoas com um simples sorriso trouxeram tranquilidade ao dia estressante de Willy.

A partir desse dia, tornou-se uma rotina para Wonka observar ela  "a moça do sorriso bonito", como a apelidou. Seu comportamento não passou despercebido pelo Oompa-Loompa que sempre o acompanhava. Observando como Willy ficava calmo diante da presença da mulher, o pequeno ser comentou com seus companheiros Oompa-Loompas, resultando em grandes sorrisos entre eles.

Willy notou de relance que Amélia já estava dentro do elevador, aguardando que ele continuasse a viagem. O silêncio dominou o espaço, ambos olhando na direção oposta, evitando o contato visual.

Nervoso, por impulso, Willy apertou o botão, fazendo o elevador parar no ar. Amélia olhou espantada, aguardando que ele dissesse algo, mas o silêncio persistiu, aumentando a angústia da londrina.

— Aconteceu algo? Por que o elevador parou? – Ela quebrou o silêncio com um tom de desespero em suas palavras.

Willy virou-se na presença dela, que olhava ao redor da caixa de vidro.

— Não aconteceu nada... ainda. – Com essas palavras, Willy tocou delicadamente no ombro da mulher ao seu lado.

A londrina sentiu o toque suave e olhou para o chocolateiro, que contemplava a cidade iluminada com um pequeno sorriso. À medida que seus olhos acompanhavam a vista deslumbrante, Amélia não pôde deixar de expressar sua admiração.

— É incrivelmente bonito! A vista aqui é tão belíssima. – sussurrou ela para Willy.

— É sim, isso fica mais lindo quando estamos nas alturas. – sorriu Willy, com brilho nos olhos.

Amélia observava atentamente, sua paixão pela astronomia sendo atiçada. Cada estrela era como uma terapia para ela, lembrando-a dos pais no céu quando via duas estrelas juntas.

Willy, discretamente, observou a mulher, notando o brilho em seus olhos e o sorriso que o encantava.

— Você tem um sorriso encantador, um sorriso que transmite alegria e bondade para todos que te veem. Você em si é magnífica. – Willy sorriu olhando para sua amada.

Amélia sentiu o rubor no rosto, o coração acelerado. A timidez a impediu de agradecer, mas a felicidade e nervosismo eram evidentes.

Willy, encantado, se aproximou, tocando delicadamente o cabelo dela, elogiando sua beleza. Amélia levantou os olhos, encontrando um olhar especial.

— Eu gosto de você. – Willy quebrou o silêncio, tocando seu rosto. — No momento que te vi pela primeira vez, eu senti algo que nunca tinha sentido. Você me encantou com o seu sorriso, com seu olhar, com sua beleza e com suas roupas extremamente engraçadas.

Amélia abaixou o olhar, mas não deixou de sorrir com a referência às suas roupas.

— Eu lembro como se fosse pela primeira vez quando você passava por lá. – sorriu Willy, acariciando o rosto dela.

— Passava? – Amélia olhou desconfiada para Willy.

— Sim, eu sempre observei você pela fábrica, você passava pela frente, na verdade, eu sempre via você todos os dias.

Amélia, surpresa, recordou as presenças estranhas que sentia ao passar pela fábrica.

— Então as presenças esquisitas que eu sentia eram você o tempo todo, não era? – A londrina recuou, olhando séria para Willy. — Seu psicopata.

As palavras saíram em sussurros, e Willy percebeu a seriedade na expressão dela.

— Eu sinto muito, você passava todos os dias... e além do mais, foi você que deixou o clima confortável e alegre para mim. – nervoso, Willy tentou se justificar.

Amélia, vendo o nervosismo dele, começou a sorrir, sabendo que essa brincadeira o deixaria aflito.

— Sua cara ficou hilária.

Ela solta uma risada contagiante, acompanhada por um olhar brilhante, e Willy observa atentamente enquanto ela entra na brincadeira. O som harmonioso das gargalhadas mistura-se ao zumbido suave da expectativa.

Com um toque inicial sutil, Willy leva sua mão sem timidez para o rosto de Amélia, acariciando a pele macia que realça as bochechas vermelhas. O clima está impregnado de expectativa enquanto Amélia, guiada pela emoção, decide tomar a iniciativa. Seus olhares se encontram com uma mistura de nervosismo e desejo.

Sorrindo docemente, a londrina move-se delicadamente em direção a Willy. Seus corações batem mais rápido, refletindo a intensidade do momento. Ela segura suavemente o rosto de Willy com as mãos, transmitindo carinho e confiança. Os lábios de Amélia encontram os dele com uma suavidade cativante, iniciando um beijo que é ao mesmo tempo terno e apaixonado.

Willy, surpreso pela doçura do gesto, logo se entrega à magia desse primeiro beijo. As mãos de Amélia permanecem gentilmente no rosto de Willy, criando uma conexão íntima entre eles. O tempo parece desacelerar, permitindo que saboreiem cada instante desse encontro romântico.

As malditas borboletas se manifestam, algo que Amélia sempre duvidou e que Willy sempre apreciou ao vê-la pela primeira vez.

À medida que se separam, um sorriso ilumina o rosto de Amélia, enquanto Willy a olha com um misto de surpresa e encanto.

— Isso foi inesperado, mas maravilhoso. – Willy, surpreso, encontra seu olhar e diz suavemente.

— Às vezes, é preciso dar o primeiro passo, não é? – Amélia, com um brilho nos olhos, responde.

Willy concorda, sentindo o calor do momento romântico, e se aproxima suavemente de Amélia, sussurrando em seu ouvido.

— Você tem o poder de tornar cada instante especial.

Arrepiada pelo sussurro, Amélia sorri enquanto coloca suavemente o braço ao redor do pescoço de Willy. Seus olhares se encontram, transmitindo uma conexão ainda mais profunda.

Willy, surpreso e encantado com o gesto, olhando nos olhos de Amélia.

— Eu gosto de estar perto de você. – Ela sussurra suavemente.

— Eu também. – Willy respondeu com um sorriso carinhoso, acariciando o rosto corado de sua amada.

O calor da proximidade aumenta, e a atmosfera torna-se ainda mais íntima.

Enquanto continuam olhando um para o outro, Amélia se inclina levemente na direção de Willy, seus corações batendo em uníssono. Eles compartilham pequenos segredos e risadas, sentindo a alegria do momento. O chocolateiro, envolvido pela presença dela, segura delicadamente a mão de sua amada, selando o carinho compartilhado.

O mundo ao redor desaparece enquanto eles se perdem na simplicidade e beleza daquele gesto. O braço de Amélia ao redor do pescoço de Willy é mais do que um abraço físico; é a expressão suave de um vínculo que se aprofunda, um gesto que fala mais do que mil palavras sobre o começo de algo extraordinário entre eles.

Até amanhã! Que seria
último capítulo.

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